A vida no circo não é nada fácil. A cada dia um novo público e novas cidades. Os artistas do picadeiro promovem emoções e alegria. Mas os desafios de superar as dificuldades de uma vida atribulada fazem parte da rotina dos 20 componentes do Circo “Mundo Encantado”. Eles chegaram a Lafaiete esta semana e já preparam para o final de semana um espetáculo que promete encantar e emocionar o público.
O vendaval
Mas antes em aterrizar em Lafaiete, o companhia circense, com menos de um ano de fundação, por pouco não perdeu tudo. O dia era de estreia na cidade de Ubá (MG) e o espetáculo estava preparado para atrair um grande público. Por volta das 19:20 horas, do dia 25 de outubro, uma forte chuva de granizo e ventos de mais de 130 km destruíram a estrutura de lona e inúmeros equipamentos como canhão de luz, som iluminação máquina de fumaça entre outros. O prejuízo chegou a R$200 mil.
Do palco ao chão. Através de amplos contatos e mobilização de amigos, os donos conseguiram uma lona emprestada para restabelecer a vida do circo e reiniciar as peregrinações pelas cidades. Para ajudar na reestruturação, o globista, Guilherme, filho da proprietária, Erli Miranda, foi para Lisboa em Portugal fazer apresentações para ajudar a família a adquirir um novo circo.
Sem desistir, aos trancos e barrancos e uma tenaz obstinação, eles continuaram suas apresentações chegando a Visconde do Rio Branco, Barbacena e nesta sexta feira (20), fazem a estreia em solo lafaietense e permanecem até o início de 2020. “Fomos muitos bem recebidos pela prefeitura e pelo secretário de cultura, Geraldo Lafayette. Estamos muitos agradecidos pela acolhida e pretendemos trazer o melhor da arte circense aos lafaietenses”, disse Erli.
Circo em família
O Circo Mundo Encantado é composto malabaristas, mágicos, trapezistas, palhaços, acrobatas, dentre
outras atrações. Um dos filhos de Erli, o trapezista João Vitor, como também a nora, integram a equipe de artistas. A principal atração é o globo da morte, mas não estará em Lafaiete pois o filho globista viaja a Lisboa.
Erli, natural de Taubaté (SP), contou a nossa reportagem que iniciou suas atividades no mundo circo há 17 anos quando entrou pelo incentivo da irmã que era proprietária de uma empresa do ramo no Rio de Janeiro. Após arrecadar recursos, Erli e seu marido, compraram uma lona e equipamentos, e juntamente com os filhos, criaram o próprio empreendimento circense, o “Mundo Encantado”. “Apesar de não ter nascido no picadeiro, e eu meus filhos, nós amamos esta arte. Estamos nesta luta de superação, levando alegria ao nosso público”, relatou, a loque de praça, que no linguajar significa aqueles que não nasceram de família circense.
Com muito esforço, eles estão juntando recursos e buscando apoio para comprar a nova lona que em breve estará cobrindo os espetáculos. Erli participou no início de dezembro de um congresso sul americano em Campinas.”Estamos buscando a união das nossas forças para buscarmos o nosso reconhecimento, articulação afirmação e respeito ao circo”, observou. “Recebam o circo de braços abertos o circo”, finalizou.
Respeitável público: o circo está de volta, trazendo a magia e o fascínio que sensibilizam adultos e crianças.
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