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Filme Trindade do lafaietense Rodrigo Meirelles será exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes

O curta “Trindade, do cineasta lafaietense, Rodrigo Meirelles foi selecionado para a exibição 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes que acontece na charmosa cidade entre 24ª 31 de janeiro.

A protagonista Trindade / ARQUIVO

Será uma sessão muito especial, de estréia, neste que é um dos festivais mais importantes do Brasil. A exibição acontece  na sexta-feira, 31 de janeiro, às 16:30h, no CineTenda. “Todos estão convidados.

Muito obrigado a todos os envolvidos na produção do filme e um agradecimento especial a essa mulher maravilhosa que é a Trindade”, assinalou o cineasta.

O filme 

O filme “Trindade è chocante, reflexivo e provocativo e expõe como confronta uma sociedade machista, segregadora, patriarcal e escravocata e hipócrita nas suas relações sociais.  Muito além da denúncia, “”Trindade” mostra uma sociedade  em que o racismo é uma prática velada.

A pré estreia do novo curta metragem, o 3º em sua promissora carreira (“João Batista” e “Anderson”), ocorreu no dia 16 de outubro no auditório da TV Lafaiete.

Bem a seu estilo, de retratar figuras fora do padrão convencional e à “margem” da sociedade, os chamados outsider, desta vez o cineasta acertou em cheio em sua protagonista, principalmente neste contexto histórico político da atualidade brasileira.

Maria Trindade da Costa Vitória Rodrigues é lafaietense e moradora do Bairro Siderúrgico. Em sua casa humilde, se passam os mais de 30 minutos do curta. Os depoimentos nus e crus contam a vida da negra guerreira que viveu na pele o racismo e sentiu as chagas do preconceito. Com as marcas da superação dos vales e tormentos pelos quais viveu ao longo dos seus 74 anos, Trindade é síntese de uma sociedade que marginaliza os negros. e ainda hoje insiste em excluí-los.

Mais que um exemplo de vida, o filme é encantador, mas instigador. Logo cedo, Trindade entrou no mundo alcoolismo, influenciado pelo pai. Única  mulher de uma família de 6 irmãos, ela ingressou, por força das circunstâncias, na prostituição. Ela conta que foi abusada pelo pai. Ainda cedo perdeu o braço em um acidente na linha férrea da Rede Ferroviária. Assim que perdeu a mãe, deixou a família e foi trabalhar em São Paulo como doméstica. Dos 9 filhos, hoje apenas dois estão vivos. O restante ela perdeu em função do alcoolismo e o do abandono.

Hoje aos 74 anos, Trindade é uma negra que superou sua própria marginalização da sociedade e expõe como afronta a falsidade embutida no preconceito velado. Trindade foi a primeira mulher lafaietense a ingressar no AA (Alcoólicos Anônimos) e lá desenvolve seu trabalho de tirar do vício tantas pessoas afundadas em paraísos artificiais em que a bebida provoca.

  • Ficha técnica:Maria Trindade da Costa Vitória Rodrigues – Direção/Fotografia/Roteiro– Rodrigo Meireles
  • Montagem– Rodrigo Meireles, Silnara Faustino
  • – Som –Márcio Zaum
  • Assistente de Direção– Bárbara Goulart
  • Produção– Relógio Quebrado/ Estúdio Taidai Guilherme Augusto, Marcelo Lin, Marco Antônio Pereira, Joffre Faria Silva
  • Assistentes de Produção– Iara Gomes, Ricardo Juper
  • Produtor Executivo– Leonardo Meireles, Nilson Meireles
  • Ideia original: Ana Paula Rodrigues

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