Em outubro de 2019, a Agência Nacional de Mineração (ANM) divulgou uma nota que interditou 54 barragens, por não ter atestado a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), no segundo semestre
de 2019. No território mineiro foram interditadas 33 barragens, sendo uma delas, a Marés II, situada em Belo Vale, com risco de rompimento em nível 1. O fato motivou que o vereador Antônio Moura convocasse a empresa VALE S/A para justificar os motivos, uma vez que há uma Audiência Pública em desenvolvimento na Câmara, que trata das questões da mineração.
Segundo Rafael Henchen, engenheiro da VALE S/A, a Barragem de Marés II, ao Sudoeste da Mina de Fábrica, construída em 2005, e com capacidade para 500 mil m3 de água e rejeitos, já estava
interditada. Em setembro desse ano, a VALE contratou uma empresa para auditar a Marés II, porém o resultado deixou a desejar: a Declaração de Estabilidade não foi reconhecida. Foi sugerido que a empresa instalasse instrumentos adicionais para detectar riscos, e que se fizesse reforço de projeto, principalmente, quanto à eficiência da drenagem. A próxima auditoria para se aplicar à Declaração está prevista para 31 de março de 2020.
Considerando as condições climáticas com tempestades que podem afetar o volume da barragem, a mineradora utiliza-se do rebaixando, através de bombeamento para o curso do córrego, a fim de controlar o nível do volume. Moradores e sitiantes da encosta da serra dos Mascates questionam riscos de rompimento da barragem e reclamam da alta turbidez da água do Córrego Marés. A Polaris Mineração também foi citada de contribuir na poluição das águas. Conforme análises feitas pela APHAA-BV em 2016, provavelmente, as águas continuam com níveis acentuados de metais pesados, os quais são prejudiciais à saúde.
Texto e fotos: Tarcísio Martins