20 de abril de 2024 04:44

Audiência faz críticas a privatizações e vereador Sandro José dispara: “o governador é mentiroso e dissimulado”

Durante quase 3 horas a plateia que lotou o plenário da Câmara de Lafaiete, ontem a noite (10), criticou o programa de privatizações proposto pelos Governos Bolsonaro e Zema. O discurso ideológico em favor do Estado foi a tônica das discussões. “Está em jogo a nossa soberania”, pontuou o Deputado Federal, Padre João (PT), o

Mesa diretora dos trabalhos da Audiência pública/CORREIO DE MINAS

parlamentar mais presente em audiências na Câmara. “Todas as vezes que convidarem estarei aqui para debater os desafios de nossa nação”, reforçou.

A Deputada Estadual Beatriz Cerqueira (PT) criticou o falso discurso por detrás das privatizações. “Eles querem retirar o Estado da vida das pessoas e desejam precarizar as empresas. Eu alerto que querem privatizar a saúde e a educação em Minas. As Polícias Civil, Militar os bombeiros trabalham estão com seus efetivos em 40% defasados por falta de concurso”, avaliou.

Valdeci Soares, presidente do Sindágua, discorreu sobre os serviços da Copasa e fez um balanço da presença da estatal em Lafaiete. Ele criticou a venda de 49% das ações da empresa para a inciativa privada. “Depois desta tragédia a empresa somente trabalha para os lucros dos acionistas. Aqui em Lafaiete a empresa precisa de investimentos para melhorar o abastecimento. Se privatizarem vão acabar com a tarifa social e projetos como o pró-manancial”, avaliou.

Jéferson Silva, Presidente do Sindieletro, alertou que a venda da Cemig vai significar mais reajuste da tarifa. “Querem vender por R$5 bi um empresa que lucra R$ 3 bi por ano”, assinalou.

A população compareceu em peso lotando o plenário da Câmara / CORREIO DE MINAS

Os bancos

Elaine Brasil, representante do Sindicato dos Bancários, trouxe números de operações bancárias em Lafaiete informando que a Caixa e Banco do Brasil são responsáveis, entres 8 instituições financeiras na cidade, por 88% dos empréstimos e 100% dos créditos imobiliários e agrícolas. “Vocês pensam que iniciativa privada vai ajudar as pessoas em promover crédito para construção de moradias ou auxiliar o produtor em sua lavoura?”, questionou.

O Presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira, destacou em seu discurso que a privatização por si só não traz a eficiência no setor, citando o setor das telecomunicações. “Privatizaram mas temos o pior serviço de telefonia celular e o mais caro”, resumiu.

Governador mentiroso

O Vereador Sandro José (PSDB) criticou abertamente a posição do Governador de Minas  nas vendas das estatais Copasa e Cemig e não o poupou de duras críticas. “Ele disse que não receberia salários, como também seus secretários. Mas continua recebendo. Ele quer vender as empresas para beneficiar os grupos econômicos que o apoiam. Vender por vender, depois pedem falência e o Estado é obrigado reestatizar. Veja a concessão da BR 040. Isso que vai acontecer em Minas. Será um cenário de tragédia. O governador é mentiroso e dissimulado. Como pode vender uma empresa eficiente por R$3 bi?”, atacou. O Vereador Fernando Bandeira (PTB) também criticou as privatizações.

Caixa e Copasa

Discussões acalouradas movimentaram audiência / CORREIO DE MINAS

A superlotação e falta de conforto da sede Caixa Econômica Federal em Lafaiete foi amplamente denunciada. “Se pegar fogo lá morre todo mundo”, disparou Sandro José.

O sucateamento da Caixa e da Copasa também foram alvos de duras críticas pelos serviços prestados. “É uma pessoa fazendo o serviço de 2 ou 3. Aqui em Lafaiete aposentaram uns 20 funcionário e são apenas 30 trabalhadores para dar conta do serviço”, pontuou Elizabeth Montoun, ex funcionária da Caixa.

Vale

A privatização da mineradora Vale esteve no centro dos debates. “Essa é prova da falta de compromisso da iniciativa privada com a sociedade. Não há responsabilidade”, assinalou Padre João.

 

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