O Presidente do Superior Tribunal Federal (STF), Ministro Dias Toffoli, negou recurso da Defensoria Pública e manteve decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais de anulação do Júri Popular ocorrido no dia 8 de dezembro em que 7 acusados de matar Ronei Veríssimo, 27 anos, e Pedro Silva, 29, e David, 25, ganharam regime aberto. A chacina ocorreu no Bairro Rochedo em Lafaiete em março de 2016 e comoveu a sociedade pela brutalidade dos crimes.
O Processo agora volta ao Juiz Dr. José Aluísio, da 1ª Vara Criminal do Fórum de Lafaiete, para a marcação de data de novo júri popular.
Segundo o assistente de acusação, o advogado criminalista, Roney Neto, a decisão dos jurados foram totalmente contrária às provas dos autos, sendo que a sociedade cobra justiça para a chacina. “Atuamos desde o início para resgatar a justiça para o caso que abalou Lafaiete”, assinalou.
O caso
Ainda hoje familiares da 3 vítimas ainda sentem o pesadelo do júri que inocentou os 7 acusados. Amigos e parentes foram tomados pela revolta. em 26 de março de 2016, os crimes chocaram Lafaiete quando 3 jovens foram espancados, agredidos por socos e garrafas de cerveja. Equipes dos Bombeiros e Samu estiveram no local e levaram as vítimas ao Hospital e Maternidade São José.
A principal versão que motivou o crime seria fútil e que comentários tolos por parte de Roney sobre uma abordagem policial realizada em frente a uma casa onde ocorria uma festa. A partir daí iniciou uma briga generalizada culminando na tragédia.
Carta
À época, Simone Santos, irmã de David, escreve uma carta em tom de desabafo público, revestido de dor, desolação e revolta que retrata o sentimento das 3 famílias das vítimas. Segundo a irmã, um dos familiares não pôde entrar no júri em Lafaiete com a camisa estampada com o rosto de uma das vítimas.
“Esses jovens, que tinham um longo futuro pela frente, tiveram suas vidas ceifadas antes mesmo de chegarem aos 30, a chamada idade do sucesso. A tamanha brutalidade que meu irmão e seus amigos sofreram foi a ponto do crânio de um deles abrir, o rosto de outro ficar completamente desfigurado e outro com cortes profundos por diversas partes do corpo, ficando eles com lesões tão graves, que vieram a óbito. É um relato difícil de ler – e de escrever também – mas a população tem que estar ciente do que aconteceu. A partida deles deixou um imenso vazio e uma dor insuportável no coração daqueles que realmente os amavam. Juro, não sei quem sentiu mais dor, se foram eles ou se foram a família e os amigos, que tiveram que presenciar essa cena de barbárie ao chegar no local da tragédia”, era parte do conteúdo da carta. “As vítimas assumiram o papel de opressores e os opressores de oprimidos”, desabafou s irmã.
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