A Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette comunica, com pesar, o falecimento do poeta e jornalista Alair Almeida, membro emérito da ACLCL e esposo da confreira Maria da Conceição Vieira de Almeida – Nenê Brandão.
O passamento ocorreu no fim da tarde de ontem |(27), no hospital Biocor em Belo Horizonte em consequência das complicações geradas pela COVID-19.
Na madrugada de hoje faleceu o filho do casal, PAULO ALMEIDA, também acometido com a COVID-19. Nesse momento de imensurável dor para a Família Almeida nosso sodalício manifesta seu voto de pesar.
Sobre o Jornalista Alair Almeida
Nasceu em 14 de março de 1932, em Engenheiro Navarro é cidadão honorário de Montes Claros. Entre os prêmios recebidos destaca-se a Medalha de Mérito Cultural da Academia Marianense de Letras. Como jornalista, trabalhou em Belo Horizonte nas Rádios Guarani e Inconfidência, tendo atuado também na Imprensa Oficial e na extinta TV Itacolomi.
Poesias de Alair Almeida
QUANDO EU MORRER
Quando eu morrer, no derradeiro leito,
Naquele frio e indesejado abrigo,
Há de chorar um coração comigo
A dor que leva este meu pobre peito.
Não quero ter, ao pé do meu jazigo,
Um falso amor, em pranto ali desfeito.
Terei, para fazer-me satisfeito,
Um coração sincero, bom e amigo.
Quero ali minha mãe já bem velhinha,
A cabeça inclinada e já branquinha
A soluçar de dor e de saudade;
Pois, se não tive amigos nem amores,
Pra mim mais valerá que falsas flores
Este pranto que é só sinceridade.
MÃE
Para externar todo este intenso amor
Que existe em mim, por teu querido ser,
Eu sinto que o não posso descrever
Nem com ouro… rubi… brilhante ou flor.
Na ânsia louca, na hora de nascer,
Eu sei que te causei horrível dor,
Mas do teu rosto, o doloroso suor
Era um lírio bendito a florescer.
Pelos conselhos bons que me tens dado
É que, feliz, eu tenho caminhado
Por caminho de luz, reto, perfeito.
Por tudo que por mim tu tens sofrido,
De ouro e luz, um altar, eu fiz, erguido,
Para guardar-te, mãe, dentro do peito.