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SOS Saúde: sem recursos, Hospital Queluz fica sem plantões noturnos e alerta crise

A Câmara Municipal de Lafaiete recebeu hoje (3) um dossiê sobre a situação financeira e outros problemas relativos a falta de profissionais médicos no Hospital Queluz, referência regional em obstetrícia/pediatria.

Nossa reportagem teve acesso ao documento de 5 páginas em que expõe o drama da instituição que desde o dia 20 de novembro não opera mais com plantões médicos das 23:00 horas às 7:00 horas. Isso deveu a sobrecarga de duas médicas, a baixa remuneração e falta de pediatras. Segundo o Queluz, o problema dos plantões vem desde 2018.

O problema iniciou na pandemia quando dos 4 profissionais, 2 afastaram do serviço por pertenceram ao grupo de risco. Desde então o plantão foi assumido por apenas 2 médicas mas na modalidade de sobreaviso. A prefeitura assumiu o pagamento por 24 horas de R$700,00, pouco atrativo para os profissionais.

Crise aprofundou ainda mais na pandemia e entidade busca a apoio/REPRODUÇÃO

Há 9 meses, as duas profissionais trabalham ininterruptamente chegando a exaustão e viam avisando da sobrecarga.

Em agosto deste ano, a direção do Hospital Queluz enviou a Secretaria Municipal de Saúde o Projeto Pediatria visando a melhoria e ampliação do serviço, resolvendo a questão do valor que passaria para R$1,4 mil e com o plantão presencial. O gasto geral por mês seria de R$21 mil.

A direção fez inúmeros contatos com médicos quando por unanimidade eles sinalizaram que não assumiriam o serviço pelo valor pago atualmente e também cobravam isonomia equiparando o pagamento dos plantões aos praticados nos 3 hospitais locais.

Segundo o documento, a Secretaria Municipal de Saúde tem sido informada sobre todas as dificuldades para o cumprimento dos plantões de pediatria, mas sem uma resposta formal. O Queluz alertou a Secretaria da decisão final das médicas de suspensão do plantão, por diversas vezes.

No último dia 23, dois dias depois do não cumprimento do plantão, a Secretaria informou a impossibilidade de atender o Projeto Pediatria e que a discussão ficaria para 2021. “Sem resposta do município até o momento, solicito a Câmara que interceda para encontrarmos uma solução para evitarmos desassistência no Hospital Queluz”, diz o documento entregue no Legislativo. “Reafirmamos nosso compromisso na busca pela resolutividade do problema, mas confessamos a nossa incapacidade financeira”.

No documento, a direção relata empréstimos para pagamento do 13º de 2019 e contratação de novos diante do cenário da pandemia com a queda vertiginosa dos serviços. Somente em outubro, o Hospital fechou com um déficit trabalhista de R$31.228,33.

Tanto o Ministério Público quanto o Conselho Municipal Saúde foram comunicados do drama vivido pelo Hospital Queluz.

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