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Butantan paralisa produção da CoronaVac e diz que não tem data para retomar

O Instituto Butantan anunciou que paralisou a produção da vacina CoronaVac nesta sexta-feira (14). O laboratório diz que está sem o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), material base para a fabricação do imunizante que vem da China e sofreu um atraso no envio das últimas remessas. Não existe ainda uma data para retomada da fabricação.

Apesar disso, um lote com 1 milhão de doses da vacina vai ser entregue ao Ministério da Saúde hoje. O Butantan disse que vai haver um atraso na entrega das próximas doses do cronograma. Na última quinta-feira (12), o Instituto Butantan cumpriu a entrega de todas as 46 milhões de doses da CoronaVac previstas no primeiro contrato com a pasta.

A partir daí, um novo acordo de 54 milhões de doses válido até setembro passou a vigorar.

“A boa notícia é que temos a entrega de mais de mais 1,1 milhão doses da vacina. A má notícia é que a partir de hoje o Instituto Butantan não pode processar novas vacinas”, disse o governador do estado João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa.

Instituto Butantan paralisa produção da CoronaVac

O Instituto Butantan disse que aguarda a liberação de 10 mil litros de IFA da China, para a produção de cerca de 18 milhões de doses da CoronaVac. “Até o fim da semana passada, havia a perspectiva de autorização de exportação no dia 13. Na reunião de hoje, vimos que essa previsão não vai se cumprir. Portanto, não temos data neste momento para essa autorização. Estamos aguardando, isso pode acontecer a qualquer momento, mas por enquanto não há essa previsão”, explicou Dimas Covas, diretor do laboratório, na última quinta-feira (13).

“Nesse momento o que se atrasa é a previsão. Quer dizer, nós tínhamos em maio a previsão de entregar 12 milhões de doses, e vamos entregar um pouco mais de 5 milhões. Em junho, temos a previsão de 6 milhões de doses. Se o IFA chegar muito rapidamente, vamos cumprir, vamos recuperar o cronograma de maio e vamos cumprir o de junho”, disse também nesta sexta-feira.

Dimas Covas em pronunciamento sobre medidas de combate à Covid-19
Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

Em São Paulo, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Rejane de Paula, afirmou que a paralisação da produção da CoronaVac no Instituto Butantan pode afetar o ritmo da campanha no estado.

“Quando nós vamos parar? Esperamos de fato que o Programa Estadual de Imunização do estado de São Paulo não pare. Podemos diminuir o ritmo, mas nós, até o momento, não paramos, como nenhuma outra capital. Podemos diminuir o ritmo, mas esperamos que o governo federal se sensibilize com todos os brasileiros e tome as atitudes que deve tomar”, disse.

O Brasil depende de insumos chineses tanto para a produção da CoronaVac, no Instituto Butantan, quanto da Oxford-AstraZeneca, na Fiocruz. A vacina corresponde a cerca de 75% das vacinas contra a Covid-19 no Programa Nacional de Imunização (PNI).

“No dia de hoje eu já conversei com os chineses e não houve de fato a liberação. Existe a noticia oficial da Fiocruz, que ela teve uma liberação para embarque no dia 22. É uma boa notícia. Quer dizer, se começou a liberar, então, é possível que a gente também tenha uma boa notícias”, disse Covas.

Já Doria afirmou que os recentes ataques de membros do governo federal contra a China podem ter influenciado na paralisação da entrega do IFA. “É muito ruim quando temos um país cujo presidente agride outro país no momento em que mais precisamos de vacinas”, concluiu.

FONTE OLHAR DIGITAL

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