Pesquisadores de diferentes laboratórios ao redor do mundo estão trabalhando ativamente no desenvolvimento da chamada segunda geração de vacinas da Covid-19. No entanto, diferente da atual, que é exclusivamente aplicada como uma injeção, os cientistas trabalham em imunizantes que possam ser administrados de outras formas, como comprimidos e sprays nasais.
A razão para a mudança é simples, vacinas injetáveis apresentam um grande obstáculo logístico, já que precisam de uma cadeia fria para seu armazenamento e transporte. Transformar os imunizantes em comprimidos ou sprays facilitaria esse processo, além de simplificar o a fabricação.
Outra promessa dos laboratórios é o aumento da eficácia das próximas vacinas contra as novas variantes do Sars-Cov-2 que já surgiram e possam vir a surgir no futuro. Um exemplo disso é a P1, que foi observada pela primeira vez em Manaus e é mais contagiosa e, potencialmente, mais fatal do que a variante original.
Assim como os imunizantes usados no Brasil, que são a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, a Covishield, da AstraZeneca/Oxford e, mais recentemente, a da Pfizer, ao que tudo indica, as versões em comprimido ou spray também precisarão ser aplicadas em pelo menos duas doses.
“É extremamente importante no futuro ter vacinas que sejam mais fáceis de manusear e tenham melhores características da cadeia de frio”, disse o diretor do centro de pesquisa de vacinas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, John Mascola, ao The Wall Street Journal (WSJ).
Muitas vacinas em testes
Ao todo, existem 280 vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento ao redor do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. No entanto, apenas 96 delas já estão sendo testadas em humanos, dessas, duas são administradas como comprimidos e outras sete como sprays nasais. Em particular, os sprays podem ser bastante eficazes e já são testados em imunizações contra outras doenças, como a gripe.
“Ter essa imunidade mucosa que pode bloquear a infecção em seu caminho e também neutralizá-la quando ela está saindo pode ser muito importante do ponto de vista da saúde pública”, disse o diretor científico da empresa farmacêutica Altimmune, Scot Roberts, ao WSJ.
Apesar do otimismo, os especialistas alertam que ainda não podemos nos animar com a possibilidade de sermos imunizados sem um furo no braço. Embora essas vacinas estejam em testes, isso não garante que chegarão ao mercado e serão usadas em humanos. Além disso, mesmo que sejam lançadas, dificilmente isso aconteceria em um prazo menor que um ano.
Fonte Olhar Digital