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Diário da Covid-19: Brasil vive rápida expansão da pandemia e lenta vacinação

O Brasil e o mundo estão vivendo um momento crítico da pandemia do novo coronavírus. Os primeiros 23 dias de janeiro de 2021 registram recordes globais do número de  infectados, com 668 mil casos diários (7,3% superior à média de dezembro) e 13,1 mil óbitos a cada 24 horas (17% a mais do que a média diária de dezembro).

No território nacional, o número de casos diários está acima de 50 mil e o número de mortes acima de 1.000 a cada 24 horas. O coeficiente de mortalidade brasileiro ultrapassou a marca de 1.000 óbitos por milhão de habitantes (ou 1 morte para cada 1 mil brasileiros). Todos os estados brasileiros possuem coeficientes de incidência e de mortalidade acima da média global. Manaus e a cidade do Rio de Janeiro são as capitais com maior proporção de mortes, sendo que, incrivelmente, a “Cidade Maravilhosa” possui coeficiente acumulado de mortalidade mais elevado do que o da capital do Amazonas.

Municipal workers from SOS Funeral remove the body of 75-year-old Adamor Mendonca Maciel from his home in Manaus, in the Brazilian state of Amazonas, on January 16, 2021 after he died of COVID-19. (Photo by MICHAEL DANTAS / AFP)

O Brasil perdeu o controle sobre a transmissão comunitária do vírus, não conseguiu nem achatar e muito menos eliminar e a curva epidemiológica de casos da covid-19. Agora, a única esperança é a vacinação em massa para imunizar a maioria absoluta da população. A notícia boa é que a vacinação começou no dia 17/01 em São Paulo e no dia 18/01 em várias outras cidades brasileiras. Contudo, o fato preocupante é que não só o Brasil começou um pouco tarde a vacinação, como começou de forma muito lenta, desorganizada e com um forte viés político.

De fato, das cinco vacinas já aprovadas no mundo, o Brasil conseguiu fazer acordos, de maneira limitada, em dois casos: a vacina CoronaVac – desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan – e a vacina da Oxford/AstraZeneca – em parceria com a Fiocruz e produzida no Instituto Serum, na Índia. Mas por conta do negacionismo, de disputas políticas internas e em decorrência de erros da diplomacia brasileira em relação aos parceiros do grupo BRICS (China, Índia e Rússia), o Brasil não tem conseguido garantir um fornecimento adequado de insumos e vacinas para o plano nacional de imunização.

O Ministério da Saúde e o governo Federal cometeram muitos erros durante todo o período da pandemia e especialmente falhas no abastecimento de vacinas e de material básico para a imunização. O fato amplamente reconhecido é que o presidente da República tem dado um mau exemplo, pois não é muito favorável ao uso de máscaras faciais, não é fã de medidas preventivas de isolamento social, não se envergonha de propagandear o tratamento precoce da covid-19 via “kit cloroquina” não recomendado pela Anvisa, assim como não se cansa de lançar dúvidas sobre a eficácia das vacinas. Por conta disto, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou erros em série do governo no combate ao novo coronavírus. Consequentemente, pesquisa do Instituto Datafolha indicou aumento da avaliação negativa do presidente brasileiro. Também, por conta da irresponsabilidade presidencial, existem diversos pedidos de Impeachment protocolados na Câmara dos Deputados e inúmeras carreatas, no dia 23 de janeiro, desfraldaram a bandeira “Fora Bolsonaro”.

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