27 de abril de 2024 06:56

Vereadores levantam suspeitas em edital e criticam omissão da prefeitura: “não confiamos no Executivo; se depender dele vamos ficar sem ônibus e o povo está desiludido,”, disparou Pedrinho

A insatisfação tomou o plenário e os bastidores da Câmara. Ontem à noite (22), durante sessão, eles abriram o verbo contra o governo municipal e não pouparam denúncias e críticas.

A falta de transporte público foi palco de uma longa discussão, quando os vereadores cobraram urgência no edital de contratação da empresa que atuará até a licitação e concessão final do serviço. Eles temem que com o retorno às aulas presenciais e a demora da vinda da concessionária, que atuará por um ano, a cidade fique sem qualquer transporte coletivo agravando ainda mais a crise.
Na última sexta-feira (18) ocorreu mais uma sessão do processo de contratação emergencial de empresa. Após a análise pela comissão de licitação das três empresas participantes, uma foi habilitada, a Empresa Viação Umuarama, do Paraná, ligada ao Viação Pássaro Verde, sendo que as outras duas empresas permaneceram inabilitadas. Ela já atua em Itabira e Sete Lagoas.
A partir desta data as empresas inabilitadas têm o prazo legal de cinco dias úteis para apresentação de razões de recurso, o que pressupõe que até nesta sexta-feira (25), a empresa vencedora seja divulgada.

Suspeitas

“O que nos estranha é que há uma empresa contratando sem que antes saia o resultado final do edital”, pontuou João Paulo Pé Quente (DEM), apontando que o fato foi levado a Procuradoria. “O que estamos sabendo e vimos é que o Sine abriu um cadastro para a contratação, mas ainda não sabemos que será a vencedora que vai assumir o transporte em caráter emergencial”, assinalou o Vereador Vado Silva (DC), pedindo fiscalização.

Outra questão levantada pelo Vereador Oswaldo Barbosa é que a Câmara aprovou o Projeto de concessão do subsídio de mais de R$ 220 mil/mês mas com uma cláusula de que ela seja obrigada a contratar motoristas e trocadores demitidos da Viação Presidente.
Desde final março, Lafaiete vive o drama e caos no transporte público quando os funcionários da Viação Presidente suspenderam as atividades pela falta de pagamento de salários e direitos trabalhistas. Há cerca de 40 dias, o setor é atendido pelas vans escolares.

Mais críticas

Desde omissão, falta de planejamento e dúvidas da retomada do transporte público em Lafaiete, os discursos de 11 dos 13 vereadores miraram no Executivo.

André Menezes (PP) lamentou a demora na abertura da licitação há mais de 3 anos. Ele ponderou que o povo de Lafaiete é muito paciente, caso contrário, já poderia ter acontecido uma revolta. “A insatisfação é geral e temos que agradecer o pessoal das vans, mas infelizmente eles não conseguem atender todas as comunidades. Os moradores do São Vicente não têm transporte público. Vai chegar um ponto que o povo vai revoltar”.

Fernando Bandeira (DEM) acredita que com a nova contratação da empresa a cidade ainda não terá um transporte ideal. “A contratação em caráter precário, mas temos que cobrar. Acredito que ainda não teremos um transporte satisfatório”.

Pastor Angelino lembrou dos milhares de trabalhadores que tiveram seus cartões do vale transporte carregados, descontados em conta e ainda estão impossibilitados de usá-los. “Eles serão lesados?”, questionou.

O Vereador Sandro José (PROS) manifestou preocupação com falta de planejamento no transporte público, cobrando da nova empresa pontualidade, eficiência, eficácia e efetividade. “Temos que fiscalizar para que o Executivo não haja a seu bel prazer”.

Sem confiança

O discursos mais contundente na sessão veio do Presidente da CPI do Transporte Público, o Vereador Pedro Américo (PT). “Se deixar por conta da prefeitura vai ficar do jeito que está, isto é, sem ônibus. Ele sabia de tudo e não fez nada. Ele sabia que ia vencer o contrato, teve tempo e podia ter feito com calma. Votamos aqui tudo na correria e até agora nada. Corremos e nada adiantou. A gente faz a CPI e ainda acha ruim! Lafaiete está ficando para trás em tudo. O povo não acredita em mais nada e está desiludido. Temos que cobrar do Executivo e fiscalizar ainda mais e não podemos continuar confiando no Executivo. Lafaiete não tem nada. A gente já vê falar que a empresa que pode vir para Lafaiete são dos mesmos donos que a Viação Presidente. Votamos aqui tudo na correria e até agora nada. A história de denúncias que chegam para gente é coisa absurda e vamos apurar. Acredita em que?”, disparou Pedro Américo (PT).

https://youtu.be/izKxvkq9p_8

Carta na manga

“Falta gestão ao Executivo. Cadê a manga que ele tinha e nos informou que resolveria o problema?”, finalizou Giuseppe Laporte (MDB).

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