A cada seis horas, uma mineira perde a batalha contra o câncer de mama, doença que já matou quase mil só neste ano. É a primeira causa de óbito entre as mulheres no Estado. O diagnóstico precoce do tumor aumenta consideravelmente a chance de cura. No entanto, 40% dos casos são descobertos já na fase mais aguda, o que reforça a urgência da prevenção e dos exames de rotina. O tema rege campanhas em massa de conscientização neste mês, com a realização do Outubro Rosa.
A média de tragédias familiares leva em conta as mortes de 926 mães, filhas, tias e avós de janeiro a julho após complicações provocadas pela enfermidade. O levantamento é da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Em 2023, conforme estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 7.670 novos casos de câncer de mama no território mineiro.
Atualmente, o SUS oferece exames e tratamento. A Unidade Básica de Saúde (UBS) acolhe e orienta a paciente de acordo com o caso. A mamografia realizada na rede pública, o rastreamento (indicado para mulheres de 50 a 69 anos, sem sinais e sintomas de câncer de mama, a cada dois anos) e a diagnóstica (para avaliar lesões mamárias suspeitas, em qualquer idade e também em homens). Pessoas com histórico familiar de câncer de mama devem fazer avaliação e acompanhamento individualizado.
Na tentativa de ampliar a oferta do serviço à população, o Estado promete recurso de R$ 77 milhões a cerca de 60 estabelecimentos de saúde para aquisição de mamógrafos. Os locais e os prazos não foram informados. No entanto, a subsecretária de Redes de Atenção à Saúde, Camila Moreira de Castro, garante que as ações são prioritárias.
“A SES-MG atua durante todo o ano, em diversas frentes, para promover a saúde integral da mulher, tanto na política de média complexidade quanto nos centros estaduais de atenção especializada presentes. Estamos falando não só de promoção, prevenção e diagnóstico, mas também de alimentação saudável e cuidados na rotina diária e a porta de entrada para esses atendimentos é sempre a Unidade Básica de Saúde”, explica.
Câncer do colo do útero
Mulheres de 25 a 64 anos devem fazer o exame preventivo (Papanicolaou) a cada três anos. Por meio dele, as alterações das células do colo do útero são descobertas e curáveis em quase todos os casos. Por isso, é importante sua realização periódica.
O principal fator de risco para o desenvolvimento deste tipo de câncer é a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. A transmissão do HPV ocorre principalmente por via sexual, mas pode ocorrer por qualquer contato direto com a pele ou mucosa infectada.
* Com Agência Minas