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Escritor que compôs a clássica obra Escrava Isaura será eternizado em Lafaiete (MG) projeto de artista lafaietense foi menosprezado e abandonado

A Prefeitura de Conselheiro Lafaiete (MG) está ampliando as áreas públicas da cidade e em breve entregará à população mais uma praça pública. O novo espaço está sendo construído próximo ao Solar do Barão de Suaçui. A praça receberá o nome do célebre escritor Bernardo Guimarães, em homenagem ao ilustre personagem da história que viveu naquela rua, onde teria escrito a clássica obra Escrava Isaura, sendo um marco da literatura brasileira.

A equipe da Secretaria Municipal de Obras e Meio Ambiente atua no local e a obra está em ritmo acelerado e deverá estar pronta em breve. Com isso, Lafaiete ganha mais um espaço seguro e confortável, aumentando as áreas públicas de convivência e lazer.

A praça está sendo construída na Rua Desembargador Dayrell de Lima, local onde houve a desapropriação de dois imóveis pela prefeitura para alargamento da via com o objetivo de melhorar o fluxo de veículos.

O Prefeito Mário Marcus destacou que, além de proporcionar melhoria no tráfego do local com a obra de alargamento da via, a construção da praça contribui para estruturar os espaços urbanos, criando ambientes de lazer e socialização para moradores e visitantes, além de deixar a cidade mais bonita e bem organizada.

Polêmica

Mas a obra é alvo de uma polêmica envolvendo o renomado artista plástico lafaietense, Jorge Fonseca, radicado em Ouro Preto (MG). Nossa reportagem recebeu diversos contatos de que ele fora convidado para elaborar o projeto da nova praça Bernardo Guimarães. No ano passado foram promovidas reuniões com agentes culturais, Ministério Público, secretaria municipal de obra e o artista na concepção do projeto arquitetônico e paisagístico para o local, porém não houve avanços na adoção do projeto, frustrando pessoas ligadas a arte e cultura em Lafaiete. “Era uma grande chance de projetarmos Lafaiete. Participei de algumas tratativas, como cidadão mesmo. Acredito que a obra agregaria um valor cultural enorme, além de embelezar a cidade. A cada dia estou convicto a importância de se preservar a história e incentivar a cultura”, informou um agente cultural ouvido por nossa reportagem.

Maquete de toda a Instalação Artística

Depois de 5 meses, Jorge apresentou a Prefeitura de Lafaiete o projeto concluído no final de dezembro de 2022 porém não foi executado. “Esta proposta compreende a criação e a execução de uma Arte Pública de grandes dimensões, que ocuparia todo o espaço disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete, onde será a futura Praça Bernardo Guimarães: cerca de 200 m² de área, incluindo também a utilização da fachada lateral do prédio divisor da referida praça, medindo cerca de 300 m². Portanto, trata-se aqui de uma obra de arte que terá um total de aproximadamente 500 m² e que será disponibilizada ao público em caráter permanente”, diz o texto do projeto.

Temática

Esta obra seria uma justa homenagem ao grande romancista brasileiro Bernardo Guimarães, que, em meados do século XIX residiu por um período em Conselheiro Lafaiete – à época, Queluz de Minas – nas proximidades do local onde será construída a referida praça. Próximo dalí, ele morou e produziu a sua principal obra literária: o romance “A Escrava Isaura”. Feito esse que lhe daria a consagração como escritor e que posteriormente – no final do século XX – foi adaptado para a teledramaturgia, sendo exibido em mais de 80 países. Importante ressaltar: Foi em Queluz de Minas, que Bernardo Guimarães foi tomado pela inspiração que o fez criar um dos mais importantes romances da literatura brasileira. Tal fato é, por si só, digno de um grande registro. Um marco que serviria de reconhecimento e valorização de Conselheiro Lafaiete como um berço cultural, bem como servirá de inspiração e incentivo para a educação e a formação das gerações futuras.

A obra

Buscando jogar luz neste importante fato, Jorge criou uma ambiente lúdico e envolvente, composto por um grande painel, que receberá uma pintura celestial, fragmentos de textos do referido romance e uma obra de arte monumental – uma grande e inusitada estante, da qual “jorraria uma cascata” de centenas de livros coloridos e em dimensões variadas. O chão da praça, foi dividido em 3 espaços interligados, por sua vez receberia esculturas, também formadas por livros coloridos, e com as quais o público poderá interagir, passeando por entre elas, se sentando para uma prosa ou descanso, tirando fotos etc. O piso dos 3 ambientes seria de pedra portuguesa branca, salpicado por corações vermelhos. Um jardim repleto de mini rosas vermelhas e túias-vela permitirão um clima bucólico, perfumado e aconchegante. Por fim, o guarda-corpo tubular, formado por volutas românticas abraçaria os visitantes, em seus 3 platôs elevados. Detalhe fundamental: na base da cascata de livros estaria uma estátua de bronze, em tamanho natural, do homenageado. Sentado sobre os livros, Bernardo Guimarães, “tendo à mão o romance recém escrito, receberá os visitantes e lhes declamará as suas primeiras linhas”- que estariam aplicadas em relevo no grande painel. Afora o grande impacto visual que esta grande instalação artística causaria em todos que a ela avistar, o espaço será propício também para acontecimentos culturais relevantes, tais como saraus de poesia, lançamentos de livros, aulas ao ar livre etc. Importante ressaltar também que, dada às suas características, esta obra seria um importante elemento de projeção nacional de Conselheiro Lafaiete, como um berço da cultura e uma cidade onde se valoriza a educação, a arte e a formação do ser humano. Se tornaria um ponto turístico, um ‘cartão postal’ de divulgação da grandeza e dos valores cultuados pela cidade e fator fundamental para a elevação da autoestima de seus cidadãos.

Obra monumental

Obra Monumental Painel artístico que ocuparia a fachada lateral do prédio existente ao fundo da praça, medindo 22 metros de largura, em toda a sua extensão x 12 metros de altura, na extremidade superior, x 15 metros de altura, na sua extremidade inferior. Ele receberia, em toda a sua extensão, uma pintura em tinta acrílica, de um céu repleto de nuvens. Sobre a pintura, teria frases retiradas do trechos iniciais do romance “A Escrava Isaura” (página do livro em anexo), com letras moldadas em cimento e pintadas de azul, mais escuro que o céu – para dar destaque. Essas frase ‘parecem sair da grande estante que emerge do paredão’. Na parte superior deste painel seriam instalados holofotes de LED, de 200W, que vão fornecer iluminação satisfatória para toda a extensão da praça. Sobre toda a pintura do painel aplicaria resina acrílica, que lhe possibilitaria proteção e durabilidade

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