Ana Paula Semião e Junior Padovani, ex-educandos do Garoto Cidadão e atuais bolsistas do programa Bolsa de Teatro da Fundação CSN, foram os ganhadores nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Direção do Festival Durante a 16ª edição do Festival Nacional de Teatro de Governador Valadares (FENTA), que aconteceu entre os dias 18 e 21 de janeiro, em diversos espaços da cidade mineira, Ana Paula Semião, Dudda Oliver e Junior Padovani, bolsistas do programa Bolsa de Teatro da Fundação CSN, se destacaram com a peça Irmãs Coragem, da Companhia Coxixo, que recebeu 8 indicações a prêmios. Ao final do evento, o grupo voltou para casa com 3 troféus.
Ana Semião recebeu o prêmio de melhor atriz; Dudda também concorreu na categoria de melhor atriz; e Junior foi contemplado com o prêmio de melhor direção e indicado ao de melhor ator. A peça foi indicada, ainda, aos prêmios de melhor espetáculo, de melhor iluminação e de melhor trilha sonora.
O festival nacional recebe artistas de várias localidades do Brasil e, por isso, se torna “um espaço de troca de experiências entre artistas dos coletivos e entre os grupos”, comenta Junior. Nesse sentido, Dudda acrescenta que, foi “uma sensação incrível poder estar com gente do Rio de Janeiro, do Nordeste, de Minas [Gerais], e ter essa abrangência de cultura em um único lugar, com várias peças apresentadas. Foi muito especial, ainda mais que foi o primeiro festival que eu participei”.
Junior, que é roteirista e diretor da peça, explica que o grupo sempre teve o desejo de participar do FENTA, então “nos inscrevemos no edital para essa edição e veio a grata surpresa de sermos selecionados”. Para ele, “começar o ano já participando de um festival de teatro desse nível é importante para o nosso grupo, ainda mais esse sendo o nosso primeiro [festival]. Todo mundo ficou muito feliz com a seleção, com as nomeações e os prêmios”.
Empolgados com a seleção e com a perspectiva de participarem, pela primeira vez, de um evento tão grande como o FENTA, Junior conta que os atores logo começaram a mobilizar uma vaquinha online para arrecadar o dinheiro das passagens, porque “a primeira preocupação que tivemos foi a de fazer a inscrição, mas não tínhamos pensado em como chegar até lá”. Ao conseguirem o valor necessário, se organizaram para a viagem de São Paulo a Governador Valadares – que, com o saldo de um ônibus quebrado no meio do caminho, durou 24 horas.
A partir daí, até o momento do anúncio das honrarias, os atores passaram por alguns imprevistos: a princípio, a apresentação seria no sábado, às 17h, mas, faltando 10 minutos para entrarem em cena “caiu uma tempestade que derrubou um monte de árvore e acabou com a energia da cidade – inclusive do lugar em que iríamos encenar a peça”, Junior relata. Dentro do teatro, o grupo ficou esperando a chuva passar e a energia voltar até às 22h, mas a luz não voltou e o espetáculo foi cancelado. A encenação da peça só aconteceu no dia seguinte, domingo, às 14h, em um local improvisado, que não era o espaço que é necessário para o espetáculo. Com as modificações de última hora, a atuação do grupo foi de forma “bem alternativa, com a iluminação que a gente tinha, com o espaço que eles nos deram, e com o que dava para fazer”, relembra Junior. E um dos troféus que o grupo foi indicado foi justamente na categoria de iluminação.
Junior conta, ainda, que “eram espetáculos muito bons, então eu já estava muito feliz de ter chegado até ali, de termos sido selecionados para participar. Eu não imaginaria nunca que a gente seria indicado a oito categorias acirradas e que a gente conseguiria trazer três para a casa. Nos fortalecemos muito enquanto grupo”.
A peça também foi indicada às categorias de melhor trilha sonora, de atriz
coadjuvante – quem recebeu o prêmio foi a atriz Karen Samira, também da Cia.
Coxixo –, e de melhor ator, vencida por um artista do Tocantins. “E tivemos duas indicações na categoria de melhor atriz, com a Dudda Oliver e a Ana Paula Semião, da qual Ana levou o prêmio.
Para Junior, contemplado com o troféu de melhor direção, o mais importante foi a participação do grupo no FENTA, com um trabalho coletivo, incluindo os diversos percalços para poder chegar até a cidade, para voltar. “Esse fortalecimento de grupo, de coletivo, de artistas que se doam, que se entregam, que não se abatem, que lutam, que estão juntos sempre, que acreditam no poder da arte, que acreditam no poder do teatro, que acreditam no poder da transformação, vale muito mais a pena que qualquer prêmio”, ressalta.
Na peça, Ana Semião interpreta Popola, uma das três adolescentes em situação de vulnerabilidade social que vivem uma rotina árdua com a busca pela sobrevivência em meio à violência das ruas, mas que tentam confrontar as dificuldades impostas por essa realidade com a amizade e união. Natural de Congonhas (MG), ela diz ter sido “muito gratificante ter voltado para Minas [Gerais] – não a cidade de onde eu vim, mas o estado de onde eu vim – para poder apresentar Irmãs Coragem. Dessa vez, foi uma encenação totalmente diferente das outras vezes que eu interpretei a Popola, porque o público era diferente e havia jurados observando”, conta ela.
Ela relembra também a situação que o grupo passou durante a viagem até
Governador Valadares: “passamos por vários perrengues ficamos sem uma parte do cenário, ficamos horas dentro do teatro sem energia e tivemos que apresentar no dia seguinte. Com isso, o nervosismo para apresentar só aumentava, mas deu tudo certo e a apresentação foi linda”. Para ela, receber a notícia de que tinha recebido o prêmio de melhor atriz, “foi muito gratificante!”.
Ana Paula lembra, também, da felicidade ao ver a amiga Karen ganhando como melhor atriz coadjuvante; “também ao ver a Dudda sendo indicada pela nossa peça; o Junior ganhando a melhor direção e sendo indicado a melhor ator. É muito gratificante saber que estamos fazendo história por onde a gente passa. E que além de fazer história, a gente está levando uma mensagem”.
Dudda conta que, ao ser indicada a melhor atriz, “não acreditei. Acho que só de ser indicada já é maravilhoso, de ver o quão nós somos valorizados. É um prêmio muito, muito único e muito verdadeiro também. Então, só de já ser indicada de cara, para mim, na minha primeira participação em festival, foi incrível. Uma experiência maravilhosa que eu vou levar para minha vida”.
Sobre o Bolsa de Teatro Idealizado em 2022, o Bolsa de Teatro é um programa de incentivo à cultura e educação de qualidade para jovens que vieram do Garoto Cidadão e demonstraram talento para artes cênicas durante os anos no projeto e que desejam cursar a graduação nas linguagens artísticas e culturais. Ana Paula Semião, Dudda Oliver e Junior Padovani foram os 3 primeiros jovens que iniciaram o curso de licenciatura em teatro com bolsa integral, na escola Célia Helena em São Paulo. Os três bolsistas dividem o tempo na capital paulista entre as aulas de teatro e o trabalho na Prada Embalagens – CSN.
Sobre a Fundação CSN:
A Fundação CSN é o braço social do Grupo CSN, realiza projetos em âmbito nacional e nas principais cidades em que a empresa tem suas unidades de negócios. Seu propósito é transformar vidas e comunidades por meio do desenvolvimento social, educacional e cultural. Enxerga seu potencial de mudança através do conhecimento e oportunidades que geram transformação. Entende que olhar para o futuro é educar, articular, promover projetos e experiências culturais. Essa é a sua essência e os pilares que norteiam sua atuação.
Exerce projetos de ação direta em educação como programas de bolsas de estudos em suas escolas e projetos de desenvolvimento pessoal e profissional. E na cultura, suas iniciativas buscam transformar a sociedade por meio da expressão cultural.