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DO LIXO AO CAOS: falta de educação ambiental e falta de gestão na coleta de lixo desafiam as mudanças climáticas e contribuem com as inundações e enchentes

Vereador pede cancelamento do contrato com a empresa Mega, responsável pela coleta de lixo em Lafaiete (MG)

Choveu, inundou Lafaiete (MG).  A chegada do período chuvoso nas cidades sem planejamento causa um temor com o problema crônico de enchentes e alagamentos em áreas já identificadas. A situação se aprofunda e a inundações se tornam fenômenos climáticos mais intensos e perigosos, cada vez mais fora da curva de controle. Paralelamente, são poucos investimentos para amenizar a situação. A infraestrutura e falta de drenagem aumentam as chances de inundações. A tal da crise climática chegou a Lafaiete e atinge ainda mais o ambiente urbano, juntamente com a crise de caráter coletivo.

Mas o que mais se observa, tornando a situação ainda mais desafiadora, é que está nas mãos de cada cidadão de qualquer idade um fator determinante: a educação ambiental, o zelo com sua cidade e o carinho com ecologia humana. Na quarta-feira (29), dois pequenos temporais, um no início da parte da tarde e outro à noite, de menos de 30 minutos, foram suficientes para mostrar, como a ação humana potencializa os efeitos da chuva alimentando mais transtornos.

O lixo acumulado nas ruas, fora do horário ou mesmo a irregularidade na coleta, mostra uma cidade tomada pela sujeira. As cenas patéticas mostram saquinhos de supermercado em várias esquinas, espalhados pelas ruas e levados pelas correntezas cada mais fortes.

O resultado é que são frequentes os alagamentos provocados por bueiros entupidos pela ação nociva e consentida do ser humano. Nossa reportagem percorreu por volta das 14:30 horas da quarta-feira (29) parte da área central quando flagramos cenas deprimentes com uma imundice tomando as ruas. A cidade vive um modelo ultrapassado de coleta, não prioriza a seletividade, a economia circular. Não há investimentos, não há promoção maciça de campanhas em favor de uma cidade mais limpa, envolvendo e mobilizando os cidadãos desde as crianças aos mais velhos.

Lafaiete vem perdendo com goleadas a luta contra o lixo e a falta de educação ambiental afeta os mais de 132 mil moradores. Não há soluções a curto prazo mais um desafio de gerações. Os impactos são cada vez mais massivos no cenário urbano. Junte-se a este problema a carência na gestão e operacionalização da coleta. A empresa Mega não atende a dimensão territorial do Município. Faltam mão de obra, planejamento, treinamento, valorização da mão de obra, equipamentos para entregar um serviço de qualidade.

Educação ambiental, investimentos em infraestrutura e gestão eficiente da coleta podem mudar este cenário degradante do lixo em Lafaiete. Há que repensar a questão ambiental e ecológica em Lafaiete. Não é política somente do órgão público, mas de cada cidadão em novos práticas sustentáveis com um novo padrão de convivência e respeito a coletividade. Caso contrário, a cidade vai viver cada vez mais com riscos de enchentes e pior, desastres ambientais.

Reclamações e medidas jurídicas

As reclamações sobre coleta são constantes e diárias. Mais que a problemática dos buracos na cidade, a destinação e recolhimento dos resíduos sólidos estão em uma patamar acima do piso das ruas. A prefeitura informou que realiza e continua realizando todas as fiscalizações e emitindo as notificações pertinentes, prontamente encaminhadas à Procuradoria Municipal devido a um Processo Administrativo em andamento, no qual as medidas jurídicas cabíveis estão sendo aplicadas contra a empresa Mega, responsável pela coleta de lixo.

Na quinta-feira (30), diante do descalabro da coleta de lixo, o Vereador tucano Roger Diego, solicitou a suspensão e o cancelamento do contrato com a empresa Mega.

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