Nas eleições de 2018, ano que foi instituída, a cláusula de barreira entrou em vigor no Brasil, exigindo que os partidos tivessem pelo menos 1,5% dos votos válidos para deputado federal, com pelo menos 1% dos votos válidos em 1/3 das unidades da Federação ou elegessem nove deputados federais, distribuídos em 1/3 das unidades federativas.
Dos 35 partidos existentes, 14 deles não superaram a cláusula de barreira, sendo que quatro sequer conseguiram eleger representantes para o Congresso. Visando não ficar sem acesso ao Fundo Partidário e à Propaganda Eleitoral Gratuita, o Patriota incorporou o PRP, PC do B o PPL e Podemos o PHS.
Já nas eleições de 2022, a cláusula de barreira passou a exigir que os partidos ou federações partidárias conquistassem 2% dos votos válidos na eleição da Câmara dos Deputados, com 1% dos votos válidos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação ou elegessem pelo menos 11 deputados federais distribuídos em nove unidades da Federação.
A novidades destas eleições foram as Federações, que ao contrário das coligações que foram extintas, tem que permanecer juntas pelo menos quatro anos, estando juntas nas eleições municipais de 2024. Além das Federações PT/PV/PC do B, PSDB/Cidadania e PSOL/REDE, que equivalem a um partido, apenas Avante, MDB, PDT, PL, Podemos, PP, PSB, PSD, Republicanos e União Brasil alcançaram cláusula barreira, enquanto PSC, Solidariedade, Patriota, PTB, Novo e PROS, embora tenham elegido seus representantes na Câmara dos Deputados, não alcançaram a clausula barreira. Destes partidos, o PSC foi incorporado pelo Podemos, Solidariedade incorporou o PROS e Patriota se fundiu com o PTB, dando origem ao PRD. O Novo preferiu continuar sem acesso ao fundo partidário e tempo de televisão, assim como Agir, DC, PCB, PCO, PMB, PMN, PRTB, PSTU e UP, que sequer tiveram parlamentares eleitos.
Em 2026, conforme exigência da cláusula de barreira, os partidos políticos ou federações partidárias que não obtiveram pelo menos 2,5% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com no mínimo 1,5% dos votos válidos em cada uma delas ou não elegerem pelo menos 13 Deputados Federais distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação.
A partir de 2030, será aplicada a regra definitiva, com a eleição de 15 deputados federais, distribuídos por 1/3 das unidades da federação ou 3% dos votos válidos, nas eleições para a Câmara dos Deputados distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com no mínimo 2% dos votos válidos em cada uma delas.
Com base nas eleições de 2022, 11 dos 29 partidos registrados no TSE correm risco de não atingiram a cláusula de barreira em 2026. São eles: PSDB, Cidadania, Podemos, Solidariedade, PSB, PDT, PV, Rede, Avante, PRD e Novo. Visando atingir a cláusula barreira na próxima eleição, estes partidos estudam a formação de federações e até mesmo fusões. PSDB e Cidadania que não vão continuar com a Federação após 2026, buscam outros caminhos para atingirem a cláusula. O primeiro após tentativas de união com o PSD, MDB e Republicanos, vai se fundir com o Podemos e busca uma Federação com o Solidariedade. Já os partidos com um viés de esquerda como Cidadania, PSB, PDT e PV, estudam uma ou duas federações de partidos de esquerda, para fazer frente ao PT, que deve manter a federação com o PC do B e busca ampliar para os outros partidos de seu espectro político. Quanto ao Avante e ao PRD, o primeiro só atingiu a cláusula barreira em 2022 pelo percentual mínimo de votos e o segundo só se manteve em 2018 devido a incorporação do PRP e em 2022 com a fusão com o PTB.
Enquanto partidos buscam federações, fusões e até incorporações para as eleições de 2026, o que será inevitável após as mesmas, outros partidos estudam se unir por mais poder, como é o caso do União Brasil e Progressistas que visam formar uma federação com o intuito de obter a maior bancada do Congresso superando a do PL.