A prorrogação de outubro para abril para as filiações partidárias esfriou o processo eleitoral, mas nos bastidores o clima vem esquentando. Júlio Barros está de volta ao páreo. Há meses ele anunciou que estaria sem motivação pessoal para disputa, mas nas últimas semanas seu nome voltou ao centro das especulações políticas. A principal notícia, que seria um divisor de águas na corrida municipal deste ano, é que o ex prefeito estaria de malas prontas para embarcar na Rede Sustentabilidade, partido da ex senadora Marina Silva.
Em entrevista exclusiva ao CORREIO DE MINAS. Júlio Barros confirmou que recebeu convites de diversas legendas, porém a Rede foi com quem mais se identificou. “Recebi muitos convites para ingressar em partidos, mas a Rede foi a que mais representa um perfil ideológico no campo da esquerda. Sofro pressão mas ainda não decidi meu caminho político”, adiantou Barros.
O principal convite veio de seu amigo pessoal, o deputado estadual Paulo Lamac, que recentemente deixou o PT e ingressou na Rede. Desde então, a possibilidade do ex prefeito entrar em um novo partido é cada vez real e sinaliza que ele deve disputar as eleições de outubro. Questionado sobre as causas pelas quais deixaria o PT, partido pelo qual é filiado há mais de 30 anos, desde os tempos dourados da juventude, Barros disse que a conjuntura local está forçando sua saída. “Olha desde o início defendi a formação de uma grande frente reunindo forças políticas como Vicente Faria, José Milton, Glaycon Franco, Wesley Luciano e outros nomes. Porém encontrei resistências no meu partido. A partir daí me afastei e não me dispus ao embate interno da minha tese. Acredito que esgotei todas as negociações para ampliar o leque de nossas alianças”, explicou.
Ao lançar a candidatura de Francis Mouton, Júlio Barros entendeu de que o partido realmente descartou de vez a possibilidade de formação de um grupão. “O que percebo é que o PT vai mesmo com uma candidatura própria e como cabeça de chapa. Desde o início me coloquei como uma alternativa como um nome a vice prefeito. Mas meu entendimento da conjuntura vemos que temos que somar força neste quadro atual. O que defendo é um arco de uma grande aliança local e vejo que o meu partido está no caminho inverso do que penso”, comentou.
Júlio disse é cada vez mais próxima a possibilidade real de ingressar na rede. “Nesta sigla terei mais liberdade de construir uma grande aliança por Lafaiete agregando os mais diversos grupos e correntes que comungam deste mesmo ideal. Hoje defendo o pragmatismo político”, frisou.
O que se observa é que a entrada de Júlio Barros vai mudar substancialmente o quadro eleitoral. E ao que tudo indica ele deve mesmo ingressar na Rede. A não ser que o PT abra mão da candidatura própria (possibilidade já ventilada até mesmo pelo pré candidato Francis Mouton em favor de Barros) e deixe o ex prefeito livre para articular as alianças.
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