Trinta dias após a maior operação policial já ocorrida em uma prefeitura da região, a “Operação Emboadas” ainda deixa empresários e profissionais apavorados pelos novos desdobramentos. Uma nova fase da investigação já foi deflagrada e novas operações podem acontecer a qualquer momento. Mais de 30 inquéritos já foram instaurados e diversos empresários e prestadores de serviços de Lafaiete, e até mesmo de Belo Horizonte e outras cidades, já prestaram depoimentos no último mês.
Todas as licitações, entre 2013, 2014 e 2015, no governo Carlos Araújo (MPDB), mais conhecido como Carlinhos, passam por uma apuração minuciosa de documentos que envolveria um esquema fraudulento. Entre elas, estão licitações para as contratações de empresas para a produção de eventos, empresa de contabilidade, editais de prestação de serviços funerários, cerimoniais, de cultura, de apoio jurídico a Procuradoria Municipal, assessoria jurídica na área de saúde, de empresa de engenharia, além de processos destinados a aquisição de alimentos, cestas básicas e produtos e serviços de informática.
Em Lafaiete, o que mais se ouve nos bastidores são especulações de que a Polícia Civil cumpriu diversos mandados de busca e apreensão na casa ou escritório “desse ou aquele empresário ou profissional”.
Deflagrada em 3 de fevereiro, a operação prendeu 3 funcionários envolvidos em fraudes em licitações públicas após uma ampla investigação da Polícia Civil e até mesmo interceptações telefônicas. Documentos e computadores foram recolhidos por agentes da polícia. Rúbia dos Santos, que trabalha na área de licitação, teve a prisão decretada, mas ainda não foi encontrada pelos policiais. Rúbia já trabalhou na prefeitura de Lafaiete.
A origem
Segundo informações colhidas por nossa reportagem a “Operação Emboabas” foi desencadeada após um empresário se sentir prejudicado em uma licitação da prefeitura de Piranga. Ele registrou um Boletim de Ocorrência e as investigações foram deflagradas pelo delegado Fábio Luiz Carvalho Moura de Oliveira.
Com proporções bem menores, a “Operação Emboadas” foi comparada a “Operação Lava a Jato” que investiga corrupção na Petrobras.