Um minucioso trabalho de restauração, que durou quase 20 anos, chega ao fim no Hotel Fazenda Fonte Limpa, em Santana dos Montes, na região Central. A entrega do empório, que faz parte do conjunto original da fazenda do século 18, põe fim à etapa. De acordo com o proprietário da fazenda, Bruno Nogueira, é praticamente impossível calcular o valor do investimento.
“Essa é uma propriedade de família. Durante muito tempo ficou praticamente esquecida e como não queríamos nos desfazer, a ideia do hotel surgiu como solução. Desde então investimos na preservação e recuperação da fazenda. Cada intervenção é única e feita com muito cuidado e orientação de especialistas”, explica Nogueira.
Os materiais e técnicas de construção específicos da época do Brasil Colônia exigem não só conhecimento histórico como um verdadeiro garimpo de peças pelo interior do Estado. A implantação de tecnologias como telefones, internet e, até mesmo, água quente, também tornam o trabalho delicado e praticamente sem prazo.
“As peças de cantaria, por exemplo, precisam ser encontradas. Um lado interessante da história é que quando qualquer pessoa começa a lidar com a restauração a notícia se espalha e logo se forma uma verdadeira comunidade que partilha descobertas. Tem sempre alguém que viu uma peça que pode ser de interesse em um antiquário ou uma fazenda. Assim encontramos muita coisa”, relembra o hoteleiro.
A finalização do restauro do complexo se deu com o fechamento do quadrilátero setecentista da sede. Ele passou, assim, a ter sua configuração original, com quatro construções fechando o quadrado e um largo gramado central. O empório passa a ser agora um lugar dedicado a cultura, onde acontecerão exposições de artistas locais e os turistas poderão ter contato com o que é produzido na região.
Artesãos locais poderão expor e vender sua produção no espaço. Além disso, turistas e hóspedes também vão poder comprar produtos típicos produzidos na fazenda, como queijo minas, doce de leite e as geleias de diversos sabores como jabuticaba, maracujá e laranja com limão capeta, entre outros.
Cenário econômico – Enquanto a hotelaria executiva sofre com os impactos da recessão, o setor de lazer segue apresentando performance positiva. “Houve uma certa compensação, se perdemos clientes assustados com a crise, ganhamos parte do público que não viaja mais para o exterior, mas não deixa de passear pelo Brasil. Felizmente não sentimos o impacto da crise no Fonte Limpa e a expectativa é de que fechemos o ano com um aumento no volume de hóspedes entre 5% e 10% na comparação com 2015”, prevê o empresário.
Fazem parte da estrutura do Fonte Limpa 18 apartamentos divididos em quatro categorias. Recentemente foi inaugurado o 19º apartamento: uma casa suspensa entre duas árvores centenárias, com antessala, quarto, duas varandas, e banheiro com ofurô. Entre os atrativos do hotel estão quatro museus (Arte Sacra, Mecânica Rural, Rural, e Memorial), Biblioteca Mineiriana com 2 mil volumes sobre Minas Gerais, capela, piscina com bar molhado, piscinas térmicas, duchas naturais, saunas, ofurôs, passeios de carro de boi, de carruagem, de charrete e a cavalo, trilha ecológica, pesca, atividades rurais, sala de ginástica, scotch-bar, além do empório.