Cotadíssimo como futuro gestor da cultura, ele fez condicionantes para assumir o cargo; o vereador eleito criticou o PT. Em seu lugar, o suplente Oswaldo Barbosa (PP) ganha a vaga da Câmara.
“Não recebi nenhum convite oficial. Estive com o prefeito eleito em uma reunião após as eleições ocorrida na Casa de Teatro para tratarmos da organização da organização do carnaval”. Assim resumiu o teatrólogo e vereador eleito, com 1.029 votos, Geraldo Lafayette (PP) ao comentar os incisivos boatos de que assumirá o comando da secretaria da cultura nos próximos 4 anos, pasta que dirigiu entre 2008 a 2008, na gestão Júlio Barros (PT).
Geraldo comentou que até aceitaria o comando da pasta mas fez exigência como autonomia, contratação de equipe técnica e qualificada e mais recursos para área. “Não quero ser secretário de fachada como tantos que lá passaram. Defendo que Solar do Barão do Suassuy funcione aos finais de semana para abrigar inúmeros eventos. E mais não podemos trabalhar com um orçamento pífio de cerca de R$1,6 milhões para 2017.”, assinalou.
Insistindo que não será secretário e contrariando inúmeras especulações, Geraldo falou que fez uma campanha diferenciada sem o uso de propaganda direcionando suas ações eleitorais ao público alvo dos mais variados setores e segmentos da cultura. “Me sinto empolgado com o novo desafio na Câmara. Pela primeira vez um representante legítimo do setor cultural assumirá uma vaga no Legislativo. È um baita desafio”, resumiu.
Geraldo também frisou que o prefeito eleito, Mário Marcus, assumiu o compromisso que o futuro secretário seria oriundo pelos movimentos culturais.
Críticas ao PT
Questionado sobre os motivos pelos quais ingressou no PP, Geraldo atacou seu ex partido, o Partido dos Trabalhadores. “Fui hostilizado. Devo gratidão ao ex prefeito Júlio Barros com quem mantive uma intensa conversa antes das eleições. Acredito que o partido ignorou o meu potencial e até mesmo como uma eventual candidatura. Durante 8 anos estive na sigla e também por estratégia preferi deixar o partido”, explicou.
Ele também justificou que sua entrada na vida política se deveu também à manutenção das atividades desenvolvidas pela Casa do Teatro. “Durante 8 anos vivemos às duras penas, com poucas ajudas e graças ao voluntariado e o apoio do Governo do Estado, através das lei de incentivo a cultura. Minha eleição é reconhecimento público do trabalho feito na Casa do Teatro, uma entidade aberta a população e que promove a cultura. Nossa entidade é uma referência em Minas”, comentou.
Chama da cultura
“Nunca tive sonho de ser vereador, mas é uma forma e instrumento de manter viva chama da cultura em nossa cidade. È também um forma de fazer pressão em prol dos movimentos que fazem a cultura de Lafaiete. Sou representante de todos os movimentos, que seja o congado, o teatro, folia de reis, da poesia e dos artistas em geral”.
E finalizou: “Como secretário ou como vereador minha missão será servir e ser instrumento de transformação”.
Ao deixar o recinto da Casa de Teatro, nossa reportagem deparou com um empresário que aguardava por Geraldo Lafayette. Ironicamente e despretenciosamente ele afirmou. “Vim aqui porque me disseram que ele vai ser o secretário de cultura e para tratar de assuntos que dependem de decisões como o réveillon e o carnaval”. Será que o empresário confundiu o nome do futuro secretário de cultura ou errou o local onde encontrá-lo?
Especulações
Conforme adiantou nossa reportagem logo após os resultados das eleições, uma fonte ligada ao futuro governo municipal disse que o prefeito eleito já teria convidado oficialmente Geraldo Lafayette a comandar a pasta da cultura, porém recebeu o recado e que ele assumiria após sua posse como vereador e depois do carnaval. “Acredito como secretário poderia fazer muito mais pela cultura do que como vereador. Secretário não é uma escolha minha”, sentenciou.
Suplente
Caso assuma a pasta da cultura, Gerlado Lafayette, sederá sua vaga na Câmara para o suplente Oswaldo Barbosa (PP) que obteve 688 votos