A região desperdiça seu potencial agrícola e pecuário. Esta é a reflexão do diretor executivo do Consórcio Público de Desenvolvimento do Alto Parapeba (CODAP), Rodolfo Gonzaga, indicado pelo presidente da entidade, o prefeito de Congonhas, José de Freitas (PSDB), o Zelinho, que foi eleito a pouco mais de 30 dias.
Citado como modelo em organização no Brasil, ao longo dos anos a entidade, cujo arcabouço poderia ampliar um leque de oportunidades aos municípios, foi esquecido como instrumento associativista de promoção do crescimento regional podendo operacionalizar diversas ações conjuntas.
O foco agora é a agricultura familiar. A legislação reserva que 30% da alimentação escolar seja oriunda da agricultura familiar. “Nem todos os municípios capacitam seus agricultores para venderem diretamente para as escolas. A ampliação deste mercado vai gerar renda e emprego no campo. Sem contar que teremos produtos sem agrotóxicos e alta capacidade nutritiva e saudável aos alunos”, frisou. Segundo Rodolfo se todos os municípios adquirissem produtos da agricultura familiar circularia mais recursos nas economias locais, gerando uma rede de benefícios na cadeia produtiva. É o que chamam de economia solidária. “Este é um grande potencial que precisamos ampliar. O CODAP vai atuar neste segmento promovendo os produtores rurais”, observou.
No próximo dia 24, os prefeitos vão visitar o terreno onde será implantado o centro de referência da agricultura familiar. A área foi doada pela Gerdau.
No projeto estão envolvidos a EMATER, Empraba,Geo Park quadrilátero ferrífero e EPAMIG. Juntas elas vão criar um centro de excelência de capacitação, diversificação, introdução de novas culturas e melhorias genética da produção. “A região tem um grande potencial que pode abastecer diretamente as cidades. Tudo o que é comercializado em nossa região seria produzido aqui e gerando renda e emprego. Tudo produzido e diretamente consumido por todos nós”, explicou.
Por outro lado esta política, além de gerar renda e emprego, fixaria o homem e suas famílias no campo.
Outra ação seria a criação do SIM regional onde os produtores poderiam comercializar seus produtos com o selo de garantia de qualidade e atestado pela fiscalização sanitária.
Segundo Rodolfo o mercado é muito mais amplo, mas dominado por atravessadores. São consumidas na região mais de 40 mil refeições/dia nas empresas e empreiteiras. “Acredito que mais de 30% de todos estes produtos que abastecem nossas empresas e nossa região vem de fora e de outros Estados. Olha o mercado potencial que desperdiçamos”, comentou.
Rodolfo adiantou que Congonhas trabalha de forma pioneira na disseminação da psicultura que pode atender diretamente a alimentação escolar. Para ele neste caso falta o SIM. “Vamos buscar parcerias nas universidades para criarmos selo regional através do CODAP. Assim podemos vislumbrar uma nova agricultura na região”, considerou.