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Secretário desabafa: “herdamos o caos na saúde em Lafaiete” e prefeitura prepara processo seletivo para agentes de saúde

Após ouvir reclamações de usuários pela precariedade de serviços do sistema municipal de saúde, o Secretário de Saúde, Alessandro Gonçalves Pereira, fez um desabafo e culpou a demanda reprimida de décadas e falta de investimentos como os principais fatores que deterioram os serviços. Ele fez um desabafo, na noite, dia 10, durante a reunião mensal do Conselho Municipal de Saúde.  “Nós herdamos o caos na saúde e estes e outros problemas se arrastam há 4,10 ou 20 nos e foram acumulando”, frisou.

Ao comentar as constantes falta de médicos, insumos e medicamentos em postos e PSF’s, alvo de denúncias constantes, Alessandro, reclamou e responsabilizou a troca, no último mês do Governo Ivar, do sistema de informática, o que vem gerando transtornos no setor de compras. Ele disse que a secretaria encontrou a área sem qualquer licitação em andamento. “Diante da falta de sistema não tivemos como comprar e a população estava desabastecida de medicamentos. Fizemos uma licitação em fevereiro que está vigorando até agora, mas ainda insuficiente para normalizar toda a demanda”, assinalou. Segundo ele, desde junho de 2016 não havia licitações para a área de saúde.

Conselho de Saúde discutiu soluções para problemas enfrentados pela população/CORREIO DE MINAS

Ele disse que nos próximos dias assinará uma ordem de compra de R$ 500 mil para compras diversas na secretaria. “Aos poucos vamos regularizando nosso setor”, garantiu.

Alessandro criticou uma legislação municipal que engessa a gestão da saúde já que as contratações somente podem ser feitas mediantes processo seletivo ou concurso. “Sem entrar no mérito isso nos impede de sanar a falta de médicos imediatamente ou substituir um profissional da área”, explicou.

Ele revelou que no processo seletivo realizado recentemente pela prefeitura menos de 40% conseguiram pontuação necessária para a contratação. “Talvez teremos que realizar um novo processo para contratação já que os profissionais não conseguiram os pontos necessários para aprovação”, comentou.

O secretário de saúde adiantou que, com a falta de agentes de saúde, a prefeitura já prepara um novo edital para um processo seletivo que será publicado em breve.

Secretário municipal de saúde, Alessandro Gonçalves, pediu paciência para atender a demanda/CORREIO DE MINAS

Dossiê

Durante a reunião do Conselho de Saúde, o presidente Roberto Santana, apresentou um relatório elaborado pela Federação das Associações Comunitárias (Famocol) sobre a realidade das estruturas físicas dos postos e PSF’s e uma radiografia da área da saúde em Lafaiete. O secretário disse que em até 60 dias iria responder todos os questionamentos levantados e propondo ações. Por outro lado, ele comentou que também a secretaria elaborou um dossiê detalhado da realidade do setor. Segundo ele, o principal problema ser refere a parte física de mais de 40 unidades de atendimentos cujos projetos foram encaminhados a secretaria de obras. “Nós temos carências de mais de 20 anos e nãos será em curto espaço de tempos que vamos resolver todos os problemas”, frisou.

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