Desde os primeiros minutos em que eclodiram as notícias da explosão na Gerdau, ocorrida na manhã de ontem, dia 15, o acidente ganha contornos de uma tragédia. A cada momento surgem informações de uma nova vítima. Até agora foram confirmadas duas vítimas fatais e pelo menos 10 feridos, dos quais 4 estão internados em Belo Horizonte em estado grave.
Nas redes sociais familiares denunciam diversos novos acidentes ocorridos dentro da empresa nos últimos tempos, mas sem divulgação. Os constantes acidentes forçaram a empresa proibir o uso de celulares como forma de divulgação.
No Hospital Fundação Ouro Branco, para onde os feridos no acidente da Gerdau foram inicialmente levados, alguns familiares comentavam que ainda haveria gente soterrada no local e chegaram a falar na possibilidade de haver um terceiro morto. A informação não foi confirmada pela Gerdau.
Após o acidente, mesmo com o risco de novas explosões, funcionários entraram na coqueria 2 para resgatar colegas. Um trabalhador terceirizado, que não quis ser identificado, foi um dos que se arriscaram. Com as roupas sujas de sangue e cinzas, ele contou que a maioria das vítimas foi retirada rapidamente do local.
Além da coqueria onde ocorreu o acidente, os alto-fornos da usina da Gerdau em Ouro Branco também preocupam o Sindicato dos Metalúrgicos.
“Estamos aguardando uma resposta da gerência de altos-fornos sobre as providências que estão sendo tomadas, em função dos vários relatos de trabalhadores preocupados com a condição de trabalho no local”, diz a entidade, em uma de suas publicações.
Nessa terça-feira (15), funcionários da Gerdau fizeram uma paralisação para protestar contra os constantes acidentes de trabalho no local. O sindicato disse que vai cobrar ação mais efetiva da empresa e dos órgãos de fiscalização.
Em nota, a Gerdau afirma que não há problemas de manutenção. “Os equipamentos da Usina Ouro Branco estão em condições adequadas, obedecendo aos padrões de segurança estabelecidos na legislação vigente”, diz o texto.