Quem passa pela final da avenida Afonso Pena, bem no coração comercial de Lafaiete, observa de fora da pizzaria Vitória um adesivo como os seguintes dizeres: “Aceitamos bitcoin”.
O estabelecimento é o pioneiro em Lafaiete e região aceitar em operações a criptomoeda ou moeda virtual criada a quase uma década que já movimenta as transações financeiras internacionais, se populariza pelo Brasil em um ritmo acelerado.
Diferente do dinheiro tradicional, com o bitcoin as compras ou vendas são realizadas através de um aplicativo. Para adquirir um bitcoin ou fração na sua carteira virtual qualquer pessoa tem de buscar em diversas plataformas virtuais. Nos últimos 8 meses moeda subiu 1,7 mil % saindo de cerca de R$ 14 mil e hoje está cotada em quase R$40 mil. Já chegou a mais de R$60 mil. As oscilações são diárias.
Em Lafaiete a moeda já desperta atenção em investidores neste novo formato das relações comerciais e de investimento. Um deles é o empresário e dono da Pizzaria Vitória, Luiz Carlos dos Santos, há 11 anos no mercado. Ele contou a nossa reportagem os motivos que levaram a adotar a moeda.
Em meados de 2016 ele iniciou seus investimentos na nova moeda. Quando precisa de capital para liquidez ele troca as bitcoin por real. “Minha intenção é popularizar o uso da moeda em nosso comércio e até como investimento. Quando mais gente usando, mais a moeda se valoriza”, afirmou.
A novidade funciona a menos de 6 meses em seu comércio e a procura ainda é bem restrita. “Ainda há muita desconfiança no bitcoin, porém a gente percebe que as pessoas já conhecem a moeda, pergunta, questionam como funciona”, disse. “Prefiro vender em bitcoin ao cartão seja débito ou crédito. No crédito levo até 24 horas para receber e no débito em até 30 dias. O bitcoin é a vista e sem descontos ou taxas”, assinalou.
Luiz acredita que a moeda vai ganhar mercado nas transações. “O bitcoin já uma realidade. A tendência é o mundo se voltar cada vez mais para esta moeda que não tem lastro e sua comercialização é feita fora do sistema financeiro tradicional sem qualquer taxa ou dedução. Hoje no mercado os empresários preferem o bitcoin ao real”, comentou.
Apesar do risco e da desconfiança, Luiz explicar que a moeda virtual é mais segura. “Ela criptografada e sem qualquer risco. Isto é gera um código que ninguém tem acesso, nem mesmo os bancos”, argumentou. “Adquiram bitcoin e venham a minha pizzaria gastar. Não vamos usar dinheiro, nem cheque em máquina de cartão, apenas o celular. Dá até para fazer um desconto”, brincou Luiz que foi um dos pioneiros em difundir a mais de 3 anos bitcoin como investimento em Lafaiete.