Luiz Carlos Beato prega choque de gestão, novo padrão de relação de confiança com a os lafaieteses e já anuncia
a construção de 60 novos abrigos em Lafaiete
O novo gerente da Viação Presidente, Luiz Carlos Beato, deixou a reunião da Federação das Associações de Bairro (Famocol), ontem a noite, dia 21, com o apoio de muitas lideranças comunitárias. Até então a empresa era amplamente criticada pelas más condições do transporte público e alvo de recorrentes denúncias dentro da entidade em diversos encontros.
Ao se apresentar e assumir o desafio, Luiz Carlos já busca aproximação com os líderes comunitários falando em choque de gestão e mudança na administração que pretende implantar modelo administrativo e mudar a “cara da empresa”.
Ele reconheceu que a empresa não está prestando um serviço de transporte digno aos lafaietenses, cobrou comprometimento dos funcionários e defendeu uma nova postura da empresa. “Quem mantém a empresa são os usuários”, afirmou. “Temos que tratar bem os idosos e os cadeirantes. Vamos mudar esta história e cuidar de nossos usuários com carinho e respeito”, defendeu.
Com um discurso vigoroso e entusiasta, Luiz assumiu a gerência há 45 dias e desde então vem se debruçando sobre os números financeiros entre 2017 a março deste ano. “Fiquei decepcionado”, revelou. “Nem mesmo os donos conheciam a real situação da empresa. Faltava controle de muitas coisas”, contou.
Ele revelou que desde às 5:00 horas, quando saem os primeiros ônibus da garagem, a empresa inicia o dia com prejuízo de R$ 8,3 mil. Em outro desafio, ele citou que da frota de 53 ônibus que atendem as 27 linhas, 38 terão que ser trocados até março de 2019 pois são veículos com mais de 700 mil km rodados. Ele reconheceu que as condições dos ônibus estão aquém da qualidade exigida pelos usuários.
Por outro lado, Luiz Carlos atribuiu ao excesso de gratuidade como um dos fatores da deterioração dos serviços. Segundo ele há abusos contando casos de que uma pessoa usou em um dia 29 vezes o serviço. “Há abusos e alguém paga por isso”, justificou. Ele pretende discutir profundamente uma triagem rigorosa dos beneficiados, um dos vilões da empresa. Ele citou que gratuidade chega a 24% em São João del Rei, 21% em Congonhas e 22% em Congonhas. Luiz Carlos já discutiu a situação com a secretaria de desenvolvimento social, Magna Cupertino, e pretende levar ao conhecimento do Ministério Público os excessos de gratuidade. Mensalmente são 191 mil passagens que um ao perfaz R$7 milhões que o benefício gera aos cofres da empresa.
Para buscar equilibrar as finanças, que impactará em investimentos e qualidade dos serviços ele condicionou mudar a realidade e não escondeu que a passagem mínima deveria estar em R$3,60, ao contrário da atual de R$3,00.
Ao citar os valores das passagens, Luiz disse que Lafaiete pratica o preço mais baixo da região. “Não estou chutando. A continuar assim a empresa vai falir e nenhuma outra assume o serviço com preço mínimo abaixo de R$3,60. Precisamos condições mínimas para que possamos atender as necessidades dos usuários com qualidade”, assinalou.
Mais abrigos
Luiz revelou que a Viação Presidente não usava a publicidade de ônibus (bus door), já pediu autorização para exploração da mídia ao Município e que pretende em até 60 dias iniciar a construção de 60 novos abrigos, 30 no centro e 30 os bairros. “Precisamos arrumar a casa. Pode ter certeza que estamos no caminho certo. Agora precisamos da parceria da comunidade e do poder público”, observou.
Para reverter a imagem negativa da empresa na população, que alcança níveis estratosféricos e resgatar a insatisfação em espiral, ele pretende visitar as associações de bairros e setores organizados para expor a situação da empresa, resgatar a confiança, solicitar o apoio da população para implantaçãoi de medidas austeras de gestão para equilibrar as finanças e aumentar a capacidade de investimento da empresa. “Vamos mudar o transporte público, estou propondo mudanças e tenho certeza que vamos conseguir”, assinalou.