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Câmara vai discutir instalação da APAC em audiência pública; novo local estaria já sendo discutido

Lideranças foram até o prefeito Mário Marcus pedir apoio da prefeitura a mudança do terreno para construção da Apac/Reprodução

Foi lido no plenário da Câmara de Lafaiete na semana passada o requerimento para a realização de audiência pública para discutir a implantação da sede da Associação de Proteção e Amparo ao Condenado (APAC).

O requerimento deve ser aprovado pelos vereadores já que o assunto mobilizou nas últimas semanas um debate intenso em torno da localização da sede e o temor de moradores pela segurança. A audiência ainda não tem data definida para a sua realização.

A reação dos moradores e sitiantes do Bairro Rancho Novo foi imediata quando do lançamento da pedra fundamental da APAC ocorrida n o dia 10 de junho. O terreno, doado pela Gerdau, fica próximo a Varginha, Monumento de Tiradentes, bem perto da M G129, porém os moradores afirmam que o local estaria em grande parte dentro do Município de Lafaiete. A iniciativa da obra é da prefeitura de Ouro Branco em parceria com a direção da APAC de Lafaiete.

Inconformado com a instalação da APAC, os moradores reclamam que não foram sequer ouvidos para discutir a obra e seus impactos. No último dia 6, a comunidade do Rancho Novo promoveu uma reunião pública, em parceria com a Famocol, quando debateram o assunto e contestaram o local escolhido cobrando que a Gerdau e prefeitura de Ouro Branco escolham outro terreno afastado do bairro. O representante da APAC de Lafaiete, o Major Marco Antônio, defendeu que a entidade não oferece qualquer risco a comunidade. Ao final da reunião, os moradores revelaram apreensão com a obra e contestaram o local escolhido. “Nós sabemos que a APAC desenvolve um trabalho exemplar, mas não queremos a APAC aqui. Por que não tragam outro benefício para a comunidade? Se a iniciativa é de Ouro Branco por que o prefeito não construa a obra em seu território e não em Lafaiete?”, observou Carlos Fernando, presidente da Associação do Rancho Novo durante a reunião. Ele cobrou transparência nas discussões e participação da comunidade.

Bastidores

A informação de que um novo local estaria sendo estudado como alternativa para construção da Apac/CORREIO DE MINAS

A reação contrária a construção da APAC gerou uma grande discussão de proporção regional. Segundo fontes, a Gerdau já recebeu informações sobre os efeitos negativos da obra na comunidade de Rancho Novo. Os prefeitos de Ouro Branco, Hélio Campos (PSDB), e de Lafaiete, Mário Marcus (DEM) já conversaram sobre o assunto dentro da diplomacia para não interferir ou melindrar na boa relação entre as duas administrações. Campos já teria sido exortado para escolher uma nova área com a sugestão acatada pelo tucano. Por outro lado, a Gerdau não quer se envolver em confusão ou desgaste com as comunidades ao entorno da siderúrgica.

O assunto ultrapassou os limites das duas cidades e chegou a discussão entre os prefeitos das AMALPA que tentam um consenso sobre o local.

Na última reunião do circuito turístico e religioso Caminho de São Tiago, na semana passada em Queluzito, do qual Lafaiete e Ouro Branco fazem parte, o assunto foi tema de discussões internas quando os prefeitos se manifestaram reticentes com a obra já que ela estaria dentro trecho do roteiro que liga Santa Rita de Ouro Preto a São Tiago. Os prefeitos temem que a obra possa afugentar turistas neste momento que o novo roteiro se consolida como uma alternativa econômica para os municípios.

A APAC também estaria no trecho de outro roteiro turístico, o CRER (Caminho Religioso da Estrada Real).

A conclusão preliminar é que as discussões em torno da construção da APAC devem ser suspensas até a escolha de uma nova área e manter a boa vizinhança entre os municípios.

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