Alunos do Curso Técnico de Automação Industrial e do Curso de Aprendizagem Industrial (CAI) do Centro de Educação Tecnológica (CET) expuseram, durante o Fórum de Negócios de Congonhas – FNEC 2019, realizado entre 25 e 27 de Novembro, os projetos Casa Inteligente, Controle de Acesso e Silo Automatizado. Graças ao empenho deles e a orientação dos professores Reginaldo (Básico da Programação e Projeto), Laerte (Elétrica e Eletrônica Básica) e Lucas (Língua Portuguesa Instrumental, Informática Básica, Aplicada, Básico de Automação Industrial e da Instrumentação Industrial) e Jhoão Sabaráh Gonçalvez (Instrumentação industrial) os projetos foram muito bem recebidos pelo público presente e especialmente por empresas, como também pelo QG da Inovação, que quer participar do desenvolvimento de, pelo menos, um deles.
Casa Inteligente
Um aplicativo de celular, desenvolvido pelos alunos, controla o sistema de iluminação, de ventilação, o exaustor, a banheira de hidromassagem, abertura e fechamento de uma janela e do portão da garagem, além do sistema de irrigação do jardim, que detecta a falta de umidade e aciona o aspersor. A alimentação de toda a casa é feita por uma fonte de energia elétrica. A Casa Inteligente foi feita de compensado, metalão e palito. Depois foram adquiridos móveis em miniatura.
O estudante João Vitor Dias Cândido lembra que esta tecnologia é bem disseminada em outros países, mas no Brasil e, especificamente na região do Alto Paraopeba, não. “Então resolvemos mostrar às pessoas algo que pode funcionar no dia a dia delas, utilizando a tecnologia que está ao alcance de nossas mãos”, este é o propósito desta invenção segundo o aluno.
Ele explica que, para a montagem do sistema, foram utilizados um arduíno (plataforma de prototipagem eletrônica de hardware livre projetada com um microcontrolador, usado para o desenvolvimento de objetos interativos independentes), Ponte H (circuito que serve para variar o sentido da corrente em uma determinada carga, bem como controlar sua potência) e um relé (dispositivo eletromecânico que serve para ligar ou desligar dispositivos). “Conectamos o tablet ou celular com a casa através do Bluetooth no caso da maquete. Se quisermos fazer uma casa real, poderíamos utilizar vários celulares conectados a um servidor Wi-Fi. Daqui a 5 anos isso será normal para a sociedade. Estamos aprendendo com esses experimentos e atuando como educadores da sociedade também”, acrescenta.
Catraca eletrônica
Com relação ao controle de acesso, o interessante foi que os alunos conseguiram restaurar uma catraca, que era totalmente mecânica em totalmente digital, com display digital e controle R-Fid, que utiliza acesso para liberar ou não o dispositivo. Há o aspecto da sustentabilidade também, porque houve o reaproveitamento do que era velho e foi transformado em algo novo.
Vitor, do Curso Técnico de Automação do CET, diz que a catraca mecânica estava inutilizada. “Então pensamos em automatizá-la e colocá-la para funcionar. Programamos o arduíno e interligamos os componentes. O leitor joga um sinal para dentro do arduíno, a fim de ver se o ID do cartão está cadastrado. Se estiver, ele passa do leitor para o arduíno, que envia impulso para o display, e, assim, identifica se foi liberado o acesso e, ao mesmo tempo, outro para o relé, que destrava a catraca para ela girar. Caso contrário, o arduíno joga uma informação de que o acesso foi negado. Este é um projeto simples, mas que pode trazer muita segurança para o ambiente. Pensamos nisso porque na escola há uma carteirinha de identificação e que não o tiver não poderá entrar”, explica.
Silo
Este é um mecanismo para carregamento de caminhão que é feito de forma manual nas empresas atualmente, sem controle de peso e do tempo de carregamento. Os alunos desenvolveram um silo todo automatizado, com sensores que controlam a entrada do caminhão, a liberação da carga até o fim do carregamento, disponibilizando todos os dados.
O aluno Bruno Silva detalha o projeto do silo automatizado: “Ao todo são três sensores: um na parte de baixo do silo, para identificar a proximidade do caminhão, através de um pulso para o motor, que aciona a comporta; o de cima, que lê o material e enviar outro pulso do motor para fechar a comporta; e outro na parte superior que aponta o silo totalmente cheio (verde), pela metade (amarelo) e vazio (vermelho). O sistema elétrico é composto por arduíno, que controla todo o sistema, e a Ponte H, que vai mudar a rotação do motor, seja no sentido horário para fechar e no anti-horário para abrir a comporta”.
Uma das vantagens é a dispensa da carregadeira. Outra é o aceleramento do processo de carregamento e o aumento da segurança das pessoas envolvidas no trabalho. A única coisa que precisa mudar para construir um equipamento como este em grande escala é o dimensionamento do silo, porque os sensores podem ser utilizados no nosso protótipo, quanto numa escala maior, o capacidade da fonte e o tamanho do motor.
Representantes da Ferro+ acompanharam o funcionamento do protótipo dos alunos e em uma feira realizada pelo CET a Sotreq e outra mineradora também observaram o equipamento. Representante da Cristal Máquinas e Transportes LIDA também se interessou pelo projeto e pediu a alunos e professores que continuassem a pesquisa na escola.
“Os alunos percebem que o CET proporciona a eles as condições de se adaptarem ao mercado, até porque lá estiveram grandes empresários e outros representantes dessas empresas. Entre algumas sondagens, duas se tornaram propostas para darmos continuidade aos projetos. Uma delas do QG da Inovação, que quer realizar uma exposição da casa inteligente naquele espaço, que foi oferecido também para o desenvolvimento do projeto. A outra partiu de um grande empresário da mineração [Arley Silva, da Cristal Máquinas e Transportes LIDA], que ficou muito interessado no silo automatizado. Ele só argumentou que o silo precisaria de uma balança e mais nada”, comemora o professor Reginaldo Costa.
Com relação à apresentação de quatro projetos ao todo por alunos do CET, Reginaldo afirma: “apresentarem-se em uma feira deste porte [o FNEC -2019] foi espetacular para os alunos, uma experiência única, porque tiveram a possibilidade de exporem seus projetos em igualdade de condições com outras escolas, até de nível superior”.