A Agência Nacional de Mineração (ANM) afirmou ontem (22) que uma dique de contenção de Josino transbordou por causa de uma forte chuva na sexta-feira (20) em Congonhas, na Região Central de Minas Gerais. O empreendimento pertence a mineradora Ferro +, construída pelo método a jusante, tem volume de 16,6 mil metros cúbicos de sedimentos de mineração e 9 metros de altura. A barragem está classificada dentro da Política Nacional de Segurança de Barragens, com categoria de risco baixa e dano potencial associado médio.As causas estão ligadas a temporal que provocou o transbordamento teve um acumulado de 97 milímetros em uma hora e meia.
Transbordamento na BR, contaminação de nascente; prefeitura convoca Copasa e mineradora
Em nota, a Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, esclareceu que alguns vídeos e boatos que têm circulado pela internet de um possível rompimento de barragem de rejeitos na Mina da Ferro + Mineração não retratam a verdade. Esta mineradora não tem barragem de rejeito de minério, pois seu rejeito é empilhado a seco.
O evento em referência ocorreu no dia 20 de dezembro de 2019, última sexta-feira, quando, por volta de 16 horas, uma chuva intensa atingiu a região, com precipitações de cerca de 120 mm em 1 hora. Para se ter ideia, 60mm em uma hora já é considerado uma chuva muito forte.
Com isso, a drenagem de água da BR-040 foi direcionada para o interior do dique de contenção de sedimentos da empresa Ferro +, que suportou o evento. Esse dique tem o papel de segurar sedimentos e deixar a água excedente passar pelo vertedouro, sendo direcionada para uma galeria de transposição da BR-040.
Mas, pelo excesso de volume, essa estrutura da estrada não conseguiu dar vazão, alagando assim a própria rodovia. O evento natural também causou a contaminação por sedimentos na água de abastecimento do bairro Pires, e a Prefeitura já convocou, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, uma reunião com a COPASA e empresas da localidade, para requerer uma solução definitiva no abastecimento de água que atende a região.
A Secretaria de Meio Ambiente esclarece ainda que os eventos mencionados não têm nenhuma relação com a empresa Ferrous, citada em alguns áudios, e mantém um monitoramento constante quanto à segurança das estruturas localizadas no município diretamente junto as empresas e a Agência Nacional de Mineração-ANM, que inclusive já esteve no local e reportou a segurança da estrutura.
Parque da Cachoeira foi atingido
As fortes chuvas que acometeram a região de Congonhas no dia 20, também impactaram o Parque Ecológico da Cachoeira. Por volta das 16h daquele dia, uma tromba d’água chegou à Cachoeira de Santo Antônio, que, no momento, estava sem banhistas.
Em poucos minutos, um volume intenso de água desceu pelas montanhas e seguiu seu curso natural rio abaixo. Após a tempestade, o local foi limpo e não houve danos maiores. Devido ao feriado de Natal, o parque reabre normalmente na próxima quinta-feira, dia 26.
A Prefeitura de Congonhas, por meio da Fundação de Cultura, Lazer e Turismo (FUMCULT), tranquiliza os visitantes, por se tratar de uma situação atípica na história do parque ecológico.
E mais: para evitar qualquer acidente e incidente no verão, o parque ecológico, já há alguns anos, aumenta a equipe de brigadistas nesta época. Por fim, vale lembrar que tomar banho em qualquer cachoeira nesta época exige atenção e cuidados redobrados por causa das chuvas nas cabeceiras das montanhas”.
Água no Pires
Cerca de 3 mil pessoas foram atingidas no Pires e o abastecimento pela mina foi suspenso devido a contaminação.A Ferro+ ampliou o uso caminhões pipa enchendo as caixas d’água no Pires e até mesmo com a entrega de galões.
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