Cartilha publicada pelo #Colabora para orientar moradores de favelas no combate ao coronavírus foi uma das premiadas pelo Centro Internacional para Jornalistas (International Center for Journalists – ICFJ) ficando com o terceiro lugar na categoria Desigualdade, Negócios e Economia. O ICFJ premiou mais de 50 jornalistas por reportagens sobre a covid-19 em cinco idiomas. De acordo com a instituição, essas coberturas “explicaram a ciência mais complicada, revelaram a corrupção relacionada à pandemia e expuseram as desigualdades que prejudicaram os mais vulneráveis da sociedade”.
A cartilha foi criada para orientar moradores de comunidades faveladas ou de regiões periféricas, onde muitas casas são pequenas e têm poucos cômodos com muitos moradores. Algumas não têm abastecimento de água potável regular e outros serviços de saneamento básico; grande parte das pessoas tem trabalhos informais. A idealização e o texto da cartilha publicada no #Colabora foi do jornalista Marcos Furtado, morador da comunidade Pereira da Silva, no Rio de Janeiro.
O conteúdo foi desenvolvido a partir do contato com a população que reside nesses locais e das recomendações de especialistas em saúde. A cartilha é dividida em quatro categorias: cuidados ao sair e voltar para casa, cuidados dentro de casa; cooperação e estratégias. Além do guia digital, o jornalista Marcos Furtado produziu uma série de cinco vídeos com os conteúdos da cartilha.
Marcos Furtado disse estar emocionado com o reconhecimento do ICFJ e espera que a premiação sirva de inspiração para outros jornalistas negros e periféricos do Brasil: “Estou muito feliz e motivado. A cartilha e os vídeos foram desenvolvidos para oferecer alternativas aos moradores de favelas que não conseguem se proteger do coronavirus por falta de estrutura e assistência do poder público. Espero que mais jornalistas negros e periféricos tenham oportunidades de desenvolver trabalhos desse tipo”.
Os vencedores do prêmio são integrantes do Fórum de Relato de Crise de Saúde Global do ICFJ, uma iniciativa que conecta jornalistas que cobrem a crise da covid19 com especialistas, fontes e também entre si. Os juízes selecionaram os vencedores entre 672 inscrições: os trabalhos foram avaliados com base no rigor do reportagem, no uso de dados e multimídia e na narrativa geral. Os jornalistas vencedores receberão prêmios em dinheiro.
“Este concurso de reportagem nos mostrou a amplitude da cobertura que os jornalistas da rede do ICFJ estão oferecendo às suas comunidades sobre a pandemia, uma crise que afetou a todos nós”, disse Stella Roque, diretora de Envolvimento da Comunidade do ICFJ. “Apesar da desinformação, do declínio da receita da redação e até mesmo de ataques a jornalistas, repórteres de todo o mundo estão fornecendo informações precisas e que salvam vidas na pandemia de covid-19. Parabenizamos nossos vencedores por sua excelente cobertura”, acrescentou.
Os vencedores do primeiro, segundo e terceiro lugar foram selecionados em três categorias para reportagens em árabe, inglês, francês, português e espanhol. As categorias de histórias eram ciência e saúde; transparência, crime e corrupção; e desigualdade, negócios e economia. Nos trabalhos em português, também foram premiados Agência Pública, G1, Estadão, UOL, Nexo, Intercept e El Pais.