×

Setores divergem sobre volta às aulas e secretária alerta para o pior momento da pandemia; 11 escolas particulares pedem falência

A audiência pública, promovida na noite de ontem (1º), deixou claro a divisão de posições dos grupos pró e contra a retorno as aulas presenciais/híbrido nas redes pública e particular em Lafaiete
Secretário Municipal de Educação, Albano Tibúrcio, entregou aos vereadores um planejamento do setor para 2021. “O retorno as aulas presenciais é um desejo da gestão e da sociedade como um todo. Não é desejo de ninguém continuar como estamos neste momento, mas tudo dependerá das nossas autoridades sanitárias”, explicou, cintando que foi criado comitê para gerenciamento e funcionamento das aulas na pandemia, envolvendo todos os setores da educação. “Tudo será decidido de forma coletiva, respeitando a ciência”, assinalou.

Ele adiantou que estão previstos investimentos em reforma, pequenos reparos e ampliação da rede físicas das escolas. Também comentou sobre a distribuição do kit escolar. “Eu sei que vamos apanhar mas não será um cesta básica. Os procedimentos para aquisição estão no setor de licitação”.
Albano respondeu questionamento de uso whatsapp como ferramenta digital para as aulas remotas afirmando que a prefeitura estuda a aquisição de nova plataforma. “Lembramos que assumimos em janeiro e não havia um planejamento”.
Ele disse que estão em andamento os Autos de Vistoria de Corpo de Bombeiros (AVCB) de diversas escolas municipais. Na rede municipal estão 42 escolas e 11.973 alunos.

Conselho de educação
Roberto Santana, do Conselho Municipal de Educação, cobrou planejamento e assinalou que a volta às aulas presenciais somente após análise dos dados epidemiológicos e lembrou a situação psicossocial dos profissionais da educação na pandemia.
A Conselheira, Etelvina Rossi, informou que após longas discussões em 2020 foi elaborada uma cartilha informativa com orientações aos pais. Ela alertou que poderá haver um atraso escolar de mais de 5 anos dos alunos em função da pandemia e exortou sobre o novo desafio da educação e que os pais devem pensar além das notas. “Efetivamente precisamos aprender”, disse.


Superitendência
A Superintendente de Ensino, Maria Lourdes Beato, confirmou que o Estado já preparou check-list para o retorno as aulas, mas remotamente no dia 8 de março, mas uma liminar impede a volta ao sistema presencial ou híbrido. “Todas as decisões passam pela discussão a comunidade escolar”, informou.

Monsenhor Horta
“Primeiro precisamos evitar o colapso na saúde e salvar vida”, sentenciou o Diretor da Escola Monsenhor Horta, Paulo Roberto, citando o rigor na adoção de medidas sanitárias. “O risco não está dentro das escolas mas ao redor dela”, disse se referindo a aglomeração que se forma antes e após as aulas, com alunos, pais, vans, vendedores, etc.
Ele cobrou urgência na vacinação dos profissionais da educação.

Movimento pela educação
O Representante do Movimento “Unidos pela Educação de Conselheiro Lafaiete”, Roger Diêgo Evangelista, defendeu o retorno imediato as aulas presenciais, citando diversos estudos científicos. Ele cobrou diretamente do Secretário Albano um planejamento do retorno dos alunos as salas aulas.

Promotoria
A Promotora Liliane Fagundes advertiu que a volta as aulas presenciais somente com segurança seguindo todos os protocolos sanitários. “O retorno é essencial, mas precisamos saber como e quando de forma segura”.

Escolas particulares
O representante das escolas particulares, Samuel Andrade, fez uma explanação do planejamento do setor e defendeu o retorno ao modelo híbrido. “Não podemos implorar pelo retorno, mas nossas escolas são seguras e estamos preparados com espaçamento, monitores e todas as medidas sanitárias. Nossos protocolos foram aprovados. O que não podemos é continuar com nossas crianças ficando com vizinhos ou em locais inapropriados para os pais irem trabalhar”, afirmou.
Segundo ele, o setor emprega mais de 1,2 funcionários e a volta híbrida iria desafogar as vagas nas escolas públicas.
No cenário, Samuel afirmou que existem 35 escolas particulares em Lafaiete, 6 foram fechadas e 11 estão em processo de falência desde a pandemia.

Vivemos o pior momento

A Secretária Municipal de Saúde, Rita de Kássia, lembrou o aumento do contágio e advertiu sobre o crescente número de óbitos que em fevereiro chegou a 24, quase um paciente ao dia. “Estamos no pior momento”, sentenciou, afirmando que a volta as aulas presenciais somente após análise da positividade, morte e outros dados.
“Estamos prestes a retroceder a onda vermelha. Estamos no limite máximo com 18 pontos. Mais um ponto vamos regredir. Dentro de duas semanas podemos voltar anda vermelha se os índices não retrocederem. As UTIs na macro estão no limite. Então, eu não posso ser irresponsável e este retorno tem de ser construído e planejado”.

Vereadores
Na parte final da audiência, os vereadores fizeram inúmeros questionamentos, críticas, sugestões e elogios.

Receba Notícias Em Seu Celular

Quero receber notícias no whatsapp