Reiteramos que a cessão do prédio, não foi de comum acordo, prova disso é o Decreto de Requisição, ressaltou diretoria. “faltou a verdade” sobre a reforma do telhado do hospital
“Lamentamos profundamente que essa questão tenha tomado a proporção que tomou, entendemos que isso deveria ser tratado e resolvido em uma mesa de reunião, e não através de redes sociais e órgãos de imprensa”.
Assim expressou a Diretoria do Hospital São Camilo em nota oficial divulgada hoje em Lafaiete e repercutida pela imprensa.
Há mais de 60 dias, a direção enviou uma solicitação a Prefeitura e demais autoridades buscando um diálogo para o retorno da instituição a antiga sede, cedida a instalação do Hospital de Campanha.
Desde então, ele coabita com o Hospital Queluz, mas em condições precárias. Diante disso houve uma queda repentina na receita. Somente até março, o hospital amargou mais de R$300 mil dívidas.
O hospital pleiteia o retorno a antiga sede ou uma nova estrutura física para abrigar a instituição e ampliação dos serviços.
Abaixo registramos a fala do Prefeito Mário Marcus (P) e as respostas da realidade dos fatos, pela Direção do Hospital São Camilo (HSC)
-Prefeito: era interesse do Hospital São Camilo ceder o prédio.
– HSC: Não. Não houve esse interesse e, em uma das últimas tratativas, nos foi dito, pela Secretária de Saúde, que nenhum outro Hospital havia aceitado e que naquele momento, ou o São Camilo aceitava, ou seria requisitado. Não aceitamos, e o Prefeito por meio do Decreto 581, de 06-04-2020, nos deu 3 dias para juntamente com nossos pacientes, sair do prédio e ocupar a ala do Hospital Queluz – que estava desativada.
Prefeito: O Município faria uma reforma no prédio
HSC: A reforma necessária, naquele momento, no prédio do Hospital, seria o telhado, para o qual já estava sendo realizado um trabalho para arrecadação de recursos pela Direção junto a colaboradores do Hospital, inclusive, já tínhamos tratativas com a Sra. Carine (mãe do João Miguel).
Prefeito: Tão logo passar a pandemia irão devolver
HSC: Não dá pra ser feito dessa forma, é preciso que o Município aprenda a trabalhar de forma mais planejada, já que não dá pra você entrar na casa do outro e dizer que não saber o que dia irá sair.
Prefeito: Nós estamos mantendo um diálogo aberto entre a Secretaria de Saúde, procuradoria municipal
HSC: Não há nenhum diálogo, mandamos uma notificação ao Prefeito, e, a cópia da mesma encaminhamos para vários outros órgãos, inclusive CMS, Vereadores, MP e demais autoridades de Saúde. Isso ocorreu há mais de 70 dias, e, em momento algum fomos procurados para o tal diálogo.
Prefeito: Acredito que Repasse de recursos não tem legalidade
HSC: Neste ponto, acreditamos que uma análise mais aprofundada, irá mostrar aos gestores da saúde do Município a possibilidade legal de repasse de recursos financeiros para socorrer o Hospital São Camilo, que quando foi chamado, socorreu o município.
Prefeito: Contratualização de serviços, a mais, para compensar do Hospital
HSC: Em janeiro deste ano, houve uma redução, pelo Município, quando da contratação de serviços prestados pelo Hospital, via SUS ao município, a Secretaria Municipal de Saúde, impôs a redução de serviços contratados. Como agora querem falar em aumentar os serviços do Hospital, como Justificativa para ajudá-lo?
Prefeito: Repasses que são feitos pelo sus não tiveram redução
HSC: Nosso faturamento foi substancialmente reduzido, caímos de uma média aproximadamente 600 pacientes/mês em nossa sede, para uma média de ≅ 42 pacientes/mês, na ala do Hospital Queluz, baixando nosso faturamento SUS para em torno de 20.000,00 (produção janeiro/2021). Uma redução de mais de 80% no nosso faturamento total. Sem falar que hoje atendemos basicamente ao SUS, já que no local disponibilizado para o Hospital tem apenas 02 apartamentos, os quais são utilizados também para isolamento, quando pacientes internados se tornam casos suspeito/confirmados da COVID-19.
Prefeito: Poderemos marcar uma reunião se necessário for…A responsabilidade não é só do município… a cessão do prédio foi em comum acordo não foi nada forçado.
HSC: Estamos aguardando essa reunião, com o Prefeito, desde quando lhe entregamos a notificação e cópia da mesma ao Câmara, Promotoria, Vereadores e demais autoridades de Saúde, em 09-02-2021. Reiteramos que a cessão do prédio, não foi de comum acordo, prova disso é o Decreto de Requisição.
Prefeito: Estava com telhado caindo em péssimas condições e com pouquíssimos leitos
HSC: Neste ponto o Sr. Prefeito falta com a verdade, ou está no mínimo mal informado, pois, na verdade, isolávamos 02 quartos, no momento de chuva e, já estávamos providenciando com colaboradores do Hospital, arrecadação de recursos, para solucionar o problema do telhado.
Prefeito: Talvez eles estivessem lá, em uma situação pior do que estão hoje
HSC: O Sr. Prefeito demonstra que não tem conhecimento nenhum do local onde nos colocaram. Apesar, de solicitarmos por inúmeras vezes visitas da Secretária de Saúde, a mesma nunca foi lá, tampouco mandou um representante. Detalhamos todos os problemas nas notificações. Fomos ignorados.
Prefeito: Tinha a expectativa de voltar, …então hoje fica essa situação ai de cobrança do município….E, o município dentro de suas condições fazendo o que for possível
HSC: Não queremos a desmobilização do Hospital de Campanha, mas, entendemos, que já houve tempo suficiente para o município se planejar, preparar e apresentar um Plano B para continuar fazendo o atendimento ao COVID e devolver com o São Camilo a sua sede.
Reflexões:
– Lafaiete é o único caso em que se desmobilizou um Hospital funcionando para instalar o Hospital de Campanha, assim perguntamos: Onde estão sendo atendidos os pacientes que eram atendidos no Hospital São Camilo???
Leia resposta do Hospital São Camilo na íntegra
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