16 de abril de 2024 15:41

Crime cruel de D. Tidinha: Autor e filho da vítima apresentam versões contraditórias sobre assassinato

Cabisbaixo e em silêncio. Assim o acusado de assassinar Matilde da Silva Cruz, (69) permaneceu durante o tempo em que ficou diante dos jornalistas na manhã desta quinta-feira 10/11 na Delegacia de Polícia Civil de Lafaiete. Ele se negou a responder as perguntas dos repórteres. José Luiz da Silva, segundo informações da PC confessou o crime.

Mentiras

20161110_102117A história relatada por José Luiz à imprensa antes de ser descoberta sua participação no crime é cheia de mentiras. Segundo apurado durante a investigação, o autor não fez com a vítima o trajeto que a levaria de São Vicente à Linhazinha onde participaria de uma reunião, tão pouco a deixou no ponto indicado por ele em declarações à imprensa. Na verdade, ele traçou outra rota com ela, totalmente diferente da que dizia ter feito.

O Assassinato

Apesar de ficar desaparecida por quase 50 dias, Tidinha (como a vítima era conhecida) foi morta no mesmo dia em que desapareceu, 18 de setembro. José Luiz esganou a vítima com as próprias mãos, causando morta por asfixia, dentro do carro dele. O crime foi cometido na estrada de acesso à Água Limpa. Em seguida o próprio autor enterrou a vitima no local onde dias depois um dos filhos a encontrou em uma cova rasa.

Motivação

Como motivação para o cometimento do assassinato José Luiz alegou a negociação de um lote que ele teria comprado de Matilde há três anos. Na versão dele os familiares dela agora queriam que o negócio fosse desfeito, com o que ele não concordava.

Já o filho da vítima, Fábio Júnior da Cruz, refutou categoricamente esta versão. Apontando o autor como uma pessoa de vida pessoal conturbada, disse que ele é “um homem que leva uma vida dupla”, sendo casado e com uma família em São Paulo, porém, mantendo relacionamentos extraconjugais em Minas Gerais. Uma das hipóteses para o crime seria que Matilde tinha intenção de revelar esta situação para a família de José Luiz. De acordo com o filho, talvez a mãe nem tivesse este objetivo, mas José Luiz pode ter sido induzido por outras pessoas a pensar assim e sentiu-se ameaçado. Ele confirmou que havia uma grande amizade entre as famílias envolvidas no caso. Amizade que já dura mais de 30 anos. Foi confiando nesta amizade que Matilde pegou carona com ele no dia fatídico.

Equipe da Polícia Civil que atuou no caso

Equipe da Polícia Civil que atuou no caso

Segundo a delegada Fabiana Leijôto, as investigações não apontaram para um relacionamento amoroso entre a vítima e o autor. Exames também descartaram que ela tenha sido vítima de violência sexual antes de ser morta.

Mesmo tendo cometido um assassinato, José Luiz da Silva demonstrou frieza ao permanecer durante dias na mesma região em que 20161110_102018tinha dado fim à vida de uma pessoa. Como tinha uma relação de amizade antiga com a família da vítima, ele esteve várias vezes na casa dela, junto aos filhos, prestando solidariedade e ajudando nas buscas. Hoje, Fábio Júnior da Cruz, filho de Matilde, interpreta esta ação como sendo uma maneira do criminoso vigiar os passos da família e evitar que chegassem perto de onde estava o corpo. Quando percebeu que poderia ser descoberto, alegando que estava sendo coagido por ter sido a última pessoa a estar com Tidinha antes de seu desaparecimento José Luiz decidiu ir para São Paulo, onde tem residência e família.

O comportamento frio do autor também foi comentado por agentes da Polícia Civil. A delegada adjunta da Comarca Fabiana Leijôto, que acompanhou o caso, confirmou este lado frio de José Luiz. “Ao mesmo tempo em que ele colaborava com as investigações com informações que posteriormente foram comprovadas serem falsas, ele prestava solidariedade à família da vítima”, comentou. Durante interrogatório ele afirmou que tinha Tidinha como uma irmã, que tinha muita amizade pela família dela e que se fosse possível não teria feito o que fez.

José Luiz poderá ser indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e por asfixia, e por ocultação de cadáver. Pelo primeiro crime ele pode ser condenado de 12 a 30 anos de prisão e pelo segundo, de 01 a 03 anos.

Relembre aqui o caso:

http://correio.local/encontrado-o-corpo-da-lider-comunitaria-matilde-da-silva-que-estava-desaparecida-ha-47-dias/

Fonte: Fato Real

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