26 de abril de 2024 16:06

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UM DIA DEPOIS DO OUTRO

 

Todos estamos vendo que, em nossa Pátria, o “céu não está de brigadeiro”,

isto é, límpido, com ótima visibilidade, tranquilo para voar.

            Lendo, num jornal que chegou hoje, matéria sobre o grande artista Juca de Oliveira, onde fala que ele se considera um otimista, acreditando que a história é mestra da humanidade e sempre ensinou que a crise gera soluções. E aí são citadas palavras de Juca: “Não chegamos a um fundo do poço. Estamos caindo. Quando (a situação) chega ao seu limite, há uma solução social.” Conclusão a que chega um homem que soube acumular conhecimentos e sabedoria durante sua já longa trajetória.

            Todos estamos vendo que, em nossa Pátria, o “céu não está de brigadeiro”, isto é, límpido, com ótima visibilidade, tranquilo para voar. Ao contrário, o tempo está fechado, nuvens escuras não passam e outras já vêm chegando, há pouca visibilidade para decolagens e pousos. Quando pensamos que ali está a verdade, a inocência, de repente esses belos adjetivos perdem totalmente a força. Em quem confiar? Onde está a solução? A sensação que temos ao presenciar pela mídia os acontecimentos na vida de nossa Nação está bem expressa numa frase inteligentíssima e original que dizia, em situações equívocas, a mãe de uma prima, analisando o fato: “Ninguém está ajoelhado rezando…” Até nós, será que estamos ajoelhados rezando? Como bem disse Jean-Paul Sartre: “Somos a um tempo vítimas e cúmplices.” É algo para se refletir.

            A esperança nos faz acreditar que, como diz Juca Chaves, a História, que acompanha o caminhar da Humanidade através dos tempos, mostra-nos que os tempos de crise sempre são substituídos por outros melhores.

            Citando alguns momentos históricos: na Holanda, no século XVII, houve uma verdadeira mania de tulipas, aquelas belas flores que se abrem na primavera. Naquela época houve uma onda de especulação tão grande que o preço das tulipas foi elevado, em Amsterdã, a altíssimos patamares. Imaginem só: chegou ao ponto de uma flor valer o preço de uma casa (pelo menos é o que dizem os textos). Uma loucura! Mas uma hora os preços pararam de subir, pelo contrário, dispararam a cair e um mundo de gente que tinha comprado grande quantidade de flores a alto preço para vendê-las mais caro e alcançar altos lucros, de repente perderam tudo, desequilibrando a economia da região. Com o tempo e a reação surgida para remediar a situação, a “Crise da Tulipa” foi superada.

            No contexto histórico encontramos, ainda, a “Crise de 1929” nos Estados Unidos, com a queda da Bolsa de Valores, cujas consequências foram terríveis, dolorosas. O efeito foi realmente devastador. Com a desvalorização das ações, um número enorme de ricaços se tornaram pobres de um dia para o outro. Milhões de americanos haviam investido nessas ações. Falência de muitas empresas. O desemprego atingiu 30% de trabalhadores.

            A crise foi chamada de “Grande Depressão” e se espalhou por vários continentes. No Brasil, diminuiu a forte importação que os Estados Unidos realizavam do nosso café, além de diminuir o preço daquele que era o mais importante produto do nosso País naquela época. A solução nos Estados Unidos só surgiu em 1933. No Brasil aconteceu (vejam só!), primeiro um acontecimento que causou muita polêmica e horrorizou muita gente: o governo brasileiro, para evitar a desvalorização excessiva do produto, comprou tudo dos fazendeiros e queimou toneladas de café… Por outro lado, houve um fato positivo: muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial e a economia alavancou.

Episódio mais recente aconteceu nos Estados Unidos, em 2008, com o preço dos imóveis, quando qualquer casa modesta valia o preço de bela mansão. Quando os preços pararam de subir, quanta gente faliu, arrastando na caída muitos bancos, que ficaram sem dinheiro e, sem dinheiro no banco, veio a catástrofe financeira para muita gente. Com o tempo, a “Crise dos Imóveis” foi remediada. É assim que a História conta mais esse caso de superação de uma crise.

            Vamos aguardar “o dia depois do outro”. Se Deus quiser, de repente, não sabemos quando, havemos de enxergar uma luz no fundo do túnel, que vai se aproximar, e se aproximar… Novos tempos virão. Só não podemos nos esquecer de que “o dia depois do outro” só será feliz e benéfico se, com a união de todos, esse dia verdadeiramente evoluir no caminho da Responsabilidade, da Honestidade e da Fraternidade, porque só assim haverá, o que diz Juca de Oliveira, “uma solução social”.

Avelina Maria Noronha de Almeida

Avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

 

 

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