19 de abril de 2024 11:44

Sindicatos se mobilizam para nacionalizar discussão sobre tragédia na Gerdau e falta de segurança na siderúrgica

A Deputada Federal Jô Morais (PCdoB), o representante da Federação Nacional dos Metalúrgicos, Marcelino Rocha, a Presidente Estadual da Central dos Trabalhadores do Brasil, Valéria Morato, visitaram ontem pela manhã, dia 21, o Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco. A comitiva foi recepcionada pelos sindicalistas Geraldo Francisco, Diretor de Esporte e Saúde, Afrânio Guedes de José Henrique Santana que discutiram por mais de duas horas a explosão na Gerdau, ocorrida no dia 15 de agosto, quando 12 trabalhadores ficaram feridos, sendo 2 mortos. Destes 4 tiveram alta e 6 ainda estão internados em Belo Horizonte.

A principal preocupação é o exagerado número de acidentes, no total de 3, na siderúrgica que em um ano vitimou 4 trabalhadores. A visita da deputada Jô Morais foi uma solicitação do Presidente da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, da Câmara dos Deputados, o deputado Federal Orlando Silva (PCdoB).

Segundo Geraldo Francisco, a comitiva veio prestar solidariedade aos trabalhadores e suas famílias pela tragédia como também conhecer de perto as causas do acidente e as condições de trabalho na Gerdau. “Os sindicalistas e a Câmara dos Deputados estão preocupados com a situação dos acidentes na Gerdau em Ouro Branco e querem levar a discussão a nível nacional. Esta tragédia tem ser discutida em âmbito federal já que é constante esta situação na siderúrgica. Temos que exercer pressão para que a Gerdau melhore condições de trabalho com garantia de segurança. O acidente da semana passada não se trata mais de um caso isolado”, avaliou Geraldo. A comitiva não pode entrar na área da siderúrgica por determinação da Gerdau.

Estão programadas diversas audiências públicas na Câmara de Ouro Branco e na Assembléia de Minas para discutir segurança na Gerdau; Comitiva vai levar demanda ao Congresso/Divulgação

Geraldo reclamou com a comitiva que a siderúrgica não está agindo de forma transparente na divulgação e até mesmo dificultando o acompanhamento da tragédia pelo sindicato. “Nós não temos informações do caso vindas oficialmente da Gerdau, muito menos da situação dos trabalhadores internados. Os familiares e amigos nos procuraram para buscar informações destas vítimas mas não sabemos oficialmente pela empresa”, reclamou. Geraldo disse que as informações que chegam ao Sindicato através de parentes das vítimas é que os 6 internados seguem em um quadro estável.

Dos 12 acidentados, 10 são ligados a empresas terceirizadas e quarteirizadas.  Levindo Costa Carvalho, que segue internado, é natural de Ouro Branco, e Fernando Alves Peixoto, este morto na explosão, são funcionários da Gerdau. Seis das vítimas são de Ipatinga, 3 de Ouro Branco, 1 de Coronel Fabriciano e um de Lafaiete. Geraldo disse que o Sindicato dos Metalúrgicos já provocou o Ministério Público do Trabalho para investigar a explosão na coqueria.

Audiências

No dia 4 de setembro a Câmara Municipal de Ouro Branco realiza audiência pública para discutir a explosão na Gerdau. No dia 5 acontece a reunião do Fórum Sindical e Popular da Saúde e Segurança do Trabalho em Minas quando ao assunto será tratado com os sindicalistas. Também a Assembleia de Minas, em data ainda a ser definida, vai realizar audiência pública sobre os acidentes na siderúrgica. “Até agora o sindicato não pode entrar no local do acidente. Estamos sem informações oficiais da empresa em todos os aspectos da tragédia, como também em outros acidentes anteriores que não tivemos acesso as suas causas. Estes acidentes ultrapassam as fronteiras de Ouro Branco e Minas e devem despertar a atenção nacional por mais segurança na Gerdau”, criticou Geraldo Francisco.

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