Vale deposita R$ 1,2 bilhão referente ao Acordo de Reparação por Brumadinho

A Vale realizou ontem, dia 31, o depósito em juízo no valor de R$ 1,2 bilhão referente ao Acordo Judicial de Reparação Integral (AJRI). Os recursos serão posteriormente transferidos ao Estado de Minas Gerais e revertidos em projetos para melhorias na mobilidade urbana e no fortalecimento de serviços públicos, como pavimentação de estradas e reforma de hospitais. O Acordo foi firmado em fevereiro de 2021 entre a empresa, o Governo de Minas Gerais e Instituições de Justiça. Ao todo, o termo prevê R$ 37,7 bilhões para reparar e compensar todos os danos coletivos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Desse total, o valor aproximado de R$ 18,5 bilhões já foi desembolsado pela Vale.

O valor depositado ontem refere-se ao pagamento das terceiras parcelas, corrigidas pela inflação, para o Programa de Mobilidade Urbana – que tem valor estimado de R$ 4,95 bilhões – e ao Fortalecimento do Serviço Público – no montante de R$ 3,65 bilhões. Os projetos são custeados por esses montantes disponibilizados pela empresa, e geridos e executados pelo Governo Estadual.

Entre as obrigações de pagar da Vale no AJRI, algumas obrigações já foram integralmente quitadas, com valores atualizados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado), como a contratação temporária de pessoal e os Projetos de Segurança Hídrica, para realizar obras que reforcem o abastecimento público da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Também foi transferido integralmente o saldo dos R$ 4,4 bilhões para implantação do Programa de Transferência de Renda (PTR), solução definitiva para os pagamentos emergenciais aos atingidos, pagos entre abril de 2019 e outubro de 2021 pela Vale. Desde novembro, o PTR é gerido pelas Instituições de Justiça, sem a participação da Vale, e operacionalizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), instituição escolhida pelos compromitentes.

MP de Minas quer fechar acordo de R$ 155 bi pela tragédia da Vale em Mariana

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou nessa quarta-feira (27) que espera concluir até fevereiro as negociações para um acordo definitivo com Samarco, Vale, BHP e autoridades para reparar danos causados pelo rompimento da barragem de Mariana (MG), ocorrido em 5 de novembro de 2015, há quase seis anos.

O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, disse que a repactuação de Mariana é inspirada no acordo global assinado pela Vale com o governo de Minas Gerais no início do ano, no valor de cerca de R$ 38 bilhões. A ideia é que sejam cobertos danos sociais, ambientais e econômicos.

“Nossa inspiração é o acordo de Brumadinho. Precisamos compensar o Estado de Minas Gerais, o Espírito Santo e a União. A Fundação Renova gastou R$ 15 bilhões para ações de reparação e não resolveu o problema. A questão ambiental é complexa. O Rio Doce hoje é um rio morto. É preciso de recuperação”, disse Soares Júnior.

“O governador é um empresário e deve saber do que está falando. A discussão está em aberto. Não temos ainda um número em mente e vamos ver o que as empresas propõem. No acordo de Brumadinho, o pedido inicial era de R$ 53 bilhões e foi fechado em R$ 38 bilhões”, acrescentou o procurador.

Em nota, a Vale informou que “o valor predestinado à compensação dos danos causados com o rompimento da barragem de Fundão, não reparáveis, já foi estipulado e não é objeto da repactuação”.

José Cruz/Agência Brasil

A companhia reforçou ainda que os documentos que regem o processo de reparação integral associado ao rompimento da barragem em Mariana são dois: o Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), celebrado em março de 2016, e o subsequente Termo de Ajustamento de Conduta para rever a governança dos programas (TAC-GOV), celebrado em 8 de agosto de 2018.

Recentemente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que o acordo poderá atingir R$ 100 bilhões a serem desembolsados em cinco anos. O valor seria cerca de quatro vezes maior que o acordo inicial fechado pelo desastre em 2016. O procurador evitou, porém, falar em valores.

Brumadinho

O procurador comentou também a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou o recebimento da denúncia do MPMG contra acusados pela tragédia de Brumadinho (MG), ocorrida em 2019. Em 19 de outubro, o STJ entendeu que os fatos da denúncia são da competência da Justiça Federal, e não Estadual.

Segundo Soares Júnior, a denúncia será encaminhada ao procurador da República que atua junto à 9ª Vara Federal. O procurador poderá ratificar a denúncia, pedir arquivamento ou insistir na competência da Justiça Estadual para analisar o caso. Soares espera que o caso possa voltar para a Justiça Estadual.

“Se a decisão for seguir na Justiça Federal, que assim seja. Mas que as pessoas de Brumadinho possam julgar no Tribunal do Júri esse crime que ocorreu. A denúncia está feita”, disse ele.

Na denúncia oferecida à Justiça estadual, o Ministério Público de Minas acusou ao ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, ex-diretores da mineradora e a executivos da empresa TUV SUD pelo crime de homicídio qualificado por 270 vezes (número total de mortos na tragédia), além de crimes contra a fauna, a flora e de poluição. (Colaborou Ítalo Lo Re) (Itatia)

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