Lafaiete em risco: casos de sífilis explodem e notificações de aids crescem entre os mais jovens

Jovens de 15 a 24 anos e adultos de 25 a 34 anos são os mais atingidos pelas doenças

 

Dados do obtidos pela Reportagem do CORREIO de MINAS alertam para o aumento dos casos de aids, sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis. As informações foram repassadas pelo Conselho Municipal de Saúde e são referentes ao Sistema de Pactuação dos Indicadores (Sispacto). O relaxamento da população no uso de preservativos e a falta de conclusão dos tratamentos por parte dos pacientes dificultam o combate às doenças.

O que chama mais atenção é a explosão dos casos de sífilis adquirida. Em 2016, foram registradas 80 notificações. O número subiu para 125, em 2017 e quase dobrou em 2018, quando 234 casos foram notificados. Só nos cinco primeiros meses de 2019, mais 107 pessoas contraíram a doença, totalizando 546 notificações no período.

Em relação à sífilis congênita, entre 2016 e maio de 2019, foram notificados 17 casos. Havia quatro casos em 2016 e somou-se uma notificação, em 2017, mais sete, em 2018, e outros cinco casos, neste ano. As notificações de gestantes com sífilis também tiveram um salto de 750%, passando de duas para 15. O dado é relevante, uma vez que a sífilis é um dos microrganismos sexualmente transmissíveis mais preocupantes por conta das complicações que pode causar. Quando a doença é congênita, ou seja, transmitida de mãe para filho, há um risco de comprometimento do sistema neurológico da criança. Se não for tratada, pode colocar em risco, inclusive, a vida do bebê.

Sobre a Sífilis

Sífilis, ou lues, é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode também ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto, por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. Se não for tratada precocemente, pode comprometer vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso.

A sífilis congênita — transmitida da mãe para o bebê na gestação — pode causar má-formação do feto, aborto espontâneo e morte fetal. Na maioria das vezes, porém, os seguintes sintomas aparecem nos primeiros meses de vida: pneumonia, feridas no corpo, alterações nos ossos e no desenvolvimento mental e cegueira.

Aids também cresce entre os mais jovens  

20Chama a atenção também o crescimento do número de notificações de aids. A doença foi registrada em 19 pessoas, em 2016 e outros 19 novos casos, em 2017. Apesar de todas as campanhas de conscientização, mais 25 pessoas tiverem a doença notificada, em 2018, e oito novos casos já foram registrados até 29 de maio de 2019.

As hepatites virais também mais que quadruplicaram o número de notificações e somam 37 casos, em quatro anos e meio. Incidência é maior entre 15 e 34 anos

Uma característica comum em relação à contração dessas doenças sexualmente transmissíveis é a faixa etária. Conforme os dados, os jovens entre 15 e 24 anos e adultos de 25 a 34 anos são os mais atingidos tanto pela aids, quanto pela sífilis.

Aids cresce em Lafaiete e vereador Carlos Nem propõe criação do “Dezembro Vermelho”

Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, através do Departamento de Vigilância, apontou que o números de casos de Aids vem aumentado em Lafaiete. A taxa de crescimento no período entre 2013 a 2016 foi de 35%. Há um caso para cada 3,8 mil habitantes no Município.

Vereador Carlos Nem /CORREIO DE MINAS

No período surgiram 153 novos casos. Por detrás dos números constata-se a realidade de que os jovens entre 16 a 30 anos permanecem como o grupo mais vulnerável em Lafaiete. Do total de casos, ele representa 45%.

O Dia Mundial de Luta contra a AIDS – 1º de dezembro – foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), para reforçar a solidariedade, tolerância e as informações sobre a prevenção.

O vereador Carlos Nem (SD) apresentou um projeto instituindo o “Dezembro Vermelho” cujo objetivo é buscar a conscientização e o enfrentamento do HIV/AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTS).

A intenção é mobilizar a sociedade com atividades com foco na prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas. O projeto propõe a realização de palestras e/ou entrevistas nas escolas, hospitais, empresas e associações com profissionais da área da saúde, com o objetivo de prestar informações e esclarecimento a população sobre as doenças. “Queremos também fortalecer os grupos e entidades que trabalhem diretamente na prevenção da doença, com as pessoas portadoras do vírus ou que já manifestaram a doença, como contribuir para a diminuição dos números de casos da doença”, avaliou Carlos Nem. O projeto propõe uma ampla campanha de divulgação maciça em Lafaiete.

Lafaiete e região: Aids se alastra entre os jovens; maioria são homens

Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, através do Departamento de Vigilância, aponta que o números de casos de Aids vem aumentado em Lafaiete. A taxa de crescimento no período entre 2013 a 2016 foi de 35%. Há um caso para cada 3,8 mil habitantes no Município. Em 2013 os casos de soropositivos eram de 26 e hoje chega a 35. No período surgiram 153 novos casos.

Por detrás dos números constata-se a realidade de que os jovens entre 16 a 30 anos permanecem como o grupo mais vulnerável em Lafaiete. Do total de casos, ele representa 45%.

Em seguida a faixa etária de 34 a 45 representa 35% dos casos em Lafaiete. Os dois grupos chegam a 90% dos casos detectados. Outra faceta é que 60% da Aids atinge os homens e 40% as mulheres.

O quadro local reflete a realidade nacional. “A principal fator do crescimento da doença é a falta de compromisso. As pessoas não veem mais que a Aids mata, pois o tempo de longevidade aumentou com o tratamento. Houve uma acomodação das pessoas em relação a doença em termos de prevenção assídua”, explicou o gerente de vigilância epidemiológica, Diogo Dias Silva. Segundo ele, predominância entre os jovens não se deve a falta de informação, mas fundamentalmente a falta de cuidado e zelo como saúde. Não houve casos de detecção de Aids na transmissão de mãe para a filha.

Aids aumentou em Lafaiete principalmente entre os homens/ Reprodução

Comportamento de risco

Diogo explicou a mudança cultural em relação a doença desde quando ela foi diagnosticada pela primeira vez há quase 40 anos. Ele aponta que não há mais grupos de riscos mas comportamentos de risco. “Ao longo dos mais de 37 anos desde quando a doença surgiu e a sua evolução mostra que todos estamos dentro do grupo de risco, sejam nos relacionamentos homo ou hetero. Tanto que a nomeclatura é comportamento de risco. Há inúmeros casos de pessoas com parceiros fixo que contraíram a Aids. Todos devemos estar prevenidos”, assinalou. Diogo disse que o principal mecanismo de prevenção é a camisinha e ela é distribuída gratuitamente na rede pública seja a postos, PSF’s ou centros de saúde.

Rede municipal

O tratamento da Aids é somente oferecido na rede pública. Em Lafaiete, desde que o paciente é diagnosticado com a doença a secretaria de saúde oferece o tratamento integral. Além da medicação, há a oferta de medicação, acompanhamento psicológico, laboratorial e até educador físico. À gestantes são oferecidos tratamento e os filhos recebem acompanhamento com exames até  idade de 2 anos. “A camisinha continua o principal meio de prevenção”, afirmou Diogo.

Média de Prevalência Faixa Etária:

  • 01 à 15 anos: 02 caso
  • 16 à 30 anos: 65 casos
  • 31 à 45 anos: 47 casos
  • 46 à 55 anos: 23 casos
  • 56 à 80 anos: 16 casos

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