Homem que se passava por mulher em aplicativo para cometer crimes é preso

Autor do golpe do aplicativo de relacionamentos, Matheus de Souza Ornelas, de 25 anos, foi preso pela Polícia Civil, em Belo Horizonte, no último domingo (21/11), mediante cumprimento de mandado de prisão. O homem é suspeito de se passar por mulher em aplicativo de relacionamento para cometer crimes contra outros indivíduos do mesmo sexo.

Ao aplicar o golpe, o suspeito conseguia se aproximar e encontrar com as vítimas, como ocorreu no dia 30 de outubro último, quando ele teria jogado óleo quente em um homem de 22 anos, que, segundo a polícia, teria caído numa emboscada. Essa vítima está internada num hospital da capital, em estado grave, com queimaduras pelo corpo.

No mesmo dia de sua prisão, o suspeito ameaçou e constrangeu familiares de uma das vítimas, e tentou acessar a unidade hospitalar onde o homem segue sob observação. Ainda segundo a polícia, no mesmo dia em que cometeu o atentado, o suspeito danificou e pichou o veículo e o portão da casa da vítima.

Nesta quarta-feira (24/11), a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do homem, recolhendo celulares que podem ter sido usados para o cometimento dos crimes e que, agora, serão periciados.

Além do crime de tentativa de homicídio, Matheus é investigado por danos qualificados, ameaças e coações a testemunhas e à vítima. Outra possível vítima do mesmo suspeito, que não chegou a sofrer lesões, mas narrou fatos semelhantes aos apresentados pelo homem de 22 anos, já foi identificada.

O golpe

Segundo informações dos policiais que participaram das investigações, Matheus teria criado um perfil falso no aplicativo, utilizando a foto de uma mulher atraente, com o objetivo de chamar a atenção de homens para um possível relacionamento homossexual.

A vítima de 22 anos passou a se relacionar com o suspeito, pelo aplicativo, sem desconfiar da dissimulação e trocou contato  durante aproximadamente três meses.

Segundo o delegado José Olegário de Oliveira, a vítima, que foi ouvida remotamente a partir da unidade hospitalar, disse que teria achado suspeito a suposta mulher não conversar por áudio ou vídeo, mas ela alegava que vinha de uma família muito rígida, que a monitorava constantemente.

“É a partir daí que o suspeito, ainda utilizando o perfil falso, apresentou-se como alguém que poderia servir de intermediário para que a vítima conseguisse um encontro com a suposta mulher”, afirma o delegado.

Com o tempo, a vítima passou a confiar no suspeito. No dia do crime, o investigado ligou para a vítima e pediu ajuda para uma mudança na residência dele, localizada no Bairro Trevo, região da Pampulha.

Era uma emboscada. Segundo a polícia, na sequência, ao chegar ao prédio do suspeito, a vítima encontrou a porta aberta e seguiu para o apartamento dele. Quando ela entrou, o investigado imediatamente a trancou no cômodo. Após trocar algumas palavras com a vítima, ela perguntou pela mulher, momento em que os dois começaram a discutir.

Matheus, possivelmente por não se sentir correspondido, pegou uma jarra de óleo fervente e a jogou contra o rosto do homem, atingindo também outras partes de seu corpo.

“Nesse ponto, os relatos divergem, porque o suspeito alega que já teria uma panela, não uma jarra, com óleo fervendo na cozinha, e a vítima teria tentado pegá-la para agredi-lo e acabou se queimando quando o investigado tentou contê-la”, afirma o delegado Olegário.

“Contudo, avaliamos que se trata de uma tentativa de dissimular um ato premeditado, uma vez que o suspeito não apresentou nenhuma queimadura e as evidências periciais são claras em apontar um despejo direcionado do líquido fervente”, diz.

Mesmo lesionado, por conta das queimaduras, a vítima conseguiu imobilizar o suspeito e tomar a chave do apartamento. Depois, ela seguiu pelo corredor do prédio até encontrar um vizinho e pedir socorro à polícia. Matheus acabou fugindo antes da chegada da PM.

As queimaduras da vítima foram de segundo grau no rosto, pescoço, ombros, peito e nas costas, correndo grande risco de infecção, tendo sido necessário enfaixá-lo da cintura até a cabeça. O tratamento é feito com morfina e sedação.

O delegado José Olegário faz um alerta sobre alguns pontos do golpe do aplicativo de relacionamento. “Sempre que alguém estiver se envolvendo com outra pessoa virtualmente, é imprescindível ouvir e ver aquela pessoa. Por isso, é muito importante tentar o contato, o mais breve possível, por canais de áudio e vídeo, que já estão disponíveis nessas plataformas, e ter cautela em encontros pessoais, antes de conhecer bem a pessoa.”

As investigações estão sendo conduzidas pela 2ª Delegacia de Polícia Civil Venda Nova, vinculada ao 1º Departamento de Polícia Civil em Belo Horizonte. A Polícia Civil faz um alerta para, no caso de alguma outra vítima reconhecer o suspeito, entrar em contato por meio do Disque-denúncia 181 ou 197. (EM)

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