Farra com dinheiro público: Câmara de Piranga aprova aumento de mais de 80% nos salários de vereadores

Legal, mas imoral. Em uma votação polêmica e acirrada, a Câmara de Piranga (MG) aprovou por 6 votos favoráveis e 5 contrários dois projetos de iniciativa da Mesa Diretora que aumentou em mais de 100% os próprios salários dos vereadores. Com o empate na votação, o Presidente do Legislativo, Júlio Resende, voltou a favor dos projetos. Pelo texto, amplamente criticado nas redes sociais, o subsídio mensal do parlamentar municipal saltará dos atuais R$4.731,00 para R$8.500,00.

O valor dos salário do prefeito de R$17.394,64 se manteve no mesmo valor mas chegará pela Lei aprovada a R$18.814,04 em 2027. O subsídio do vice prefeito, de R$5.435,72 para R$6.500,00 e os secretários municipais de pouco mais de R$5 mil para R$6.50,00, um aumento de mais de 30%. Os valores passam a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2025

A rapidez na discussão e votação revoltou Piranga. Os projetos foram votados e aprovados nas comissões em plenários em menos de 5 horas na tarde desta quarta-feira (3). Normalmente, pelo rito do legislativo, um projeto leva em média entre discussões e votações mais de 30 dias.

Governador

Em março, Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou o projeto de lei que aumenta em 298% o salário do governador Romeu Zema (Novo), de R$ 10.500 para R$ 41.845,49. A remuneração do vice-governador mineiro, Mateus Simões, passará de R$ 10.250 para R$ 37.660, também escalonado em três anos. Os secretários de Estado e secretários-adjuntos, por sua vez, terão aumento de 247%. O salário dos secretários, atualmente de R$ 10 mil, aumentaria para R$ 34.774. Os adjuntos receberão R$ 31.297.

  • Veja como votou cada vereador:

Vereadores que votaram a favor:
Marcelo da Van
Fernando Bartô
Nilson Barbosa
Toninho do Bar
Wilson Construtor
Julio Resende

Vereadores que votaram contra:
Andrezinho
Pastor Nelson
Reginho
Toni do Banco
Zé Geraldo

STF derruba aumento de salário de servidores de Minas Gerais

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, derrubou a lei promulgada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que garantia um aumento salarial aos servidores estaduais acima da inflação. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (21), revelada pelo Valor e confirmada pela Itatiaia

Governo de Minas Gerais entrou com uma ação no Supremo na última segunda (18), alegando que o aumento concedido pela Assembleia seria inconstitucional. A ação é assinada pelo governador Romeu Zema (Novo) e o Advogado-Geral do Estado de Minas Gerais, Sérgio Pessoa. 

O ex-secretário-Geral do Governo de Minas, Mateus Simões, cotado para ser vice na chapa de Romeu Zema, comemorou a decisão. 

“O que nós assistimos no começo deste mês de abril foi um escárnio, uma piada de mau gosto feita por 55 deputados em campanha eleitoral e que por três ilegalidades aprovaram a derrubada do veto do governador. Não estamos falando em não fazer o reajuste dos servidores. Vamos lembrar, o reajuste de 10,06%, equivalente à inflação do último ano, foi concedida a todos os servidores do Estado”, afirma. “O absurdo foi a votação de um reajuste adicional para três categorias que iria impactar em, uma média de R$ 10 bilhões por ano”, completa.

Simões também explica que as três ilegalidades relacionadas ao aumento para os servidores estão relacionadas à falta de previsão orçamentária, a violação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e o impedimento legal para a concessão de reajuste salarial acima da inflação faltando menos de 180 dias para as eleições. 

Na prática, a decisão de Luís Roberto Barroso, torna a lei inconstitucional. 

Ação 

No documento que foi enviado ao STF, o governo estadual defende que a inclusão de dois artigos no projeto de lei enviado pelo Executivo resultou em ‘’desmedido aumento de despesas, não suportado pelo erário público, sem que o Parlamento Mineiro tenha sequer indicado a estimativa e as fontes aptas a suportarem os aumentos por ele concedidos.’’

Pela lei promulgada pela Assembleia, servidores da saúde e da segurança pública terão os vencimentos reajustados em 24% e, os trabalhadores da educação, em 33% – para garantir o cumprimento do piso nacional da categoria. 

O Governo do Estado também argumenta que as mudanças propostas pelos deputados não levaram em conta a estimativa de impacto financeiro ou mesmo a fonte da receita que deveria custear o reajuste. Pelas contas do Executivo estadual, as alterações nos reajustes devem causar um rombo de mais de R$ 8 bilhões por ano aos cofres do Estado. 

O documento ainda cita o déficit de R$ 11,7 bilhões previsto para as contas públicas neste ano e pede a suspensão “de forma imediata” dos artigos 10 e 11 da Lei estadual nº 24.035, de 4 de abril de 2022. 

Reajuste

Com a decisão do STF, fica valendo o reajuste proposto pelo governador Romeu Zema (Novo), de 10,06%, que será pago já a partir do mês de maio. Ontem, o Governo de Minas confirmou que só pagará o reajuste retroativo aos meses de janeiro, fevereiro e março no mês de junho, devido a problemas de “fluxo financeiro”. (Itatiaia)
 

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