Nova planta “parente da azeitona” é descoberta em Minas Gerais

Espécie foi encontrada durante uma expedição científica na Cadeia do Espinhaço

Uma descoberta botânica tem encantado cientistas e especialistas em biodiversidade no Norte de Minas Gerais. Trata-se de uma nova espécie de planta pertencente ao gênero Chionanthus (Oleaceae), que apresenta um fruto com características morfológicas semelhantes às da azeitona tradicional.

A nova espécie, denominada Chionanthus monteazulensis Zavatin & Lombardi, foi encontrada durante uma expedição científica realizada na região de campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, no município de Monte Azul.

O gênero Chionanthus é conhecido por abrigar cerca de 60 espécies, distribuídas por diferentes regiões do globo, como a África tropical, Ásia, América do Sul e do Norte e Austrália. A América do Sul, por sua vez, é o lar de aproximadamente 20 espécies desse gênero. A “C. monteazulensis” é uma espécie caracterizada por cálices muito pequenos, corolas com quatro lobos e pétalas em pares, dois estames e frutos drupáceos.

A descoberta dessa nova espécie ocorreu durante uma expedição científica realizada por uma equipe de biólogos botânicos: Danilo Alvarenga Zavatin, Roberto Baptista Pereira Almeida e Renato Ramos. Eles fazem parte do grupo de pesquisa que colabora com o Plano de Ação Territorial para conservação de espécies ameaçadas de extinção do Espinhaço Mineiro (PAT Espinhaço Mineiro), coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), no âmbito do Projeto Nacional Pró-Espécies. A equipe contou com o auxílio do Professor Julio Antonio Lombardi que dedicou grande parte de sua carreira estudando esse grupo de plantas.

Expedição

A expedição tinha como objetivo estudar a rica biodiversidade dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, uma região conhecida por abrigar altas taxas de endemismo e uma diversidade florística singular, especialmente acima dos 900 metros de altitude.

O pesquisador Renato Ramos, um dos integrantes da equipe, explicou que a descoberta teve origem em uma reunião de monitoria do PAT Espinhaço Mineiro, em setembro de 2022, onde a equipe discutia sobre a relevância da região do Norte de Minas para pesquisa científica devido à carência de informações sobre a biodiversidade local. Durante o encontro, o servidor do IEF, Alessandre Custódio Jorge, também conhecido como Barrinha, gerente do Parque Estadual Caminhos dos Gerais, indicou a importância da região e a falta de dados científicos sobre ela.

Inspirados pelo desafio, a equipe de pesquisadores montou uma expedição com o apoio do PAT Espinhaço Mineiro, contando com recursos dos projetos Pró-Espécies e Copaíbas. A expedição explorou áreas montanhosas pouco estudadas no Norte de Minas Gerais, em busca de novas descobertas botânicas.

Chionanthus monteazulensis
Foto: Danilo Zavatin

“Considero a descoberta dessa espécie como um presente da cidade de Monte Azul, pois em minha primeira visita à cidade, foi justamente a primeira planta que encontrei. A princípio eu não sabia o que era pois não consegui relacionar com nada conhecido, o que já me deixou em alerta”, afirma o pesquisador Danilo Alvarenga Zavatin.

“No laboratório, o professor José Rubens Pirani me deu o caminho, indicando o gênero a qual pertencia, e ao analisar com mais cuidado percebi que se tratava de uma espécie nova para a ciência. Como me senti presenteado, não hesitei em retribuir com essa homenagem para a cidade, descrevendo a planta como Chionanthus monteazulensis. Na primeira vez que a encontrei, só havia localizado um indivíduo com flores e como estou envolvido em outro projeto na região, ao retornar encontrei mais dois com frutos. Mesmo tendo percorrido diversas áreas, atualmente conhecemos a espécie apenas por esses três indivíduos, o que sinaliza a importância da preservação integral dos locais onde se encontram”, explica.

A espécie

“Chionanthus monteazulensis” é endêmica do município de Monte Azul, em Minas Gerais, e foi encontrada em afloramentos rochosos da vegetação de campo rupestre, em uma área de elevação entre 1.165 e 1.550 metros.

O pesquisador Renato Ramos ressaltou a importância da preservação dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, uma das últimas fronteiras do conhecimento da flora na região do Norte de Minas. Essa descoberta reforça a necessidade de intensificar os estudos de campo para ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade local e garantir a proteção desses ambientes preciosos.

Chionanthus monteazulensis
Foto: Danilo Zavatin

“A descoberta da ‘Chionanthus monteazulensis’ é uma contribuição significativa para a ciência botânica brasileira e destaca a importância da pesquisa e conservação da biodiversidade na região do Espinhaço Mineiro, além de reforçar ainda mais o importante papel desenvolvido pelos Planos de Ação Territoriais para conservação de espécies ameaçadas de extinção. Novas expedições e estudos são necessários para desvendar os mistérios da flora brasileira e proteger os ecossistemas únicos que abrigam essas espécies valiosas”, comenta Renato.

Por Agência Minas

Nova planta “parente da azeitona” é descoberta em Minas Gerais

Espécie foi encontrada durante uma expedição científica na Cadeia do Espinhaço

Uma descoberta botânica tem encantado cientistas e especialistas em biodiversidade no Norte de Minas Gerais. Trata-se de uma nova espécie de planta pertencente ao gênero Chionanthus (Oleaceae), que apresenta um fruto com características morfológicas semelhantes às da azeitona tradicional.

A nova espécie, denominada Chionanthus monteazulensis Zavatin & Lombardi, foi encontrada durante uma expedição científica realizada na região de campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, no município de Monte Azul.

O gênero Chionanthus é conhecido por abrigar cerca de 60 espécies, distribuídas por diferentes regiões do globo, como a África tropical, Ásia, América do Sul e do Norte e Austrália. A América do Sul, por sua vez, é o lar de aproximadamente 20 espécies desse gênero. A “C. monteazulensis” é uma espécie caracterizada por cálices muito pequenos, corolas com quatro lobos e pétalas em pares, dois estames e frutos drupáceos.

A descoberta dessa nova espécie ocorreu durante uma expedição científica realizada por uma equipe de biólogos botânicos: Danilo Alvarenga Zavatin, Roberto Baptista Pereira Almeida e Renato Ramos. Eles fazem parte do grupo de pesquisa que colabora com o Plano de Ação Territorial para conservação de espécies ameaçadas de extinção do Espinhaço Mineiro (PAT Espinhaço Mineiro), coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), no âmbito do Projeto Nacional Pró-Espécies. A equipe contou com o auxílio do Professor Julio Antonio Lombardi que dedicou grande parte de sua carreira estudando esse grupo de plantas.

Expedição

A expedição tinha como objetivo estudar a rica biodiversidade dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, uma região conhecida por abrigar altas taxas de endemismo e uma diversidade florística singular, especialmente acima dos 900 metros de altitude.

O pesquisador Renato Ramos, um dos integrantes da equipe, explicou que a descoberta teve origem em uma reunião de monitoria do PAT Espinhaço Mineiro, em setembro de 2022, onde a equipe discutia sobre a relevância da região do Norte de Minas para pesquisa científica devido à carência de informações sobre a biodiversidade local. Durante o encontro, o servidor do IEF, Alessandre Custódio Jorge, também conhecido como Barrinha, gerente do Parque Estadual Caminhos dos Gerais, indicou a importância da região e a falta de dados científicos sobre ela.

Inspirados pelo desafio, a equipe de pesquisadores montou uma expedição com o apoio do PAT Espinhaço Mineiro, contando com recursos dos projetos Pró-Espécies e Copaíbas. A expedição explorou áreas montanhosas pouco estudadas no Norte de Minas Gerais, em busca de novas descobertas botânicas.

Chionanthus monteazulensis
Foto: Danilo Zavatin

“Considero a descoberta dessa espécie como um presente da cidade de Monte Azul, pois em minha primeira visita à cidade, foi justamente a primeira planta que encontrei. A princípio eu não sabia o que era pois não consegui relacionar com nada conhecido, o que já me deixou em alerta”, afirma o pesquisador Danilo Alvarenga Zavatin.

“No laboratório, o professor José Rubens Pirani me deu o caminho, indicando o gênero a qual pertencia, e ao analisar com mais cuidado percebi que se tratava de uma espécie nova para a ciência. Como me senti presenteado, não hesitei em retribuir com essa homenagem para a cidade, descrevendo a planta como Chionanthus monteazulensis. Na primeira vez que a encontrei, só havia localizado um indivíduo com flores e como estou envolvido em outro projeto na região, ao retornar encontrei mais dois com frutos. Mesmo tendo percorrido diversas áreas, atualmente conhecemos a espécie apenas por esses três indivíduos, o que sinaliza a importância da preservação integral dos locais onde se encontram”, explica.

A espécie

“Chionanthus monteazulensis” é endêmica do município de Monte Azul, em Minas Gerais, e foi encontrada em afloramentos rochosos da vegetação de campo rupestre, em uma área de elevação entre 1.165 e 1.550 metros.

O pesquisador Renato Ramos ressaltou a importância da preservação dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, uma das últimas fronteiras do conhecimento da flora na região do Norte de Minas. Essa descoberta reforça a necessidade de intensificar os estudos de campo para ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade local e garantir a proteção desses ambientes preciosos.

Chionanthus monteazulensis
Foto: Danilo Zavatin

“A descoberta da ‘Chionanthus monteazulensis’ é uma contribuição significativa para a ciência botânica brasileira e destaca a importância da pesquisa e conservação da biodiversidade na região do Espinhaço Mineiro, além de reforçar ainda mais o importante papel desenvolvido pelos Planos de Ação Territoriais para conservação de espécies ameaçadas de extinção. Novas expedições e estudos são necessários para desvendar os mistérios da flora brasileira e proteger os ecossistemas únicos que abrigam essas espécies valiosas”, comenta Renato.

Por Agência Minas

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