Bispo e padre brigam por moradia e polícia é acionada

Confusão em Governador Valadares começou quando bispo avisou ao padre que ele precisava procurar outro imóvel para morar

A Polícia Militar precisou intervir em uma briga entre um bispo e um padre na casa paroquial do bairro Vila dos Montes, em Governador Valadares, no leste do estado, nesse sábado (30/05). O bispo, de 64 anos, ficou ferido.

Segundo os militares, o padre, de 58 anos, informou que já teve outros problemas com o bispo e que é perseguido por ele. 

A briga começou quando o bispo informou ao padre que deveria procurar outro imóvel para morar, pois não poderia mais residir na casa paroquial. A justificativa é que ela não comporta dois padres.

Segundo o padre, ele se sentiu desrespeitado durante a conversa, tendo sido agredido verbalmente, e que apenas se defendeu ao agredir o bispo.

O bispo informou à PM que apenas conversava com o padre para resolver questões de rotina quando o pároco pegou uma cadeira para agredi-lo. Os dois caíram no chão onde continuaram a luta corporal. O bispo ficou com lesões no pescoço e em um dos braços.

No Boletim de Ocorrência, os militares apontaram que o padre aparentava estar sob efeito de remédios. Testemunhas afirmaram que o padre usa medicamento para depressão.

O Samu foi acionado e o bispo foi encaminhado ao hospital.

FONTE ESTADO DE MINAS

CNBB pede punição a deputado bolsonarista que atacou papa Francisco e bispo

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pediu, em uma carta aberta, que a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) adote medidas contra o deputado estadual Frederico d’Avila (PSL-SP), que em discurso na tribuna da Casa atacou a instituição, o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes.

Diante da repercussão do sermão de Brandes na missa para celebrar o dia de Nossa Senhora Aparecida, o deputado chamou o bispo de “vagabundo” e “safado” e estendeu as ofensas ao papa. Ele ainda disse que a CNBB era um “câncer que precisa ser extirpado”.

“Defensora e comprometida com o Estado Democrático de Direito, a CNBB, respeitosamente, espera dessa egrégia casa legislativa, confiando na sua credibilidade, medidas internas eficazes, legais e regimentais, para que esse ultrajante desrespeito seja reparado em proporção à sua gravidade – sinal de compromisso inarredável com a construção de uma sociedade democrática e civilizada”, diz a carta aberta da CNBB, endereçada ao presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB).

No dia 12 de outubro, Dom Orlando Brandes disse durante missa no Santuário de Nossa Senhora Aparecida que, para ser pátria amada, o Brasil “não pode ser pátria armada”. A fala ocorreu antes da visita de Jair Bolsonaro (sem partido), defensor do armamento, à cidade.

Deputado defensor de Bolsonaro

Frederico d’Avila é defensor de Bolsonaro e, durante a semana, subiu à tribuna da Alesp para comentar o caso, fazendo ataques ao bispo.

“Seu vagabundo, safado da CNBB, dando recadinho para o presidente [Jair Bolsonaro], para a população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é a pátria que não se submete a essa gentalha, seu safado. Você se esconde atrás da sua batina para fazer proselitismo político, converter as pessoas de bem, da sua ideologia, a ultima coisas que vocês tomam conta e da alma e da espiritualidades das pessoas”, disse.

Na sequência do discurso, ele ampliou as ofensas. “Seu vagabundo, safado, que se submete a esse papa vagabundo também. A última coisa que vocês tomam conta é do espírito e do bem-estar e do conforto da alma das pessoas. Você acha que é quem para ficar usando a batina e o altar para ficar fazendo proselitismo político? Seus pedófilos, safados. A CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil”, disse.

“Lamentável espetáculo”

Na carta aberta, a A CNBB, chamou o episódio de “lamentável espetáculo” e disse que as “ofensas e acusações proferidas pelo parlamentar serão objeto de sua interpelação para que sejam esclarecidas e provadas” na Justiça.

“Ao longo de toda a sua história de 69 anos, celebrada no dia em que ocorreu este deplorável fato, a CNBB jamais se acovardou diante das mais difíceis situações, sempre cumpriu sua missão merecedora de respeito pela relevância religiosa, moral e social na sociedade brasileira. Também jamais compactuou com atitudes violentas de quem quer que seja. Nunca se deixou intimidar”, diz a carta.

“Agora, diante de um discurso medíocre e odioso, carente de lucidez, modelo de postura política abominável que precisa ser extirpada e judicialmente corrigida pelo bem da democracia brasileira, a CNBB, mais uma vez, levanta sua voz”, completa.

A CNBB ainda reafirma o “respeito incondicional ao Papa Francisco ” e solidariedade a todos os bispos do Brasil e pede para entregar a carta pessoalmente ao presidente da Alesp.

“A CNBB aguarda uma resposta rápida de Vossa Excelência – postura exemplar e inspiradora para todas as casas legislativas, instâncias judiciárias e demais segmentos para que a sociedade brasileira não seja sacrificada e nem prisioneira de mentes medíocres”, disse.

O UOL entrou em contato com a Alesp e espera um posicionamento sobre possíveis medidas. A reportagem também tenta contato com deputado.

Em seu primeiro mandato, Frederico d’Avila tem se envolvido em polêmicas desde que assumiu o cargo. Em setembro deste ano, ele foi condenado pelo TJ de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 8 mil ao PSOL por fazer um post em suas redes sociais dizendo que o partido tem “estritas ligações com o narcotráfico” e que haveria mais de 500 fotos de militantes da legenda “sentados ao lado de criminosos das Farc” (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Já em 2019, o deputado tentou organizar uma homenagem ao ditador chileno Augusto Pinochet, mas diante da repercussão a iniciativa foi impedida pelo presidente da Casa na época, Cauê Macris (PSDB-SP).

FONTES NOTICIAS UOL

Bispo publica decretos sobre fogos e bebidas alcoólicas em eventos na Diocese

Na manhã desta quarta-feira, 18, o bispo diocesano de São João del-Rei, Dom José Eudes Campos do Nascimento, se reuniu com os membros do Conselho Presbiteral e Colégio de Consultores para a elaboração e publicação de um decreto sobre a queima de fogos de artifícios e a venda de bebidas alcoólicas em eventos e festas religiosas da Diocese. No documento, o bispo explica de forma detalhada e apresenta diversos argumentos. Confira na íntegra:


“Não houve um acidente em Minas Gerais. Houve um crime ambiental e um homicídio coletivo”, diz bispo

Riquezas das Minas Gerais, seus minérios e tantas outras maravilhas, que tão “generosamente” foram dadas pelo Criador, transformaram-se segundo o bispo auxiliar de Belo Horizonte, dom Joaqui Giovani Mol, em sua perdição. “Minas vê, gravíssima e rapidamente, seus rios, lagos, afluentes, terras agricultáveis, comunidades e suas culturas sendo dizimadas. São cometidos crimes contra a vida humana, contra o meio ambiente e contra o direito de viver em comunidade e em família”, aponta o bispo.

Em seu artigo “Mineradoras lesam a humanidade”, dom Mol cita a Encíclica do papa Francisco, Laudato Si, que alerta para a necessidade da urgente compreensão de que o Planeta clama contra o mal que lhe é provocado por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nele colocou. “O que foi legado ao homem para que prospere e tenha uma vida plena e a transmita às futuras gerações, a ação irrefreavelmente gananciosa e criminosa das mineradoras destrói em tão pouco tempo”, afirma o bispo.

Bispo auxiliar de Belo Horizonte, dom Joaqui Giovani Mol

Dom Mol diz que vive-se diante da débil regulação do setor pelo Legislativo, eivado de acordo com ele de pessoas financiadas por empresas e que são autorizadas pelo Executivo, “imiscuído” em múltiplos interesses nem sempre republicanos e “precariamente” fiscalizadas pelos órgãos que existem para isso. Soma-se a isso, segundo o bispo a um Judiciário “leniente”, “ensimesmado”, “caríssimo”, “insensível”, “pretensioso” e “divorciado” do povo brasileiro. Conforme o bispo foi assim em Mariana, pela Vale/Samarco, até hoje “na justiça” e é assim em Brumadinho, pela Vale. Dom Mol diz que não se pode deixar que assim continue.

Para o bispo não houve um acidente nessas Minas Gerais. Houve de acordo com ele um crime ambiental e um homicídio coletivo. “Uma matança de pessoas, animais e do meio ambiente. Quase mataram também a esperança, a fé, a dignidade e o amor das pessoas que sobraram, agora terrível e indescritivelmente sofridas, mas em processo curativo, em reconstrução, soerguimento, revitalização e retomada de posse de sua brava dignidade”, diz.

Como não há uma empresa mineradora em abstrato, as pessoas que nela atuam, segundo dom Mol têm responsabilidade sobre esta tragédia e devem ser rigorosamente punidas, para que, juntamente com a mineradora, não caiam em desgraça também os que exercem os poderes acima citados e já tão pouco acreditados. “Conscientemente, as mineradoras optam, por serem mais baratos, por modelos de exploração de minério de ferro e de outros metais mais danosos ao meio ambiente e à vida humana. O lucro exorbitante, quase ilimitado, com pouco retorno à sociedade por meio do poder público, é o único critério e preside, inconsequentemente, as decisões em relação aos modelos de exploração dos recursos naturais”, afirma o bispo.

Ainda de acordo com ele, por causa dessa sede “insaciável” e “enlouquecida” por riquezas cada vez maiores, concentradas sempre mais nas mãos de pouquíssimas pessoas, empresas mantêm trabalhadores na pobreza a vida inteira e expostos à morte. “A mineração em nosso País se tornou eticamente insustentável, calamitosa e de altíssimo risco para a vida humana e toda a vida existente em suas áreas de atuação”, diz.

Dom Mol salienta que a dimensão cruel e potência danosa da reincidência desses crimes apontam que apenas o fato de não se tratarem de um contexto de conflito armado é que os distingue de serem entendidos como crimes de lesa-humanidade: “As práticas de seus infratores, afinal, se mostram sistemáticas, resultam da clareza dos riscos e danos de suas ações em covardes atos desumanos e contra a população civil. Por isso mesmo, urge que as pessoas, organizações e instituições que valorizam a vida humana, que querem defender a natureza dessa progressiva e suicida destruição, se insurjam contra esse modelo de negócio que enriquece tão poucos, destruindo a vida de tantos.  Do modo que se realiza, esta economia mata, repito o Papa Francisco, o maior líder humanitário do mundo atual”.

É inadmissível, segundo ele, a persistência desse modelo econômico de enriquecimento pela destruição. “É impossível continuarmos aceitando que a natureza, obra-prima de Deus, seja sistematicamente destruída. E que milhares de trabalhadores, idosos e crianças, mulheres e jovens, prevalentemente os mais pobres e humildes, sejam diariamente expostos ao risco de morrer em função de uma ganância deplorável”, aponta dom Mol.

“Precisamos, talvez como nunca antes, como nos convoca o Papa Francisco, cujo nome tem inspiração em São Francisco de Assis, “exemplo por excelência pelo cuidado com o que é frágil e a ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade” (Laudato si), de um debate que una a todos, porque o desafio ambiental diz respeito e tem impacto sobre todos nós”, finaliza o bispo.

  • Fonte:CNBB

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