Capela do século 18 em Sabará é restaurada por meio do programa Minas para Sempre

Trabalhos começaram no início de janeiro e expectativa é de que sejam concluídos ainda este ano; iniciativa é voltada para a preservação do patrimônio histórico e artístico do estado

Relevante obra que compõe o patrimônio histórico e artístico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Capela de Santo Antônio do Pompéu, em Sabará, recebe trabalhos de restauro desde o início deste mês.

A obra é uma das contempladas pelo programa Minas para Sempre, criado pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Cultural e Urbanismo (Caoma), e que recebe apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

O objetivo é promover a recuperação, restauração e conservação de bens que integram o patrimônio cultural no estado, para melhorar ou restabelecer seu uso público e preservar para as atuais e futuras gerações.

Situada no bairro Pompéu, um dos mais antigos do município e onde é realizado o tradicional Festival do Ora-Pro-Nóbis, a capela data da primeira metade do século 18. Registros de batismo mostram que ela já existia em 1731.

O templo, feito de madeira e taipa, é cercado por um muro de pedra, contém um cemitério e uma sineira em madeira. O único altar tem características da primeira fase do Barroco em Minas Gerais. Nas paredes laterais e forro, há painéis com pinturas sobre a vida de Santo Antônio.

Pela importância histórica e artística, a capela foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1958.
 

Gabriel Santos / Amap

As intervenções começaram em 10/1, com as obras de restauração dos elementos artísticos. Já as obras de reforma da cobertura da capela tem previsão de início para fevereiro. O investimento total supera os R$ 850 mil e é proveniente de medidas compensatórias ambientais. A expectativa é de que os trabalhos sejam concluídos ainda em 2024.

O projeto de reforma da capela é de autoria da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Pompéu (Amap) e foi selecionado por meio da Plataforma Semente, o maior banco de iniciativas socioambientais do Estado e responsável por selecionar e monitorar as propostas contempladas no Minas para Sempre.

“Esse recurso veio em boa hora, pois a comunidade local luta há várias décadas para tentar reformar a capela, que é uma joia do século 18 e estava ameaçada de desabamento em função dos vazamentos e ação do tempo”, destaca o presidente da Amap, Wellington Cláudio da Fonseca.

“Creio que essa restauração é primordial para que esse patrimônio nacional seja preservado da maneira que merece, para que as gerações futuras possam desfrutar e conhecer as belezas da nossa história”, conclui.

Iniciativa

O programa Minas para Sempre foi lançado em julho do ano passado. A primeira fase contemplou 11 projetos, entre eles, o da capela em Sabará, que receberam o aporte de R$ 17 milhões.

A segunda fase foi anunciada em dezembro, prevendo a destinação de R$ 12,9 milhões em recursos de medidas compensatórias ambientais para dez projetos selecionados.

“Fico muito feliz quando vou às cidades históricas e vejo que nosso patrimônio está sendo preservado. Nós temos que valorizar isso que é tão raro e tão mineiro. Se tem uma coisa que é sinônimo de mineiridade, é uma Mariana, Ouro Preto, Diamantina, Serro e outras mais em nosso estado. No que depender da minha gestão, esses patrimônios serão sempre preservados”, disse o governador Romeu Zema durante a solenidade no mês passado.

Para participar do Minas para Sempre, municípios ou integrantes da sociedade civil devem cadastrar os projetos na Plataforma Semente. As propostas devem ter relação com a preservação e requalificação do patrimônio cultural do estado.

A cada semestre, os projetos aprovados por uma equipe multidisciplinar são enviados para análise e seleção da Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC) do MPMG e do Iepha.

“O programa Minas para Sempre será um legado do Ministério Público para os mineiros. Um projeto que supera gerações e busca preservar o futuro, restaurando o passado”, destaca o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais.

FONTE AGÊNCIA MINAS

Obras do novo Posto de Saúde e capela velório serão entregues em breve no Gagé

Na localidade de Gagé em breve, será concluída a ampliação e reforma do imóvel que abrigará uma nova Unidade de Saúde e um posto dos correios.
Também está sendo construída uma Capela Velório.

O prefeito de Conselheiro Lafaiete, Mário Marcus, expressou sua satisfação em contribuir para o bem-estar da comunidade de Gagé.

“Essas melhorias são um compromisso com a qualidade de vida dos nossos cidadãos. Estamos investindo em infraestrutura para garantir que os serviços essenciais estejam mais acessíveis e adequados às necessidades da população local”. – reiterou o prefeito, destacando o comprometimento da administração municipal em proporcionar avanços significativos para todas as regiões do município.

Justiça obriga mineradoras a restaurar capela do século XVIII que resistiu ao ‘mar de lama’

Samarco, Vale, BHP e Fundação Renova devem iniciar, em até 30 dias, as obras de restauração da Capela Nossa Senhora das Mercês, em Bento Rodrigues, em Mariana (MG). A Justiça acolheu um recurso do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e determinou que as mineradoras Samarco, Vale e BHP e a Fundação Renova iniciem, em até 30 dias, as obras de restauração da Capela Nossa Senhora das Mercês, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central do estado.

O templo é uma das poucas construções que sobreviveram à destruição causada pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.

Na decisão, o desembargador Afrânio Vilela, do Tribunal de Justiça de Minas Gerias (TJMG), considerou que, embora não tenha sido diretamente atingida pelos rejeitos, a capela “ficou isolada na comunidade, vindo a sofrer danos e consequente depreciação desde então”.

“O patrimônio histórico vem sendo depreciado ano após ano, desde 2015, correndo sério risco de perecimento, inclusive das obras sacras de seu interior. […] A restauração deve ocorrer na medida em que o estado atual necessitar para que o bem seja conservado e volte ao uso regular e devido pela comunidade”, diz um trecho da decisão, publicada na última sexta-feira (15).

O magistrado estipulou multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

Entenda

O MPMG recorreu ao TJMG depois que a 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Mariana negou o pedido do órgão, em julho deste ano, para que as mineradoras fossem obrigadas a restaurar a capela.

A juíza Fernanda Rodrigues Guimarães Andrade Mascarenhas tinha argumentado que “não há nada no inquérito civil apresentado que ateste, explicitamente, que o estado da Capela das Mercês decorreu do rompimento da barragem de Fundão”.

No entanto, para o Ministério Público, o mau estado do templo é resultado, exclusivamente, da tragédia.

“Além dos tremores de terra provocados pelo impacto da lama e outros impactos da força destrutiva do rejeito, a capela se encontra isolada em decorrência do trágico rompimento, impedindo a comunidade de dar manutenção como vinha fazendo há séculos”, diz um trecho do recurso acatado pelo TJMG.

Parte interna da Capela Nossa Senhora de Mercês — Foto: Maria Luísa Sousa
Parte interna da Capela Nossa Senhora de Mercês — Foto: Maria Luísa Sousa

A capela

A Capela Nossa Senhora das Mercês foi tombada em 2018 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).

Segundo o Instituto, estima-se que ela tenha sido construída entre 1750 e 1815 e, após a tragédia, passou de capela secundária à principal edificação de uso comunitário de Bento Rodrigues.

De acordo com o MPMG, são “necessárias intervenções urgentes” para evitar a ruína do templo, que tem problemas como infiltração, deterioração dos forros, apodrecimento das peças de madeira e trinca no piso.

O que dizem os envolvidos

g1 entrou em contato com a Samarco, Vale, BHP Brasil e Renova.

Em nota, a Samarco e a Vale afirmaram que não foram notificadas da decisão e que prestarão “os devidos esclarecimentos nos autos do processo”.

A BHP Brasil disse que não foi notificada e que “continua a apoiar os programas de reparação e compensação implementados e conduzidos pela Fundação Renova”.

A Fundação Renova afirmou que desconhece a decisão, mas completou que o “processo de mobilização para o início do restauro está em curso, com vistorias técnicas periódicas e reuniões de diálogo e alinhamentos com autoridades e representantes da comunidade”.

Segundo a Assessoria Técnica Independente Cáritas Brasileira, o estado de deterioração do templo tem se agravado — Foto: Maria Luísa Sousa
Segundo a Assessoria Técnica Independente Cáritas Brasileira, o estado de deterioração do templo tem se agravado — Foto: Maria Luísa Sousa

FONTE G1

Justiça obriga mineradoras a restaurar capela do século XVIII que resistiu ao ‘mar de lama’

Samarco, Vale, BHP e Fundação Renova devem iniciar, em até 30 dias, as obras de restauração da Capela Nossa Senhora das Mercês, em Bento Rodrigues, em Mariana (MG). A Justiça acolheu um recurso do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e determinou que as mineradoras Samarco, Vale e BHP e a Fundação Renova iniciem, em até 30 dias, as obras de restauração da Capela Nossa Senhora das Mercês, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central do estado.

O templo é uma das poucas construções que sobreviveram à destruição causada pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.

Na decisão, o desembargador Afrânio Vilela, do Tribunal de Justiça de Minas Gerias (TJMG), considerou que, embora não tenha sido diretamente atingida pelos rejeitos, a capela “ficou isolada na comunidade, vindo a sofrer danos e consequente depreciação desde então”.

“O patrimônio histórico vem sendo depreciado ano após ano, desde 2015, correndo sério risco de perecimento, inclusive das obras sacras de seu interior. […] A restauração deve ocorrer na medida em que o estado atual necessitar para que o bem seja conservado e volte ao uso regular e devido pela comunidade”, diz um trecho da decisão, publicada na última sexta-feira (15).

O magistrado estipulou multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

Entenda

O MPMG recorreu ao TJMG depois que a 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Mariana negou o pedido do órgão, em julho deste ano, para que as mineradoras fossem obrigadas a restaurar a capela.

A juíza Fernanda Rodrigues Guimarães Andrade Mascarenhas tinha argumentado que “não há nada no inquérito civil apresentado que ateste, explicitamente, que o estado da Capela das Mercês decorreu do rompimento da barragem de Fundão”.

No entanto, para o Ministério Público, o mau estado do templo é resultado, exclusivamente, da tragédia.

“Além dos tremores de terra provocados pelo impacto da lama e outros impactos da força destrutiva do rejeito, a capela se encontra isolada em decorrência do trágico rompimento, impedindo a comunidade de dar manutenção como vinha fazendo há séculos”, diz um trecho do recurso acatado pelo TJMG.

Parte interna da Capela Nossa Senhora de Mercês — Foto: Maria Luísa Sousa
Parte interna da Capela Nossa Senhora de Mercês — Foto: Maria Luísa Sousa

A capela

A Capela Nossa Senhora das Mercês foi tombada em 2018 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).

Segundo o Instituto, estima-se que ela tenha sido construída entre 1750 e 1815 e, após a tragédia, passou de capela secundária à principal edificação de uso comunitário de Bento Rodrigues.

De acordo com o MPMG, são “necessárias intervenções urgentes” para evitar a ruína do templo, que tem problemas como infiltração, deterioração dos forros, apodrecimento das peças de madeira e trinca no piso.

O que dizem os envolvidos

g1 entrou em contato com a Samarco, Vale, BHP Brasil e Renova.

Em nota, a Samarco e a Vale afirmaram que não foram notificadas da decisão e que prestarão “os devidos esclarecimentos nos autos do processo”.

A BHP Brasil disse que não foi notificada e que “continua a apoiar os programas de reparação e compensação implementados e conduzidos pela Fundação Renova”.

A Fundação Renova afirmou que desconhece a decisão, mas completou que o “processo de mobilização para o início do restauro está em curso, com vistorias técnicas periódicas e reuniões de diálogo e alinhamentos com autoridades e representantes da comunidade”.

Segundo a Assessoria Técnica Independente Cáritas Brasileira, o estado de deterioração do templo tem se agravado — Foto: Maria Luísa Sousa
Segundo a Assessoria Técnica Independente Cáritas Brasileira, o estado de deterioração do templo tem se agravado — Foto: Maria Luísa Sousa

FONTE G1

Um relíquia na Estrada Real: Capela é restaurada e resgata sua riqueza original

Na quinta-feira (07/09) será reinaugurada a Capela de Nossa Senhora dos Remédios na comunidade do Jequitibá em Catas Altas da Noruega. A centenária edificação estava nos últimos 2 anos em restauração e tem destaque em sua fachada, altar-mor e um anjo em madeira desce do alto da igreja para coroar Nossa Senhora.

A capela tem origem na construção de uma ermida em 1752 pelo Frei Francisco Vieira da Ordem dos Trinitários em honra à Santíssima Trindade e Nossa Senhora dos Remédios.

A atual capela foi consagrada em 1767 e está localizada no alto de um morro anunciada por um cruzeiro de madeira. Á esta capela acorria a população da região, sobretudo por ocasião das grandes epidemias e calamidades.

Em meados do século XVIII a capela do Jequitibá teve como sacerdote o Pe. Bento de Souza Lima, político, possuidor de minas de ouro, fundador da cidade de Santa Margarida e primeiro pároco de cidade de Lamim.

O fundador Frei Francisco Vieira de Jesus Maria pertencia a uma secular ordem religiosa francesa, os Trinitários, criada no século XII, por São João de Mata e São Félix de Valois e que foram os propagadores da devoção a Nossa Senhora dos Remédios. Homem culto e bom pregador, nasceu em Piranga, era irmão de Teresa Ribeiro de Alvarenga, tio e educador do célebre inconfidente Claudio Manoel da Costa.

Os Trinitários

Nominada como Ordem da Santíssima Trindade ou Ordem dos Trinitários tinha o objetivo inicial de resgatar os cristãos cativos no Oriente durante as Cruzadas, no entanto não dispunham de recursos financeiros para isto. Apareceu então Nossa Senhora aos seus fundadores entregando-lhes uma bolsa cheia de dinheiro, prestando-lhes de modo o “remédio” para suprir aquelas necessidades.

Desde então a Virgem Maria ganhou o título de Nossa Senhora dos Remédios. Nos mais diversos locais onde os Trinitários estiveram exerciam as funções de evangelizar, manter igrejas, cuidar dos doentes e pobres.

Festa de Nossa Senhora dos Remédios

No domingo (09/09) a Paróquia São Gonçalo do Amarante celebra a Festa de Nossa Senhora dos Remédios na Comunidade do Jequitibá. A festividade acontece há 270 anos e é uma das mais antigas da região e de Minas Gerais.

A festa começará às 10h com o cortejo do reinado pelas guardas de congado conduzindo os reis, rainhas, príncipes e princesas. Às 11h missa solene no adro da igreja e logo após apresentações culturais e barraquinhas.

Giovane Neiva

Um relíquia na Estrada Real: Capela é restaurada e resgata sua riqueza original

Na quinta-feira (07/09) será reinaugurada a Capela de Nossa Senhora dos Remédios na comunidade do Jequitibá em Catas Altas da Noruega. A centenária edificação estava nos últimos 2 anos em restauração e tem destaque em sua fachada, altar-mor e um anjo em madeira desce do alto da igreja para coroar Nossa Senhora.

A capela tem origem na construção de uma ermida em 1752 pelo Frei Francisco Vieira da Ordem dos Trinitários em honra à Santíssima Trindade e Nossa Senhora dos Remédios.

A atual capela foi consagrada em 1767 e está localizada no alto de um morro anunciada por um cruzeiro de madeira. Á esta capela acorria a população da região, sobretudo por ocasião das grandes epidemias e calamidades.

Em meados do século XVIII a capela do Jequitibá teve como sacerdote o Pe. Bento de Souza Lima, político, possuidor de minas de ouro, fundador da cidade de Santa Margarida e primeiro pároco de cidade de Lamim.

O fundador Frei Francisco Vieira de Jesus Maria pertencia a uma secular ordem religiosa francesa, os Trinitários, criada no século XII, por São João de Mata e São Félix de Valois e que foram os propagadores da devoção a Nossa Senhora dos Remédios. Homem culto e bom pregador, nasceu em Piranga, era irmão de Teresa Ribeiro de Alvarenga, tio e educador do célebre inconfidente Claudio Manoel da Costa.

Os Trinitários

Nominada como Ordem da Santíssima Trindade ou Ordem dos Trinitários tinha o objetivo inicial de resgatar os cristãos cativos no Oriente durante as Cruzadas, no entanto não dispunham de recursos financeiros para isto. Apareceu então Nossa Senhora aos seus fundadores entregando-lhes uma bolsa cheia de dinheiro, prestando-lhes de modo o “remédio” para suprir aquelas necessidades.

Desde então a Virgem Maria ganhou o título de Nossa Senhora dos Remédios. Nos mais diversos locais onde os Trinitários estiveram exerciam as funções de evangelizar, manter igrejas, cuidar dos doentes e pobres.

Festa de Nossa Senhora dos Remédios

No domingo (09/09) a Paróquia São Gonçalo do Amarante celebra a Festa de Nossa Senhora dos Remédios na Comunidade do Jequitibá. A festividade acontece há 270 anos e é uma das mais antigas da região e de Minas Gerais.

A festa começará às 10h com o cortejo do reinado pelas guardas de congado conduzindo os reis, rainhas, príncipes e princesas. Às 11h missa solene no adro da igreja e logo após apresentações culturais e barraquinhas.

Giovane Neiva

Capela do século XVIII que resistiu ao ‘mar de lama’ corre risco de desmoronar

Sobreviventes do distrito de Bento Rodrigues lutam para preservar estrutura. A Capela de Nossa Senhora das Mercês permaneceu de pé em meio à destruição da tragédia da Samarco.

Símbolo de história e resiliência, a Capela Nossa Senhora de Mercês, localizada no povoado de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, foi um dos poucos imóveis que permaneceram de pé em meio à devastação causada pelo rompimento da barragem de Fundão.

Porém, moradores denunciam descaso e cobram a reforma do templo religioso, que foi tombado em 2018 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).

Segundo a Assessoria Técnica Independente Cáritas Brasileira, o estado de deterioração do templo tem se agravado — Foto: Maria Luísa Sousa
Segundo a Assessoria Técnica Independente Cáritas Brasileira, o estado de deterioração do templo tem se agravado — Foto: Maria Luísa Sousa

Após a tragédia, em novembro de 2015, o espaço passou de capela secundária à principal edificação de uso comunitário do local, sendo utilizado também como salão de eventos sociais.

Mas, segundo a Assessoria Técnica Independente Cáritas Brasileira, que atende comunidades afetadas por desastres socioambientais, o estado de deterioração do templo tem se agravado rapidamente, já que não foram realizadas obras de restauração.

“Ao longo de oito anos, por falta de manutenção, a construção está se deteriorando. Cabe ressaltar que a comunidade não tem mais as mesmas condições de cuidar da capela, que atualmente está isolada e envolta por tapumes”, explicou a assessora técnica, urbanista e arquiteta Ana Paula Alves.

Parte interna da Capela Nossa Senhora de Mercês — Foto: Maria Luísa Sousa
Parte interna da Capela Nossa Senhora de Mercês — Foto: Maria Luísa Sousa

Ainda de acordo com a equipe técnica da Cáritas e com a comunidade de Bento Rodrigues, a situação atual da capela é preocupante, com risco iminente de colapso.

“Em menos de uma década, moradores se deparam com a edificação comprometida, correndo o risco de perdê-la. Eles estão na luta para que sejam viabilizadas obras de restauro antes da chuva, período em que há chance de que a capela venha a ceder”, afirmou a arquiteta.

‘É o que restou de nossa comunidade e onde nos sentimos acolhidos’

Para Mônica Santos, integrante da Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão (CABF) e moradora de Bento Rodrigues, a Capela Nossa Senhora de Mercês representa fé e resistência. “É o lugar onde guardamos nossas memórias e de nossos antepassados que estão ao cemitério ao lado, é o que restou de nossa comunidade e onde nos sentimos acolhidos”, disse.

Mônica Santos, integrante da Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão (CABF), durante missa na capela — Foto: Maria Luísa Sousa
Mônica Santos, integrante da Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão (CABF), durante missa na capela — Foto: Maria Luísa Sousa

Para ela, é necessário que as obras de intervenção comecem o quanto antes.

“Cada vez que a gente chega para limpar, infelizmente, é um pedaço no chão que a gente encontra. Pedimos a intervenção antes que ela caia”, afirmou Mônica, que mora na comunidade há 37 anos.

Neste sábado (27), moradores participaram do ato pela preservação da Capela Nossa Senhora das Mercês — Foto: Maria Luísa Sousa
Neste sábado (27), moradores participaram do ato pela preservação da Capela Nossa Senhora das Mercês — Foto: Maria Luísa Sousa

O responsável religioso pela comunidade de Bento Rodrigues e pela Igreja de Nossa Senhora das Mercês, padre Marcelo Moreira Santiago, explicou que, além da estrutura arquitetônica comprometida, há infestação de insetos.

“Se não houver uma intervenção nos próximos meses, ela corre sérios riscos de cair. Também a infestação de cupins cresce rapidamente, comprometendo os seus altares, com grandes perdas. A capela simboliza a história de fé e de resistência da comunidade do antigo Bento Rodrigues.”

Padre Marcelo Moreira Santiago, responsável religioso pela comunidade de Bento Rodrigues — Foto: Maria Luísa Sousa
Padre Marcelo Moreira Santiago, responsável religioso pela comunidade de Bento Rodrigues — Foto: Maria Luísa Sousa

g1 Minas entrou em contato com o Iepha para saber se há previsão para início das obras de reforma e aguarda retorno.

A história

Segundo dados do Iepha, a construção da Capela Nossa Senhora das Mercês não tem data precisa, mas estima-se que ela foi erguida entre 1750 e 1815. Provavelmente, logo após a criação da Irmandade das Mercês, no povoado, no âmbito da antiga Capela de São Bento. Há um cemitério anexo, elemento fortemente associado às associações religiosas mercedárias.

Festividade de Nossa Senhora de Mercês — Foto: Site IEPHA
Festividade de Nossa Senhora de Mercês — Foto: Site IEPHA

A tragédia

O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, completa oito anos em novembro deste ano. A tragédia deixou 19 pessoas mortas, devastou o Rio Doce e atingiu cidades mineiras e capixabas em 5 de novembro de 2015.

Em 2015, o rompimento da Barragem de Fundão destruiu os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana — Foto: Leonardo Miranda/TV Globo
Em 2015, o rompimento da Barragem de Fundão destruiu os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana — Foto: Leonardo Miranda/TV Globo

FONTES G1

Joia barroca de devoção a Sant’Ana restaurada será reaberta hoje (05) com grande festa popular

Templo do século 18 em Belo Vale demandou um ano de serviços nos elementos artísticos

De volta às missas, aos batizados e casamentos, sob as bênçãos da padroeira e aplausos dos moradores. A Capela Santana, na comunidade de Santana do Paraopeba, em Belo Vale, na Região Central de Minas, reabre as portas aos fiéis amanhã, às 19h, com celebração eucarística solene seguida de barraquinhas e shows. Totalmente restaurado, o templo do século 18 demandou um ano de serviços nos elementos artísticos – a parte estrutural foi contemplada em 2020, em outra etapa. “A população está emocionada e feliz com a conclusão das obras”, disse, ontem, o administrador paroquial da Paróquia São Gonçalo, padre Júnior Luiz de Azevêdo.

Ao entrar na capela consagrada a Santana, mãe da Virgem Maria e avó de Jesus, moradores e visitantes terão dupla e grata surpresa, pois, junto ao restauro primoroso do templo, poderão ver o memorial dedicado à padroeira implantado na sacristia. O espaço agora inaugurado, com parte interativa e peças, conta a história de devoção a Santana ou Sant’Ana. “Queremos dinamizar o turismo religioso na região, que tem uma capela tão importante como a da Senhora Santana”, diz a secretária Municipal de Cultura e Turismo, Eliane dos Santos.

O serviço, custeado pela Prefeitura de Belo Vale, no valor de R$ 1,8 milhão, e realizado pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez (empresa contratada), contemplou o restauro dos elementos artísticos (retábulo-mor, retábulo colateral, presbitério da capela-mor, pinturas parietais da capela-mor e arco cruzeiro) e o memorial. Esse espaço foi planejado e implantado pelo instituto cultural, pelas mãos da sua presidente, a empresária Angela Gutierrez. “Além de estar à frente de todo o processo de implantação do memorial, Angela Gutierrez doou peças de seu acervo particular”, contou a secretária Municipal de Cultura e Turismo.

O memorial – na verdade, um minimuseu, que só pode ser visitado por 15 pessoas de cada vez – abriga uma lojinha para venda de objetos religiosos referentes à padroeira. “A comercialização será de grande importância para mantermos a capela sempre preservada”, diz o padre Júnior. Ele explica que estará sempre captando recursos para evitar o estado de degradação ao qual o templo chegou. “A situação era precária, e agora, para valorizar o trabalho feito aqui, na estrutura e nos elementos artísticos, devemos nos empenhar ao máximo.”

Satisfeito, o administrador paroquial avisa que haverá missa todo domingo, às 15h, ficando a capela aberta de terça a sexta-feira, das 8h às 12h, e aos sábados e domingos, das 9h às 17h. “Para este sábado, já tem casamento marcado, e os batizados serão no dia 27 deste mês”, adianta o padre.

RESTAURO

No comando do trabalho de restauro da capela vinculada à Arquidiocese de Belo Horizonte, o especialista Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, de Belo Horizonte (contratado pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez), cita as várias descobertas durante os meses de serviço, incluindo a retirada de camadas de tinta branca, na mesa do altar, que fez ressurgir as cores originais. “Desde o início das obras no templo de 1735, foram encontradas outras pinturas.”

No altar, do lado esquerdo de quem entra no templo, localizado na zona rural, com uma visão de 360 graus de montanhas, as pinturas encantam pela delicadeza. Estão lá os motivos fitomorfos (flores e rocalhas) e animais, chamando a atenção o desenho do pelicano alimentando os filhotes, símbolo cristão do sacrifício e da doação. “Esta igreja é muito importante para a região e apresenta várias etapas na sua decoração, perfazendo cerca de 200 anos. Temos do altar-mor, de meados do século 18, a painéis da década de 1940. Estamos, portanto, respeitando todas as fases e mantendo as características originais”, ressalta Adriano Ramos.

Considerado um dos monumentos mais queridos dos moradores do Alto Rio Paraopeba, a capela, que fica a nove quilômetros do Centro de Belo Vale, é ponto de peregrinação de visitantes de todo canto, recebendo cerca de 10 mil pessoas a cada 26 de julho, data consagrada à padroeira. O prefeito de Belo Vale, Waltenir Liberato Soares ( Nequinha), demonstra sua alegria. “Existe um pensamento que diz: ‘Um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho, mas um sonho sonhado junto é realidade’. Esse foi mais um grande passo e fica a certeza de que não mediremos esforços para continuarmos investindo na cultura e no turismo de nossa cidade, para que, a cada dia, a cultura local seja mais reconhecida, preservada e mais respeitada”.

HISTÓRIA

Pesquisa do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, coordenado por Goretti Gabrich, que acompanhou os serviços de restauração, mostra que o Vale do Paraopeba foi entrada rumo aos sertões das Minas pela bandeira de Fernão Dias Paes Leme. Ao longo do caminho, vários integrantes da bandeira estabeleceram povoamentos que se tornaram, com o tempo, pontos de abastecimento e hospedagem para viajantes.

A bandeira conduzida por Paes Leme, acompanhado do mestre de campo Matias Cardoso, do genro Manoel de Borba Gato e do filho Garcia Rodrigues Paes, chegou à região em 1675, como relata Diogo de Vasconcelos: “Passada a estação das chuvas, em março do ano seguinte, dirigiram-se os bandeirantes em direção à Serra da Borda e atravessaram a região do campo, entrando na do Paraopeba (Piraipeba, rio do peixe chato), onde fundaram o segundo arraial (Santana)”.

O estudo diz ainda que “em cada núcleo de povoamento foi colocada uma pessoa de confiança do chefe bandeirante. Seu filho, Garcia Rodrigues Paes, administrou a feitoria de São Pedro do Parahypeba (atual Santana do Paraopeba). Em seguida à fundação da feitoria, Manuel Teixeira Sobreira e seu sócio Manuel Machado fizeram pedido de concessão de sesmaria em São Pedro de Parahypeba, e, em 1735, ergueram a Capela de Santana, conforme provisão de 4 de março de 1750”.

“Em 1823, a capela era filial de Congonhas, tendo como capelão o padre Domingos Ribeiro de Sousa. Em 1865, foi elevada a freguesia pela Lei 1.254, de 25 de novembro, tornando-se então sede da paróquia. Até 1880, devido a razões políticas, a sede da paróquia alternou-se sucessivas vezes entre Santana do Paraopeba e São Gonçalo, vinculando-se, então, definitivamente, a São Gonçalo. O terreno onde se ergueu o templo foi doado legalmente, conforme escritura passada em 2 de setembro de 1925 por Antônio Vieira dos Santos e sua mulher, Nívea da Conceição Braga”, prossegue o levantamento.

O templo apresenta fases distintas: barroca (de 1735 ao final do século 18) e eclética (de 1920 a 1929). Nesse último período, foram feitas reformas substanciais, divididas em dois anos críticos, sendo 1920 o primeiro, de acordo com o Livro de Tombo, quando a capela foi retocada. Em 1929, houve uma grande intervenção, “que transformou a fachada original, abriu os arcos e inseriu ornatos contrastantes nas fachadas, embora inscrição refeita ainda mostre a data de construção, 1735”.

Memória – INFESTAÇÃO DE CUPINS

Em agosto de 2018, equipe do Estado de Minas esteve na Capela Santana, e, guiada pelo então titular da Paróquia de São Gonçalo, padre Wellington Eládio Nazaré Faria, viu a situação então precária do templo, especialmente quanto à infestação de cupins, responsáveis, em grande parte, pela deterioração da construção dos tempos coloniais. Na época, o pároco falou sobre a necessidade do restauro e enalteceu o envolvimento dos moradores no “chamado” à restauração. Já em 11 de abril do ano passado, o clima era outro, com as obras iniciando e dando esperança à comunidade.

FONTE ESTADO DE MINAS

Inauguração da Capela de Nossa Senhora Aparecida (BAIRRO GIGANTE)

No dia 02 de fevereiro (quinta -feira ) às 18:00 hs será realizada a inauguração da Capela Nossa Senhora Aparecida situada na esquina entre as ruas Joelmir Faria e Josefina Martins, no Bairro Gigante.
A construção da capela é de iniciativa do Sr. Jair Gabriel bem como a arquitetura, o paisagismo e a construção que foram desenvolvidas pelas mãos deste homem simples que possui uma grande sensibilidade que encanta. A conclusão teve participação financeira da comunidade do entorno. Nessa Capela há a contribuição do artista lafaietense e morador do bairro , Paulo Souza conhecido como (Paulinho Demolidor) e com a confecção do altar em estilo barroco e as artes que compõem a fachada. Ressaltamos que as obras foram criadas com matéria prima de demolição e reaproveitamento. A benção ficará a cargo do Pároco da Igreja São Judas Tadeu, Marco Tulio da Paz. Convidamos a comunidade e devotos para a estar presente nessa inauguração e para realizar visitar diárias .

Capela e Memorial da Beata Isabel Cristina abertos para visitação

No último final de semana Barbacena viveu um momento marcante em sua trajetória, que foi a Beatificação de Isabel Cristina. No domingo, foi inaugurada a Capela dedicada à mais nova Beata da Igreja Católica. A capela que também recebeu os restos mortais de Isabel Cristina, está aberta todos os dias durante este mês de dezembro e com celebração da missa às 12h.

Ao lado da Capela, foi  inaugurou o Memorial que retrata a vida da Beata Isabel Cristina. Visitar o Memorial é ter oportunidade de ver de perto objetos que pertenciam a Ela e também conhecer um pouco mais de todo o processo que levou a barbacenense a ser beatificada. O memorial está aberto para visitação das 9h às 18h.

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