MG tem média de 354 acidentes por mês causados por embriaguez

Conforme o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, esse tipo de atendimento aumenta no período da folia

Todos os meses, Minas Gerais registra uma média de 354 acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados. Conforme dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), no ano passado foram 4.256 ocorrências dessa natureza. Já em Belo Horizonte, no mesmo período, foram 489, o que corresponde a uma média de 40 por mês. 

Se os números já causam preocupação em especialistas e na população em geral em todas as épocas do ano, durante o Carnaval acendem um alerta ainda maior. Conforme profissionais que atuam na área de trânsito, com a folia vem o consumo maior de álcool e, consequentemente, o aumento de acidentes, muitos deles fatais. Apesar das fiscalizações, multas e possibilidade de prisão do infrator, a situação está longe de se tornar incomum.

Para se ter uma ideia, em 2023, somente o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII registrou 233 atendimentos por causas ligadas direta ou indiretamente ao álcool no período da festividade. Conforme a unidade de saúde, a situação se repete ano a ano. Os casos mais graves são registrados nas rodovias federais, envolvendo pessoas que saem de suas cidades para participar da folia na capital.

Diretor Científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra ressalta que são diversos os efeitos do álcool na mente dos condutores. Além disso, os foliões, quando consomem bebidas alcoólicas, também ficam mais vulneráveis, o que pode ocasionar acidentes ainda mais graves. 

“O álcool é uma substância psicoativa que altera a capacidade de julgamento. A pessoa perde a percepção dos riscos do que ela está fazendo. Com isso, pode acabar dirigindo acima da velocidade e avançando sinais, por exemplo. Além disso, o álcool altera os reflexos, o tempo de reação e, consequentemente, estimula a adoção de outros atos infracionais, como a ultrapassagem e a conversão proibidas”, ressalta.

Conforme lembra Coimbra, o fluxo de pedestres, um dos elos mais frágeis dessa cadeia, é maior durante o Carnaval. Muitas dessas pessoas estão curtindo a folia e também estão sob efeito de álcool. “Em vários locais existe aglomeração de pessoas, que muitas vezes também estão alcoolizadas. Elas ficam mais desconectadas em relação à atenção, audição, o que as torna mais vulneráveis aos acidentes também”, diz.

Também especialista em trânsito, Márcio Aguiar ressalta que bebida e direção “chamam acidentes”. Por isso, diz ele, campanhas de conscientização são muito importantes. “É preciso haver fiscalização constante”, diz ele.

Punição

Dirigir embriagado é uma infração gravíssima. Além da previsão de multa de R$ 2,934,70, há a instauração de processo administrativo para a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por 12 meses. Caso haja reincidência no período de um ano, o valor da multa é dobrado. Já a CNH, é cassada. O infrator ainda está sujeito a detenção de seis meses a três anos.

No entanto, para as vítimas e para os causadores desse tipo de acidente, a punição pode ser muito maior do que isso, com a perda de algo infinitamente mais valioso: a vida.

Acidente muda história de família

Wellington Rangel é pai de João Pedro, hoje com 16 anos. Em 2012, ele estava no volante quando se envolveu em uma grave batida. No carro estavam, além do filho, na época com 5 anos, o pai de Rangel, um tio e um sobrinho dele. 

Em determinado momento, um motorista embriagado invadiu a contramão na BR-381, na altura de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte, e atingiu a família. O homem que provocou a batida tinha acabado de sair de uma festa e perdeu a vida. Já o filho de Rangel, João Pedro, foi o que sofreu ferimentos mais graves entre as vítimas e perdeu as duas pernas.

“Esse tipo de ocorrência desmistifica a teoria da fatalidade. Não foi acidente. Houve uma relação de causa e efeito. Essa pessoa aceitou o risco do que aconteceria. É preciso que as pessoas se conscientizem, que não dirijam após beber para evitar causar danos na própria vida e na vida de pessoas que não têm nada a ver”, diz ele.

Hoje, conforme relata Rangel, João Pedro está muito bem. Faz natação, toca violino, é um excelente estudante. “A fé foi muito importante em tudo isso”, avalia.

No entanto, passados onze anos do episódio, ainda não é possível dizer que situações como as vividas pela família de João Pedro ficaram para trás. “Ainda está muito presente na nossa cultura o ‘beber e dirigir’. Isso precisa mudar”, finaliza o Diretor Científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra.

FONTE O TEMPO

Acordo de reparação de danos causados pelo rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho completa três anos

Instituições de Justiça e Governo de Minas apresentaram balanço das ações realizadas desde 2021

O acordo de reparação de danos causados pelo rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho irá completar três anos.

A prioridade do acordo é a reparação da região atingida pelo rompimento da barragem da Vale, que contempla Brumadinho e outros 25 municípios da Bacia do Rio Paraopeba.

O acordo foi assinado em 4 de fevereiro de 2021 e fazem parte do instrumento: Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) e Governo de Minas Gerais.

Na manhã desta sexta-feira (19), a seis dias da tragédia completar cinco anos, as instituições de justiça e o Governo de Minas divulgaram as iniciativas socioeconômicas, socioambientais e compensatórias que estão sendo desenvolvidas.

Entre as ações em andamento, destacam-se o Programa de Transferência de Renda, que está atendendo mais de 130 mil pessoas da região atingida e a Consulta Popular, que contribuiu na definição de mais de 160 projetos de fortalecimento do serviço público para a região.

A área socioeconômica conta atualmente com 110 projetos em execução nos 26 municípios atingidos. Outros seis já estão oficialmente concluídos e atestados pela auditoria independente da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para a execução destes projetos de fortalecimento do serviço público, o acordo garantiu R$ 4 bilhões – R$ 1,5 bilhão para Brumadinho e R$ 2,5 bilhões para os outros 25 municípios atingidos.

Para a saúde e o desenvolvimento social já foram autorizados 39 projetos (34 em saúde e 5 em desenvolvimento social) nos 26 municípios com investimentos de mais de R$ 760 milhões.

Na área da infraestrutura e desenvolvimento econômico estão previstos mais de 700 quilômetros em obras de melhorias e pavimentações de estradas e vias urbanas e rurais. Em Brumadinho, os projetos de infraestrutura incluem um pacote de melhorias urbanas na sede do município e em diversos distritos, além de pavimentação, melhorias e alargamento de estradas, a construção de uma ponte e 260 novas casas populares e ações de Requalificação de Centros Urbanos.

Para diversificar a economia de Brumadinho, o Distrito Industrial está sendo implementado e há oferta de cursos profissionalizantes e atividades para moradores e empreendedores. Para fortalecer as atividades de agricultura em Brumadinho estão sendo atendidos 192 produtores rurais, com ações de profissionalização, aperfeiçoamento da produção e incentivo à geração de renda.

Além destas, outras ações estão sendo realizadas nas áreas de saneamento e segurança hídrica, participação dos povos e comunidades tradicionais e compensação para o estado de Minas Gerais.

Em relação as indenizações, pelo Termo de Compromisso da Defensoria Pública de Minas Gerais, já são mais de R$ 1,3 bilhão de reparação direta às pessoas atingidas. A reparação dos danos causados aos trabalhadores gerou mais de 2.500 indenizações.

O rompimento em Brumadinho aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019 matando 272 pessoas. Três joias, como são chamadas as vítimas do desastre, seguem desaparecidas.

FONTE CNN BRASIL

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