Em abertura do ano letivo, prefeitura anuncia construção de quadra e academia ao ar livre em Três Barras

Na manhã desta quarta-feira (21), a Escola Municipal Sebastião Pereira da Fonseca, na localidade de Três Barras, em Conselheiro Lafaiete, recebeu o Momento Cívico que marcou o início do ano letivo rural.

A cerimônia reuniu servidores municipais da educação, professores, pais de alunos e diversas autoridades, incluindo o Prefeito Mário Marcus e os secretários de educação Albano Tibúrcio e Edilvânia Diniz.

A escola foi totalmente reformada e irá atender alunos do ensino infantil ao 5º ano em horário integral.

“É com grande alegria que celebramos o início do ano letivo rural em Três Barras”, disse o Prefeito. “A educação rural é fundamental para o desenvolvimento da nossa comunidade, e estamos comprometidos em oferecer um ensino de qualidade para todos os alunos.”- declarou o prefeito, que na oportunidade anunciou a construção de uma quadra esportiva e a instalação de uma academia ao ar livre na localidade.

Morador é condenado a pagar indenização após danificar imóvel de vizinho

Homem terá de pagar R$ 5 mil a proprietário de residência danificada durante obra

Um morador foi condenado a pagar indenização a seu vizinho por danos morais e materiais. A quantia a ser paga será no valor de R$ 5 mil e foi motivada após o homem ter realizado obras em sua residência que danificaram o imóvel do vizinho. A 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve a decisão da Comarca de Cataguases, na Zona da Mata mineira.

O relator, desembargador Valdez Leite Machado, determinou ainda que o responsável pela obra adote medidas apontadas em laudo pericial, no prazo de 30 dias, sob pena de multa diária de R$ 500.

O autor da ação alegou que as obras realizadas pelo vizinho foram responsáveis por danificar seu imóvel. De acordo com o laudo pericial apontado no processo, houve danos a uma parede da casa, causando infiltração e risco de deslizamento de terra.

O responsável pela obra recorreu da decisão, argumentando que o laudo apresentado pela perícia não concluiu, de forma segura, “a ocorrência do alegado dano e de quem seria a responsabilidade”. Ele afirmou ainda que não foi apresentada “prova robusta” em relação aos prejuízos causados.

O relator decidiu pela manutenção da sentença proferida pela Comarca de Cataguases, alegando que a prova pericial mostrou que os danos ocorridos no imóvel do autor realmente eram decorrentes das obras realizadas pelo réu.

Segundo o desembargador, a situação implica em “abalo psicológico e fundada angústia e tormento, extrapolando os limites do mero aborrecimento”.

FONTE TRIBUNA DE MINAS

Prefeitura inicia obra da UBS Ito Alves

Em mais uma ação para melhorar e ampliar a assistência à saúde da população de Conselheiro Lafaiete, a prefeitura retomou a obra da Unidade Básica de Saúde do Bairro Rochedo, localizada na Rua Ito Alves.

Esta é mais uma obra que estava paralisada desde 2015 e que será concluída nesta gestão. A unidade de saúde é de fundamental importância para reforçar os atendimentos nos bairros, beneficiando os moradores que terão acesso aos cuidados médicos bem próximo de casa.

O prefeito Mário Marcus acompanhou o início da obra nesta sexta-feira, 09/02. Ele ressaltou a importância da construção desta unidade de saúde que proporcionará mais dignidade às pessoas que buscam por atendimento médico. “Esta é mais uma obra em continuidade de um trabalho que vem sendo realizado no sentido de melhorar cada vez mais a saúde em nosso município. O objetivo é atender as necessidades da população. Também será um ambiente propício para os profissionais que irão atuar na unidade de saúde com mais segurança e qualidade”.

A nova UBS será do tipo três, ou seja, poderá atender até três equipes de saúde da família, sendo que para cada equipe o atendimento médio gira em torno de 4 mil pessoas. Podendo assim, a UBS atender em torno de 12 mil usuários do bairro Rochedo e adjacentes.

Com custo estimado em 3 milhões de reais, a obra será executada pela Empresa Azevedo Engenharia e Construções Ltda., vencedora do processo licitatório. A previsão é que seja entregue até setembro deste ano.

Inscrições abertas: Escola de Ofícios de Mariana destaca a Capacitação Feminina na Construção Civil para o Novo Semestre

Com ênfase em construção, empreendedorismo, inovação, autonomia e criatividade, os cursos Pedreira – Mulheres na Construção, Carpintaria, Cantaria, Forjaria e Pintura recebem inscrições de 01 a 19 de fevereiro.

A Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana, em operação desde 2019, inicia um novo semestre oferecendo diversas oportunidades gratuitas de aprendizado e crescimento. Ao longo de sua trajetória, a instituição já capacitou mais de 400 alunos em cinco áreas específicas de qualificação: Alvenaria (taipa, adobe e pau a pique), Carpintaria (madeira), Forjaria (forja artística), Cantaria (pedra) e Pintura (cal, óleo, estêncil e pátinas), além de realizar oficinas especializadas e mais de 20 visitas técnicas e encontros de arte e educação.

A grande novidade deste semestre é o curso “Pedreira – Mulheres na Construção”, um curso que proporcionará aulas teóricas e práticas, visitas técnicas, excursões, palestras e debates sobre os saberes, as artes e as condições sociais atuais. Com isso, o curso visa formar profissionais femininas aptas a utilizar os conhecimentos adquiridos para construir ou intervir em suas moradias, assim como ingressar no mercado de trabalho como empregadas, empregadoras ou autônomas.

Os conteúdos abordados no curso incluem temas fundamentais como segurança no trabalho, planejamento e acompanhamento de obras, leitura e interpretação de projetos, manuseio de máquinas, ferramentas e equipamentos, conhecimento das características dos materiais, processos de construção de estruturas em concreto armado, elevação de paredes e muros em alvenarias, reboco, assentamento de pisos cerâmicos e azulejos, instalação de marcos de portas e janelas, formas simples de madeira, entre outros.

Além desta novidade, a escola ainda oferece seus cursos tradicionais, Carpintaria, Cantaria, Forjaria e Pintura, além de diversos minicursos que serão divulgados ao longo do semestre.

As aulas terão início no dia 05 de março e vão até o dia 05 de julho, totalizando um período de quatro meses, onde os alunos matriculados terão acesso gratuito a vale-transporte e lanche.

A Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana é uma iniciativa do Instituto Pedra, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e apoio da Prefeitura de Mariana. A instituição é dedicada à preservação e promoção das técnicas tradicionais de construção, oferecendo cursos práticos e teóricos em diversas áreas, capacitando indivíduos para atuarem no setor da construção civil de maneira sustentável e inovadora.

Serviço:

ESCOLA DE OFÍCIOS TRADICIONAIS DE MARIANA

LINK DE INSCRIÇÃO: https://www.escoladeoficios.org.br/seletivo/

Endereço: Rua Cônego Amando, 278, Bairro Chácara – Mariana – MG.

CEP: 35426-060

Telefone: (31) 3560-2108 | Whatsapp: (31) 98741-8050

Site: www.escoladeoficios.org.br

Instagram e facebook: @escoladeoficiosdemariana

Iniciada a segunda etapa do prolongamento da Avenida Manoel Martins

Nesta quarta-feira, 31/01, o Prefeito Mário Marcus, acompanhou o início de mais uma etapa das obras de prolongamento da Avenida Professor Manoel Martins, no Bairro Santa Efigênia, a ligação da avenida ao novo trecho.

Esta intervenção faz parte do programa de melhoria da infraestrutura viária do Município, que tem como objetivo desafogar o tráfego local, solucionando diversos problemas que há tempos dificultam a mobilidade urbana. A abertura das novas avenidas na cidade conectará bairros ao centro, como também abrirá rotas alternativas de acesso a outros bairros e cidades, proporcionando uma rede viária mais eficiente.

Para o prefeito Mário Marcus “esta é uma iniciativa estratégica para o tráfego e trânsito na nossa cidade. O prolongamento da Avenida Professor Manoel Martins facilitará a locomoção diária dos cidadãos e fortalecerá as conexões entre diferentes partes do município. Os bairros Museu, Morro da Mina, Arcádia e seus arredores terão acessos mais ágeis ao Centro da cidade, além de uma via direta para a MG 129”, ressaltou.

O projeto também trará melhoria no acesso para aqueles que chegam à Conselheiro Lafaiete vindos de cidades vizinhas pela MG 482, no Bairro Gigante. Com expectativa de conclusão para meados deste ano, conferindo maior fluidez ao tráfego e proporcionando um ambiente urbano mais integrado e dinâmico.

Gigante BYD presenteia Lula com carro de R$ 500.000 e vai começar as obras em sua fábrica na Bahia

BYD anuncia investimento bilionário no Brasil: Fábrica de carros e entrega de veículo para o presidente Lula

Segundo o site AutoEsporte, em uma reunião memorável no Palácio da Alvorada, a BYD e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva consolidaram uma parceria que promete redefinir o panorama da indústria automotiva no Brasil. 

O anúncio do início iminente das obras da fábrica em Camaçari, Bahia, e a entrega de um SUV elétrico Tan, avaliado em R$ 529.890, para uso da Presidência da República, sinalizam uma fase empolgante de inovação e sustentabilidade.

BYD investe R$ 3 bilhões na construção de fábrica de carros na Bahia

As próximas semanas marcarão um capítulo épico na história da BYD no Brasil. Com um investimento expressivo de R$ 3 bilhões, a fabricante chinesa está prestes a iniciar a construção de uma fábrica em Camaçari, Bahia. Essa empreitada ambiciosa, com capacidade inicial para produzir 150 mil carros por ano, representa a primeira incursão da BYD na fabricação de automóveis fora da Ásia. Além disso, a iniciativa promete criar 10 mil empregos diretos e indiretos, reafirmando o compromisso da BYD com o crescimento econômico brasileiro.

BYD define planos audaciosos: Carros elétricos, híbridos e desenvolvimento tecnológico

A BYD não apenas almeja ser uma fabricante de carros, mas também estabelece metas audaciosas para o desenvolvimento tecnológico no Brasil. Com a confirmação da produção do hatch Dolphin e do SUV Yuan Plus, a BYD demonstra seu ingresso marcante no mercado brasileiro. O compromisso com a economia local se estende à criação de um grupo de fornecedores, revitalizando a antiga fábrica da Ford, fechada em janeiro de 2021. Além disso, a BYD planeja estabelecer um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, focado na inovação de um motor híbrido-flex, uma iniciativa ousada que visa unir eficiência e sustentabilidade.

O futuro da indústria automotiva brasileira ganha contornos eletrificados e inovadores com a chegada da BYD. A entrega do SUV elétrico Tan para a Presidência da República é mais do que um simples veículo; é um símbolo do compromisso da BYD com a sustentabilidade. Esta parceria entre BYD e Lula não apenas traz carros para o Brasil; ela inaugura uma era de inovação, empregos e avanços tecnológicos. A BYD está, literalmente, dirigindo o futuro da mobilidade elétrica no Brasil, e as próximas semanas prometem ser um capítulo emocionante nessa jornada de transformação.

FONTE CLICL PETRÓLEO E GÁS

Milionários se preparam para o “fim do mundo”: raro bunker da Guerra Fria chega ao mercado imobiliário por R$ 6,11 milhões

O abrigo subterrâneo, que abrigava bombas nucleares, foi transformado em uma casa de três dormitórios

Um raro bunker com raízes na era da Guerra Fria foi colocado à venda, nos Estados Unidos, por um preço inicial de US$ 1,24 milhão (cerca de R$ 6,11 milhões). Situada em Sprague, no estado de Washington, a propriedade, construída em 1959, já protegeu algumas das armas nucleares mais perigosas do país durante o período conflituoso, que durou de 1945 a 1991.

Do lado de fora, a casa parece ser apenas um galpão de estrutura metálica — Foto: Jam Press / WashingtonMissileBase.com / Reprodução

Desativado em 1990, o imóvel histórico sofreu uma transformação notável em 2000, servindo agora como uma casa acolhedora de três quartos e três banheiros. Do lado de fora, a residência mantém a aparência de um típico bunker.

Um túnel subterrâneo leva a outra parte da casa — Foto: Jam Press / WashingtonMissileBase.com / Reprodução

O acesso à casa é feito através da a garagem, que possui bastante espaço de armazenamento, uma pequena cozinha, um banheiro e um quarto. Além dos dormitórios, o nível inferior abriga uma cozinha completa com mesa de jantar, uma área de estar de dimensões generosas, equipada com três sofás e televisão, e uma sala de jogos.

O andar superior possui uma pequena cozinha, um quarto e um banheiro — Foto: Jam Press / WashingtonMissileBase.com / Reprodução

Nos últimos anos, a popularidade dos bunkers aumentou nos Estados Unidos, elevando o valor das propriedades desse tipo. Alguns dos indivíduos mais ricos do mundo estão investindo em abrigos subterrâneos como preparativos para um possível “fim do mundo”.

No andar inferior, há uma cozinha maior com sala de jantar — Foto: Jam Press / WashingtonMissileBase.com / Reprodução

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook e CEO da Meta Platforms, por exemplo, está construindo um complexo de US$ 100 milhões (cerca de R$ 493 milhões) no Havaí – com um bunker subterrâneo e recursos autossustentáveis.

O financista Peter Thiel está aguardando aprovação para um projeto de abrigo na Nova Zelândia. Outros milionários famosos, como Sam Altman, da OpenAI, e Larry Ellison, da Oracle, também estão construindo seus próprios retiros.

Os quartos são espaçosos e estão instalados nos dois pavimentos — Foto: Jam Press / WashingtonMissileBase.com / Reprodução
Os banheiros são espaçosos e possuem banheiras — Foto: Jam Press / WashingtonMissileBase.com / Reprodução
A sala de jogos tem poltronas confortáveis e uma mesa de sinuca — Foto: Jam Press / WashingtonMissileBase.com / Reprodução

FONTE REVISTA CASA E JARDIM

Prefeitura inicia a contenção de mais um trecho do Bananeiras

A Prefeitura de Conselheiro Lafaiete está iniciando a construção de mais um muro de gabião. Dessa vez, a obra acontece no bairro Carijós, em trechos próximos a Rua Paes Pedro, uma das vias que mais sofre com enchentes. O objetivo é fazer a contenção à margem do Rio Bananeiras a fim de proporcionar mais tranquilidade e segurança aos moradores daquela região, principalmente em períodos de chuva.

A Prefeitura já realizou a construção de gabiões em outros pontos à margem do rio e em outros bairros com o intuito de melhorar a estabilidade de encostas, evitando o deslizamento das margens do rio e o seu assoreamento, com objetivo de trazer mais segurança para a população, além de contribuir para a preservação ambiental.

O Prefeito Mário Marcus, que acompanhou o início das obras nesta segunda-feira, 22/01, explicou que a opção pelo muro de gabião, se deu pelo fato da técnica ser uma forma de contenção muito utilizada por oferecer ótimo resultado, resistência, boa permeabilidade, além de baixo impacto ambiental. “Esta é a concretização de mais um compromisso da administração municipal em realizar as intervenções e mudanças necessárias para a promoção do bem-estar, segurança e tranquilidade da nossa população”.

Viaduto do Bairro Cachoeira: obra fica pronta em junho

Nesta quinta-feira, 18/01, o Prefeito de Lafaiete (MG), Mário Marcus, juntamente com a equipe da Secretaria de Obras e estagiários da UFSJ, visitou a obras de construção do viaduto do Bairro Cachoeira e da ponte na Rua do Barreto que estão sendo executadas pela MRS Logística em parceria com a prefeitura.

A construção do viaduto é um investimento importante em mobilidade e segurança, pois, propiciará tráfego com agilidade, sem interrupções no fluxo de veículos e com prevenção de acidentes nas travessias sobre a linha férrea.

O prefeito Mário Marcus, que acompanha, periodicamente, todas as obras em execução na cidade, foi acompanhado pelos engenheiros da MRS Logística e constatou que o cronograma está sendo cumprido e a obra tem previsão de conclusão no mês de junho deste ano. Ele ressaltou a importância da parceria com a MRS na construção de mais esta obra tão necessária, que beneficiará a todos os pedestres e motoristas, da cidade e região, que terão mais agilidade e segurança no local. “Esta é mais uma intervenção dentro da programação de melhoria dos acessos e das vias, que visam aprimorar o trânsito e tráfego nas ruas, promovendo mais mobilidade, mais segurança e comodidade aos moradores”.

‘Trem do Céu’: a ferrovia mais elevada do planeta, chamada de ‘milagre’ da engenharia

A ferrovia Qinghai-Tibet estende-se por quase 2 mil quilômetros. Ela atravessa o planalto tibetano, de Xining – a capital da província de Qinghai, na China central – até Lhasa, no Tibet.

É uma viagem épica, mas, da janela do trem, pode-se observar poucas intervenções humanas.

A paisagem é composta principalmente pela grama amarelada da savana do teto do mundo, que se estende até o horizonte com aparência de dentes de crocodilo, nas montanhas mais altas do planeta.

Se o trem quebrasse, poucos passageiros durariam por muito tempo naquelas terras altas varridas pelos ventos. Não parece haver poços de água para beber, nem árvores para oferecer sombra.

As próprias bandeiras de prece tibetanas foram arrancadas e panos de algodão foram fixados às rochas, simbolizando a rendição dos homens.

Meu pensamento se dirigia aos antigos aventureiros de outros países, que foram os primeiros a tentar chegar a Lhasa, a Cidade Proibida original.

Um deles foi o excêntrico inglês Thomas Manning (1772-1840). “Perseguido pela ideia da China”, ele viajou de navio de Guangzhou (também chamada de Cantão, no sul da China) até Calcutá, na Índia, no início de 1811.

Dali, na companhia de um católico chinês de nome Zhao, ele cruzou a fronteira entre o Butão e o Tibet sem dificuldades. E, depois de meses de uma árdua viagem, ele se tornou o primeiro inglês a pôr os pés na capital sagrada do Tibet.

Para Manning, Lhasa parecia uma cidade pobre e suja. Mesmo assim, ele conseguiu uma audiência com o 9º Dalai Lama, na época com seis anos de idade (o Dalai Lama atual, Tenzin Gyatso, é o 14º).

Mais tarde, Manning foi preso pelo amban – a autoridade que governava o Tibet em nome do governo chinês. O inglês permaneceu prisioneiro até que o imperador Jiaqing ordenou que ele fosse acorrentado, escoltado até a fronteira e deportado.

Nas décadas que se seguiram, o litoral da China foi invadido por agressivos comerciantes estrangeiros, com guerras marítimas e tratados unilaterais.

Mas diversos tipos de aventureiros – cartógrafos, montanhistas, missionários, garimpeiros e escritores de viagem – ainda sonhavam em se infiltrar na mística fortaleza no “teto do mundo”.

Eles chegavam de todas as direções. Suas motivações eram diferentes, mas as adversidades eram sempre as mesmas. Lobos, terremotos e a varíola assombravam um país que continuava literalmente fora do mapa.

O Tibet era habitado por reis que eram deuses, monges despóticos, guardas de fronteira intransigentes e bandidos armados.

O ponto final da ferrovia é a cidade de Lhasa, no Tibet, conhecida como a ‘Cidade Proibida’

Muitas pessoas morreram nas tentativas de chegar a Lhasa após a viagem de Manning.

O Império Britânico acabaria trazendo a capital tibetana para o cenário mundial, ao ordenar que a Comissão da Fronteira com o Tibet atravessasse os limites da Índia (que fazia parte do império, na época) para solucionar questões comerciais existentes entre o Reino Unido e o Tibet.

A Comissão era uma unidade militar liderada pelo oficial Francis Younghusband (1863-1942). Nascido na Índia, ele tinha um objetivo vago a cumprir: atingir a “satisfação” para o império.

Younghusband atingiu essa satisfação com a Batalha (ou o massacre, segundo alguns) de Guru.

Os tibetanos se lançaram de sua obscura fortaleza, armados com mosquetes envelhecidos e imagens do Dalai Lama, que eles acreditavam que os protegeriam. Eles não eram páreo para as espingardas inglesas Enfield e metralhadoras Maxim, que conseguiam disparar centenas de balas por minuto.

Suas fileiras foram brutalmente abatidas depois que, acidentalmente, um atirador deu início ao ataque britânico, ao disparar sua arma. E os sobreviventes simplesmente fugiram, incapazes de compreender o que haviam acabado de presenciar.

É preciso dar aos soldados britânicos o crédito de terem resgatado os tibetanos abatidos.

Em seguida, eles avançaram para Lhasa, em meio a diversos conflitos pelo caminho. Um deles foi a batalha da Passagem de Karo La, considerada o combate travado à maior altitude da história.

Assim, os britânicos acabaram chegando à Cidade Sagrada. O Dalai Lama havia se refugiado na Mongólia, mas eles conseguiram o que queriam: um novo tratado com o Tibet, que foi assinado em 1904.

Os chineses e a ferrovia

O legado da invasão britânica transformaria a posição da China em relação ao Tibet. Os chineses não poderiam mais considerar a região como um protetorado com pouco controle.

Ao longo das caóticas décadas após o colapso da dinastia Qing, em 1912, o Tibet, na prática, foi independente. Mas, em 1950, veio a invasão do Exército Vermelho da China para “liberá-lo” da “servidão”.

Os tibetanos ficaram sem a autonomia desejada e muitos deles, incluindo o Dalai Lama, fugiram para o exterior em um exílio voluntário.

Mesa de almoço em frente a janela, de onde se ve morro nevado
Legenda da foto,A emblemática ferrovia Qinghai-Tibet inspirou o livro ‘Viajando de Trem Através da China’, do escritor americano Paul Theroux

Em 1984, foi concluída a construção do primeiro trecho da ferrovia. Ela se tornaria um cordão umbilical simbólico, conectando a capital chinesa, Pequim, aos seus caprichosos primos das montanhas. É a ferrovia mais alta já construída no mundo.

O trecho inicial ligava Xining a Golmud, uma cidade no meio do nada na província de Qinghai. O local rapidamente se tornou um ponto de escala para uma geração de hippies em direção a Lhasa.

O escritor de viagens americano Paul Theroux viajou nessa linha em meados dos anos 1980. Na época, o trem era movido a vapor e a viagem levava 30 horas. Na época da minha viagem, em 2018, o trajeto levava apenas sete horas.

“Era um trem horrível”, escreveu Theroux no seu diário de viagem Riding the Iron Rooster (Viajando de Trem Através da China, Ed. L&PM, 1995). Ele relata um confronto físico entre os passageiros e conta que o trem “ficou sem água uma hora depois de sair”.

Lendo esse relato, eu me senti um pouco mimado no meu apertado beliche de segunda classe em um vagão equipado com bicos de sopro no teto para regular os níveis de oxigênio e evitar o mal de altitude entre os passageiros.

No final de cada vagão, havia também um cilindro de água fervente para reabastecer minha garrafa de chá, se fosse preciso.

“O mundo mudou”, escrevi no meu diário, “mas o deserto de Qinghai continua o mesmo.”

Ler os últimos capítulos do livro de Theroux enquanto me aproximava da remota cidade de Golmud era como receber comentários em tempo real sobre o cenário que passava pela janela.

“Aldeias quadradas e muradas que pareciam habitações remanescentes da idade neolítica” se espalhavam por um planalto de pedras “infernal e memorável”, enquanto nos aprofundávamos ainda mais no “terreno mais acidentado que já vi na China…”

Mas a descrição de Golmud apresentada por Theroux – “uma dúzia de construções baixas espalhadas por um amplo terreno” – não representa mais a realidade. A moderna cidade de Golmud parecia tão nova e limpa como se tivesse sido transplantada de helicóptero de uma fábrica de cidades-modelo para o planalto tibetano.

Não pude deixar de sentir que suas alamedas frondosas, de alguma forma, desrespeitavam as leis terrenas – que aquele planalto de rochas e esqueletos não era lugar para um assentamento semipróspero, claramente de classe média.

Passei uma noite em Golmud. Na tarde seguinte, embarquei novamente no chamado “Trem do Céu”, ou “Ferrovia para o Céu”, em direção a Lhasa.

Rumo ao ‘Terceiro Polo’

Durante a cerimônia de inauguração na estação de Golmud em 2006, que abriu o ramal para Lhasa, o então presidente chinês Hu Jintao descreveu o segundo trecho da ferrovia como “uma magnífica proeza da história da construção de ferrovias da China” e “um milagre da história mundial das ferrovias”.

Em que pese o flagrante nacionalismo imbuído no discurso do presidente Hu, os engenheiros chineses realmente atingiram um feito que parecia impossível.

As dificuldades apresentadas pela construção dos 1,2 mil quilômetros restantes através do teto do mundo eram suficientes para fazer qualquer topógrafo sensato interromper o seu trabalho e esquecer de vez aquela ideia absurda de construir a ferrovia.

Para começar, o próprio inverno no planalto era tão tempestuoso que ajudou o Tibet a ganhar o apelido de “Terceiro Polo”.

Em poucas palavras, se você conseguir não ser pulverizado pelo granizo, com pedras de gelo tamanho de bolas de golfe, nem ser atingido pelas rajadas de vento das montanhas, com força suficiente para carregar uma criança pequena, provavelmente irá perder alguns dedos dos pés por congelamento.

Montanhas nevadas
Legenda da foto,O ex-presidente chinês Hu Jintao chamou a construção da linha de Golmud até Lhasa de ‘milagre da história mundial das ferrovias’

Os engenheiros também enfrentaram sérios desafios representados pelo relevo da região.

Sua maior dificuldade foi o permafrost, que cobre 869 mil quilômetros quadrados – a maior região de solo congelado fora dos polos, segundo o livro China’s Great Train (“O grande trem da China”, em tradução livre), do jornalista americano Abrahm Lustgarten.

O permafrost congela no inverno e se torna um terreno pantanoso no verão. Para os engenheiros ferroviários, isso significa que, em um ano típico, o solo pode subir e descer em até 30 cm.

A inconsistência dos padrões de descongelamento exacerba o problema. Algumas regiões ficam solidamente congeladas, enquanto outras ficam mais moles.

E esse relevo imprevisível é ainda agravado pelas mudanças climáticas causadas pela atividade humana, particularmente no planalto tibetano, que vem se aquecendo mais rapidamente do que qualquer outra região da República Popular da China.

Para compensar a profunda incerteza dessas fundações, cerca de 15% do trecho foram construídos sobre pontes, como se a ferrovia atravessasse água corrente.

Mas, mesmo com toda essa infraestrutura, a região ainda é a maior zona de colisão de placas continentais do planeta. E a possibilidade de um imenso terremoto precisa ser considerada.

Foi por isso que, enquanto meu trem chegava à estação, não pude deixar de sentir certo desapontamento pela natureza rotineira da operação.

O segundo trecho

Enquanto eu embarcava, percebi que o interior do vagão era decorado com tapetes tibetanos e as paredes eram adornadas com motivos tradicionais budistas.

“Nǐ hǎo” – “olá”, dizia eu, em chinês, tentando me apresentar para os tibetanos no vagão do trem. Mas eles soltavam apenas uma risadinha.

Família no trem
Legenda da foto,Viajar ao lado dos tibetanos é uma das partes mais gratificantes da viagem pela ferrovia

Depois de encontrar um assento junto à janela, eu me empoleirei ao lado da mesa para continuar minha leitura de Viajando de Trem Através da China. Apesar do título, Theroux narra a conclusão da viagem de Golmud até Lhasa de carro, antes da construção deste trecho da ferrovia.

Seria um episódio hilariante, se não fosse tão cansativo. A viagem de carro por dois dias foi infernal, na companhia da srta. Sun com suas queixas constantes e do incompetente motorista sr. Yu, que sofreu mal de altitude e bateu o carro.

As brilhantes observações de Theroux não resistiram aos anos que se passaram. Ele escreveu que “a principal razão pela qual o Tibet é tão pouco desenvolvido e não chinês – e, por isso, completamente antiquado e agradável – é que é um grande lugar da China aonde a ferrovia não chegou”.

E ele ainda destacou outra observação, que o futuro se encarregaria de desmentir: “a cordilheira de Kun Lun é uma garantia de que a ferrovia nunca irá chegar até Lhasa”.

Por quê?

Fora do trem, os grandes planaltos de tundra e permafrost varridos pelo vento gradualmente desapareciam com o entardecer.

Dormi cedo e sem jantar. Em algum momento durante a noite, cruzamos a passagem de Tanggula, que marca o ponto ferroviário mais alto do mundo, com 5.702 metros de altitude.

Na manhã seguinte, fui despertado por um alegre anúncio sobre a construção da ferrovia:

“A temperatura frequentemente cai para -20 °C à noite”, disse uma mulher em inglês robótico. “Por isso, é fácil contrair um resfriado durante a ida ao toalete. Para resolver o problema, a companhia ferroviária instalou toaletes com aquecedores elétricos no seu interior.”

Os chineses são tão orgulhosos pelo Trem do Céu quanto pela Grande Muralha e pela Barragem de Três Gargantas. Mas, quando olhamos os vastos espaços vazios pela janela, surge uma questão pertinente: por quê?

Talvez seja apenas parte da sua história de orgulho por sempre construir “o maior” de tudo. Afinal, da mesma forma que a Muralha foi facilmente invadida pela cavalaria da Manchúria e a represa de Três Gargantas submergiu milhões de casas, as razões da construção da ferrovia foram, pelo menos, duvidosas.

Área nevada
Legenda da foto,A passagem de Tanggula é o ponto ferroviário mais alto do planeta

Oficialmente, a ideia chinesa da Marcha para o Oeste – a política que pretendeu incentivar o desenvolvimento econômico de 12 das províncias mais ocidentais do país – foi vendida com base na redução da pobreza.

Quando a ferrovia foi inaugurada, em 2006, ela inicialmente colaborou com essa promessa. Foram 2,5 milhões de visitantes transportados nos primeiros cinco meses de operação, o que expandiu o turismo regional.

Essa expansão levou a um crescimento acima da média nacional e, por sua vez, causou o remodelamento radical de Lhasa, com novos hotéis, ruas pavimentadas e condomínios. Os críticos chamaram a transformação de “Segunda Invasão do Tibet”.

Mas esse boom não durou muito tempo. A Região Autônoma do Tibet continuava sendo o lugar menos desenvolvido da China na época da minha visita.

Questões econômicas à parte, o mais razoável seria considerar o valor estratégico da ferrovia. O jornalista britânico Tim Marshall, autor do livro Prisoners of Geography (“Prisioneiros da geografia”, em tradução livre), coloca a questão friamente em termos geopolíticos: “se a China não controlasse o Tibet, sempre seria possível que a Índia tentasse fazê-lo”.

E existe o papel da ferrovia na construção de um país.

Nações imensas como os Estados Unidos e a Rússia foram forjadas por estradas de ferro, muitas delas construídas por operários chineses. Enquanto isso, na China, o poder de colonização das ferrovias foi sentido quando as potências estrangeiras lançaram trilhos por todo o país no século 19.

Mas, no cenário selvagem que observo pela janela, a geopolítica parece algo distante e muito restrito ao ser humano.

A chegada à ‘Cidade Proibida’

A passagem para Lhasa segue pelo rio Kyi Chu, afluente do rio Yarlung Tsangpo ao norte. Ele flui através de um frágil vale ladeado por negros picos recortados, com extremidades que perfuram as nuvens de algodão.

Percebi que aquela era uma verdadeira “fortaleza de pedra”, que ajudava a explicar por que esta foi, sem dúvida, a última cidade medieval a se render à modernidade.

Pessoa em paisagem aberta, com montanhas nevadas ao fundo
Legenda da foto,Por muitos anos, não se acreditava que a ferrovia um dia chegasse até Lhasa

As razões do fascínio por Lhasa para qualquer viajante do mundo que se preze são evidentes: sua localização remota, sua peculiaridade e seu isolamento, mesmo com as forças da globalização e da assimilação chinesa.

Lhasa fica a 3,7 mil quilômetros de Pequim e 284 km da capital estrangeira mais próxima – Timfu, no Butão. Mesmo com o trem, a cidade ainda parece ser o lugar mais distante para se chegar de qualquer parte do mundo.

Finalmente, desci do trem me sentindo, ao mesmo tempo, exausto e revigorado.

Mas, antes que eu tivesse tempo para respirar mais profundamente o ar tibetano, um segurança me apontou uma grande tenda branca, onde todos os visitantes estrangeiros precisam registrar sua chegada. Depois de alguns longos minutos, um carimbo vermelho e uma assinatura indicavam que eu estava liberado.

Mas as normas exigem que você reserve um tour com uma companhia de viagens registrada, de forma que a liberdade em Lhasa dura apenas o tempo de atravessar o hall de entrada da estação ferroviária.

Um alegre cidadão tibetano, segurando um cartaz com o logo da companhia de viagens, perguntou: “Você é o sr. Bird, Thomas?”

“Sim, sou eu.”

“Bem-vindo a Lhasa.”

Ele coloca um cachecol de seda branca em torno do meu pescoço – o tradicional sinal de boas-vindas do Tibet – e me conduz a bordo de um micro-ônibus repleto de estrangeiros com olhares estranhos. Conversamos rapidamente enquanto nos dirigimos a Barkhor, o centro histórico de Lhasa.

E descubro que sou o único do ônibus que não chegou a Lhasa de avião.

Esta reportagem foi adaptada do livro de Thomas Bird, recém-publicado, “Harmony Express: Travels by Train Through China” (“Expresso da Harmonia: viagens de trem pela China”, em tradução livre).

FONTE BBC NEWS BRASIL

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