Atividade turística em Minas Gerais cresce mais de 15 vezes acima da média nacional em fevereiro

Estoque de empregos ligados ao setor chegou a 400.519 no mês, um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado

A cultura em Minas Gerais é a grande impulsionadora do turismo e foi fator determinante para que o estado alcançasse um recorde histórico no início de 2024. Manifestações populares como o Carnaval da Liberdade e o projeto Minas Santa fizeram com que o crescimento das atividades turísticas em Minas, no mês de fevereiro, superasse a média nacional no mesmo período em mais de 15 vezes.

A movimentação do turismo no estado aumentou 4,9%, enquanto a média no país foi de aproximadamente 0,3% no mesmo período, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda de acordo com o IBGE, Minas Gerais também é líder no desempenho turístico acumulado nos últimos 12 meses, de março de 2023 a fevereiro de 2024, com crescimento de 12,6%, superior ao dobro da média nacional, que foi de 4,9%.

Mais turistas e empregos

Outro destaque importante é que, de acordo com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Minas foi o terceiro estado brasileiro a receber mais turistas internacionais em fevereiro, superando, por exemplo, destinos tradicionais do Nordeste.

Propulsor fundamental da economia da criatividade em Minas Gerais, a cultura é sinônimo de geração de emprego e renda, além de contribuir efetivamente para o recorde da atividade turística no estado.

Em fevereiro, o segmento foi responsável por 368.289 empregos em Minas, Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Já no turismo, em fevereiro deste ano, o estoque de postos de trabalho no setor chegou a 400.519, um aumento de 7% – ou 28 mil novos empregos formais – em relação ao mesmo mês do ano passado.

As duas áreas, segundo o Novo Caged, superam os 700 mil empregos formais, estando entre os principais criadores de empregabilidade do estado, tendo festivais, feiras, eventos gastronômicos, espetáculos, shows, patrimônio histórico, museus e as riquezas naturais como principais ativos dessa empregabilidade e renda.

O Carnaval, por exemplo, movimentou R$ 4,7 bilhões na economia da criatividade e foi responsável pela criação de 100 mil novas vagas temporárias de trabalho no estado.

Impulsionamento

O recorde do fluxo turístico também é resultado das políticas públicas implementadas no setor, e que integram os programas Minas Criativa e Mais Turistas, criados em meados de 2023 pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG) para ressaltar ainda mais os segmentos como motores de desenvolvimento econômico e geradores de emprego e renda.

Também contribuíram para o cenário favorável a campanha nacional, realizada em nove capitais para publicizar o Carnaval do estado, e a promoção do Destino Minas em feiras nacionais e internacionais, além de programas estruturantes, como o Natal da Mineiridade e festas populares e religiosas em municípios de todas as regiões.

“Há mais de um ano, Minas lidera o crescimento das atividades turísticas no Brasil segundo o IBGE, mas o que aconteceu em fevereiro é um fenômeno impulsionado pelo turismo cultural carnavalesco, pelos festivais e também pelo verão nos lagos e nas cachoeiras”, avalia o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira.

“Devemos muito aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura, às IGRs (Instâncias de Governança Regionais), ao trade turístico e aos produtores, que são os propulsores da atração de turistas em Minas Gerais. Ao promover um evento, seja ele de negócios ou cultural, ou uma visita aos nossos parques e acolhermos bem quem aqui chega, também damos nossa contribuição. Minas está na moda e ganhando o Brasil e o mundo pela nossa mineiridade”, acrescenta o secretário.

Entre janeiro e março deste ano, o Governo de Minas já repassou R$ 17,9 milhões via ICMS Turismo aos municípios. No mesmo período, a estruturação de produtos turísticos, o desenvolvimento de políticas de regionalização, a divulgação turística de Minas Gerais e o planejamento e monitoramento do turismo no estado também estiveram entre as ações que receberam investimentos governamentais.

Outros indicadores

O relatório do Observatório do Turismo de Minas Gerais também traz outros dados reveladores sobre o desempenho turístico do estado.

No mês de fevereiro, segundo levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foram registrados 4.936 pousos de aeronaves nos aeroportos mineiros, o que representa uma variação positiva de 6,4% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado de janeiro e fevereiro, o número chega a 10.261, indicando um crescimento de 4,3% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Somente para o Minas Santa, foram mais de 90 novos voos oriundos de todo o país.

Ainda de acordo com a Anac, entre janeiro e fevereiro deste ano, mais de um milhão de passageiros desembarcaram nos aeroportos mineiros. Em fevereiro, só o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, registrou um fluxo de 800.085 passageiros, crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O Aeroporto de Confins é, hoje, o segundo mais movimentado do país, superado apenas por Guarulhos, em São Paulo.

A Rodoviária de BH também apresentou alta na movimentação. Em março, 574.330 passageiros embarcaram e desembarcaram no terminal, variação positiva de 9,4% em relação ao mesmo período de 2023.

O excelente momento do turismo em Minas Gerais também se refletiu nas experiências de ecoturismo e do turismo de natureza. Em março, segundo o  Observatório do Turismo, os parques estaduais receberam 43.367 visitantes, aumento de 40% em relação a março do ano passado.

 

FONTE AGÊNCIA MINAS

Verde que preocupa: na Groenlândia, vegetação cresce em meio ao degelo e gera alerta

Pesquisas mostram que número de zonas úmidas produtoras de metano quase quadruplicaram em toda a região

Áreas significativas da camada de gelo derretido da Groenlândia estão agora produzindo vegetação, arriscando o aumento das emissões de gases com efeito de estufa, a subida do nível do mar e a instabilidade da paisagem.

Um estudo documentou a mudança desde a década de 1980 e mostra que grandes áreas de gelo foram substituídas por rochas estéreis, zonas úmidas e arbustos, criando uma mudança no ambiente. A análise dos registos de satélite mostrou que, ao longo das últimas três décadas, cerca de 18 mil quilômetros quadrados da camada de gelo e dos glaciares da Groenlândia derreteram, uma área equivalente ao tamanho da Albânia e que corresponde a 1,6% da sua cobertura total de gelo.

À medida que o gelo recuou, a quantidade de terra com vegetação crescente aumentou em 28 mil quilômetros, mais do dobro da área coberta quando o estudo começou. As descobertas mostram uma quase quadruplicação das zonas úmidas em toda a Groenlândia, que são uma fonte de emissões de metano.

O maior aumento na vegetação densa de zonas úmidas ocorreu nas proximidades de Kangerlussuaq, no sudoeste, e em áreas isoladas, no nordeste.

Os cientistas dizem que as temperaturas mais quentes do ar estão provocando o recuo do gelo e, desde a década de 1970, a região vem aquecendo o dobro da taxa média global. Na Groenlândia, as temperaturas médias anuais do ar entre 2007 e 2012 foram 3ºC mais quentes do que a média entre 1979 e 2000.

De acordo com as descobertas, há sinais de que o aumento da vegetação está resultando em uma maior perda de gelo.

Jonathan Carrivick, cientista da Terra na Universidade de Leeds e coautor do estudo, publicado na revista Scientific Reports, disse ao jornal The Guardian: “Temos visto sinais de que a perda de gelo está desencadeando outras reações que resultarão em uma perda adicional de gelo e maior “ecologização” da Groenlândia, onde o encolhimento do gelo expõe a rocha nua que é então colonizada pela tundra e, eventualmente, por arbustos”.

“Ao mesmo tempo, a água liberada pelo derretimento do gelo move sedimentos e lodo, e isso eventualmente forma pântanos.”

Os investigadores usaram as suas descobertas para desenvolver um modelo para prever as áreas da Gronelândia que provavelmente sofrerão mudanças “marcadas e aceleradas” no futuro, para continuar a monitorizar a situação.

FONTE UM SÓ PLANETA

‘Exposed’ de traição cresce na internet; ato pode ter consequências jurídicas

Relatos têm despertado cada vez mais o interesse das pessoas, que viralizam essas histórias nas redes sociais

A história de uma mulher que alega ter sido traída pelo marido com o próprio pai tomou conta das redes sociais em novembro. Você pode até não ter pesquisado ou lido detalhes sobre o assunto, mas com certeza viu “pularem” na tela recortes desse caso, que ocorreu em Araraquara, no interior de São Paulo, revelado após a publicação de imagens que seriam dos dois homens mantendo relações sexuais. No mesmo período, também tomamos conhecimento, via redes sociais, do caso da mulher que foi flagrada traindo o marido com o patrão na praia e do homem que foi visto na igreja com a amante. Todas essas histórias viralizaram, mobilizaram o “tribunal da internet” e, ao mesmo tempo, levantaram alguns questionamentos: por que esses casos geram tanto interesse? E quais as consequências dessa exposição, inclusive perante a Justiça? 

O “exposed” de traição nas redes sociais não é uma novidade. Entretanto, é algo que tem se repetido com muita frequência e repercutido nas redes. Para compreender esse “movimento”, é preciso levar em consideração alguns fatores, conforme explica a psicóloga e terapeuta sexual Renata Lanza de Melo Franco, especialista em sexologia e educação sexual. “Pode ser por vingança, para fazer a pessoa exposta sofrer, prejudicando-a de alguma forma; pode ser para provar para outras pessoas que de fato houve uma traição; ou para dar uma satisfação à sociedade”, afirmou. 

“Denunciar a ‘pulada de cerca’ de alguém na internet é sem dúvida uma forma de vingança. Trata-se de um comportamento reativo-destrutivo, pois traz consigo, na maioria das vezes, consequências muito negativas”, pontuou a terapeuta cognitivo-comportamental e mestre em relações interculturais Renata Borja, em entrevista a O TEMPO em fevereiro deste ano. Segundo ela, esse ato, em um primeiro momento, pode trazer uma sensação de alívio e de prazer, porém a terapeuta alertou: “Isso engana o cérebro, que não percebe as consequências negativas dessa atitude. Dessa forma, acabamos buscando o mesmo comportamento no futuro, formando assim um círculo vicioso”. 

Renata Lanza concorda que essa atitude pode trazer um alívio, mesmo que momentâneo, para quem expõe. “Talvez ajude a pessoa traída a lidar com o trauma quando ela recebe apoio, seja financeiro, emocional, jurídico ou psicológico. Uma exposição também pode encorajar outras vítimas a também se manifestarem, dependendo do caso”, completou a psicóloga. Entretanto, a especialista pondera que o grande interesse na internet sobre esses “exposeds” de traição tem relação com outros fatores que vão muito além de apoio à pessoa traída.  

“Existe uma ilusão de que, na internet, estamos ‘protegidos’, então temos o direito de julgar o quanto quisermos – o famoso ‘tribunal da internet’”, observa Renata Lanza. “Além disso, há certo prazer em ver que a vida do outro também tem problemas, não apenas a nossa, o que também pode acarretar uma sensação de alívio por aquilo não ter acontecido conosco. E também a boa e velha curiosidade e interesse pela vida alheia como entretenimento, pelo simples prazer de fofocar”, acrescentou. 

Para Renata Borja, essa exposição de traição nas redes sociais pode trazer uma falsa sensação de acolhimento, e, no geral, a vingança não é algo bem-visto na sociedade. “Na verdade, ela tende a contribuir para o afastamento de pessoas, assim como o aumento de relacionamentos conflituosos, ressentimento, ruminação e, consequentemente, sensação de abandono e desamparo”, frisou. 

Essa exposição pode deixar outros impactos na vida das pessoas envolvidas. “Pode causar preocupação com a imagem social e profissional, medo de julgamentos alheios, fofocas, constrangimento, possibilidade de bullying entre crianças e adolescentes, exclusão social e profissional”, alertou a psicóloga e terapeuta sexual Renata Lanza de Melo Franco. “Pode prejudicar também no âmbito legal, pois expor determinadas situações nas redes sociais pode gerar consequências jurídicas e até indenização”, frisou.  

Consequências jurídicas 

Expor uma traição nas redes sociais pode, sim, virar caso de Justiça. É o que explica o advogado especialista em direito digital e redes sociais Pedro Romanelli. “No Brasil, expor informações pessoais na internet, como forma de vingança ou para causar constrangimento, pode configurar crime. A Lei Carolina Dieckmann, por exemplo, criminaliza a invasão de dispositivos eletrônicos para obtenção de dados sem autorização. Além disso, o Código Civil prevê a possibilidade de indenização por danos morais em casos de exposição indevida”, afirmou. 

Segundo Romanelli, expressar a frustração e mágoa é direito do ser humano e pode ser considerado liberdade de expressão, desde que feito com equilíbrio. “A pessoa traída tem o direito de expor seus sentimentos e os fatos que estão acontecendo com ela, mas é preciso ter muito cuidado para não cometer abusos”, alerta o advogado. “Dependendo do que se fala e do que se faz, pode configurar crime”, acrescentou.  

“A pessoa que traiu ser exposta nas redes sociais não gera nenhum tipo de processo, nem por dano moral. Mas o que se faz dentro da exposição pode ser crime. Só será considerado crime se no momento da raiva eu quebrar o carro da pessoa, ameaçá-la, difamá-la”, ressalta. “Compartilhar questões intimas, conversas particulares, acusar sem provas, prejudicar o outro e ofender pode configurar abuso de direito de liberdade de expressão, e esse é o limite a não ser ultrapassado”, disse o advogado, que completa que a penalidade pode ser pagamento de multa, prestação de serviço e até mesmo a prisão.  

No caso de Araraquara, por exemplo, a divulgação do vídeo de sexo entre sogro e genro é considerado um crime previsto no artigo 218-C do Código Penal Brasileiro: “Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática –, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”. 

Por isso, Pedro Romanelli afirma que é preciso cautela. “Esse tipo de exposição pode gerar uma grande repercussão; isso pode ser prejudicial para todos os envolvidos. A exposição da traição não ajuda o traído nem o traidor”, ponderou.

FONTE O TEMPO

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