Ilha submersa do tamanho da Islândia encontrada na costa do Brasil

Um grupo formado por pesquisadores brasileiros e britânicos descobriu que um planalto vulcânico no fundo do mar da costa do Brasil, conhecido como Elevação Grande Rio, já foi uma ilha com área equivalente à Islândia. A descoberta pode endossar o pedido do Brasil para extensão de suas fronteiras marítimas para essa região.

  • Essa região fica a cerca de 1200 quilômetros de distâncias da costa brasileira;
  • A parte do planalto oceânico que foi uma ilha corresponde a um quinto da área total da elevação;
  • Atualmente a região está a cerca de 650 metros abaixo da superfície do oceano.

As primeiras descobertas aconteceram em 2018, quando os pesquisadores realizaram uma expedição a bordo de um submersível e encontraram camadas incomuns de argila vermelha semelhante a solos tropicais, algo que não deveria estar no fundo do mar.

Agora, uma pesquisa recente analisou a composição mineral de amostras dessa argila e comprovou que ela não poderia ter se formado se não estivesse acima da superfície. Esse tipo de solo se forma a partir de intemperismo ao ar livre, sob calor e umidade tropicais.

A formação da ilha

A Elevação do Grande Rio se formou há cerca de 80 milhões de anos a partir de um intenso vulcanismo que surgiu abaixo da dorsal meso-oceânica do Atlântico Sul. À medida que a atividade vulcânica diminuiu, o planalto derivou para o oeste e afundou.

A argila vermelha é uma evidência de que a região nem sempre esteve no fundo do mar (Crédito: características do fundo do mar ao longo da margem continental, inclusive a Elevação Rio Grande (Crédito: Ana Alberoni, modificado de Alberoni et al., 2019 )

No entanto, há cerca de 40 milhões de anos, a atividade vulcânica teve um último suspiro na porção ocidental da elevação, e foi nessa região, em meio a lava solidificada, que os pesquisadores encontraram a argila vermelha.

Este é um resultado excelente. As argilas vermelhas são uma prova conclusiva de que isto já foi uma ilha.

Luigi Jovane, geólogo marinho da Universidade de São Paulo e coautor do estudo, em resposta a Eos.org

Expedições na região

Antes de encontrar a argila, os pesquisadores haviam realizado uma expedição na região a bordo do navio de pesquisa brasileiro Alpha Crucis, também em 2018. Nessa viagem o fundo oceânico da Elevação do Rio Grande foi mapeado com um sonar. O objetivo da investigação era caracterizar crostas de ferromanganês ricas em minerais que ocorrem na região.

O mapeamento revelou uma enorme fenda de cerca de 30 quilômetros de comprimento cortando a elevação, além de antigos terraços de praia, plataformas cortadas pelas ondas e cascatas submersas.

características do fundo do mar ao longo da margem continental, inclusive a Elevação Rio Grande (Crédito: Ana Alberoni, modificado de Alberoni et al., 2019 )
características do fundo do mar ao longo da margem continental, inclusive a Elevação Rio Grande (Crédito: Ana Alberoni, modificado de Alberoni et al., 2019 )

Cerca de oito meses depois, a bordo do RRS Discovery do Centro Oceanográfico Nacional, os pesquisadores voltaram à região. Esse navio conta com um veículo operado remotamente (ROV), que foi o que permitiu encontrar a argila vermelha e coletar uma amostra.

A análise do material revelou que ele era composto majoritariamente por um mineral argiloso conhecido como caulinita, presente em solos tropicais e resistente ao intemperismo químico extremo.

Essas argilas vermelhas são exatamente iguais, química e mineralogicamente, à terra vermelha ou  terra roxa que encontramos em todo o Brasil. Estamos confiantes de que eles representam as superfícies superiores desgastadas in situ das lavas.

Luigi Jovane

Essa descoberta endossa a ideia que essa área da elevação já esteve acima da superfície do mar. Na verdade, amostras recolhidas da região recolhidas na década de 1980 já haviam apontado isso, no entanto, não existiam evidências de atividade vulcânicas que aconteceram acima da superfície do mar.

Interesse econômico

Além de ser fascinante, a descoberta também tem um importante valor econômico devido à presença do ferromanganês. Em 2018, o Brasil entrou com um pedido na Organização das Nações Unidas para que suas fronteiras marítimas fossem estendidas até a Elevação Rio Grande.

Atualmente a zona econômica exclusiva do Brasil se estende 370 quilômetros a partir da costa brasileira. A elevação está muito além, em águas internacionais. Para expandir seus domínios até lá, é preciso provar que a Elevação Rio Grande possui as mesmas características geológicas do país, e a descoberta aponta que sim.

 

FONTE OLHAR DIGITAL

Água-viva rara é descoberta por brasileiros no Oceano Pacífico

Nova espécie de água-viva foi encontrada por cientistas brasileiros e japoneses. Saiba mais sobre as características únicas dela e a necessidade de preservação.

Em colaboração com pesquisadores do Japão, o professor André Carrara Morandini, da Universidade de São Paulo (USP), ajudou a identificar uma nova espécie de água-viva.

A criatura enigmática habita uma formação vulcânica conhecida como Caldeira Sumisu, localizada nas Ilhas Ogasawara, no Oceano Pacífico, a aproximadamente 460 quilômetros ao sul de Tóquio.

Características inovadoras da espécie

Conforme relatado na revista científica Zootaxa, o cnidário foi observado em apenas duas ocasiões, porém essa frequência foi o bastante para que fosse classificado como uma espécie rara.

O animal foi batizado como medusa da cruz de São Jorge (Santjordia pagesi), em razão da forma de cruz que adquire quando visto de cima, lembrando a cruz vermelha da bandeira inglesa de São Jorge.

Assim como todas as águas-vivas, a Santjordia pagesi é transparente, no entanto, possui um estômago de cor vermelha radiante que serve para esconder suas presas bioluminescentes dos predadores, após serem engolidas.

A nova água-viva e suas diferenças

No decorrer do estudo, os cientistas notaram que a Santjordia pagesi se destaca significativamente das demais medusas encontradas em águas profundas.

É uma espécie de porte relativamente pequeno, ao contrário de outras criaturas em seu habitat que possuem tamanhos muito maiores.

A morfologia da água-viva exibe características ímpares, como a sua ropalia (estruturas sensoriais), localizadas na borda do corpo e na região subumbrelar.

A água-viva tem cerca de dez centímetros de largura, sete centímetros de comprimento e aproximadamente 240 tentáculos.

Além das diferenças morfológicas, os pesquisadores acreditam que a criatura pode ter um tipo de veneno completamente diferente em relação aos já conhecidos.

Preservação da nova descoberta

Os cientistas expressam preocupação com o futuro da Santjordia pagesi. A descrição dela envolveu a coleta de apenas um espécime em 2002 durante um mergulho com o veículo operado remotamente (ROV) HyperDolphin.

A área da Caldeira Sumisu é rica em minerais e tem grande potencial para construir uma mina submersa.

Morandini chama atenção para a possível perda da biodiversidade do local, caso ocorra uma exploração comercial na região.

Para o zoólogo, a Santjordia pagesi pode guardar segredos mais valiosos que os minerais existentes naquele cenário e considera essencial manter intactos a espécie e o seu habitat.

O trabalho contínuo dos cientistas em desvendar os mistérios do mundo natural e suas complexidades demonstra a vital importância da pesquisa e da colaboração internacional para o avanço do conhecimento humano.

FONTE MULTIVERSO NOTÍCIAS

Nova espécie de árvore, em risco de extinção, é descoberta no Parque Estadual do Itacolomi

Uma nova árvore, em risco de extinção, foi encontrada no Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto. A descoberta ocorreu em uma pesquisa de campo do pesquisador Danilo Alvarenga Zavatin. De acordo com o G1, o biólogo explica que ela aconteceu de forma despretensiosa, já que ele estava em busca de outra espécie, objeto de pesquisa de seu mestrado.

O estudo e classificação da espécie demorou aproximadamente um ano, pois o pesquisador a descobriu em novembro de 2022 e publicou o artigo em outubro deste ano. Assim, está disponível na revista Phytokeys.

Mollinedia fatimae

Ainda segundo o G1, a árvore leva o nome de Mollinedia fatimae em homenagem a professora Fátima Buturi, que estuda a família Asteraceae (família do girassol). Ela foi professora na graduação de Danilo, que sempre teve vontade de homenageá-la e achou a oportunidade ideal.

O risco de extinção da Mollinedia fatimae foi caracterizado como “criticamente em perigo”, ou seja, existe um perigo extremamente alto da espécie ser extinta na natureza.

Parque Estadual do Itacolomi

Segundo a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Ouro Preto, o Parque Estadual do Itacolomi é uma Unidade de Conservação, criada em 1967 e protegida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). A atração mais emblemática é quem dá nome ao parque: o Pico do Itacolomi. Com 1.772 metros de altitude, essa formação rochosa distinta está em diferentes pontos do Centro Histórico de Ouro Preto, sendo um cartão postal da cidade.

No passado, durante a Corrida do Ouro, serviu de referência para os bandeirantes que exploravam a região. A explicação para seu nome tem origem na língua tupi. “Ita” significa pedra, e “kurumí”, menino. Assim, o nome significaria algo como “pedra menino”.

Sendo assim, o Parque possui uma área de 7.543 hectares de matas onde predominam as quaresmeiras e candeias ao longo dos rios e córregos. Nas partes mais elevadas, aparecem os campos de altitude com afloramentos rochosos, onde se destacam as gramíneas e canelas de emas. Abriga muitas nascentes, escondidas nas matas, que deságuam, em sua maioria, no rio Gualaxo do Sul, afluente do rio Doce. Os mais importantes são os córregos do Manso, dos Prazeres, Domingos e do Benedito, o rio Acima e o ribeirão Belchior.

Diversas espécies de animais raros e ameaçados de extinção estão na unidade de conservação, como o lobo guará, a ave-pavó, a onça parda e o andorinhão de coleira (ave migratória). Também há espécies de macacos, micos, tatus, pacas, capivaras e gatos mouriscos. Levantamentos identificaram mais de 200 espécies de aves, como jacus, siriemas e beija-flores.

FONTE JORNAL GALILÉ

Novas descobertas apontam para chance de vida em Encélado, lua de Saturno

Estudo revela descobertas sobre fonte de energia e molécula-chave para a vida no satélite natural do planeta gasoso

Um estudo publicado na Nature Astronomy revela que cientistas encontraram evidências de fonte de energia e de molécula-chave para a origem da vida na lua gelada de Saturno, Encélado.

Phys.org relata que a missão Cassini, da NASA, já havia revelado que o jato de grãos de gelo e vapor d’água que sai do polo sul de Encélado é rico em compostos orgânicos importantes para a vida. Agora, os pesquisadores analisaram dados da missão e confirmaram a presença de cianeto de hidrogênio, molécula essencial para a origem da vida.

“Nosso trabalho fornece mais evidências de que Encélado hospeda algumas das moléculas mais importantes tanto para a criação dos blocos de construção da vida quanto para a sustentação dessa vida por meio de reações metabólicas”, disse o principal autor do estudo, Jonah Peter, estudante de doutorado na Universidade de Harvard e que realizou muitos trabalhos da pesquisa enquanto trabalhava no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia.

Não só Encélado parece satisfazer os requisitos básicos de habitabilidade, como, agora, temos ideia sobre como biomoléculas complexas se podem formar ali e que tipo de vias químicas podem estar envolvidas.Jonah Peter, principal autor do estudo

Descoberta

  • Além disso, descobriram que o oceano subterrâneo de Encélado, que fornece o jato, contém fonte poderosa de energia química, composta por vários compostos orgânicos que servem de combustível para organismos;
  • Essas descobertas indicam que Encélado pode abrigar muito mais energia química do que se pensava, o que aumenta a possibilidade de vida na lua de Saturno;
  • Os pesquisadores afirmam que Encélado não apenas atende aos requisitos básicos para a habitabilidade, mas, também, oferece pistas sobre como moléculas biológicas complexas podem se formar e quais caminhos químicos podem estar envolvidos;
  • Os autores do estudo usaram análises estatísticas detalhadas para confirmar a presença dessas substâncias.

“A descoberta do cianeto de hidrogênio foi particularmente emocionante porque é o ponto de partida para a maioria das teorias sobre a origem da vida”, disse Peter.

A vida, como a conhecemos, requer blocos de construção, como aminoácidos, e o cianeto de hidrogênio é uma das moléculas mais importantes e versáteis necessárias para formar aminoácidos. Como suas moléculas podem ser empilhadas de muitas maneiras, os pesquisadores se referem ao cianeto de hidrogênio como o canivete suíço dos precursores de aminoácidos.

Quanto mais tentávamos encontrar falhas em nossos resultados, testando modelos alternativos, mais fortes se tornavam as provas. Eventualmente, tornou-se claro que não há forma de igualar a composição da pluma sem incluir o cianeto de hidrogênio.Jonah Peter, principal autor do estudo

“Se a metanogênese é como pequena bateria de relógio, em termos de energia, então, nossos resultados sugerem que o oceano de Encélado pode oferecer algo mais parecido com uma bateria de carro, capaz de fornecer grande quantidade de energia a qualquer vida que possa estar presente,” disse Kevin Hand, do JPL e coautor do estudo.

Existem muitas peças potenciais do quebra-cabeça que podem ser encaixadas ao tentar combinar os dados observados. Usamos modelagem matemática e estatística para descobrir qual combinação de peças do quebra-cabeça melhor corresponde à composição da pluma e aproveita ao máximo os dados, sem interpretar demais o conjunto limitado de dados.Jonah Peter, principal autor do estudo

Missão Cassini

A missão Cassini, que terminou em 2017, continua a fornecer informações importantes sobre Saturno e suas luas, como Encélado. Essas descobertas ampliam nosso entendimento sobre as possibilidades de habitabilidade fora da Terra.

FONTE OLHAR DIGITAL

Pesquisadores descobrem nova espécie de bromélia peluda em MG

Krenakanthus ribeiranus tem registros em montanha no Vale do Rio Doce

Pesquisadores descobriram nova espécie de bromélia, em Minas Gerais, que tem como característica as folhas cheias de pelos. A Krenakanthus ribeiranus é uma variedade tão diferente de outras espécies da mesma família que, inicialmente, os cientistas não acreditaram que se tratava de uma bromeliácea. 

A descoberta foi feita com a ajuda de Júlio Cesar Ribeiro, um morador do município de Alvarenga que tirou fotos da espécie e enviou a pesquisadores para que pudessem identificá-la.

“Essa planta é tão diferente que, quando o Júlio mandou a foto dela pra gente, achamos que pudesse ser tudo, menos uma bromélia! É difícil imaginar uma bromélia com folhas aveludadas e cheia de pelos, e isso é só um dos motivos que tornam essa descoberta tão empolgante”, explica Dayvid Couto, pesquisador do  Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA). 

A bromélia-peluda, apelido que ganhou dos pesquisadores, só tem registros conhecidos em uma montanha da região do Vale do Rio Doce. Devido à sua distribuição restrita e o avançado grau de degradação da área, a nova espécie já é classificada como criticamente em perigo de extinção.

O pesquisador Eduardo Fernandez, do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), vinculado ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), defende a adoção de medidas para a proteção da espécie, que é ameaçada por questões como o desmatamento para a abertura de pastagens e lavouras e pelo aumento da frequência de incêndios. 

“Algumas medidas urgentes precisam ser tomadas para a proteção dessa espécie, como um estudo para criação de uma unidade de conservação e a inclusão da espécie em políticas de conservação que vêm sendo elaboradas para a região. Essas medidas, combinadas à estratégias de conservação ex situ, podem nos ajudar a assegurar um futuro próspero para a bromélia-peluda”, afirma Fernandez. 

As serras do Leste de Minas Gerais têm sido fontes de várias descobertas recentemente. Segundo o JBRJ, mais de 30 novas espécies vegetais da região foram descritas por pesquisadores na última década. 

“Pela sua alta riqueza, única e extremamente ameaçada, as serras do Leste de Minas vêm aos poucos atraindo a atenção do Poder Público, mas ainda de maneira incipiente. É crucial o estabelecimento de unidades de conservação na região, que tem um dos mais proeminentes déficits de medidas de conservação in situ na região do Médio Rio Doce”, afirma o pesquisador Paulo Gonella, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). 

A bromélia-peluda foi descrita em artigo publicado na revista científica Phytotaxa e assinado por pesquisadores do INMA, UFSJ, JBRJ, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Edição: Graça Adjuto

FONTE AGÊNCIA BRASIL EBC

Pesquisadores descobrem nova espécie de bromélia peluda em MG

Krenakanthus ribeiranus tem registros em montanha no Vale do Rio Doce

Pesquisadores descobriram nova espécie de bromélia, em Minas Gerais, que tem como característica as folhas cheias de pelos. A Krenakanthus ribeiranus é uma variedade tão diferente de outras espécies da mesma família que, inicialmente, os cientistas não acreditaram que se tratava de uma bromeliácea. 

A descoberta foi feita com a ajuda de Júlio Cesar Ribeiro, um morador do município de Alvarenga que tirou fotos da espécie e enviou a pesquisadores para que pudessem identificá-la.

“Essa planta é tão diferente que, quando o Júlio mandou a foto dela pra gente, achamos que pudesse ser tudo, menos uma bromélia! É difícil imaginar uma bromélia com folhas aveludadas e cheia de pelos, e isso é só um dos motivos que tornam essa descoberta tão empolgante”, explica Dayvid Couto, pesquisador do  Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA). 

A bromélia-peluda, apelido que ganhou dos pesquisadores, só tem registros conhecidos em uma montanha da região do Vale do Rio Doce. Devido à sua distribuição restrita e o avançado grau de degradação da área, a nova espécie já é classificada como criticamente em perigo de extinção.

O pesquisador Eduardo Fernandez, do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), vinculado ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), defende a adoção de medidas para a proteção da espécie, que é ameaçada por questões como o desmatamento para a abertura de pastagens e lavouras e pelo aumento da frequência de incêndios. 

“Algumas medidas urgentes precisam ser tomadas para a proteção dessa espécie, como um estudo para criação de uma unidade de conservação e a inclusão da espécie em políticas de conservação que vêm sendo elaboradas para a região. Essas medidas, combinadas à estratégias de conservação ex situ, podem nos ajudar a assegurar um futuro próspero para a bromélia-peluda”, afirma Fernandez. 

As serras do Leste de Minas Gerais têm sido fontes de várias descobertas recentemente. Segundo o JBRJ, mais de 30 novas espécies vegetais da região foram descritas por pesquisadores na última década. 

“Pela sua alta riqueza, única e extremamente ameaçada, as serras do Leste de Minas vêm aos poucos atraindo a atenção do Poder Público, mas ainda de maneira incipiente. É crucial o estabelecimento de unidades de conservação na região, que tem um dos mais proeminentes déficits de medidas de conservação in situ na região do Médio Rio Doce”, afirma o pesquisador Paulo Gonella, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). 

A bromélia-peluda foi descrita em artigo publicado na revista científica Phytotaxa e assinado por pesquisadores do INMA, UFSJ, JBRJ, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Edição: Graça Adjuto

FONTE AGÊNCIA BRASIL EBC

Nova planta “parente da azeitona” é descoberta em Minas Gerais

Espécie foi encontrada durante uma expedição científica na Cadeia do Espinhaço

Uma descoberta botânica tem encantado cientistas e especialistas em biodiversidade no Norte de Minas Gerais. Trata-se de uma nova espécie de planta pertencente ao gênero Chionanthus (Oleaceae), que apresenta um fruto com características morfológicas semelhantes às da azeitona tradicional.

A nova espécie, denominada Chionanthus monteazulensis Zavatin & Lombardi, foi encontrada durante uma expedição científica realizada na região de campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, no município de Monte Azul.

O gênero Chionanthus é conhecido por abrigar cerca de 60 espécies, distribuídas por diferentes regiões do globo, como a África tropical, Ásia, América do Sul e do Norte e Austrália. A América do Sul, por sua vez, é o lar de aproximadamente 20 espécies desse gênero. A “C. monteazulensis” é uma espécie caracterizada por cálices muito pequenos, corolas com quatro lobos e pétalas em pares, dois estames e frutos drupáceos.

A descoberta dessa nova espécie ocorreu durante uma expedição científica realizada por uma equipe de biólogos botânicos: Danilo Alvarenga Zavatin, Roberto Baptista Pereira Almeida e Renato Ramos. Eles fazem parte do grupo de pesquisa que colabora com o Plano de Ação Territorial para conservação de espécies ameaçadas de extinção do Espinhaço Mineiro (PAT Espinhaço Mineiro), coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), no âmbito do Projeto Nacional Pró-Espécies. A equipe contou com o auxílio do Professor Julio Antonio Lombardi que dedicou grande parte de sua carreira estudando esse grupo de plantas.

Expedição

A expedição tinha como objetivo estudar a rica biodiversidade dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, uma região conhecida por abrigar altas taxas de endemismo e uma diversidade florística singular, especialmente acima dos 900 metros de altitude.

O pesquisador Renato Ramos, um dos integrantes da equipe, explicou que a descoberta teve origem em uma reunião de monitoria do PAT Espinhaço Mineiro, em setembro de 2022, onde a equipe discutia sobre a relevância da região do Norte de Minas para pesquisa científica devido à carência de informações sobre a biodiversidade local. Durante o encontro, o servidor do IEF, Alessandre Custódio Jorge, também conhecido como Barrinha, gerente do Parque Estadual Caminhos dos Gerais, indicou a importância da região e a falta de dados científicos sobre ela.

Inspirados pelo desafio, a equipe de pesquisadores montou uma expedição com o apoio do PAT Espinhaço Mineiro, contando com recursos dos projetos Pró-Espécies e Copaíbas. A expedição explorou áreas montanhosas pouco estudadas no Norte de Minas Gerais, em busca de novas descobertas botânicas.

Chionanthus monteazulensis
Foto: Danilo Zavatin

“Considero a descoberta dessa espécie como um presente da cidade de Monte Azul, pois em minha primeira visita à cidade, foi justamente a primeira planta que encontrei. A princípio eu não sabia o que era pois não consegui relacionar com nada conhecido, o que já me deixou em alerta”, afirma o pesquisador Danilo Alvarenga Zavatin.

“No laboratório, o professor José Rubens Pirani me deu o caminho, indicando o gênero a qual pertencia, e ao analisar com mais cuidado percebi que se tratava de uma espécie nova para a ciência. Como me senti presenteado, não hesitei em retribuir com essa homenagem para a cidade, descrevendo a planta como Chionanthus monteazulensis. Na primeira vez que a encontrei, só havia localizado um indivíduo com flores e como estou envolvido em outro projeto na região, ao retornar encontrei mais dois com frutos. Mesmo tendo percorrido diversas áreas, atualmente conhecemos a espécie apenas por esses três indivíduos, o que sinaliza a importância da preservação integral dos locais onde se encontram”, explica.

A espécie

“Chionanthus monteazulensis” é endêmica do município de Monte Azul, em Minas Gerais, e foi encontrada em afloramentos rochosos da vegetação de campo rupestre, em uma área de elevação entre 1.165 e 1.550 metros.

O pesquisador Renato Ramos ressaltou a importância da preservação dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, uma das últimas fronteiras do conhecimento da flora na região do Norte de Minas. Essa descoberta reforça a necessidade de intensificar os estudos de campo para ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade local e garantir a proteção desses ambientes preciosos.

Chionanthus monteazulensis
Foto: Danilo Zavatin

“A descoberta da ‘Chionanthus monteazulensis’ é uma contribuição significativa para a ciência botânica brasileira e destaca a importância da pesquisa e conservação da biodiversidade na região do Espinhaço Mineiro, além de reforçar ainda mais o importante papel desenvolvido pelos Planos de Ação Territoriais para conservação de espécies ameaçadas de extinção. Novas expedições e estudos são necessários para desvendar os mistérios da flora brasileira e proteger os ecossistemas únicos que abrigam essas espécies valiosas”, comenta Renato.

Por Agência Minas

Nova planta “parente da azeitona” é descoberta em Minas Gerais

Espécie foi encontrada durante uma expedição científica na Cadeia do Espinhaço

Uma descoberta botânica tem encantado cientistas e especialistas em biodiversidade no Norte de Minas Gerais. Trata-se de uma nova espécie de planta pertencente ao gênero Chionanthus (Oleaceae), que apresenta um fruto com características morfológicas semelhantes às da azeitona tradicional.

A nova espécie, denominada Chionanthus monteazulensis Zavatin & Lombardi, foi encontrada durante uma expedição científica realizada na região de campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, no município de Monte Azul.

O gênero Chionanthus é conhecido por abrigar cerca de 60 espécies, distribuídas por diferentes regiões do globo, como a África tropical, Ásia, América do Sul e do Norte e Austrália. A América do Sul, por sua vez, é o lar de aproximadamente 20 espécies desse gênero. A “C. monteazulensis” é uma espécie caracterizada por cálices muito pequenos, corolas com quatro lobos e pétalas em pares, dois estames e frutos drupáceos.

A descoberta dessa nova espécie ocorreu durante uma expedição científica realizada por uma equipe de biólogos botânicos: Danilo Alvarenga Zavatin, Roberto Baptista Pereira Almeida e Renato Ramos. Eles fazem parte do grupo de pesquisa que colabora com o Plano de Ação Territorial para conservação de espécies ameaçadas de extinção do Espinhaço Mineiro (PAT Espinhaço Mineiro), coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), no âmbito do Projeto Nacional Pró-Espécies. A equipe contou com o auxílio do Professor Julio Antonio Lombardi que dedicou grande parte de sua carreira estudando esse grupo de plantas.

Expedição

A expedição tinha como objetivo estudar a rica biodiversidade dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, uma região conhecida por abrigar altas taxas de endemismo e uma diversidade florística singular, especialmente acima dos 900 metros de altitude.

O pesquisador Renato Ramos, um dos integrantes da equipe, explicou que a descoberta teve origem em uma reunião de monitoria do PAT Espinhaço Mineiro, em setembro de 2022, onde a equipe discutia sobre a relevância da região do Norte de Minas para pesquisa científica devido à carência de informações sobre a biodiversidade local. Durante o encontro, o servidor do IEF, Alessandre Custódio Jorge, também conhecido como Barrinha, gerente do Parque Estadual Caminhos dos Gerais, indicou a importância da região e a falta de dados científicos sobre ela.

Inspirados pelo desafio, a equipe de pesquisadores montou uma expedição com o apoio do PAT Espinhaço Mineiro, contando com recursos dos projetos Pró-Espécies e Copaíbas. A expedição explorou áreas montanhosas pouco estudadas no Norte de Minas Gerais, em busca de novas descobertas botânicas.

Chionanthus monteazulensis
Foto: Danilo Zavatin

“Considero a descoberta dessa espécie como um presente da cidade de Monte Azul, pois em minha primeira visita à cidade, foi justamente a primeira planta que encontrei. A princípio eu não sabia o que era pois não consegui relacionar com nada conhecido, o que já me deixou em alerta”, afirma o pesquisador Danilo Alvarenga Zavatin.

“No laboratório, o professor José Rubens Pirani me deu o caminho, indicando o gênero a qual pertencia, e ao analisar com mais cuidado percebi que se tratava de uma espécie nova para a ciência. Como me senti presenteado, não hesitei em retribuir com essa homenagem para a cidade, descrevendo a planta como Chionanthus monteazulensis. Na primeira vez que a encontrei, só havia localizado um indivíduo com flores e como estou envolvido em outro projeto na região, ao retornar encontrei mais dois com frutos. Mesmo tendo percorrido diversas áreas, atualmente conhecemos a espécie apenas por esses três indivíduos, o que sinaliza a importância da preservação integral dos locais onde se encontram”, explica.

A espécie

“Chionanthus monteazulensis” é endêmica do município de Monte Azul, em Minas Gerais, e foi encontrada em afloramentos rochosos da vegetação de campo rupestre, em uma área de elevação entre 1.165 e 1.550 metros.

O pesquisador Renato Ramos ressaltou a importância da preservação dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, uma das últimas fronteiras do conhecimento da flora na região do Norte de Minas. Essa descoberta reforça a necessidade de intensificar os estudos de campo para ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade local e garantir a proteção desses ambientes preciosos.

Chionanthus monteazulensis
Foto: Danilo Zavatin

“A descoberta da ‘Chionanthus monteazulensis’ é uma contribuição significativa para a ciência botânica brasileira e destaca a importância da pesquisa e conservação da biodiversidade na região do Espinhaço Mineiro, além de reforçar ainda mais o importante papel desenvolvido pelos Planos de Ação Territoriais para conservação de espécies ameaçadas de extinção. Novas expedições e estudos são necessários para desvendar os mistérios da flora brasileira e proteger os ecossistemas únicos que abrigam essas espécies valiosas”, comenta Renato.

Por Agência Minas

Fim do mistério: descoberta a origem das Cataratas de Sangue na Antártica

O manto carmesim que escorre sobre a geleira Taylor tem sido um dos segredos mais bem guardados da Antártica. Agora, os pesquisadores acreditam ter finalmente resolvido o enigma e explicado a origem do rio “de sangue”.

O infinito e inóspito branco da Antártica guarda um segredo que sempre despertou a curiosidade científica: as “Cataratas de Sangue”, um afluente de águas vermelhas intensas que desliza sobre os 54 km de extensão da Geleira Taylor, e deságua no Lago Bonney, nos Valles Secos de McMurdo.

O impressionante fenômeno foi descoberto em 1911 pelo geógrafo britânico Thomas Griffith, durante a expedição Terra Nova de Robert Scott. Foi Griffith quem deu o nome ao lugar, que desde então se chama ‘Cataratas de Sangue’.

A origem da tonalidade carmesim foi um enigma para os cientistas por mais de cem anos. A hipótese que melhor explicava o fenômeno era a existência de algas avermelhadas que transmitiam a sua cor para as águas.

Mas com o passar do tempo e os avanços nos métodos de observação, surgiram novas explicações para o fenômeno. Em 2017, a hipótese das algas foi descartada e investigações científicas sugeriram que a causa da cor poderia ser um mineral.

Recentemente, Ken Livi, cientista de ciência e engenharia de materiais da Whiting School, usou microscópios eletrônicos de transmissão – que têm poder de ampliação de até 1 milhão de vezes – para examinar amostras de água.

Ele não só descobriu a origem da tonalidade avermelhada, mas também revelou que sob a geleira existe um laboratório natural parado no tempo que é um tesouro para a pesquisa científica.

Um microambiente subterrâneo congelado no tempo

água vermelha que escorre pelas paredes de gelo vem de um corpo de água que está literalmente soterrado pela gigantesca geleira, com nada menos que 400 metros de profundidade e há cerca de 4 milhões de anos.

Por estar preso sob o gelo e não estar em contato com a atmosfera –nem ar, nem luz-, este lago possui características únicas.

Devido ao seu isolamento prolongado, a sua concentração de sal é muito elevada, próxima dos 14%, o que torna as suas águas 4 vezes mais salgadas que a água do mar e converte-as em salmoura. Essa salinidade ajuda a manter a temperatura e não congelar como o resto do ambiente.

Mas há mais. Usando seu microscópio, Levi descobriu na água salgada pequenos fragmentos de ferro, ou nanoesferas, do tamanho de apenas um centésimo de um glóbulo vermelho.

“Assim que olhei as imagens do microscópio, percebi que havia essas pequenas nanoesferas e eram ricas em ferro, e tinham muitos elementos diferentes além do ferro (silício, cálcio, alumínio, sódio) e todos variavam”, Livi disse à revista Hub.

Quando a geleira se rompe e as águas podem se movimentar dentro do sistema de fendas subterrâneas, o contato com o oxigênio presente em outras águas, a luz e as temperaturas mais altas fazem com que o ferro oxide e manche o líquido de vermelho. Assim, produz o manto de “sangue” pelo qual este canto da Antártica se tornou mundialmente famoso.

O cientista disse que as nanoesferas não puderam ser identificadas antes não só pelo seu pequeno tamanho, mas porque os pesquisadores acreditavam que algum tipo de mineral estava causando a tonalidade avermelhada, e a verdadeira culpada – as nanoesferas – não são minerais.

cataratas
As nanoesferas são responsáveis pela tonalidade avermelhada da água. Foto Alasdair Turner.

“Para ser um mineral, os átomos devem estar organizados em uma estrutura cristalina muito específica. Essas nanoesferas não são cristalinas, então métodos usados anteriormente para examinar sólidos não as detectaram”, disse Livi.

As águas ricas em sal e ferro abaixo da geleira abrigam comunidades microbianas ativas, que estão ali isoladas há cerca de 2 milhões de anos. Através da metabolização dos sulfatos, são capazes obter energia.

Para compreender o antigo mistério das ‘Cataratas de Sangue’, é preciso compreender a microbiologia antártica. “Há microorganismos que existem há potencialmente milhões de anos abaixo das águas salinas da geleira Antártica. Estas são águas antigas”, disse Livi, que acredita que o mistério das Cataratas de Sangue foi finalmente resolvido.

É um microambiente parado no tempo, que tem um enorme potencial em diferentes áreas científicas. Na verdade, os investigadores acreditam que a compreensão deste ambiente único e das suas formas de vida poderia ajudar na procura de vida noutros planetas com ambientes igualmente inóspitos, como Marte.

FONTE TEMPO.COM

Fim do mistério: descoberta a origem das Cataratas de Sangue na Antártica

O manto carmesim que escorre sobre a geleira Taylor tem sido um dos segredos mais bem guardados da Antártica. Agora, os pesquisadores acreditam ter finalmente resolvido o enigma e explicado a origem do rio “de sangue”.

O infinito e inóspito branco da Antártica guarda um segredo que sempre despertou a curiosidade científica: as “Cataratas de Sangue”, um afluente de águas vermelhas intensas que desliza sobre os 54 km de extensão da Geleira Taylor, e deságua no Lago Bonney, nos Valles Secos de McMurdo.

O impressionante fenômeno foi descoberto em 1911 pelo geógrafo britânico Thomas Griffith, durante a expedição Terra Nova de Robert Scott. Foi Griffith quem deu o nome ao lugar, que desde então se chama ‘Cataratas de Sangue’.

A origem da tonalidade carmesim foi um enigma para os cientistas por mais de cem anos. A hipótese que melhor explicava o fenômeno era a existência de algas avermelhadas que transmitiam a sua cor para as águas.

Mas com o passar do tempo e os avanços nos métodos de observação, surgiram novas explicações para o fenômeno. Em 2017, a hipótese das algas foi descartada e investigações científicas sugeriram que a causa da cor poderia ser um mineral.

Recentemente, Ken Livi, cientista de ciência e engenharia de materiais da Whiting School, usou microscópios eletrônicos de transmissão – que têm poder de ampliação de até 1 milhão de vezes – para examinar amostras de água.

Ele não só descobriu a origem da tonalidade avermelhada, mas também revelou que sob a geleira existe um laboratório natural parado no tempo que é um tesouro para a pesquisa científica.

Um microambiente subterrâneo congelado no tempo

água vermelha que escorre pelas paredes de gelo vem de um corpo de água que está literalmente soterrado pela gigantesca geleira, com nada menos que 400 metros de profundidade e há cerca de 4 milhões de anos.

Por estar preso sob o gelo e não estar em contato com a atmosfera –nem ar, nem luz-, este lago possui características únicas.

Devido ao seu isolamento prolongado, a sua concentração de sal é muito elevada, próxima dos 14%, o que torna as suas águas 4 vezes mais salgadas que a água do mar e converte-as em salmoura. Essa salinidade ajuda a manter a temperatura e não congelar como o resto do ambiente.

Mas há mais. Usando seu microscópio, Levi descobriu na água salgada pequenos fragmentos de ferro, ou nanoesferas, do tamanho de apenas um centésimo de um glóbulo vermelho.

“Assim que olhei as imagens do microscópio, percebi que havia essas pequenas nanoesferas e eram ricas em ferro, e tinham muitos elementos diferentes além do ferro (silício, cálcio, alumínio, sódio) e todos variavam”, Livi disse à revista Hub.

Quando a geleira se rompe e as águas podem se movimentar dentro do sistema de fendas subterrâneas, o contato com o oxigênio presente em outras águas, a luz e as temperaturas mais altas fazem com que o ferro oxide e manche o líquido de vermelho. Assim, produz o manto de “sangue” pelo qual este canto da Antártica se tornou mundialmente famoso.

O cientista disse que as nanoesferas não puderam ser identificadas antes não só pelo seu pequeno tamanho, mas porque os pesquisadores acreditavam que algum tipo de mineral estava causando a tonalidade avermelhada, e a verdadeira culpada – as nanoesferas – não são minerais.

cataratas
As nanoesferas são responsáveis pela tonalidade avermelhada da água. Foto Alasdair Turner.

“Para ser um mineral, os átomos devem estar organizados em uma estrutura cristalina muito específica. Essas nanoesferas não são cristalinas, então métodos usados anteriormente para examinar sólidos não as detectaram”, disse Livi.

As águas ricas em sal e ferro abaixo da geleira abrigam comunidades microbianas ativas, que estão ali isoladas há cerca de 2 milhões de anos. Através da metabolização dos sulfatos, são capazes obter energia.

Para compreender o antigo mistério das ‘Cataratas de Sangue’, é preciso compreender a microbiologia antártica. “Há microorganismos que existem há potencialmente milhões de anos abaixo das águas salinas da geleira Antártica. Estas são águas antigas”, disse Livi, que acredita que o mistério das Cataratas de Sangue foi finalmente resolvido.

É um microambiente parado no tempo, que tem um enorme potencial em diferentes áreas científicas. Na verdade, os investigadores acreditam que a compreensão deste ambiente único e das suas formas de vida poderia ajudar na procura de vida noutros planetas com ambientes igualmente inóspitos, como Marte.

FONTE TEMPO.COM

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.