Farra de terrenos: vereadores exigem devolução de terrenos públicos utilizados ilegalmente; cidade perde investimentos e promotoria já investiga os casos

Farra de terrenos: vereadores exigem devolução de terrenos públicos/CORREIO DE MINAS

Uma grande polêmica tomou a sessão da Câmara nesta semana na Câmara na discussão do requerimento do vereador André Menezes. Ele solicitou a prefeitura informações sobre as providências que estão sendo tomadas pelo Município para a preservação do patrimônio municipal, com a retomada de imóveis que foram doados e/ou concedidos para empresas e entidades e não receberam a devida destinação legal de impulso e incentivo ao desenvolvimento econômico. Ao menos 20 empresas são citadas como ilegais quando receberam terrenos públicos e desviaram de função, sequer se instalaram ou até mesmo negociaram as áreas cedidas.

André cobrou as medidas urgentes em relação a empresas que ocupam terrenos doados e/ou concedidos pelo Município e que não se encontram em regular funcionamento ou em cujos imóveis foram construídas residências. “Estes empresários devem devolver ao Município estes térreos. È questão de honestidade com que deseja realmente investir em Lafaiete. A prefeitura tem jogar pesado. Sugiro até uma audiência discutir este assunto. Soube de informações de pessoas que negociaram os terrenos com terceiros”, observou, cobrando que o Município exija no ato da doação uma reserva financeira para ressarcir em caso de descumprimento de cláusulas.

“Vem acontecendo e não tomam providências. Não podemos aceitar esta situação. A prefeitura tem de ser mais dura nas doações dos terrenos. Temos exemplos de empresários que vão se transferir para outras cidades, como Congonhas e Ouro Branco, por que não há áreas disponíveis para investimento”, salientou.

Vereador André Menezes /CORREIO DE MINAS

O vereador Fernando Bandeira (PTB) citou que Lafaiete vem perdendo empreendimento para os Municípios vizinhos por falta de terrenos.  “Lafaiete já perdeu demais. È só olhar para trás. São inúmeras empresas que deixaram de investir na cidade enquanto outros ganham terrenos e nada fazem”, citou.

O vereador Carlos Nem (SD) cobrou que a prefeitura exija a reversão dos terrenos cuja destinação não foi cumprida. “Conheço um empresário que quer investir aqui mas não encontra uma área”, observou.

Por diversas vezes os vereadores citaram como exemplo uma distribuidora que há mais de 20 anos ganhou um térreo, porém consegue renovação, mas não constrói sua edificação. Sandro José (PSDB) observou que a única secretaria que pode trazer receita seria a do Desenvolvimento Econômico. “Ele tem feito seu trabalho, o Rafael, Lana, a frente da pasta. Há anos Lafaiete vem perdendo. O que a gente espera é que o Executivo encaminhe as doações de terrenos dentro de um planejamento ou cronograma de obras e investimentos. Na gestão anterior, a Real Farma, distribuidora de medicamento, deixou de investir em Lafaiete por falta de uma área”, afirmou.

Chico Paulo voltou a cobrar do Município a devolução do terreno de uma distribuidora. “Precisam-se criar obrigações mais rígidas pelo interesse público. Concordo que temos que exigir um depósito prévio do investidor como garantia. Se depender de mim, todas as prorrogações serão rejeitadas”, comentou. “Tem empresários na fila esperando por áreas e temos o distrito industrial com diversas doações sem uma destinação”, finalizou Lúcio Barbosa (PSDB).

Promotoria

Segundo informações apuradas por nossa reportagem já existem diversos inquéritos abertos pelo Ministério Público para apurar irregularidades nas doações dos terrenos.

Após sentença de devolução de mais de R$109 mil Presidente da Câmara de Congonhas ataca Ministério Público

Ministério Público considerou publicação como auto promoção. Jornal custou R$36,4 mil/Reprodução

O Presidente da Câmara de Congonhas, o vereador Adivar Geraldo Barbosa (PSDB) participou na quarta feira, dia 17, do programa Participovo”, líder de audiências nas tardes, pela Rádio Congonhas ASM, comandado pelo jornalista Márcio Elias.

O assunto em pauta era a decisão de primeira instância em que os 13 vereadores e uma jornalista foram condenados por improbidade administrativa e terão que devolver cerca de R$109 mil por promoção pessoal em um jornal institucional, publicado no final de 2017.

Os réus entraram em acordo como o Ministério e através de um Termo de Ajustamento de Conduta. Os valores foram divididos em 12 parcelas de R$9,1 mil mediante comprovação de depósito bancário. Mensalmente, os edis terão que devolver cerca de R$640,00,00. “Nós entendemos que não vamos ficar brigando 20 anos e uma ação de Improbidade Administrativa tende se arrastar até a última instância. Chegamos a um acordo para devolver os recursos. Mas aí os desentendidos, esses que não têm conhecimento jurídico publicam aí que os vereadores foram condenados. Lamento ter que dizer mas o cidadão não conhece nada de direito ao dizer que os vereadores foram condenados, nada de condenação, foi um acordo, um TAC, e a justiça apenas homologa porque ela é que comanda o processo. A decisão final é dela, não cabe apenas a juíza homologar o acordo celebrado entre o Ministério Público e os vereadores. O que é divulgado aí no facebook, o que é divulgado em alguns programas, são falta de conhecimento, não tem condenação, tem uma homologação da justiça de um TAC celebrado com o Ministério Público onde cada vereador devolve durante 12 meses o valor de R$637,00 totalizando 7 mil e poucos reais dá o valor do jornal mais a multa de 50% que o Ministério Público quer, é isso, mais nada”, desabafou Adivar.

Adivar defendeu coibir “ações arbitrárias do Ministério Público”/Reprodução

“Eu queria apenas justificar a injustiça do Ministério Público quando eu disse da promotora, que ela não olha o quanto de despesa eu cortei, o quanto de mudanças que eu fiz na Câmara economizando para o poder público. Isso ela não olha, ela pega um detalhe no entendimento dela e entra com a ação de improbidade administrativa, mas fiscalizar lá no legislativo o quanto eu fiz de economia, ela não faz isso, infelizmente ela não faz né? Então o que nós estamos vendo nesse Brasil é um Ministério Público com qualquer detalhezinho entra com um processo contra você, e você se vire pra responder, pra defender, e isso está sendo geral. É coisa que está sendo discutida no parlamento do próximo governo, tentar coibir um pouco as ações arbitrárias do Ministério Público, você é vítima, qualquer coisa ela entra com uma ação contra você não quer nem saber se você tem ou não tem razão e lá na frente você que explique. Isso não é justo, isso não é justiça, isso não é função do Ministério público, função dele é fiscalizar sim tá, fiscalizar o dinheiro público, mas também não cometer abusos, e a gente acha que muitas vezes isso é um ato arbitrário, um ato abusivo”, finalizou o presidente.

Nossa reportagem procurou o Ministério Público, em Congonhas, mas a Promotora Joana de Paula Primeira de Resende Pinto, mas ela encontra-se de férias.

Congonhas: Vereadores selam acordo para a devolução mais de R$109 mil por promoção em jornal que custou mais de R$36,4 mil

Vereadores se comprometeram a não utilizar recursos em promoção pessoal/Reprodução

Em sentença publicada no dia 26 de setembro, a Juíza Flávia Generoso de Matos, da Segunda Vara de Congonhas, condenou os 13 vereadores de Congonhas e a jornalista e assessora de imprensa do Legislativo, Rita de Cássia Barbosa, a devolução de  R$ 65.835,17 ao erário da Câmara Municipal de Congonhas; a multa civil no valor de R$ 6.964,83 em favor da pessoa jurídica lesada; e a título de reparação de danos morais coletivos, a quantia de R$ 36.400,00. Os valores ressarcidos giram em pouco mais de R$109 mil..

A ação de improbidade administrativa, proposta pelo Ministério Público, através da Promotora Joana de Paula Primeira de Resende Pinto, se baseia em auto promoção no jornal “Legislativo em Ação”, editado e publicado, em policromia, no final do ano passado, em que os vereadores estampam suas fotos e enaltecem o trabalho desenvolvido. A publicação de 10 mil exemplares custou cerca de R$36,4 mil. Na sentença a juíza julgou extinto o processo com resolução de mérito.

Acordo

Dez dias depois a sentença de condenação por promoção pessoal, os 14 envolvidos assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que fecharam um acordo judicial para a devolução dos recursos.

Os valores foram divididos em 12 parcelas de R$9,1 mil mediante comprovação de depósito bancário. Mensalmente, os edis terão que devolver cerca de R$650,00.

Parte da devolução, no valor de pouco mais de R$36 mil, como medida compensatória ao dano ao erário público, será revertida a Sociedade São Vicente de Paulo.

Pelo descumprimento do acordo, cuja primeira parcela vence 15 dias após homologação, será aplicada multa de R$ 5 mil, tendo como garantia os próprios subsídios dos vereadores.

Os parlamentares de comprometeram a não mais utilizar recursos públicos ou em veículo oficial para a promoção pessoal.

Procurado por nossa redação, o presidente da Câmara Adivar Barbosa (PSDB) informou que pronunciará sobre o caso.

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