Estação hip-hop, cultura e arte urbana em pauta

Congonhas realiza o “Estação Hip-Hop”, evento dedicado à arte e cultura hip-hop do município, no próximo domingo (14), na Praça da Estação, de 9h às 18h.

Em uma iniciativa da Diretoria de Mobilização e Casa de Promoção da Igualdade Racial, com apoio da Secult e do Movimento de Hip-Hop de Congonhas, o evento visa unir e celebrar os diversos elementos da cultura hip-hop em um encontro único, com a intenção de proporcionar um ambiente inclusivo e dinâmico para enaltecer e promover novas perspectivas sobre o hip-hop.

O Estação Hip-Hop também tem como meta estimular aqueles que já possuem experiência na arte a retomarem suas práticas, enquanto encoraja novos aprendizados para aqueles que desejam se aventurar no universo da dança, graffiti e outras manifestações artísticas que permeiam o universo hip-hop.

O evento conta com diversas atrações, incluindo:
• Oficinas de Graffiti e Breaking (9h às 11h)
• Duelo de Mc’s
• Pocket show com: Souzera, Digô, Shchiwin e Pinguim
• Apresentação de dança do grupo The Wander Family
• Break

Para participar das oficinas, é necessário ter no mínimo 12 anos de idade e se inscrever previamente através do link https://forms.gle/P6BEXhBTWb8f85Tc6 ou presencialmente na Praça da Estação, localizada na Av. Governador Valadares (sem número), de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

Para mais informações, entre em contato pelo telefone 3732-0606.

Por Matheus Mendes

Equinócio de outono: entenda o que é e por que ‘muda’ a duração do dia

Fenômeno astronômico que acontece duas vezes ao ano, no início do outono e da primavera

Sim. Às 0h06 desta quarta-feira (20) iniciou-se o outono nos países do Hemisfério Sul, que dura até o dia 21 de junho. A data é marcada pelo equinócio de outono.

O que é o equinócio de outono?

Foto: Pixabay

O equinócio é um fenômeno astronômico que acontece duas vezes ao ano, no início do outono e da primavera. No equinócio, o dia e a noite têm a mesma duração, tanto no Hemisfério Sul quanto no Hemisfério Norte.

Outro fenômeno que ocorre é o solstício, que acontece no início do verão e do inverno. O solstício de verão marca dia mais longo do ano, que é sempre o primeiro dia da estação. Já o solstício de inverno marca o dia mais curto do ano e, consequentemente, a noite mais longa, também na chegada da estação.

Norte e Sul

O Hemisfério Sul e o Hemisfério Norte têm estações do ano opostas ao longo do ano. Ou seja, quando o Sul está no outono, o Norte está na primavera. O mesmo acontece quando se trata dos fenômenos astronômicos.

Por que a duração dos dias e das noites varia?

Os raios solares, graças a inclinação da Terra, atingem a superfície do planeta de maneira diferente a cada dia, podendo ter mais ou menos incidência de luz. É isso que faz com que as estações do ano existam.

O hemisfério que está no verão recebe mais luz solar, enquanto aquele que está no inverno recebe menos luz. E quando aquele hemisfério não está nem no verão, nem no inverno, está em uma das duas estações de transição, saindo de uma e se preparando para a outra.

 

FONTE ICL NOTÍCIAS

Como perdemos o trem da história no transporte ferroviário de passageiros

Por que o país abandonou sistema que já teve 89 milhões de usuários/ano por ferrovias, conectando um território continental, e sucateou seu rico patrimônio

No início de janeiro, o Ministério dos Transportes confirmou que a Região Sudeste não tem trechos previstos na futura Política Nacional de Transporte Ferroviário de Passageiros (PNTFP). Com exceção do trem entre Belo Horizonte e Vitória, um dos dois únicos existentes no país, as antigas linhas que conectavam os mineiros foram desativadas ou destinadas ao transporte de cargas, entre elas a Estrada de Ferro Central do Brasil, a Estrada de Ferro Bahia e Minas e a Rede Mineira de Viação. Para resgatar as histórias dos viajantes de outros tempos e debater o futuro do transporte ferroviário, o Estado de Minas traça uma linha do tempo com os principais acontecimentos desse sistema no país, por meio de documentos históricos e entrevistas com antigos passageiros, associações, órgãos e especialistas da área.

“Nós chegamos a transportar 89 milhões de passageiros por ano, que viajavam de trem. Hoje, são 1,3 milhão. Um país deste tamanho, com dimensões continentais, só com duas linhas… Então, é um serviço praticamente inexistente”, avalia o presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores.

Ele destaca a importância do sistema ferroviário e compara com outros serviços de transporte existentes no país. “Hoje, a gente só consegue fazer viagens longas de avião, que são muito caras, ou de ônibus, que são muito perigosas e demoradas. Tem uma linha que para ir do Sul ao Nordeste leva uma semana, então foge à lógica que existe em vários lugares do mundo de as grandes distâncias terem viagens troncais e, depois, a capilaridade com os ônibus para os locais mais próximos”, explica.

A história do transporte que vai ficando cada vez mais distante dos brasileiros e especialmente dos mineiros remonta à primeira ferrovia do Brasil, inaugurada no Rio de Janeiro em 1858, por dom Pedro II. Mas foi somente no fim do século 19 que as linhas férreas começaram a se disseminar pelo país, com ramais em diferentes regiões e viagens interestaduais, a exemplo do trajeto de Belo Horizonte a São Paulo.

O número de passageiros transportados anualmente cresceu até 1960. Dali em diante caiu progressivamente, até quase se tornar nulo na década de 1990, com as concessões para o transporte de carga. Diante de poucas contrapartidas exigidas para manter o transporte de passageiros e sem fiscalização de contratos, as empresas foram gradativamente desativando trechos e abandonando estações.

“Nós tivemos duas grandes fases de descontinuação do transporte ferroviário de passageiros no Brasil. A primeira foi durante a ditadura, de 1964 a 1984, e, a segunda, com as concessões para transporte de carga para empresas privadas, de 1996 a 1999”, explica o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Antônio Moreira de Faria, que trabalha com o tema desde o começo da década de 1990.

Para conversar com a equipe do Estado de Minas, ele chegou carregando mapas e exemplares do “Guia Levi”, publicação mensal que trazia os horários das linhas e ramais pelo Brasil, como os da Estrada de Ferro Leopoldina, que ligava a Zona da Mata mineira ao Rio de Janeiro. “O fim do transporte ferroviário de passageiros provocou uma concentração de pessoas em grandes cidades e isolou outros lugares”, ressaltou.

A antiga estação ainda é um atrativo de Moeda, mas está fechada e já não recebe viajante, já que pelos trilhos hoje só passam trens de carga que cortam a cidade
A antiga estação ainda é um atrativo de Moeda, mas está fechada e já não recebe viajante, já que pelos trilhos hoje só passam trens de carga que cortam a cidadeAlexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Quilômetros de mortes

Na falta de trilhos para transporte de pessoas, brasileiros que precisavam se deslocar migraram para as rodovias, aumentando drasticamente o número de acidentes e fatalidades. Em 2022, foram registrados 64.547 acidentes nas estradas brasileiras, com 18.132 feridos graves e 5.439 mortos, conforme o Anuário de 2022 da Política Rodoviária Federal (PRF). O documento também aponta que Minas Gerais lidera o ranking negativo dos estados brasileiros, com 8.290 acidentes, 2.524 feridos graves e 701 mortos. Já nas ferrovias, no mesmo período, foram 782 acidentes, com 237 feridos e 112 mortos, segundo o Anuário do Setor Ferroviário, feito pela ANTT.

Empresas ignoraram contrato e passageiros

O Estado de Minas teve acesso aos contratos assinados no fim da década de 1990 e que ainda estão em vigor, dentro do prazo de 30 anos. De acordo com o vigésimo tópico do item 9.1 (das obrigações da concessionária), é determinada a manutenção do transporte ferroviário de passageiros por parte das empresas. “Assegurar, a qualquer operador ferroviário, durante a vigência do presente contrato, a passagem de até dois pares de trens de passageiros, por dia, em trechos com densidade anual de tráfego mínima de 1.500.000 TKU/km”, detalha o documento. A sigla se refere ao transporte de tonelada de carga por quilômetro útil de ferrovia.

Mas esse não foi o único termo do contrato desrespeitado. Foram ignorados outros, como os que proibiam o abandono de linhas e trechos. Na prática, as empresas mantiveram somente as rotas úteis para levar cargas e matérias-primas para outros estados e portos.

“Em todos os contratos, de todas as malhas, havia a obrigação de oferecer pelo menos dois pares de trem por dia de passageiros, o que a gente chama de ‘janela’. Vamos dizer que fosse de BH para Montes Claros: um partindo daqui, outro vindo de lá. Um par de manhã e um par à noite. Mas isso nenhuma concessionária cumpriu. Na pré-concessão, inclusive, a rede ferroviária gastou uma boa grana para arrumar as linhas e fazer a privatização. Aí, vieram as empresas e largaram tudo”, ressalta o ex-analista técnico da CBTU Ubirajara Baía, engenheiro civil e mestre em transporte ferroviário de passageiros pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O professor da UFMG Antônio Moreira de Faria explica que ditadura militar e concessões à iniciativa privada representaram grandes baques no transporte ferroviário de pessoas
Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Restaram 2 linhas de trens de passageiros

Atualmente, o transporte ferroviário regular de passageiros no Brasil, com viagens diárias, ocorre somente em dois locais: na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que tem 664 quilômetros de extensão, e na Estrada de Ferro Carajás (EFC), com 870 quilômetros, que liga Parauapebas, no Pará, a São Luís, no Maranhão. Já a prestação de serviços não regular e eventual, com finalidade turística e histórico-cultural, pode ser realizada por entidades públicas e privadas, mediante autorização da ANTT. “Além de Ouro Preto/Mariana (18 quilômetros) e São João del-Rei/Tiradentes (12,7 quilômetros), foram autorizados os trechos entre São Lourenço/Soledade de Minas (9 quilômetros) e Passa-quatro/Coronel Fulgêncio (10 quilômetros)”, explicou a agência federal.

Malha movimenta bilhões em cargas

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informa que a malha ferroviária nacional concedida e operacional tem 30.653 quilômetros de extensão. “Há 13 concessões ferroviárias em operação. Dessas, quatro (Rumo Malha Paulista, Estrada de Ferro Carajás, Estrada de Ferro Vitória/Minas e MRS Logística) tiveram contrato prorrogado, com a inclusão de investimentos obrigatórios em obras de capacidade e de solução de conflitos urbanos. Enquanto isso, a Rumo Malha Oeste está em fase de relicitação e três ferrovias estão em fase de construção para operação futura (Transnordestina Logística, Ferrovia de Integração Oeste-Leste e Ferrovia de Integração Centro-Oeste)”, informou.

As operações dessas concessionárias giram na casa dos milhões de toneladas e dos bilhões de reais. Conforme a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o setor transportou 500,8 milhões de toneladas úteis (TU) de carga geral no país em 2022, sendo 359,1 milhões de minério de ferro. “Em mais de duas décadas de concessões, as associadas à ANTF apresentaram um crescimento de 98% na movimentação de cargas pelas ferrovias em relação a 1997 – época do início das concessões, quando foram movimentadas 253 milhões de toneladas úteis. O crescimento anual médio foi de 2,76%”, contabiliza a entidade. Ainda de acordo com a ANTF, a frota de material rodante aumentou de 1.154 unidades em 1997 para 3.100 em 2022, enquanto o número de vagões passou de 43.816 para 112.640 no mesmo período.

“O transporte de passageiros é muito falado, mas é difícil de concretizar. Nós temos hoje um modelo diferente do europeu, no qual o governo constrói a infraestrutura e concede a administração para o privado. No Brasil, não. Muitas vezes, o privado constrói e opera. Então, a administração da ferrovia é privada”, afirma o diretor do Departamento de Outorgas Ferroviárias da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário (SNTF), vinculada ao Ministério dos Transportes.

A declaração foi uma resposta a pergunta do Estado de Minas durante o seminário “Minas de volta à mobilidade”, organizado na última semana de janeiro pela Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) com o intuito de debater os investimentos previstos para o setor ferroviário de cargas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Entre 1990 e 1994, o engenheiro civil Ubirajara Baía, ex-analista técnico da CBTU que se tornou mestre em transporte ferroviário de passageiros pela UFRJ, aproveitou a estrutura da então Rede Ferroviária, no Rio de Janeiro, para se dedicar ao estudo do transporte ferroviário de pessoas em todo o Brasil. “Minha dissertação de mestrado foi justamente nesta área: estudar os trens de passageiros que existiam no país, com o recorte de um período de 25 anos a partir de 1965”, explica. De acordo com ele, seu foco foi o transporte de longo percurso, que se difere do transporte metropolitano de curta distância, antes integrados em um só sistema.

“O traçado das nossas ferrovias raramente foi modernizado, o que nós engenheiros chamamos de ‘retificar o traçado’. Nós temos praticamente traçados do século XIX, que foram feitos sem máquinas e caminhões. Já as novas ferrovias, como a do aço, têm um traçado de trem-bala, de alta velocidade, e a gente a utiliza para transportar minério. Isso são as mazelas das concessões que foram feitas”, analisa.

Ubirajara também estudou o aumento da gasolina e do óleo diesel, os números de trens e a quilometragem para entender os impactos de cada variável. “A conclusão foi de que mesmo havendo linhas extensas, de 600 quilômetros de distância, a maioria das pessoas pegava o trem para percorrer trechos menores. E a partir disso eu criei uma proposta de trens regionais”, afirma.

Perguntado sobre rotas que poderiam existir no estado, o engenheiro destaca uma que gostaria de ver de volta, mas com trens mais modernos, pois, segundo ele, os puxados por locomotivas são lentos, pesados e custosos. “Uma rota superimportante, que elevaria a imagem de Minas perante o mundo, seria Belo Horizonte a Ouro Preto. E tem a ferrovia toda, que está abandonada. Passa por trechos lindos – quase todos de mata – em paralelo ao Rio das Velhas. Passa por Sabará, Raposos, Nova Lima, Itabirito e vários distritos de Ouro Preto”, ressaltou.

A saudade do trem na arte de Milton e Brant

Em 1975, durante a ditadura militar que entre tantas mazelas também descarrilhou o transporte sobre trilhos no país, Milton Nascimento e Fernando Brant compuseram “Ponta de Areia”. A canção aborda as dores dos passageiros arrancados das ferrovias, ano após ano mais limitadas ao transporte de cargas e dominadas por empresas privadas. “Velho maquinista, com seu boné, lembra o povo alegre que vinha cortejar. […] Na praça vazia um grito, um ai. Casas esquecidas, viúvas nos portais”, descreve trecho da letra.

O lamento relata o cenário deixado pelos quase extintos carros de longa distância, que, repletos de gente, transportavam histórias pelos trilhos de ferro, depois suprimidos por trens de cargas e mercadorias consideradas de valor pelas companhias. Representa também a realidade de tantos municípios mineiros, como Moeda, na Região Central do estado, e Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o Estado de Minas encontrou antigos passageiros e estações abandonadas.

“A ferrovia corta o coração da cidade e não nos dá nada em troca, pelo contrário. Rachaduras nas paredes, buzinas de madrugada… São dezenas de vagões, que às vezes passam vazios ou ficam parados aqui por horas. As empresas e mineradoras fazem o que querem”, reclama Renato, mais conhecido o “Chico” de Moeda, onde mora desde a infância junto ao comércio da rua principal, a poucos metros dos trilhos.

Em outra canção, “Barulho de trem”, Milton Nascimento descreve parte da rotina de tantos mineiros que iam até as estações “para ver o movimento”. E não só para olhar, como relata Ernani, do Bar do Raimundo, que fica em frente à Estação Ferroviária de Moeda. “Eu era pequeno e me lembro das pessoas vendendo ovo, galinha, todo tipo de comércio. A estação foi construída em 1919 e a cidade cresceu no entorno dela. Esta casa, na qual o bar está desde 1949, é da década de 1920, assim como outras da rua”, descreve.

O grande prédio da antiga estação, que completa 105 anos em 2024, está conservado por fora, mas de portas fechadas há alguns anos, desde que uma biblioteca criada pela prefeitura encerrou suas atividades. No entorno, uma fonte e pequenas áreas verdes dão um clima nostálgico ao local, que continua encorajando moradores a se sentarem por ali, seja de um lado ou do outro. “Antes, era tudo conectado, as pessoas de outras cidades se conheciam e se casavam por causa do trem. Aí, foram perdendo o vínculo. Agora, as mineradoras tomaram conta, ficam o dia inteiro transportando carga”, completou o filho do seu Raimundo.

Para tentar amenizar os impactos causados pelos trens de carga, o professor aposentado Ronaldo protocolou, no fim do ano passado, um pedido de audiência pública na Câmara Municipal de Moeda e no Ministério Público Federal, em Belo Horizonte. “A ideia é criar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a empresa que administra a ferrovia. Entreguei os documentos e ainda estou aguardando uma resposta”, explicou.

Comunidade quilombola tem estação abandonada

A quase 10 quilômetros de Moeda, na antiga Estação Ferroviária de Marinhos, no distrito que pertence a Brumadinho, a realidade é ainda mais dura, como relata Nair de Fátima, uma das líderes da comunidade quilombola local. “Tivemos que pedir para que a empresa reduzisse o número de viagens à noite e molhasse o minério, pois ele seco voa para cá, poluindo e prejudicando a nossa saúde”, relata. Segundo ela, o impacto do trem atinge até as residências que ficam a algumas ruas de distância, danificando a estrutura e provocando rachaduras. Ao todo, são 96 casas no local, onde vivem cerca de 300 famílias.

A líder comunitária também se lembra com nostalgia dos tempos em que o trem transportava passageiros. “Eu pegava todo dia, para BH e para o centro de Brumadinho. Não tinha ônibus na época, e ainda hoje as estradas são ruins, de terra. Demora mais”, disse. Sentada na varanda de Antônio, antigo líder do Quilombo Marinhos, Nair relembra o movimento em frente à antiga estação, hoje inexistente, e com poucos imóveis no entorno – quase todos residenciais. “As pessoas subiam para ver o trem passar, para se reunir. Ali tinha um antigo armazém, hoje em ruínas depois de ser abandonado pelos proprietários”.

Tal como nas canções de Milton Nascimento, a música também trouxe à tona histórias das antigas ferrovias de passageiros enquanto a equipe do Estado de Minas conversava com Nair. Andando com a neta no colo e ouvindo um samba, seu Antônio e a nora contaram que o carnaval da comunidade acontecia na própria estação de Marinhos. “Subia todo mundo para lá, ficava cheio”, relata.

Hoje o antigo prédio, que aguarda autorização para ser revitalizado, resiste ao tempo acumulando agressões e cicatrizes: sem portas, com telhas quebradas, poças d’água, pichações, copos de plástico, pedaços de roupa e todo tipo de sujeira. Do lado de fora, placas quase apagadas mostram um número de telefone indisponível e os dizeres “Propriedade R.R.F.S.A”, referência à extinta Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima.

Iphan tem dever de zelar pelo patrimônio

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Lei 11.483 de 2007 atribuiu ao órgão a responsabilidade de administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural oriundos da RFFSA, bem como zelar pela guarda e manutenção. “Desde então, o instituto avalia, dentre todo o espólio, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural”, informa.

O Iphan explica ainda que o patrimônio ferroviário da RFFSA engloba desde as estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha até o material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Conforme o inventário, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Ministério dos Transportes.

FONTE ESTADO DE MINAS

Estação do século 19 de volta ao mapa do turismo

Estação ferroviária que faz parte da história de Ouro Preto vai ganhar vida nova com estrutura para shows e eventos

Ouro Preto – Uma estação ferroviária do final do século 19, em Ouro Preto, na Região Central de Minas, terá, a partir de novembro, um movimento que desconhece há décadas – mas, por enquanto, no lugar dos viajantes estará a equipe responsável pela restauração do bem da União cedido à prefeitura local. Localizada no distrito de Miguel Burnier, a 50 quilômetros do Centro Histórico, “a estação Chrockatt de Sá servirá para fomentar o turismo, especialmente o ecoturismo, e como atrativo para regiões de Ouro Preto e municípios vizinhos”, diz o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia, Felipe Guerra.

“O local vai ganhar uma estrutura para shows, e outros eventos, com tratamento do entorno. No período pós-pandemia, o turismo vem crescendo muito nas cidades históricas, e é importante destacar que a estação fica a apenas 3,5 quilômetros da rodovia BR-040”, completa Felipe Guerra. Outros municípios muito visitados também ficam perto: Congonhas, a 30 quilômetros, Ouro Branco (27km) e Conselheiro Lafaiete (50km). Visitado por trilheiros e por aqueles que se aventuram em bicicletas, o lugar faz parte da rota turística “Caminho de Santiago”, que começa em Ouro Preto e termina em São Tiago, na Região do Campo das Vertentes.

Ao longo do dia, há sempre uma paisagem para surpreender. No fim da tarde, o sol ilumina a estação, e pode até enganar os olhos: o viajante pensa que é o farol de um trem chegando, mas tudo não passa de miragem, pois os trilhos estão desativados e a estação, de 1897, com área de 52 metros quadrados, há muito está sem serventia.

Esse é o cenário silencioso no subdistrito de Chrockatt de Sá (nome em homenagem ao engenheiro e ex-diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil), onde vivem apenas 20 pessoas. Sem uso, o prédio tem salas habitadas por centenas de morcegos, que deixam “marcas” por todo o piso e paredes.

Futuro promissor

A ordem de serviço para a restauração já foi assinada, com recursos provenientes de medida compensatória ambiental intermediada pelo Ministério Público de Minas Gerais, via Plataforma Semente. Segundo o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, “o restauro da estação não representa só um marco na história ferroviária de Minas, mas também projeta um futuro promissor para o município, diversificando a economia no distrito que, historicamente, dependeu fortemente da mineração”.

Destacando a localização estratégica, o chefe do Executivo disse ainda que “Chrockatt de Sá tem um rico patrimônio natural e cultural, incluindo a Vila Ema, antiga fazenda, e a estação, elementos que tornam a região um potencial centro turístico e de lazer.” Com a iniciativa, acredita que poderão chegar novos empreendedores. “Podemos ter ali a instalação de um hotel-fazenda e outros atrativos, inclusive, com a possibilidade de reativar a linha férrea que conectaria Miguel Burnier a Ouro Preto”.

Na solenidade de assinatura da ordem de serviço, a arquiteta responsável pela reforma, Eduarda Assis, apresentou o projeto e compartilhou a experiência de colaboração da comunidade na criação do plano de obras, que será realizado pela Construtora AGD LTDA. Conforme a Prefeitura de Ouro Preto, o projeto de restauração é liderado por Sidney Pedrosa, um morador do subdistrito que, durante a pandemia, ao retornar a sua terra natal, “ficou ainda mais cativado pela estação, notando especialmente sua arquitetura em estilo art déco e art nouveau”.

Contagem regressiva

O projeto será desenvolvido em três etapas: a primeira contempla o restauro do prédio da estação, com previsão de entrega em sete meses. A segunda, maior, prevê a extensão da área, com instalação de concha acústica, praça de eventos, estacionamento, área de lazer, bicicletário, bebedouros e banheiros, além de um museu da Maria-fumaça. Na terceira, haverá o projeto de paisagismo, placas informativas e outros dispositivos.

FONTE ESTADO DE MINAS

Estação do século 19 de volta ao mapa do turismo

Estação ferroviária que faz parte da história de Ouro Preto vai ganhar vida nova com estrutura para shows e eventos

Ouro Preto – Uma estação ferroviária do final do século 19, em Ouro Preto, na Região Central de Minas, terá, a partir de novembro, um movimento que desconhece há décadas – mas, por enquanto, no lugar dos viajantes estará a equipe responsável pela restauração do bem da União cedido à prefeitura local. Localizada no distrito de Miguel Burnier, a 50 quilômetros do Centro Histórico, “a estação Chrockatt de Sá servirá para fomentar o turismo, especialmente o ecoturismo, e como atrativo para regiões de Ouro Preto e municípios vizinhos”, diz o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia, Felipe Guerra.

“O local vai ganhar uma estrutura para shows, e outros eventos, com tratamento do entorno. No período pós-pandemia, o turismo vem crescendo muito nas cidades históricas, e é importante destacar que a estação fica a apenas 3,5 quilômetros da rodovia BR-040”, completa Felipe Guerra. Outros municípios muito visitados também ficam perto: Congonhas, a 30 quilômetros, Ouro Branco (27km) e Conselheiro Lafaiete (50km). Visitado por trilheiros e por aqueles que se aventuram em bicicletas, o lugar faz parte da rota turística “Caminho de Santiago”, que começa em Ouro Preto e termina em São Tiago, na Região do Campo das Vertentes.

Ao longo do dia, há sempre uma paisagem para surpreender. No fim da tarde, o sol ilumina a estação, e pode até enganar os olhos: o viajante pensa que é o farol de um trem chegando, mas tudo não passa de miragem, pois os trilhos estão desativados e a estação, de 1897, com área de 52 metros quadrados, há muito está sem serventia.

Esse é o cenário silencioso no subdistrito de Chrockatt de Sá (nome em homenagem ao engenheiro e ex-diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil), onde vivem apenas 20 pessoas. Sem uso, o prédio tem salas habitadas por centenas de morcegos, que deixam “marcas” por todo o piso e paredes.

Futuro promissor

A ordem de serviço para a restauração já foi assinada, com recursos provenientes de medida compensatória ambiental intermediada pelo Ministério Público de Minas Gerais, via Plataforma Semente. Segundo o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, “o restauro da estação não representa só um marco na história ferroviária de Minas, mas também projeta um futuro promissor para o município, diversificando a economia no distrito que, historicamente, dependeu fortemente da mineração”.

Destacando a localização estratégica, o chefe do Executivo disse ainda que “Chrockatt de Sá tem um rico patrimônio natural e cultural, incluindo a Vila Ema, antiga fazenda, e a estação, elementos que tornam a região um potencial centro turístico e de lazer.” Com a iniciativa, acredita que poderão chegar novos empreendedores. “Podemos ter ali a instalação de um hotel-fazenda e outros atrativos, inclusive, com a possibilidade de reativar a linha férrea que conectaria Miguel Burnier a Ouro Preto”.

Na solenidade de assinatura da ordem de serviço, a arquiteta responsável pela reforma, Eduarda Assis, apresentou o projeto e compartilhou a experiência de colaboração da comunidade na criação do plano de obras, que será realizado pela Construtora AGD LTDA. Conforme a Prefeitura de Ouro Preto, o projeto de restauração é liderado por Sidney Pedrosa, um morador do subdistrito que, durante a pandemia, ao retornar a sua terra natal, “ficou ainda mais cativado pela estação, notando especialmente sua arquitetura em estilo art déco e art nouveau”.

Contagem regressiva

O projeto será desenvolvido em três etapas: a primeira contempla o restauro do prédio da estação, com previsão de entrega em sete meses. A segunda, maior, prevê a extensão da área, com instalação de concha acústica, praça de eventos, estacionamento, área de lazer, bicicletário, bebedouros e banheiros, além de um museu da Maria-fumaça. Na terceira, haverá o projeto de paisagismo, placas informativas e outros dispositivos.

FONTE ESTADO DE MINAS

Estação Chrockatt de Sá, vai ser transformada em espaço cultural

Estação datada do século XVIII também vai ganhar uma praça de eventos

Foi assinada na tarde dessa terça-feira (12), em Ouro Preto, a ordem de serviços para a restauração da Estação Chrockatt de Sá, localizada no subdistrito de mesmo nome. Além da revitalização do patrimônio histórico brasileiro, também foi anunciada a construção de um espaço de lazer e eventos. A intenção é atrair turistas e gerar emprego e renda para a localidade. Liderado por Sidney Pedrosa, da empresa Recursos Pedrosa, a revitalização da estação vai custar aproximadamente R$1 milhão, foi captado do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), via “Plataforma Semente”. Com apoio da Gerdau, a reforma é uma Medida Compensatória Ambiental, já que a localidade, próxima a cidade de Congonhas, é impactada diretamente pela mineração.

Durante a cerimônia de apresentação do projeto, Pedrosa explicou sobre a dificuldade na captação de recursos para a revitalização do bem. Segundo ele, muitos o chamaram de “doido”, uma vez que o valor arrecadado seria para a revitalização de um espaço público e não particular. Segundo ele, a iniciativa de reaver a estação ferroviária enquanto um bem local teve início durante a pandemia de coronavírus, em 2020. “Comecei a buscar informações históricas sobre ela [estação] e a estudar arquitetura patrimonial, incluindo órgãos como o IPHAN e o IEPHA, além do patrimônio histórico em geral. Constatei que a estação é uma das mais belas da minha região“, comentou Pedrosa, cuja mãe é vizinha da estação. Após seus estudos, Pedrosa buscou recursos e parceiros para conseguir apoio da Gerdau e da Plataforma Semente, do MPMG.

As obras de revitalização da Estação Chrockatt de Sá têm previsão para durar sete meses. De acordo com Pedrosa, uma grande festa de inauguração já está sendo planejada para a reabertura do local. O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, que esteve presente na cerimônia de assinatura, agradeceu aos envolvidos e ressaltou que a Estação de Bocaina, como era chamada quando foi inaugurada, é um “registro do ferroviarismo do Brasil”.

Símbolo da art nouveau no Brasil, a Estação foi inaugurada em novembro de 1897 e encontra-se abandonada há mais de uma década, localizada em Miguel Burnier, maior distrito em extensão territorial de Ouro Preto.

Estação revitalizada vai contar a história da localidade

Estação Chrockatt de Sá, localizada a 8km de Miguel Burnier, data do século 18
Estação, localizada a 8km de Miguel Burnier, data do século 18 – Foto: Isabela Vilela

O projeto arquitetônico e paisagístico da Estação Chrockatt de Sá foi idealizado pelo escritório de arquitetura e engenharia URBI, responsável por outras revitalizações no município no passado. De acordo com a arquiteta responsável, o projeto é composto por três etapas, divididas em análises, levantamentos e início das obras.

A primeira foi de conhecimento e análise da edificação, buscando seus significados e evolução enquanto patrimônio cultural. Segundo os técnicos, este primeiro momento possibilitou identificar que a estação, localizada em uma estrutura industrial ferroviária, guarda a história do desenvolvimento econômico da região, através de suas estruturas. Em estilo art nouveau, estilo arquitetônico típico do final do século XIX e início do XX, a construção em alvenaria, apresenta elementos de formatos orgânicos e naturalistas, com mãos francesas metálicas sustentando o telhado da plataforma.

A segunda etapa do projeto focou nos levantamentos sobre o estado físico do imóvel que apresentava diversas marcas do tempo e do abandono, como grafismos nas paredes e problemas infraestruturais. Todo o bem foi escaneado com drones e visitado por equipes técnicas e membros do executivo municipal. A partir dos estudos, foi possível, segundo os profissionais da Urbi, construir o dossiê de conservação e restauro para iniciar a revitalização.

Agora, após a assinatura da ordem de serviços, o projeto entra na terceira e última fase de intervenção arquitetônica e paisagística. A estrutura da estação ferroviária, que possui quatro cômodos, será totalmente revitalizada. Além da reforma infraestrutural, os espaços – antiga sala do Chefe da Estação, o salão principal onde encontrava-se a recepção, um banheiro e um depósito – serão utilizados como ambientes de exposição de fotografias e relatos históricos sobre o funcionamento da estação desativada.

Espaço de eventos promete atrair ecoturismo para a região

Previsão é de que as intervenções durem cerca de 7 meses
Previsão é de que as intervenções durem cerca de 7 meses – Foto: Isabela Vilela

Além da revitalização da infraestrutura, o projeto também prevê a construção de uma Praça de Eventos, que contará com concha acústica – para realização de eventos musicais – estacionamento, bicicletário, cadeiras, mesas e bebedouros.

No espaço placas informativas contarão a história da comunidade e da estação, imergindo o visitante na narrativa local. Também está prevista a inserção de uma Maria Fumaça, para que os visitantes remontem a ambiência dos anos de funcionamento original da estação. Segundo a arquiteta responsável pelo projeto, o objetivo é criar um ambiente de pertencimento à pequena comunidade de Estação Chrockatt de Sá.

Para o prefeito ouro-pretano, o novo espaço de lazer da localidade vai contribuir com o desenvolvimento e diversificação da economia local, atraindo visitantes que buscam o ecoturismo e o turismo histórico, além de empresários do ramo. “Esses elementos tornam a área um centro de turismo e lazer, com muitas oportunidades para diversificar a economia, que é intensamente ligada à mineração. Podemos ter hotéis, atrações turísticas e até mesmo a restauração da linha férrea que ligaria Miguel Burnier a Ouro Preto”, ressaltou Angelo Oswaldo.

Quem foi Chrockatt de Sá

Inicialmente chamada de Bocaina, teve nome alterado para Estação Chrockatt de Sá
Inicialmente chamada de Bocaina, teve nome alterado para Estação Chrockatt de Sá – Foto: Reprodução

Localizada entre os municípios de Ouro Preto e Congonhas, a cerca de oito quilômetros da sede de Miguel Burnier, o subdistrito conta com menos de 100 habitantes, de acordo com o IBGE. Cercado de belezas naturais, a localidade recebeu no final do século XIX a estação ferroviária, com o nome de “Estação de Bocaina”.

Tempos mais tarde teve o nome alterado para “Estação Chrockatt de Sá”, em homenagem a João Chrockatt de Sá Pereira de Castro, engenheiro e diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) em 1891. O diretor foi um dos principais responsáveis pela expansão das ferrovias em Minas Gerais.

FONTE AGÊNCIA PRIMAZ

Estação Chrockatt de Sá, vai ser transformada em espaço cultural

Estação datada do século XVIII também vai ganhar uma praça de eventos

Foi assinada na tarde dessa terça-feira (12), em Ouro Preto, a ordem de serviços para a restauração da Estação Chrockatt de Sá, localizada no subdistrito de mesmo nome. Além da revitalização do patrimônio histórico brasileiro, também foi anunciada a construção de um espaço de lazer e eventos. A intenção é atrair turistas e gerar emprego e renda para a localidade. Liderado por Sidney Pedrosa, da empresa Recursos Pedrosa, a revitalização da estação vai custar aproximadamente R$1 milhão, foi captado do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), via “Plataforma Semente”. Com apoio da Gerdau, a reforma é uma Medida Compensatória Ambiental, já que a localidade, próxima a cidade de Congonhas, é impactada diretamente pela mineração.

Durante a cerimônia de apresentação do projeto, Pedrosa explicou sobre a dificuldade na captação de recursos para a revitalização do bem. Segundo ele, muitos o chamaram de “doido”, uma vez que o valor arrecadado seria para a revitalização de um espaço público e não particular. Segundo ele, a iniciativa de reaver a estação ferroviária enquanto um bem local teve início durante a pandemia de coronavírus, em 2020. “Comecei a buscar informações históricas sobre ela [estação] e a estudar arquitetura patrimonial, incluindo órgãos como o IPHAN e o IEPHA, além do patrimônio histórico em geral. Constatei que a estação é uma das mais belas da minha região“, comentou Pedrosa, cuja mãe é vizinha da estação. Após seus estudos, Pedrosa buscou recursos e parceiros para conseguir apoio da Gerdau e da Plataforma Semente, do MPMG.

As obras de revitalização da Estação Chrockatt de Sá têm previsão para durar sete meses. De acordo com Pedrosa, uma grande festa de inauguração já está sendo planejada para a reabertura do local. O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, que esteve presente na cerimônia de assinatura, agradeceu aos envolvidos e ressaltou que a Estação de Bocaina, como era chamada quando foi inaugurada, é um “registro do ferroviarismo do Brasil”.

Símbolo da art nouveau no Brasil, a Estação foi inaugurada em novembro de 1897 e encontra-se abandonada há mais de uma década, localizada em Miguel Burnier, maior distrito em extensão territorial de Ouro Preto.

Estação revitalizada vai contar a história da localidade

Estação Chrockatt de Sá, localizada a 8km de Miguel Burnier, data do século 18
Estação, localizada a 8km de Miguel Burnier, data do século 18 – Foto: Isabela Vilela

O projeto arquitetônico e paisagístico da Estação Chrockatt de Sá foi idealizado pelo escritório de arquitetura e engenharia URBI, responsável por outras revitalizações no município no passado. De acordo com a arquiteta responsável, o projeto é composto por três etapas, divididas em análises, levantamentos e início das obras.

A primeira foi de conhecimento e análise da edificação, buscando seus significados e evolução enquanto patrimônio cultural. Segundo os técnicos, este primeiro momento possibilitou identificar que a estação, localizada em uma estrutura industrial ferroviária, guarda a história do desenvolvimento econômico da região, através de suas estruturas. Em estilo art nouveau, estilo arquitetônico típico do final do século XIX e início do XX, a construção em alvenaria, apresenta elementos de formatos orgânicos e naturalistas, com mãos francesas metálicas sustentando o telhado da plataforma.

A segunda etapa do projeto focou nos levantamentos sobre o estado físico do imóvel que apresentava diversas marcas do tempo e do abandono, como grafismos nas paredes e problemas infraestruturais. Todo o bem foi escaneado com drones e visitado por equipes técnicas e membros do executivo municipal. A partir dos estudos, foi possível, segundo os profissionais da Urbi, construir o dossiê de conservação e restauro para iniciar a revitalização.

Agora, após a assinatura da ordem de serviços, o projeto entra na terceira e última fase de intervenção arquitetônica e paisagística. A estrutura da estação ferroviária, que possui quatro cômodos, será totalmente revitalizada. Além da reforma infraestrutural, os espaços – antiga sala do Chefe da Estação, o salão principal onde encontrava-se a recepção, um banheiro e um depósito – serão utilizados como ambientes de exposição de fotografias e relatos históricos sobre o funcionamento da estação desativada.

Espaço de eventos promete atrair ecoturismo para a região

Previsão é de que as intervenções durem cerca de 7 meses
Previsão é de que as intervenções durem cerca de 7 meses – Foto: Isabela Vilela

Além da revitalização da infraestrutura, o projeto também prevê a construção de uma Praça de Eventos, que contará com concha acústica – para realização de eventos musicais – estacionamento, bicicletário, cadeiras, mesas e bebedouros.

No espaço placas informativas contarão a história da comunidade e da estação, imergindo o visitante na narrativa local. Também está prevista a inserção de uma Maria Fumaça, para que os visitantes remontem a ambiência dos anos de funcionamento original da estação. Segundo a arquiteta responsável pelo projeto, o objetivo é criar um ambiente de pertencimento à pequena comunidade de Estação Chrockatt de Sá.

Para o prefeito ouro-pretano, o novo espaço de lazer da localidade vai contribuir com o desenvolvimento e diversificação da economia local, atraindo visitantes que buscam o ecoturismo e o turismo histórico, além de empresários do ramo. “Esses elementos tornam a área um centro de turismo e lazer, com muitas oportunidades para diversificar a economia, que é intensamente ligada à mineração. Podemos ter hotéis, atrações turísticas e até mesmo a restauração da linha férrea que ligaria Miguel Burnier a Ouro Preto”, ressaltou Angelo Oswaldo.

Quem foi Chrockatt de Sá

Inicialmente chamada de Bocaina, teve nome alterado para Estação Chrockatt de Sá
Inicialmente chamada de Bocaina, teve nome alterado para Estação Chrockatt de Sá – Foto: Reprodução

Localizada entre os municípios de Ouro Preto e Congonhas, a cerca de oito quilômetros da sede de Miguel Burnier, o subdistrito conta com menos de 100 habitantes, de acordo com o IBGE. Cercado de belezas naturais, a localidade recebeu no final do século XIX a estação ferroviária, com o nome de “Estação de Bocaina”.

Tempos mais tarde teve o nome alterado para “Estação Chrockatt de Sá”, em homenagem a João Chrockatt de Sá Pereira de Castro, engenheiro e diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) em 1891. O diretor foi um dos principais responsáveis pela expansão das ferrovias em Minas Gerais.

FONTE AGÊNCIA PRIMAZ

Inverno começa amanhã: estação terá frio menos rigoroso e chuvas

Na maior parte do país, as temperaturas devem ficar acima da média, segundo o Inmet/Inpe. A previsão é de menos chuva em razão do fenômeno El Niño, com exceção da Região Sul.

O inverno começa oficialmente nesta quarta-feira no hemisfério sul às 11h58.

❄️ A estação mais fria do ano, no entanto, deverá ser menos rigorosa por influência do El Niño, fenômeno meteorológico que eleva as temperaturas. (Leia mais abaixo.)

? O início da estação é chamado de solstício de inverno – dia do ano com menos horas de luz do que qualquer outro no ano.

1 – Como será o inverno em cada região do Brasil?

Segundo a previsão do Inmet/Inpe:

NORTE

  • ☔ Chuvas: devem ficar abaixo da média por causa do El Niño, principalmente nas partes mais equatoriais.
  • ?️ Temperatura: fica acima da média em grande parte da região. Previsão de episódios de friagem em Rondônia, Acre e sul do Amazonas.
  • ? Queimadas: a falta de chuva no sul da Amazônia é muito comum entre julho e setembro e, considerando a alta temperatura e a baixa umidade relativa do ar, a chance de queimadas e incêndios florestais aumenta.

NORDESTE

  • ☔ Chuvas: deve ter menos chuva. Só no interior nordestino, que já enfrenta o período seco, é que o volume de chuva deve ficar perto da média.
  • ?️ Temperatura: será mais alta do que a média em grande parte do Nordeste. Na área mais próxima do litoral, deve ficar dentro da média.

CENTRO-OESTE

  • ☔ Chuvas: devem ficar abaixo da média histórica em toda a região, com diminuição da umidade relativa do ar, que pode ficar abaixo de 30% e ter picos abaixo de 20%.
  • ?️ Temperatura: deve ser mais alta que o normal devido à permanência de massas de ar seco e quente. Pode haver formação de geada em Mato Grosso do Sul e episódios de friagem em Mato Grosso.
  • ?️ Nevoeiro: Em função das inversões térmicas no período da manhã, é comum a formação de nevoeiros, reduzindo a visibilidade, especialmente, em estradas e aeroportos.
  • Queimadas: o inverno na região já costuma ser mais seco e, em razão das temperaturas mais altas, os incêndios florestais podem ser um problema.

SUDESTE

  • ☔ Chuvas: devem ficar próximas da média, mas podem se intensificar no litoral sul da região devido à passagem de frentes frias.
  • ?️ Temperatura: fica acima do normal para o inverno, mas pode ter geada em pontos isolados.
  • ?️ Nevoeiro: pela manhã, as inversões térmicas podem levar à formação de nevoeiros, diminuindo a visibilidade em estradas e aeroportos.

SUL

  • ☔ Chuvas: devem ficar próximas ou acima da média no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No Paraná, a previsão indica chuvas abaixo da média. Pode haver formação de geada e queda de neve nas áreas serranas e planaltos da Região Sul.
  • ?️ Temperatura: fica acima da média na maior parte do inverno. No entanto, durante alguns dias, a chegada de massas de ar polar deve derrubar a temperatura e provocar geada nos pontos mais altos.
  • ?️ Nevoeiro: As inversões térmicas no período da manhã podem levar à formação de nevoeiros, com redução de visibilidade, especialmente em estradas e aeroportos.
Impacto do El Niño no inverno de cada região brasileira — Foto: Arte/g1

Impacto do El Niño no inverno de cada região brasileira — Foto: Arte/g1

Alertas para a Região Sul (que ainda se recupera do ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul e deixou mortos):

  • Em julho: risco de temporais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina
  • Em agosto: maior chance de geada e neve
  • Em setembro: ondas de calor

2 – O que é o El Niño?

O El Niño é o aquecimento das águas do Oceano Pacífico.

Em março deste ano, foi confirmado o fim do fenômeno La Niña (que esfria as águas do Pacífico) após três anos de duração.

Entre abril e maio, foi possível notar um rápido aquecimento das águas do Pacífico Equatorial e, nas últimas semanas, se confirmou o início do El Niño.

3 – O que o El Niño provoca?

  • Impacta na distribuição das chuvas em algumas partes do mundo — inclusive o Brasil.
  • Deixa o ar mais seco, o que torna mais difícil a formação de chuvas.
  • Dificulta o avanço de frentes frias, fazendo com que as quedas de temperatura sejam mais sutis e mais breves.

4 – O inverno menos rigoroso tem relação com o aquecimento global?

Não! A variabilidade climática é diferente de mudança climática (que é definitiva, quando o regime climático como um todo se altera e cria um novo padrão).

No entanto, as mudanças climáticas devem afetar inclusive esses mecanismos de variabilidade porque a própria circulação dos oceanos deve mudar e afetar como o clima vai repercutir ao redor do globo.

5 – O El Niño pode se tornar um Super El Niño?

É possível. A ocorrência do El Niño já era amplamente esperada e há expectativa de especialistas de que ele possa até mesmo se configurar como um Super El Niño. Isto é, ficando com uma intensidade ainda mais forte.

Diversos modelos indicam alta probabilidade de persistência do El Niño nos próximos meses, com chance de se prolongar até a primavera.

FONTE G1

Estação da Maria Fumaça em São João del-Rei, administrada pela VLI, recebe iluminação natalina

A visitação ao local é aberta ao público e pode ser feita gratuitamente entre os dias 22 e 30 de dezembro  

Em clima de natal, a Estação da Maria Fumaça em São João del-Rei recebeu a iluminação especial para celebração da data. A decoração, feita pela VLI – companhia que administra o trem turístico – inclui luzes na fachada e rotunda, além de uma locomotiva iluminada, completando a ornamentação no local. A visitação na estação é gratuita e ocorre entre 22 e 30 de dezembro, exceto nos dias 24 e 25, das 8h às 17h. 

“A decoração da Estação da Maria Fumaça é uma tradição em São João del-Rei. Iluminar a locomotiva e a fachada da estação faz parte da nossa celebração natalina e atrai a visita dos moradores e turistas, além de fazer a alegria das crianças, que se encantam com a luminosidade das cores e enfeites”, ressalta a analista de Relações Institucionais da VLI, Bruna Andrade.   

Horário especial   

O passeio da Maria Fumaça é uma excelente opção para os moradores e turistas que visitam a região Centro-Oeste de Minas Gerais. A atração funcionará diariamente entre os dias 26 e 30 de dezembro. Após o período de festas de fim de ano, a Maria Fumaça volta a funcionar a partir do dia 3 de janeiro. Para conferir a agenda completa com os horários do trem turístico, basta clicar aqui.   

A venda de passagens será feita por meio das bilheterias, nas estações de São João del-Rei e Tiradentes, bem como pela internet. Pela web, clique no link Ônibus de Tiradentes para São João del Rei | Buson  para ser direcionado ao site responsável pela venda de passagens do trem turístico. A tarifa inteira para ida é de R$ 70 e a inteira ida e volta custa R$ 80.   

A entrada é gratuita para crianças de 0 a 5 anos, mediante apresentação de certidão de nascimento ou carteira de identidade. Têm direito à meia-entrada (50%)crianças de 6 a 12 anos, com a apresentação de certidão de nascimento ou carteira de identidade; estudantes com carteirinha válida no período e identidade com foto; e pessoas acima de 60 anos, apresentando documento de identidade com foto. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (32) 3371-8485 ou pelo site https://www.vli-logistica.com.br/esg/social/trem-turistico/.   

Sobre a VLI  

A VLI tem o compromisso de apoiar a transformação da logística no país, por meio da integração de serviços em portos, ferrovias e terminais. A empresa engloba as ferrovias Norte Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA), além de terminais intermodais, que unem o carregamento e o descarregamento de produtos ao transporte ferroviário, e terminais portuários situados em eixos estratégicos da costa brasileira, tais como em Santos (SP), São Luís (MA) e Vitória (ES). Por dois anos consecutivos presente no ranking 100 Open Corps – que reconhece o estímulo à inovação aberta –, a VLI transporta as riquezas do Brasil por rotas que passam pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.  

Em ruínas, Estação Ferroviária de Buarque de Macedo conta com a sorte para permanecer em pé

Abandonada e esquecida, a Estação de Buarque de Macedo, nome dado em homenagem ao ministro de Obras Públicas em 1881, e inaugurada em 1893, somente conta com a sorte para permanecer em pé.
Ela é retrato fiel do descaso com a memória e seu passado que uma cidade que cresceu e desenvolveu graças a ferrovia, abrindo as portas do mundo ao incipiente Município de Queluz de Minas, no século XIX.
A tristeza corta quem visita o prédio: porta e janelas quebradas, telhado em ruínas e um prédio abandonado com as marcas do passado de glórias. Assusta como comove presenciar um patrimônio desta importância nas condições precárias. Cidade tem uma dívida com seu passado a ser resgatada.

Abandono

A comunidade de Buarque cobra há mais de uma década a reforma e o restauro do patrimônio do qual viu nascer a localidade.

O prédio estava abandonado em 2016. A estação estava fechada desde os anos 1980. “O agradável pátio de Buarque de Macedo, nas cercanias de Conselheiro Lafaiete. A antiga linha entre esta estação Cristiano Otoni foi erradicada há tempos. É possível se seguir de carro o velho trecho, uma paisagem bucólica que margeia a linha nova quase sempre. No caminho vemos as marcas da EFDPII, como muros de arrimo em pedra, bueiros de cantaria, etc. na linha nova, quando em paralelo com a velha, vemos os tradicionais bueiros com datas em alto relevo, típicos da EFCB. Quem não conhece vale a pena percorrer esse trecho. Com um pouco de sorte pode-se pegar trens da MRS no caminho. Numa subida íngreme entre Buarque e Cristiano, quase dentro de um belo corte com muro de pedra, explodiu a caldeira da famosa Loco 815, a Getúlio Vargas” (Pedro Paulo Resende, 10/2006).


Promotoria e licitação
Nossa reportagem entrou em contato com o Curador do Patrimônio Histórico, o Promotor Glauco Peregrino afirmou que a estação de Buarque de Macedo encontra-se sob a posse da Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete. “Em razão de um acordo judicial firmado entre Ministério Público e MRS, foi elaborado o projeto de restauração da estação, mas ainda não foi possível avançarmos para a execução do restauro propriamente dito”, assinalou.
O ex-secretário de cultura, hoje vereador, Geraldo Lafayette, afirmou que a intenção é que o espaço seja transformado em um centro de referência comunitária para uso da comunidade para reuniões, encontros, festas e promoção de atividades culturais. “Infelizmente estamos aguardando a licitação do projeto da estação ferroviária para sem seguida a MRS restaure o patrimônio.”, afirmou.

 

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