Governo de Minas investe em novas ações de preparação dos estudantes para o Enem

Secretaria de Educação vai disponibilizar, de forma gratuita, plataforma digital Estudo Play aos cerca de 185 mil estudantes do ensino médio da rede pública estadual

Promover uma educação de qualidade e acessível a todos é um objetivo fundamental para garantir o desenvolvimento integral e a igualdade de oportunidades na sociedade. Neste sentido, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), anunciou, nesta terça-feira (26/3), uma série de ações voltadas ao processo de aprendizagem e preparação dos estudantes da rede estadual de ensino para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Uma das principais novidades para a preparação dos estudantes para o Enem é a plataforma Estudo Play, ambiente virtual em que os cerca de 185 mil alunos da rede estadual matriculados no ensino médio terão acesso gratuito às ferramentas que trazem recursos inovadores para potencializar o aprendizado dos mineiros da rede estadual de ensino.

O anúncio reuniu mais de 200 estudantes no auditório do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), na capital mineira, e contou com a participação da secretária adjunta de Estado de Educação, Geniana Guimarães Faria, que destacou a busca constante da secretaria para impulsionar, de formas variadas, o melhor desempenho dos estudantes em Minas.

“Hoje é um dia muito importante para a educação em Minas Gerais, especialmente para os estudantes do ensino médio, e ainda mais para os que estão no 3º ano. Temos um grande desafio pela frente: garantir que nossos estudantes possam acessar o Enem, fazer a prova e trilhar seus caminhos rumo à universidade. Nosso objetivo é assegurar que os estudantes façam a prova com qualidade, e estamos confiantes de que conseguiremos alcançar esse objetivo”, disse Geniana, que teve um momento de bate-papo com os alunos.

Para Alice Vieira, estudante do 3º ano do ensino médio na Escola Estadual Mendes Pimentel, em Belo Horizonte, a plataforma será uma grande ajuda nos estudos. “A plataforma vai nos auxiliar muito nos estudos, especialmente na correção de redações. Tenho notado essa dificuldade e acredito que essa plataforma será maravilhosa, corrigindo as redações rapidamente e apontando exatamente onde precisamos melhorar. Estou muito animada e com certeza vou utilizá-la”.

Beneficiados

Estudantes do 3º ano do ensino médio e dos 2º e 3º períodos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) terão acesso à plataforma Estudo Play, disponível a partir da segunda quinzena de abril de 2024. Os alunos poderão acessá-la por meio de computador, tablet ou celular, tanto na escola quanto em casa, fortalecendo sua preparação para o Enem. Além disso, a SEE/MG planeja estender o acesso para todos os anos do ensino médio nos próximos anos.

“Através do uso de ferramentas pedagógicas e estratégias eficientes, esse incentivo proporciona aos estudantes uma perspectiva de futuro, permitindo que tenham um excelente desempenho no exame, ingressem na universidade e realizem seus sonhos e projetos de vida”, avaliou a subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica da SEE/MG, Kellen Senra.

Com a experiência de quem alcançou a pontuação de 980 na redação do Enem do ano passado, Marcela Rodrigues Medeiros, de 18 anos, destacou a importância do auxílio de plataformas como a Estudo Play durante seus estudos. “Como estudante, certamente gostaria de ter um suporte gratuito que me guiasse para alcançar a nota mil. Uma das maiores dificuldades é encontrar bons temas e dicas que sigam uma mesma linha na construção do texto. Então, com uma plataforma como essa, que oferece suporte aos alunos, os mineiros vão alçar voos mais altos” observou Marcela, que concluiu os estudos na Escola Estadual Maria da Conceição Gonçalves Carrara, em Pedra Dourada.

Ela ressaltou ainda que esse suporte ágil para correção da redação, juntamente com dicas de aprimoramento, pode ajudar os alunos das escolas públicas a obterem notas melhores. “Os testes são muito importantes e as correções, ainda mais. Com a oportunidade de sempre testar, corrigir e melhorar, não só eu, mas muitos outros alunos poderiam ter um desempenho ainda melhor no Enem”, acrescentou.

Funcionamento da plataforma

O conteúdo da plataforma Estudo Play está baseado nos livros que abrangem as quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, e Matemática e suas Tecnologias. Além disso, os  livros digitais possuem lições com videoaulas e questões comentadas, correção de redação manuscrita e relatórios de desempenho de estudantes, turmas, escolas e regionais.

SEE/MG / Divulgação

Desenvolvida com uma metodologia cuidadosamente elaborada, a plataforma considera pilares essenciais do processo de aprendizagem, como trilhas de aprendizado personalizadas, levando em conta as características individuais de cada estudante.

A coleta de dados para gestão auxilia no acompanhamento de indicadores educacionais e na tomada de decisões dos gestores, enquanto a avaliação diagnóstica é baseada nas matrizes do Enem e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Além disso, a correção ágil da redação é realizada de forma automatizada por meio de Inteligência Artificial.

De acordo com dados fornecidos pela plataforma, 95% dos temas abordados na prova de 2023 estavam contemplados no material, resultando em um aumento de 86% na aprovação do Enem PPL (voltado para pessoas privadas de liberdade) de 2021 para 2022 no estado da Paraíba. Em todo o país, os conteúdos já atenderam a estudantes de 16 estados brasileiros.  Além disso, ela também é utilizada pela rede privada, de maneira personalizada para as suas necessidades.

A subsecretária Kellen Senra explica que a escolha da plataforma se deu por apresentar características relevantes de apresentação e qualidade do conteúdo disponível. “A Estudo Play foi escolhida por ser uma plataforma adaptativa, ter correção de redação manuscrita, o que facilita para o jovem que faz o conteúdo em sala de aula. Levamos em conta também o fato de funcionar via plataforma ou aplicativo para o celular, ter aulas ao vivo, além de oferecer a possibilidade de realizar o monitoramento das aprendizagens e desempenho dos estudantes”, complementou.

O professor e diretor pedagógico da Estudo Play, Erik Anderson, avaliou que a aquisição da ferramenta pelo Governo de Minas será de grande valor. “Buscamos promover uma maior equidade na educação, melhorar os indicadores educacionais e estimular o acesso dos estudantes da rede pública às universidades. A plataforma, portanto, vai potencializar os estudos e garantir mais oportunidades para os alunos da rede mineira”, concluiu Erik.

Fortalecimento das ações e ampliação do acesso ao Enem

Além da plataforma Estudo Play, a Secretaria de Estado de Educação está planejando uma série de iniciativas ao longo do ano letivo para impulsionar os estudos para o Enem e aumentar a participação dos estudantes mineiros no exame.

Entre essas iniciativas está a realização de simulados e aulões nas escolas, onde os estudantes e professores terão a oportunidade de simular a aplicação do exame ou estudar temas específicos com maior probabilidade de cair na prova. Os aulões ao vivo reforçam os pontos de deficiência coletiva e oferecem interação, incluindo momentos para tirar dúvidas e receber feedback.

Será disponibilizado à rede estadual um caderno complementar destinado aos professores responsáveis pelo Projeto de Vida, contendo orientações e reflexões sobre a relevância da participação no Enem. Além disso, os estudantes do 3º ano receberão apoio socioemocional, por meio da organização de grupos de diálogo e estímulo à continuidade dos estudos, promovendo uma perspectiva positiva em relação ao futuro. O incentivo à participação dos estudantes em Feiras e Mostras de Profissão, tanto em universidades públicas quanto privadas, será ampliado.

Os estudantes também contam com as teleaulas do “Pré-Enem do Se Liga”, exibidas 24 horas por dia, de segunda a domingo, na programação da Rede Minas. Na capital e região metropolitana a exibição é no canal digital 9.2.Para saber qual o número do canal em cada cidade do interior do estado, acesse o site da Rede Minas, neste link. Produzido em parceria com a Empresa Mineira de Comunicação (EMC), o cursinho preparatório é composto por teleaulas e Tira-Dúvidas exibidas gratuitamente na multiprogramação da emissora.

Além disso, para a aplicação das provas do Enem, marcadas para os dias 3 e 10/11, a SEE/MG irá apoiar, com transporte e lanche, os estudantes que residem em municípios onde não há aplicação da prova, facilitando a participação de mais estudantes no exame.

Essa iniciativa também visa evidenciar ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) a necessidade de ampliar os locais de aplicação das provas em Minas Gerais. Atualmente, o estado, que possui 853 municípios, realiza o exame em apenas 188 deles, conforme dados de 2023 do Inep.

Destaque nacional

Em pesquisa realizada pela pela startup de tecnologia educacional AIO Educação, Minas Gerais se destacou nacionalmente mais uma vez, alcançando a maior média por escola pelo terceiro ano consecutivo, atingindo 561 pontos em 2022, considerando as pontuações das provas objetivas e da redação do Enem. O estudo, divulgado em outubro do ano passado, também identificou as unidades escolares da rede estadual de ensino mineira que se destacaram com notas elevadas entre as escolas públicas do país que não realizam prova de admissão.

Apesar desse destaque, o estado ainda precisa melhorar a participação dos estudantes no exame. Por isso, a SEE/MG lançou a campanha “Jovem+Cidadão, seu CPF na mão”, incentivando os jovens do ensino médio a registrarem ou regularizarem a situação do documento. O CPF é obrigatório para realizar a inscrição no Enem e para solicitar a isenção da taxa de inscrição do exame.

 

FONTE AGÊNCIA MINAS

Após 4 anos de análise do home office, pesquisa aponta que trabalhar de casa nos torna mais felizes

Estudo teve início antes mesmo da pandemia de Covid-19

trabalho remoto era um sonho inatingível para muitas pessoas antes mesmo da pandemia de Covid-19. Há quatro anos, milhões de pessoas de repente conseguiram evitar as horas desperdiçadas no deslocamento para o trabalho. Em vez disso, elas só precisavam se levantar e, ainda de pijama, ligar o computador para começar o home office.

A par da situação de saúde, dos novos hábitos e das formas de convivência que deixou, a pandemia de coronavírus também permitiu que muitas pessoas realizassem as suas tarefas fora do escritório. E muitas delas simplesmente gostaram da possibilidade de trabalhar de casa.

Se isso já é um senso comum observado por nós no dia a dia, tivemos a confirmação por um estudo da University of South Australia. A pesquisa da universidade australiana analisou como o trabalho remoto influenciou a vida das pessoas.

Este estudo não abordou apenas os efeitos do trabalho remoto durante a pandemia, mas também começou antes mesmo do início dela. Quando a Covid espalhou, a equipe já havia concluído metade da obra. Durante esse período de quarentena, eles examinaram o estilo de vida e o bem-estar dos adultos australianos e puderam observar as mudanças desde o início.

De acordo com os resultados, detalhes interessantes foram revelados já nos primeiros dias de confinamento, como o fato de as pessoas que trabalhavam de casa dormirem quase meia hora a mais e também consumirem mais álcool. Embora alguns dados fossem contraditórios, o estudo mostrou que dar aos trabalhadores flexibilidade para escolherem trabalhar a partir de casa também foi benéfico para a saúde física e mental.

Menos tempo de viagem, mais lazer

 

Um dos principais elogios ao home office é evitar o trânsito e o tempo perdido nos engarrafamentos (Imagem: Victor Sánchez Berruezo/Unsplash)

O estudo revela que antes da pandemia, o australiano médio gastava 4,5 horas por semana no deslocamento para o trabalho. Usar esse tempo para transporte, segundo pesquisadores, está relacionado a uma pior saúde mental. Considerando que muitos aqui no Brasil enfrentam essa média diariamente, nossos amigos aussies estão reclamando de “barriga cheia”.

As horas extras que estão disponíveis com o home office (aquelas que não são perdidas no transporte público ou particular) podem ser aproveitadas até para trabalhar mais. Porém, o ponto mais positivo é se dedicar a outras atividades ou cuidados pessoais.

Por exemplo, algumas pessoas têm utilizado esse tempo adicional não só para o essencial lazer, mas também para mudança de hábitos alimentares, como reduzir o consumo de lanches rápidos para comer opções mais saudáveis, como verduras, frutas e laticínios – que podem ser preparados com mais cuidado em casa.

Poder relaxar em um ambiente mais particular é outra vantagem do trabalho remoto (Imagem: Anthony Tran/Unsplash)

As vantagens e desvantagens do home office

Este estudo confirma várias coisas, como o impacto na saúde mental. Por exemplo, quando foi necessário trabalhar de casa, como no início da pandemia, a saúde mental e o bem-estar diminuíram. No entanto, quando as pessoas puderam escolher e decidiram pelo home office, o efeito foi positivo.

A pesquisa também abordou outros detalhes, como preocupações sobre trabalhar em casa, pois pode afetar negativamente a coesão, a colaboração em equipe e os laços sociais, bem como as oportunidades de promoção. Apesar disso, o estudo indica que, embora a ligação com os colegas seja difícil de reproduzir remotamente, o desempenho e a produtividade no trabalho parecem permanecer estáveis ​​e até melhoram quando se trabalha a partir de casa.

Outros detalhes também são mencionados, como o de que aquelas pessoas que trabalham em tempo integral em casa ou em modelo híbrido têm satisfação no trabalho e maior bem-estar. O estudo conclui que o home office “parece posicionar-se como uma opção entre muitas outras para apoiar um ambiente de trabalho melhor, mais inclusivo e flexível”, apesar da opinião contrária da Amazon e de outras big techs.

 

FONTE IGN

Microsoft abre 5 mil oportunidades para mulheres estudarem TI de graça

As inscrições vão até 17 de março e o curso começa já no dia seguinte.

 

FONTE ESCOLA EDUCAÇÃO

Viver a menos de 1 km de bares pode fazer mal para a saúde, mostra novo estudo; entenda

Estar perto de restaurantes de comida pronta e lanchonetes tipo fast-food aumenta a o risco de insuficiência cardíaca

Morar perto de bares e restaurantes fast-food pode aumentar o risco de insuficiência cardíaca, de acordo com uma nova pesquisa.

Esses locais, que oferecem alimentos prontos para consumo, normalmente servem comidas e bebidas não saudáveis, que têm sido associadas a doenças cardiovasculares.

“A maioria das pesquisas anteriores sobre a relação entre nutrição e saúde humana concentrou-se na qualidade dos alimentos, negligenciando ao mesmo tempo o impacto do ambiente alimentar”, disse o autor sênior do estudo, Lu Qi, professor do departamento de epidemiologia da Universidade de Tulane em New York. “Nosso estudo destaca a importância de levar em conta o ambiente alimentar na pesquisa nutricional.”

Os pesquisadores avaliaram a associação utilizando dados do UK Biobank – uma base de dados em grande escala que contém informações de saúde de mais de 500 mil adultos no Reino Unido. Eles mediram a exposição dos inscritos a três tipos de locais de alimentação: pubs ou bares, restaurantes ou cafeterias e restaurantes do tipo fast-food. A exposição foi determinada pela proximidade (viver a menos de 1 Km ou a uma caminhada de até 15 minutos) e densidade (o número de estabelecimentos de comida pronta dentro do limite definido).

Paralelamente, o estudo documentou quase 13 mil casos de insuficiência cardíaca durante um período de acompanhamento de 12 anos, registados em bancos de dados nacionais.

A análise descobriu que uma maior proximidade e uma maior densidade de restaurantes ou bares de comida pronta para consumo estavam associados a um risco elevado de insuficiência cardíaca.

FONTE O GLOBO

Estudo com esponjas sugere que mundo ultrapassou limite do aquecimento global

Nova descoberta é alarmante, mas também controversa, explicam cientistas; entenda

Usando esponjas coletadas na costa de Porto Rico, no leste do Caribe, cientistas calcularam 300 anos de temperaturas oceânicas e concluíram que o mundo já ultrapassou um limite crucial de aquecimento global – e ainda está acelerando em direção a outro.

A descoberta, publicada nesta segunda-feira (5) na revista Nature Climate Change, são alarmantes, mas também controversas. Outros cientistas dizem que o estudo contém demasiadas incertezas e limitações para tirar conclusões tão firmes e pode acabar confundindo a compreensão pública das alterações climáticas.

As esponjas – que crescem lentamente, camada por camada – podem agir como cápsulas do tempo de dados, permitindo vislumbrar como era o oceano há centenas de anos, muito antes da existência de dados modernos.

Como foi realizado o estudo

Usando amostras de esclerosponjas, espécies que vivem há séculos, a equipe de cientistas internacionais conseguiu calcular as temperaturas da superfície do oceano há 300 anos.

Eles descobriram que o aquecimento causado pelo homem pode ter começado mais cedo do que se supõe atualmente e, como resultado, a temperatura média global já pode ter aumentado mais de 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Os investigadores dizem que os resultados também sugerem que a temperatura global poderá ultrapassar os 2 graus de aquecimento até ao final da década.

Ao abrigo do Acordo de Paris de 2015, os países comprometeram-se a restringir o aquecimento global a menos de 2 graus acima dos níveis pré-industriais, com a ambição de limitá-lo a 1,5 graus. A era pré-industrial – ou o estado do clima antes de os humanos começarem a queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis e a aquecer o planeta – é comumente definida como 1850-1900.

Os autores do estudo argumentam que as suas descobertas sugerem que a era pré-industrial deveria ser atrasada para entre 1700 e 1860. Mudar essa linha de base significaria que o mundo já aqueceu pelo menos 1,7 graus (os cientistas dizem que o aquecimento global a longo prazo está atualmente entre 1,2 a 1,3 graus).

“O panorama geral é que o aquecimento global e a necessidade urgente de reduções de emissões para minimizar o risco de mudanças climáticas perigosas foram antecipados em pelo menos uma década”, Malcolm McCulloch, autor principal do estudo e geoquímico marinho da Universidade da Austrália Ocidental, disse em uma coletiva de imprensa.

“Portanto, esta é uma grande mudança na forma de pensar sobre o aquecimento global.”

Cientistas apontam evidências controversas

No entanto, vários cientistas climáticos questionaram as conclusões do estudo, especialmente a utilização de um tipo de esponja de um local nas Caraíbas para representar as temperaturas globais. Gavin Schmidt, cientista climático da NASA, disse que estimar a temperatura média global requer dados do maior número possível de locais, uma vez que o clima varia em todo o planeta.

“As alegações de que os registos de um único registro podem definir com segurança o aquecimento médio global, uma vez que o aquecimento pré-industrial é provavelmente exagerado”, disse ele em comunicado.

Gabi Hegerl, professora de ciência do sistema climático na Universidade de Edimburgo, disse que o estudo é “um belo novo registro que ilustra como as temperaturas nas Caraíbas começaram a subir durante o período industrial”. Mas, acrescentou ela num comunicado, “a interpretação em termos de objetivos de aquecimento global exagera”.

Alguns foram mais longe. Yadvinder Malhi, professor de ciência dos ecossistemas no Instituto de Mudanças Ambientais da Universidade de Oxford, disse que a forma como as descobertas foram comunicadas era “falha” e tinha “o potencial de adicionar confusão desnecessária ao debate público sobre as mudanças climáticas”.

Um coautor do estudo, por sua vez, argumentou que as mudanças de temperatura na parte das Caraíbas de onde vieram as esponjas sempre imitaram as mudanças em todo o mundo.

“É provavelmente uma das melhores áreas se estivermos tentando descobrir a média global da Terra”, disse Amos Winter, professor de geologia na Universidade Estatal de Indiana. As temperaturas dos oceanos na região são predominantemente afetadas pela poluição que aquece o planeta, e não pela variabilidade climática natural como o El Niño, disse ele.

Qualquer que seja a base para medir o aquecimento global, o que permanece claro, dizem os especialistas, é que os impactos irão piorar com cada fracção de grau de aquecimento.

“É emocionante ver novas pesquisas que nos permitem espiar séculos no passado”, disse Joeri Rogelj, diretor de pesquisa do Instituto Grantham do Imperial College London, em comunicado. Mas, acrescentou, “renomear o aquecimento que ocorreu até hoje usando um ponto de partida diferente não altera os impactos que vemos hoje, ou os impactos que pretendemos evitar”.

Amos Winter, por fim, espera que o estudo funcione como um apelo à ação. “Esperamos que isto ajude a mudar os nossos pontos de vista sobre o que está a acontecer no mundo, faça-nos agir agora e não esperar que algum desastre aconteça para mudarmos os nossos hábitos.”

FONTE CNN BRASIL

Esse é o principal benefício da cerveja e você pode comemorar, diz estudo

Uma bebida tão querida mas cheia de tabus em seu entorno, pode sim ter benefícios à saúde, aponta estudo

Você sabia que o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial de maiores consumidores de cerveja? É o que diz um relatório da Kirin Holdings Company, publicado em dezembro de 2022, que analisou o consumo mundial em 2021. Uma bebida tão querida mas cheia de tabus em seu entorno, pode sim ter benefícios à saúde. 

Uma pesquisa conduzida por uma universidade alemã trouxe uma boa notícia para quem aprecia aquela cerveja gelada e de quebra destrói tabus atrelados a ela. Segundo a análise dos cientistas, a bebida pode ser muito melhor que muitos alimentos probióticos.

O que são probióticos?

Probióticos são alimentos (ou produtos) que contêm microrganismos vivos que trazem benefícios para a saúde. Eles são essenciais para o equilíbrio da microbiota intestinal (também conhecida como flora intestinal). A boa saúde do intestino, mantida por bactérias “boas”, está relacionada à manutenção da saúde de todo o organismo.

Detalhes do estudo

De acordo com os responsáveis pelo o estudo, a cerveja é rica em muitos aminoácidos essenciais, vitaminas, oligoelementos e substâncias bioativas que participam na regulação de funções fisiológicas humanas. “É bem sabido que a cerveja, como bebida alcoólica, pode causar sérios danos aos tecidos e órgãos”, afirmam.

“No entanto, quando o consumo de álcool é controlado dentro de limites seguros, os nutrientes da cerveja e os efeitos combinados na microbiota intestinal têm um efeito positivo na regulação da função imunológica humana”, pontuam.

Eles ainda asseguram que “seus metabólitos inibem bactérias patogênicas, estimulam a proliferação e atividade da flora saudável como lactobacilos e bifidobactérias e regulam a microbiota intestinal”Ou seja, este estudo esclarece que a cerveja, sem exagero, faz bem à saúde.

Cerveja pode ajudar no futuro

Além disso, os autores afirmam que a cerveja poderá ser utilizada no futuro como regulador microbiológico ou mesmo como terapia alternativa para doenças crônicas como hipertensão, diabetes e obesidade. Eles defendem que essa é uma questão que merece mais investigação.

A bebida milenar é – por mais incrível que pareça – fonte de nutrientes. Contém aminoácidos essenciais, vitaminas, oligoelementos e substâncias bioativas como polifenóis e flavonóides. Também é rica em minerais como cálcio, magnésio e zinco. Possui ainda fibra alimentar graças aos beta-glucanos e arabinose-oligossacarídeos do cereal. 

FONTE MEIO NORTE

Calor matou mais que deslizamentos de terra no Brasil, aponta estudo

Nos anos de 2010, o Brasil enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970, quando de zero a no máximo três desses eventos climáticos extremos foram registrados.

As consequências são fatais: de 2000 a 2018, em torno de 48 mil brasileiros morreram por efeito de bruscos aumentos de temperatura – número superior ao de mortes por deslizamentos de terra.

Os dados inéditos foram compilados em estudo publicado na quarta-feira (24/1) por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no periódico científico Plos One.

“Os eventos de ondas de calor aumentaram em frequência e intensidade”, diz à BBC News Brasil o físico Djacinto Monteiro dos Santos, que liderou o estudo, como parte de sua pesquisa no Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para definir o que são ondas de calor, usou-se um padrão conhecido como Fator de Excesso de Calor (EHF, na sigla em inglês), que leva em consideração a intensidade, duração e frequência de aumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana.

A pesquisa analisou dados das 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil, onde vive 35% da população nacional, um total de 74 milhões de brasileiros.

Foram assim consideradas as seguintes cidades: Manaus e Belém, no Norte; Fortaleza, Salvador e Recife, no Nordeste; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, no Sul; e as regiões metropolitanas de Goiânia, Cuiabá e do Distrito Federal, no Centro-Oeste.

Além de aumentarem em volume, as ondas de calor também estão cada vez mais prolongadas.

Nas décadas de 1970 e 1980, esses eventos adversos duravam de três a cinco dias. Entre os anos de 2000 e 2010, entre quatro e seis dias.

As vítimas do calor

Para calcular as vítimas das ondas de calor, os pesquisadores analisaram mais de 9 milhões de registros de óbitos de períodos em que ocorreram esses fenômenos no Brasil.

“Seguimos uma série de padrões de tratamentos de dados para evitar alterações nos resultados”, afirma Renata Libonati, professora do Instituto de Geociências da UFRJ e coautora da pesquisa.

Os cálculos levaram à conclusão de que em torno de 48 mil brasileiros morreram por consequência de ondas de calor entre 2000 e 2018.

As mortes se deram por razões como problemas circulatórios, doenças respiratórias e por condições crônicas agravadas pela alta temperatura.

ANADOLU/GETTY IMAGES
Legenda da foto,’Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação’, diz pesquisador da UFRJ.

Outra descoberta da pesquisa é a de que há grupos mais vulneráveis a esses eventos extremos do clima. Em primeiro lugar, os idosos e, entre eles, as mulheres.

“Pela questão fisiológica, sabemos que os mais velhos são os mais vulneráveis, por terem corpos com menor capacidade de regulação térmica e por apresentarem mais comorbidades”, esclarece Libonati.

A maior vulnerabilidade das mulheres também se justifica por razões fisiológicas, segundo o estudo.

Pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas também estão entre os grupos considerados mais vulneráveis, conforme a pesquisa.

“Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação”, comenta o físico Monteiro dos Santos, da UFRJ.

“Situações socioeconômica precárias, que atingem as faixas mais pobres, levam a acesso também precário a condições de moradia, sistema de saúde e meios de prevenção.”

Santos afirma que as condições urbanas também costumam fazer com que regiões mais pobres das cidades sejam mais vulneráveis.

“Quando a sensação térmica é de 45ºC na Zona Sul do Rio de Janeiro [onde estão bairros de famílias mais ricas], aí é de 58ºC em Bangu, na Zona Oeste [área mais pobre]”, exemplifica o pesquisador.

O climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressalta que estes impactos do calor extremo tem sido evidenciados por pesquisas científicas.

“Já há dados globais que mostram que as ondas de calor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta, à frente, por exemplo, de enchentes, e que há grupos mais vulneráveis a essas tragédias”, diz Nobre.

Membro da Academia Brasileira de Ciências, Nobre é hoje um dos mais renomados nomes no campo de estudos das mudanças climáticas. Ele não tem ligação com o estudo da UFRJ e o leu a pedido da BBC News Brasil.

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Legenda da foto,’Já há dados globais que mostram que as ondas de calor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta’, diz o climatologista Carlos Nobre

“A pesquisa é interessante por trazer dados inéditos e por mostrar como as ondas de calor tem efeitos no Brasil que já foram vistos em outras regiões do planeta”, opina o climatologista.

“Outro aspecto que quero destacar é como a análise foi feita em torno de centros urbanos, nos quais os efeitos do aquecimento global são ainda mais sentidos, por efeitos como o da ilha de calor [fenômeno caracterizado pela maior temperatura em cidades, em relação às áreas rurais].”

Nobre ressalta que, na cidade de São Paulo, a temperatura média é 4ºC acima do que em áreas menos urbanizadas do Estado.

Quando há aumentos bruscos, com as ondas de calor, os efeitos são ainda mais drásticos em regiões urbanas.

“Já se tem ciência de que populações com menos acesso a recursos, como os mais pobres, sofrem mais. Afinal, ter um ar condicionado, por exemplo, já soluciona o problema”, complementa o pesquisador da USP.

“Essa nova pesquisa, contudo, faz associações socioeconômicas e traz dados inéditos que podem ajudar a guiar políticas públicas.”

Os autores da pesquisa avaliam que, apesar de ter matado mais de 48 mil brasileiros em duas décadas, as ondas de calor tem menos visibilidade e recebem menos atenção em comparação com outros eventos climáticos catastróficos.

“Mesmo com a alta mortalidade, as ondas de calor são desastres negligenciados no Brasil”, diz Renata Libonati, da UFRJ e coautora do estudo.

“Em comparação a deslizamentos e enchentes, que apresentam grande impacto visual, o aumento de temperatura pode ser tido como invisível.”

O levantamento calculou que ocorreram mais mortes por efeito de ondas de calor no Brasil do que por deslizamentos de terra, que costumam ocorrer por efeito de tempestades.

A referência para a comparação é uma pesquisa do ano passado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) que chegou à conclusão de que, de 1988 a 2022, houve cerca de 4,1 mil mortes de brasileiros por deslizamentos em 269 municípios de 16 Estados.

O climatologista Carlos Nobre acrescenta outro motivo para desastres como alagamentos terem recebido maior atenção midiática do que as ondas de calor.

“Outros desastres climáticos causam mortes imediatamente, como em enchentes. Já o aumento da temperatura por vezes leva dias, semanas ou até meses para matar.”

Medidas urgentes

Segundo os autores do novo estudo brasileiro, o interesse global pelas consequências das ondas de calor aumentou após 2003. Carlos Nobre concorda com a conclusão, que é um consenso entre pesquisadores do campo.

Naquele ano, uma onda de calor atingiu a Europa, em particular a França, vitimando cerca de 70 mil pessoas durante o verão.

Desde então, segundo os cientistas escrevem no artigo publicado na Plos One, “a mega onda de calor do verão europeu de 2003 foi estudada profundamente”.

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Legenda da foto,Túmulos de vítimas da onda de calor de 2003 na França: corpos não reclamados por familiares foram enterrados sem identificação

Segundo um relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado no ano passado, o calor mata 15 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo.

“Após o trauma de 2003, os países europeus passaram a adotar protocolos transversais de prevenção e combate, unindo defesa civil, meteorologia, sistemas de saúde e esforços de comunicação, o que tem mostrado resultados positivos”, diz Libonati, da UFRJ.

Carlos Nobre, que também é ex-diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), indica que seria preciso começar pela implementação de sistemas de alertas de ondas de calor.

“Mortes por deslizamentos e alagamentos ocorrem, mas diminuem ano a ano, pelo sucesso de forças de prevenir e combater que o Brasil tem implementado, com mais de 4 mil pluviômetros espalhados por 1,2 mil cidades, monitorando pontos de maior risco.”

Uma das medidas apresentadas pelo estudo lançado na Plos One é a instalação de sistemas similares para alertar a população sobre a chegada de ondas de calor.

“Se nada for feito nesse sentido, mortes por efeito das altas temperaturas, que poderiam ser prevenidas, vão aumentar ano a ano”, conclui Nobre.

FONTE BBC NEWS BRASIL

Estudo prevê data em que Terra ficará inabitável por um motivo surpreendente

A “boa” notícia é que demorará alguns milhões de anos

Um novo estudo, liderado pela Universidade de Bristol e publicado na Nature Geoscience, revela um futuro potencialmente apocalíptico para o planeta. De acordo com modelos climáticos inovadores, a Terra poderá tornar-se praticamente inabitável para a maioria dos mamíferos dentro de cerca de 250 milhões de anos, marcando uma ameaça iminente de extinção em massa, comparável à dos dinossauros.

Os investigadores apontam para uma intensificação dramática das condições meteorológicas extremas quando os continentes do mundo se fundirem para formar um único supercontinente, criando um ambiente árido e difícil de habitar. Essa “nova Pangeia” aumentaria muito as atividades vulcânicas.

De acordo com simulações, estas altas temperaturas irão piorar à medida que o Sol se tornar mais brilhante, emitindo mais energia e aquecendo a Terra. Os processos tectônicos, que levam à formação do supercontinente, também causariam erupções vulcânicas mais frequentes, libertando enormes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera e aumentando o aquecimento global.

Quase todo o novo continente teria temperaturas partindo de pelo menos 40º C (Imagem: Universidade de Bristol/Divulgação)

Estas condições extremas, com temperaturas que atingem entre 40 e 50 graus Celsius, e extremos diários ainda mais elevados, deixariam o planeta em grande parte desprovido de fontes de alimento e água para os mamíferos, incluindo os humanos.

Consequências sobre a vida extraterrestre e a atual emergência climática

O estudo é mais um alerta que lança luz sobre um futuro distante nada tranquilizador. Os investigadores sublinham que a atual emergência climática, resultante das emissões de gases com efeito de estufa causadas pelo homem, não deve ser negligenciada.

Embora as alterações climáticas induzidas pelo homem possam causar stress térmico e mortalidade em algumas regiões, espera-se que o planeta permaneça habitável até que esta mudança extrema nas massas de terra ocorra num futuro distante.

Os pesquisadores chamam a atenção para a importância crucial de alcançar a neutralidade carbônica o mais rapidamente possível para mitigar os efeitos das atuais alterações climáticas. No entanto, alertam que mesmo que a Terra permaneça na “zona habitável” do sistema solar daqui a 250 milhões de anos, a formação de um supercontinente com elevados níveis de dióxido de carbono tornaria a maior parte do mundo inabitável para os mamíferos.

Esta investigação levanta questões sobre a vida extraterrestre, sugerindo que a configuração terrestre de um planeta pode ser um fator chave na determinação da sua viabilidade para os humanos. As implicações estendem-se até à investigação de exoplanetas, demonstrando a importância de considerar aspectos geológicos e continentais ao avaliar a habitabilidade de um planeta fora do nosso Sistema Solar.

Este estudo faz parte de um projeto financiado pelo Natural Environment Research Council do Reino Unido, que explora climas de supercontinentes e extinções em massa.

FONTE IGN

Cloroquina contra Covid matou quase 17 mil pessoas em 7 países, aponta estudo; Brasil ficou de fora

‘Esses números provavelmente representam apenas a ponta do iceberg’, afirmam os pesquisadores

Originalmente indicada para tratamento de malária, o uso da cloroquina contra a Covid-19 resultou em um aumento da mortalidade de pacientes no mundo todo. É o que mostra um estudo publicado na revista Biomédicine et Pharmacotherapy na terça-feira 02.O levantamento realizado por pesquisadores de Lyon, na França e do Canadá, estima que apenas em sete países, 16.990 pessoas morreram em consequência do uso da cloroquina durante a primeira onda de Covid-19. 

Segundo a pesquisa:

  • Estados Unidos teve 12.739 mortes no período;
  • Espanha com 1895;
  • Itália com 1822;
  • Bélgica com 240;
  • França com 199 e;
  • Turquia com 95 mortes. 

O estudo não incluiu dados de dois outros países que, juntamente com os Estados Unidos, registraram o maior número de mortes por Covid-19 no mundo. O Brasil, com 630 mil vítimas fatais, e a Índia, que ocupa o terceiro lugar em número de mortes, aproximadamente 500 mil, não foram considerados no cálculo.

“Esses números provavelmente representam apenas a ponta do iceberg, subestimando amplamente o número de mortes relacionadas à hidroxicloroquina em todo o mundo”, ressalta a pesquisa. 

Originalmente usado no tratamento da malária, o medicamento, quando aplicado em pacientes com Covid-19, causou problemas cardíacos e não cardíacos, conforme demonstrado pelo estudo.

Os pesquisadores, entre março e julho de 2020, investigaram o crescimento na taxa de mortalidade de pacientes tratados com cloroquina. Eles basearam suas análises em três aspectos: o total de pacientes hospitalizados com Covid-19, a respectiva taxa de mortalidade desses pacientes e a frequência com que a cloroquina foi prescrita.

Segundo os pesquisadores, o estudo surgiu após a publicação de dados na revista Nature, em 2021, que apontavam um aumento de 11% na taxa de mortalidade associado à prescrição de cloroquina.

FONTE CARTA CAPITAL

Estudo técnico aponta falhas na execução de obras de asfaltamento em Entre Rios; empresa responsável é notificada

A partir de estudo da Câmara Municipal, Município notificou a empresa responsável pelas obras realizadas entre os anos de 2018 e 2020

Obras públicas de pavimentação asfáltica contratadas pela Prefeitura Municipal de Entre Rios de Minas e executadas pela empresa Locadora Terramares LTDA entre os anos de 2018 a 2020 foram objeto de um amplo estudo técnico contratado pela Câmara Municipal de Entre Rios de Minas. As análises do pavimento de onze ruas e avenidas, localizadas em cinco bairros, foram solicitadas após Requerimento da Comissão de Obras e Serviços Públicos Municipais, proveniente de relatório de visita de campo, onde foram registradas fotos com inúmeras patologias no revestimento asfáltico, como trincas e rachaduras. As inconformidades colocaram em xeque a qualidade das obras, levando à contratação da empresa Solocap Geotecnologia Rodoviária LTDA. O laudo aponta a existência de falhas na execução, como inconsistências nos editais de contratação da empresa responsável. Estima-se que o valor das obras oscile entre R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões.

No dia 29 de dezembro de 2023, o Município de Entre Rios de Minas, representado pelo Prefeito interino Ronivon Alves de Souza, notificou a empresa responsável, estabelecendo o prazo de 10 dias para que a empresa Locadora Terramares LTDA se manifeste sobre as irregularidades e aponte as formas de adequação para garantir a reabilitação dos pavimentos. Todos os contratos e pagamentos foram cautelarmente suspensos até que a situação seja resolvida.

ACESSE O RELATÓRIO COMPLETO

Os resultados do estudo técnico foram apresentados durante a reunião ordinária de 21 de novembro de 2023. A demonstração foi conduzida pelo diretor da empresa, Cristiano Costa Moreira, engenheiro com especialização em Engenharia Rodoviária. Dentre os dados mais preocupantes, de acordo com o relatório, chama a atenção o alto índice de deflexão atribuído como “muito fraco” e “péssimo”, extraído quando avaliadas as faixas de rolamento das ruas, tanto no lado direito quanto no esquerdo. Dentre as 172 ocorrências aferidas pelo método na faixa da direita das vias, 30 foram classificadas como “muito fraco” e em 86 o estado era “péssimo”, ou seja, 77,4% dos pontos estudados não atende às condições devidas. Já na faixa esquerda das vias, em 139 ocorrências, 17 foram classificadas como “muito fraco”, enquanto 86 em estado “péssimo”, de maneira que 74,1% encontram-se em inconformidade com os padrões da engenharia.

As ruas foram analisadas por meio do sistema FWD (Falling Weicht Deflectometer), o qual é capaz de aferir as condições estruturais do pavimento, podendo aplicar sobre o asfalto uma carga dinâmica que varia entre 41 KN a 150 KN, conforme a norma técnica do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – DNER PRO 273/96. Também foram executadas análises laboratoriais que aferiram a resistência não somente dos pavimentos, mas estruturas complementares como grades de bueiros e meio fios.

O relatório teve como objeto as seguintes vias: Rua Luiz Fernandes Rodrigues, Rua Santa Terezinha, Rua Padre Milton Rodrigues Malta e Rua da Conquista, no Bairro Padre Vitor;  Rua Califórnia e Rua Palestina, Bairro Cachoeira; Parte da Avenida Tiradentes, Bairro Cachoeira; Parte da Avenida Tiradentes, Bairro São Vicente (inclui estacionamento do Centro de Ensino Infantil Geralda Vieira de Melo); Rua Rui Barbosa de Araújo, Bairro Sassafrás; Rua Donato de Oliveira Resende e Rua João Luiz Gonçalves, Comunidade do Colônia. Todas as vias apresentavam, recorrentemente, trincas, fissuras e rachaduras quando das visitas realizadas pelos vereadores Rivael Nunes Machado, João Gonçalves de Resende, Thiago Itamar Santos Villaça e Rodrigo de Paula Santos Silva.

Outro ponto que chama a atenção diz respeito à sondagem realizada pela empresa, conforme exigido pela Câmara. No que tange à composição da obra como um todo, considerando a base, o subleito e o revestimento, foram identificados os materiais CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado à Quente) na camada de revestimento, o Cascalho Argiloso na base e Argila Vermelha no subleito, em todas as vias analisas. A questão maior é que, nos editais e contratos fornecidos pela Prefeitura e repassados à empresa, predominava a exigência de implantação de Brita Graduada Simples (BGS) ou de Minério para reforço da base de sustentação da pavimentação, o que, de acordo com o relatório de sondagem, isso não ocorreu. Conforme as tabelas abaixo, constam os materiais encontrados, bem como as exigências propostas pelos editais utilizados pela Prefeitura tanto em processo licitatório próprio quanto na Adesão à Ata de Registro de Preços.

Resistência de meio fios e grades de bueiro também foi verificada

Outro ponto de grande relevância do estudo técnico realizado pela empresa Solocap é referente à resistência de meio fios e grades de bueiro implantadas, de forma complementar, nas obras de pavimentação. Elementos importantes da urbanização que permitem a drenagem e o escoamento de águas pluviais, estes também foram também diagnosticados com rachaduras e fissuras por parte da Comissão de Obras, a qual pediu pelo teste de resistência. Dentre os pontos mais importantes do diagnóstico, aferiu-se que a resistência de meios fios testados é de apenas 6 Mpa, sendo que o Município contratou a implantação de estruturas com resistência de 15 Mpa.

As estruturas de meio fio e grade de bueiros foram também levadas ao laboratório, no entanto, diante da baixa resistência dos materiais, não foi possível efetuar os testes adequados, já que elas se esfacelavam perante os equipamentos de aferição. Assim, a empresa propôs uma avaliação de durabilidade com base em solução de sulfato de magnésio, conforme a norma do DNER 089:1994, a qual deveria demonstrar a existência de sulfato de magnésio em índice menor ou igual a 12,0%. No entanto, as estruturas empregadas pela empresa nas contratações do Município de Entre Rios de Minas apresentaram índices superiores nas amostras, respectivamente, 18,77% e 16,12%, o que demonstra a presença de componentes não desejáveis na fabricação dos pré-moldados, impactando diretamente na durabilidade.

Vereadores encaminham relatório à Secretaria de Obras e ao Ministério Público de Minas Gerais

Depois da apresentação na reunião ordinária, os vereadores discutiram os resultados da análise. O vereador Thiago Itamar (Ted), relator da Comissão de Obras, agradeceu o trabalho realizado pela empresa Solocap e reiterou que o laudo apresentado comprova o que a comissão já esperava. Disse que não entendia, à época, o fato de o Chefe do Executivo, a Secretaria de Obras ou os representantes legais nunca tomaram uma postura da empresa responsável pelas obras, considerando que os erros são visíveis e se estendem desde 2017. Diante disso, Ted ressaltou que é um descaso com o dinheiro público, considerando que o Município vive um momento financeiro delicado e foram gastos milhões de reais nessas obras. Dessa forma, diz ser a favor de encaminhar o caso para o Ministério Público de Minas Gerais. 

O Presidente da Casa à época, Vereador Roni Enfermeiro, pediu para que os vereadores se manifestassem sobre o caso, para que fossem tomadas as devidas providências e o Município ressarcido pela empresa. Exaltou ainda o  excelente trabalho feito pela comissão de obras e afirmou que o primeiro Requerimento já foi encaminhado ao Ministério Público, que acompanha o caso de perto. 

O vereador Rivael Nunes Machado, presidente da Comissão de Obras, falou sobre a morosidade no Ministério Público, considerando que existem denúncias desde 2014 que ainda não foram julgadas. Ainda diz ser a favor do diálogo e sugeriu que o relatório fosse encaminhado ao Poder Executivo e que fosse realizada uma reunião para discutir sobre o assunto. Reiterou que o Executivo deveria se manifestar antes de o relatório ser encaminhado ao Ministério Público. Por fim, solicitou a presença do representante da empresa Solocap, caso a reunião fosse agendada. 

O vereador Levi da Costa Campos (Levi do Montijo) afirmou que desde de 2017 questionava sobre a pavimentação asfáltica no Município, enviando diversos Requerimentos, que não eram respondidos, os quais solicitavam informações ao Executivo. Reiterou ainda o péssimo serviço prestado pela empresa Terramares, responsável pelas obras. Por fim, diz ser a favor da abertura de uma segunda Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), devido a morosidade do Ministério Público. 

O vereador José Resende (Juquinha do Táxi) lamentou a situação da pavimentação asfáltica do Município e afirmou que o relatório deveria ter sido solicitado pelo Executivo, e não pelo Legislativo, para cobrar a empresa responsável pelas obras. Juquinha diz que espera que o Executivo Municipal esteja sendo enganado pela empresa e faça as cobranças necessárias para provar a Casa Legislativa essa teoria. 

O vereador Rodrigo de Paula (Rodrigo do Tico) afirmou que o relatório apresentado é de embasamento técnico, a parte operacional já era vista pelos vereadores e mostrava que as pavimentações sofriam com deficiências técnicas. Rodrigo afirma ter acompanhado a comissão de obras nas visitas e na realização dos relatórios. Dessa forma, diz que o Executivo deve ser cobrado para que o Município possa ser ressarcido pela empresa responsável. Diante disso, destaca a responsabilidade do Executivo no caso, considerando que ele é responsável por contratar a empresa, bem como realizar a fiscalização para que as obras sejam executadas de acordo com o planejamento. Por fim, reiterou que muitas coisas que acontecem na cidade são frutos da cobrança dos parlamentares, como no caso das obras realizadas pela COPASA. 

O vereador João Gonçalves (Joãozinho Cricri) parabenizou a empresa Solocap pelo trabalho apresentado. Joãozinho relembrou os diversos requerimentos enviados para o Executivo no mandato anterior e atual solicitando informações sobre as obras que não foram respondidos. O vereador afirma que não pode haver tamanho descaso com o dinheiro público e o Município não pode tomar um prejuízo de mais de três milhões de reais, gastos com pavimentações asfálticas de péssima qualidade.

Portanto, o Requerimento n° 119/2023, o qual informa o encaminhamento das análises apresentadas pela empresa Solocap Geotenologia Rodoviária ao Prefeito Municipal, à Secretaria de Obras e ao Ministério Público de Minas Gerais, foi aprovado pelos vereadores com dois votos contrários.

Fonte: Comunicação Legislativa – Câmara Municipal de Enttre Rios de Minas

FONTE ENTRE RIOS NEWS

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