Fundo Eleitoral é maior do que recurso para compra de vacinas em 2022

Os R$ 4,9 bi reservados para campanhas superam montante previsto para cinco ministérios. Especialista afirma que quantia está na contramão do teto de gastos e da LRF

O Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões aprovado pelo Congresso Nacional para as eleições de 2022 é maior que o valor destinado à aquisição de vacinas no ano que vem (R$ 3,9 bilhões), mesmo diante de tantas incertezas em relação ao futuro da pandemia de Covid no Brasil e no mundo. Também é maior que a verba de pelo menos cinco ministérios, além de ser mais que o dobro do valor destinado às duas eleições realizadas desde sua criação. 

O valor do Fundo Eleitoral corresponde a mais da metade do que a União deve desembolsar por mês para pagar o Auxílio Brasil (R$ 89,1 bilhões no total, sendo R$ 7,4 bilhões por mês) e o Benefício de Prestação Continuada (R$ 77,4 bilhões, sendo R$ 6,4 bilhões mensalmente). O BCP paga um salário mínimo aos idosos e às pessoas com deficiência pobres.

Aprovado em meio à muita polêmica, o fundão – como é chamado o recurso público destinado às campanhas eleitorais – também é maior que o montante total de verbas destinadas a cinco ministérios: o das Relações Exteriores (R$ 4,5 bilhões), o das Comunicações (R$ 3,1 bilhões), o do Meio Ambiente (R$ 3,1 bilhões), o do Turismo (R$ 2,5 bilhões) e o da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (R$ 959 milhões).

Além disso, o montante reservado para gastos dos candidatos na próxima eleição corresponde a mais que todo o recurso previsto para investimento ao longo de 2022 em pastas como a Educação (R$ 3,6 bilhões), a Saúde (R$ 4,6 bilhões) e a Cidadania (R$ 1,6 bilhão).

Na avaliação do especialista em contas públicas Gil Castello Branco, o valor é absurdo, e a situação é ainda pior quando se coloca em perspectiva o momento em que o tema foi aprovado, que é de incerteza em todo o mundo quanto à situação da pandemia e suas implicações na saúde pública e na economia.

“Já seria um valor descabido em qualquer momento, mas é ainda mais absurdo quando nós pensamos que estamos saindo de uma pandemia. Então, enquanto nós temos aí cerca de 13 milhões de brasileiros desempregados, ainda muitos passando fome, nós vamos gastar R$ 4,9 bilhões com santinhos e carro de som, enfim”, disse. 

Ele acrescentou que a medida vai na contramão de medidas de contenção de gastos e despesas públicas, como o teto de gastos e a própria Lei de Responsabilidade Fiscal. “A preocupação maior dos parlamentares foi com o calendário eleitoral, e não com a responsabilidade fiscal”, avaliou.

O montante corresponde a mais do que o dobro dos recursos disponibilizados para os pleitos anteriores. Em 2018, o Fundo Eleitoral somou aproximadamente R$ 1,7 bilhão, e, nas eleições municipais de 2020, o valor foi de R$ 2 bilhões.

Esse crescimento se deve a mudanças realizadas pelos congressistas na proposta original do governo, que era de R$ 2,1 bilhões. Inicialmente, os parlamentares propuseram o aumento para R$ 5,7 bilhões – quase o triplo das últimas eleições. 

Na época da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que ocorreu em agosto deste ano, o presidente Jair Bolsonaro vetou o fundão no valor de R$ 5,7 bilhões. Já durante a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA), os congressistas apresentaram propostas de R$ 5,1 bilhões e R$ 4,7 bilhões, mas a votação final aprovou o montante de R$ 4,93 bilhões – R$ 800 milhões abaixo do proposto no meio do ano. 

FONTE ESTADO DE MINAS

TSE divulga repartição dos R$ 2 bilhões do fundo eleitoral; PT, PSL, PSD e MDB lideram arrecadação

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta segunda-feira, 8/06, a divisão do fundo eleitoral de R$ 2 bilhões. O dinheiro vai abastecer as campanhas de prefeitos e vereadores nas eleições municipais deste ano.

Maiores bancadas na Câmara, PT, PSL e PSD ficaram com as maiores parcelas – R$ 200 milhões, R$ 193 milhões e R$ 157 milhões respectivamente.

Veja abaixo a lista completa dos partidos e dos valores a serem repassados.

Adiamento

O primeiro turno está marcado para o dia 4 de outubro, mas pode ser adiado para mitigar os riscos da pandemia do novo coronavírus. Além do dia de votação em si, o calendário eleitoral prevê convenções partidárias, testes das urnas eletrônicas e a própria campanha – compromissos que podem ser afetados pela Covid-19.

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e Rodrigo Maia (DEM-RJ), que especialistas recomendaram adiar o pleito por algumas semanas, empurrando a votação entre o fim de novembro e início de dezembro.

Questionados, os representantes do Judiciário e do Legislativo vêm afirmando que a intenção é garantir que o resultado final seja divulgado ainda em 2020, para que não seja necessário prorrogar os mandatos atuais de prefeitos e vereadores.

Distribuição do fundo

A lei prevê a seguinte distribuição do fundo:
2% distribuídos igualmente entre todas as legendas registradas
35% consideram a votação de cada partido que teve ao menos um deputado eleito na última eleição para a Câmara
48% consideram o número de deputados eleitos por cada partido na última eleição, sem levar em conta mudanças ao longo da legislatura
15% consideram o número de senadores eleitos e os que estavam na metade do mandato no dia da última eleição

Os recursos do Fundo Eleitoral só serão disponibilizados aos partidos depois de a sigla definir critérios para a sua distribuição. Essas instruções têm de ser aprovadas pela maioria absoluta da executiva nacional da sigla e, depois, divulgadas ao público.

Entre as novas regras fixadas pelo TSE para o uso do fundo, neste ano, está a proibição para que os partidos políticos repassem esses recursos para candidatos de outras coligações. Outra medida é a de que os gastos com advogados e contadores não poderão mais entrar no limite de gastos com apoiadores previsto em lei.

Valor por partido

Confira, abaixo, o valor que cada legenda receberá no Fundo Partidário:

  • PT: R$ 200.925.914,05
  • PSL: R$ 193.680.822,47
  • PSD: R$ 157.180.452,52
  • MDB: R$ 154.867.266,21
  • PP: R$ 140.245.548,54
  • PSDB: R$ 26.028.246,07
  • PL: R$ 123.291.771,52
  • DEM: R$ 114.582.014,53
  • PSB: R$ 109.473.374,53
  • Republicanos: R$ 104.420.877,14
  • PDT: R$ 99.268.623,40
  • PODE: R$ 88.650.237,68
  • PROS: R$ 44.662.782,92
  • Solidariedade: R$ 42.226.143,46
  • PSOL: R$ 40.671.705,00
  • Cidadania: R$ 39.432.103,26
  • Novo: R$ 36.593.934,06
  • PTB: R$ 35.104.450,75
  • PSC: R$ 33.174.133,61
  • PCdoB: R$ 30.975.329,95
  • Avante: R$ 28.147.299,59
  • Patriotas: R$ 27.486.008,90
  • PV: R$ 20.513.797,41
  • Rede: R$ 20.420.046,72
  • PMN: R$ 5.872.173,76
  • PTC: R$ 5.634.758,31
  • DC: R$ 4.025.171,90
  • PCB: R$ 1.233.305,95
  • PCO: R$ 1.233.305,95
  • PMB: R$ 1.233.305,95
  • PRTB: R$ 1.233.305,95
  • PSTU: R$ 1.233.305,95
  • UP: R$ 1.233.305,95

 

  • Total: R$ 2.034.954.823,96

(Portal Lafaiete)

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