4 profissões que vão bombar até 2030 e ainda nem existem

Cerca de 85% dos empregos de 2030 ainda não foram criados, sinalizando uma revolução no mundo do trabalho impulsionada pela automação e pela IA.

Como será o mercado de trabalho em 2030? Quais profissões dominarão a cena em uma era cada vez mais digital e automatizada? Ainda que não possamos prever o futuro com precisão absoluta, as tendências atuais nos dão pistas sobre as transformações que estão a caminho.

Um relatório da Dell e do Institute For The Future revela algo surpreendente: cerca de 85% dos empregos de 2030 ainda não foram criados, sinalizando uma revolução no mundo do trabalho impulsionada pela automação e pela Inteligência Artificial (IA).

Profissões emergentes até 2030

Diante dessa revolução, especialistas apontam para profissões que, embora possam parecer futuristas agora, estão se encaminhando para se tornarem comuns. Aqui estão sete delas que merecem destaque:

1. Especialista em Ética de IA

À medida que a IA se torna mais presente em nossas vidas, garantir seu uso ético é essencial. Esse profissional terá a tarefa de assegurar que a tecnologia seja utilizada de maneira responsável, especialmente quando impacta o bem-estar humano.

2. Terapeuta de Desintoxicação Digital

O aumento do uso da tecnologia e sua influência na saúde mental das pessoas cria uma demanda por especialistas dedicados a ajudar indivíduos a encontrar um equilíbrio saudável com seus dispositivos digitais.

3. Engenheiro de IA

A demanda por esses profissionais está crescendo rapidamente, não apenas em setores de tecnologia, mas também em campos como saúde e segurança, onde a IA generativa promete transformações significativas.

4. Gerente de Interação Homem-Máquina

Essa função será crucial para assegurar uma integração suave entre os funcionários e as inteligências artificiais, promovendo uma colaboração eficaz que beneficie ambas as partes.

5. Engenheiro de IA em Biotecnologia

A interseção da IA com a biotecnologia está abrindo novos caminhos para o diagnóstico e tratamento de doenças, criando oportunidades para profissionais com conhecimento em ambos os campos.

6. Designer de Cidades Inteligentes

O planejamento urbano está evoluindo para incluir a criação de cidades que incorporam IA e outras tecnologias para melhorar a vida de seus habitantes, tornando as cidades mais eficientes e sustentáveis.

7. Designer de Personalidade de IA

Com a popularidade de assistentes virtuais como Siri e Alexa, a necessidade de profissionais capazes de criar personalidades digitais atraentes e envolventes está em alta.

Portanto, à medida que nos aproximamos de 2030, líderes empresariais e trabalhadores precisam começar a pensar em como se adaptar e se qualificar para as novas realidades profissionais que emergirão. Embora o futuro possa parecer incerto, uma coisa é clara: a inovação continuará a moldar nossas carreiras e a forma como trabalhamos.

 

FONTE CAPITALIST

Energia do futuro: Minas Gerais atrai quase R$ 4 bilhões em investimentos em fontes alternativas

Hidrogênio verde, biodiesel de macaúba e biogás de resíduos são alguns dos projetos em curso que podem colocar o estado na liderança mundial em tecnologia de produção de energias limpas e renováveis 

Minas Gerais é o estado líder em energia solar fotovoltaica no país e um dos melhores locais do mundo para esse modelo de geração. Essa cadeia produtiva está cada vez mais consolidada no estado. Para além, os mineiros já olham para o futuro da geração de energia limpa, e oportunidades de promoção de negócios e geração de empregos verdes. 

Em 2023, o Estado formalizou cerca de R$ 3,9 bilhões em investimentos em projetos relacionados com fontes alternativas de energia, contribuindo para que a atividade estivesse entre os cinco setores com maior volume de investimentos atraídos no ano passado.

Hidrogênio verde, biogás e biodiesel são alguns dos produtos-alvo desses novos investimentos e que devem ganhar espaço no mercado energético mundial nos próximos anos.

Por isso, os projetos têm condições de ampliar a liderança de Minas na geração de energia limpa, gerando empregos e tornando nosso estado um exemplo em sustentabilidade para o mundo.

Projetos promissores

Um dos projetos mais promissores está a pleno vapor em Belo Horizonte. Com mais de 27 anos de história em Minas na fabricação de compressores industriais, a empresa de origem alemã NEUMAN & ESSER está investindo cerca de R$ 70 milhões em uma nova fábrica de equipamentos geradores de hidrogênio verde, a primeira do tipo na América Latina.

“O mundo está se formatando para isso, mas todos ainda estão procurando o caminho. É um mercado que praticamente não existe ainda. Por isso é uma grande oportunidade a ser explorada por Minas Gerais fomentar essa cadeia, gerar empregos e negócios, colocando o Estado e o próprio Brasil em um patamar diferenciado no mundo”, considera Marcelo Veneroso, presidente da NEUMAN & ESSER no Brasil.

As obras para a nova unidade estão em andamento em um terreno ao lado da atual sede. Quando estiver pronta, no segundo semestre de 2024, a fábrica de equipamentos para produção de hidrogênio verde (como eletrolisadores de tipo PEM e alcalino e reformadores de etanol e biometano ou gás natural) vai empregar mais 70 pessoas diretamente, com impacto em mais 350 empregos indiretos.

Mas até que o novo espaço fique pronto, a empresa já atende as primeiras encomendas na estrutura atual.

Para isso, já foram abertas 20 novas vagas de emprego para suprir a demanda.  Uma delas foi ocupada pelo supervisor mecânico Idalécio Silvio dos Santos. Ele foi contratado há 7 meses pela NEUMAN & ESSER depois de já ter passado pela empresa como terceirizado. Ele se mostra agradecido com a oportunidade de trabalhar com tecnologia totalmente nova.

“Comentava com alguns colegas há alguns dias sobre a satisfação em trabalhar em algo inovador como é o hidrogênio verde, uma tecnologia que vai tomar conta do mundo no futuro. É muito gratificante fazer parte disso”, diz.

Combustível do futuro

Mas você sabe o que é o hidrogênio verde e por que ele é considerado o combustível do futuro? O hidrogênio é um gás que pode ser usado em substituição a vários combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo e carvão. Por exemplo, ele tem um poder calorífico cerca de três vezes maior que a gasolina, o diesel e o gás natural.

A queima do hidrogênio libera vapor d’água na atmosfera, sem qualquer agressão ao meio ambiente. Por isso, ele é considerado o combustível de maior potencial para a transição energética global e o combate às mudanças climáticas.

O H2 pode ser obtido por diversos meios, mas a maior parte deles é poluente. No entanto, ele também pode ser produzido por meio de um processo físico-químico chamado eletrólise, usando energia elétrica.

Quando o processo de obtenção do hidrogênio é alimentado por fontes renováveis de energia (como solar, eólica ou hidráulica), ele recebe o nome de “hidrogênio verde”. Ele ainda pode ser usado para a produção de amônia, importante fertilizante em larga escala.

Organizações internacionais estimam que o hidrogênio verde seja responsável por cerca de 18% da energia produzida no mundo até 2050, movimentando cerca de US$ 10 trilhões.

Veneroso destaca as grandes vantagens que Minas possui para atrair boa parte dos investimentos nessa nova fonte de energia. “Mais de 95% da nossa energia é de fontes renováveis, temos a indústria que produz e consome o combustível, temos as empresas que fabricam os equipamentos que vão produzir o hidrogênio, e as empresas que fabricam produtos verdes usando hidrogênio e temos capacidade para exportação. Minas pode ter toda a cadeia de hidrogênio dentro do seu território. É um impacto exponencial”, considera.

Energia gerada do lixo

No fim da década de 1980, o  filme “De Volta Para o Futuro” arrancou gargalhadas irônicas dos espectadores nos cinemas de todo o mundo ao mostrar uma máquina do tempo movida a lixo doméstico. Mais de três décadas depois, estamos ainda bem longe de descobrir como visitar passado e futuro. No entanto, transformar lixo em combustível já deixou de ser obra de ficção científica.

É o que planeja a empresa italiana Asja com investimento de R$ 152 milhões na construção de uma usina de biometano em Minas. A fonte? O Aterro Sanitário de Sabará, na Região Metropolitana da capital mineira.

A Asja pretende usar tecnologia de ponta para capturar o gás gerado pela decomposição dos resíduos, tratá-lo e purificá-lo, e deixá-lo com características semelhantes ao gás natural.

Assim, ele poderá ser usado por atuais consumidores do combustível, como em frota de veículos ou em indústrias, sem necessidade de grandes adaptações, com a vantagem de ser altamente eficiente e de baixo impacto ambiental.

“Essa usina que está sendo construída em Sabará é um projeto-piloto. A tecnologia que está sendo implementada em Minas poderá servir de exemplo para todo o país”, afirma o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga.

A planta tem previsão de produzir cerca de 80 mil metros cúbicos de gás natural renovável por dia, e gerar 24 empregos permanentes. Parte da produção será usada para gerar energia elétrica para a usina, tornando a planta autossuficiente.

Avião movido a macaúba

Com mais de 250 mil voos todos os dias no mundo, a aviação é uma das atividades que mais impacta o meio ambiente por meio de queima de combustível.

Pois uma das alternativas para reduzir o impacto das aeronaves pode vir de uma espécie de palmeira que a população do Cerrado mineiro conhece muito bem: a macaúba.

Ela é matéria-prima para obter combustíveis que podem substituir o tradicional diesel e até o querosene de aviação.

Durante a COP-28, realizada em novembro de 2023, em Dubai, a empresa Acelen, que faz parte do grupo investidor Mubadala Investment Company, anunciou o investimento de R$ 125 milhões em um Centro de Inovação e Tecnologia em Montes Claros, no Norte de Minas com foco em desenvolver biocombustíveis por meio da macaúba.

A unidade terá um programa de melhoramento genético, produção de mudas e manejo agronômico, visando a qualidade do produto, a redução dos custos de produção e a expansão do cultivo. Para isso, a empresa já adquiriu um terreno de 150 hectares. O projeto prevê a geração de 260 empregos diretos.

“O Governo de Minas foi o primeiro da América Latina e Caribe a assinar o compromisso da campanha Race To Zero de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Ter o domínio de tecnologias como essas coloca o estado em posição de destaque e pronto para contribuir como protagonista com o esforço global para uma economia mais sustentável”, ressalta João Paulo Braga. 

FONTE AGÊNCIA MINAS

9 Passos para Acumular Riqueza e Garantir um Futuro Financeiramente Próspero

Dinheiro – não é tudo na vida, mas sem dúvida, faz uma grande diferença. Construir a riqueza é algo que muitos aspiram, mas nem todos sabem como alcançar. Não é simplesmente sobre acumular dinheiro, é um processo estratégico e intencional que requer planejamento cuidadoso, orçamento disciplinado e hábitos financeiros inteligentes. Aqui estão nove passos que você pode seguir para construir riqueza e garantir seu futuro financeiramente próspero.

Passo 1: Elabore um plano

O primeiro e crucial passo em sua jornada de construção de riqueza é criar um plano financeiro abrangente. Esboce seus objetivos de curto e longo prazo, incluindo compras importantes, investimentos e planos de aposentadoria. Ter um plano ajuda a manter o foco e direciona seus esforços financeiros de maneira eficiente.

Passo 2: Crie um orçamento

Como diz o famoso investidor Warren Buffett, “Não economize o que sobra após gastar; gaste o que sobra após economizar”. Um orçamento bem planejado é uma ferramenta essencial na jornada de qualquer pessoa para adquirir riqueza. Identifique suas fontes de renda e despesas e faça ajustes adequados para garantir que você esteja economizando o máximo possível.

Passo 3: Estabeleça uma reserva de emergência

A vida é cheia de incertezas e imprevistos que podem causar grandes danos às suas finanças se você não estiver preparado. Portanto, é crucial ter uma reserva de emergência para lidar com essas situações. Recomenda-se que você reserve de três a seis meses de despesas para essa finalidade.

Passo 4: Automatize suas finanças

Configurar transferências automáticas para poupança, investimentos e pagamentos de contas é uma maneira excelente de garantir que você está constantemente trabalhando para atingir seus objetivos financeiros, mesmo que às vezes esqueça de fazê-lo manualmente.

Passo 5: Gerencie suas dívidas

Dívidas, quando mal administradas, podem ser uma grande barreira para a construção de riqueza. Portanto, é essencial encontrar maneiras de lidar com as dívidas de maneira eficaz. Isso pode envolver pagar dívidas com juros altos primeiro, consolidar suas dívidas ou buscar aconselhamento de crédito.

Passo 6: Maximize sua poupança para aposentadoria

A maximização de suas contribuições para a aposentadoria pode ser altamente lucrativa a longo prazo. Além disso, a maioria dos planos de aposentadoria oferece benefícios fiscais que podem ser úteis para reduzir sua carga tributária.

Passo 7: Diversifique seus investimentos

Ter uma variedade de investimentos pode ajudar a reduzir os riscos e aumentar as chances de obter melhores retornos. Em outras palavras, não coloque todos os seus ovos na mesma cesta.

Passo 8: Busque aumentar sua renda

Isso pode envolver buscar um aumento no seu trabalho atual, buscar oportunidades de trabalho freelance, vender itens indesejados ou investir em imóveis. Aumentar sua renda é um dos melhores ways para acelerar sua viagem de construção de riqueza.

Passo 9: Seja intencional com seu dinheiro

Cada decisão financeira que você toma deve ser bem pensada e intencional. Não gaste apenas por gastar – certifique-se de que cada compra vale a pena e está alinhada com seus objetivos financeiros.

A construção de riqueza é um processo gradual que exige consistência, paciência e disciplina. Com esses nove passos, esperamos que você esteja mais preparado para enfrentar esse desafio e garantir uma vida financeiramente segura para si mesmo.

FONTE BM&C NEWS

“Neve de melancia” espalha-se pela América do Norte e ameaça o futuro das geleiras

A neve cor-de-rosa é mais comum do que se pensava. Um estudo sugere que este fenômeno pode ser encontrado em todas as geleiras da América do Norte. Saiba mais aqui!

A “neve melancia” refere-se a um fenômeno em que a neve no solo é tingida de um tom vermelho e rosado. Também conhecido como “sangue glacial”, é causado pelo florescimento de algas cor-de-rosa chamadas Chlamydomonas nivalis.

Essa espécie de alga contém um pigmento carotenoide vermelho secundário para além da clorofila. Ao contrário da maioria das espécies de algas de água doce, a Chlamydomonas nivalis parece ser amante do frio (criofílica) e desenvolve-se em águas geladas.

A “neve melancia” e os seus efeitos na diminuição dos glaciares são observados em todo o mundo. O Capitão John Ross seguiu-a pela primeira vez no Ártico em 1818, quando liderou quatro navios ingleses enviados para o Círculo Polar Ártico para a primeira expedição à Passagem do Noroeste.

Ameaça crescente aos glaciares

De acordo com um estudo, descobriu-se que este fenômeno se espalhou por 5% da área total dos glaciares no noroeste da América do Norte.

Isto inclui as montanhas da Colúmbia Britânica, Idaho, estado de Washington, Alberta, Alasca e Montana. Verificou-se que alguns glaciares individuais tinham 65% da sua área coberta de algas cor-de-rosa durante uma única estação. Os investigadores estimam que este fenômeno provocou um degelo equivalente a uma média de 3 centímetros de água derretida na superfície do glaciar.

De acordo com a professora de biologia molecular e bioquímica da Universidade Simon Fraser, Lynne Quarmby, o gelo está a derreter ao absorver cores escuras. À medida que a geleira fica cor-de-rosa, torna-se muito mais propenso a derreter, uma vez que as algas coloridas fazem com que a luz solar seja absorvida em vez de refletida, aquecendo o gelo circundante.

As algas em estudo crescem na neve que cobre os lagos, rochas e glaciares congelados. Uma vez que as suas células precisam de água em estado líquido para crescer, esse derretimento rápido estimula mais crescimento, escurecimento e absorção da energia recebida do Sol.

Os pesquisadores descobriram esse fenômeno utilizando milhares de imagens de satélite captadas entre 2019 e 2022. Dos 8.700 glaciares examinados neste estudo, 4.552 mostraram a presença de algas Chlamydomonas nivalis.

Em comparação com os impactos das mudanças climáticas e do aquecimento global, o efeito das algas no glaciar e na camada de neve é considerado ligeiro. Os glaciares estão a derreter rapidamente devido às mudanças climáticas, provocando o desaparecimento total das algas.

Em comparação com os impactos das mudanças climáticas e do aquecimento global, o efeito das algas no glaciar e na camada de neve é considerado ligeiro.

A “neve de melancia” não é exclusiva do Ártico, uma vez que também pode ser encontrada na Nova Zelândia, nos Alpes, no Monte Olimpo e na Antártida. À medida que os glaciares diminuem, o efeito de fusão das algas da “neve melancia” que restam pode danificar ainda mais a neve e o gelo.

À medida que a camada de neve diminui, a proliferação de algas torna-se cada vez mais concentrada e mais pequena, segundo o ecologista Scott Hotaling, da Universidade do Estado do Utah.

FONTE METEORED TEMPO

Gerdau celebra 123 anos com o compromisso de moldar um futuro ainda mais sustentável

Maior empresa brasileira produtora de aço inicia novo ciclo, com foco na geração de valor para seus stakeholders

Hoje, 16 de janeiro, a Gerdau celebra 123 anos de uma história empreendedora que carrega a missão de moldar o futuro. Fundada como uma fábrica de pregos em Porto Alegre (RS), a Gerdau se tornou a maior empresa brasileira produtora de aço, uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. Está presente em vários países das Américas e conta com mais de 36 mil colaboradores espalhados pelo mundo.

Ao longo dessa jornada, a Gerdau se manteve conectada com a história da indústria brasileira, buscando estar cada vez mais próxima da sociedade, com a ambição de ser parte das soluções aos dilemas e desafios enfrentados. “Alcançar os 123 anos é mais um marco importante na caminhada centenária da Gerdau. Nos últimos anos, a empresa se transformou para se tornar cada vez mais resiliente e adaptada às necessidades atuais dos nossos clientes e demais stakeholders. Vamos continuar com nossa visão estratégica de longo prazo, unindo crescimento sustentável com o propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro”, afirma Gustavo Werneck, CEO da Gerdau.

Atualmente, a companhia se destaca pela sua matriz de produção baseada na sucata metálica, tornando-se a maior recicladora da América Latina, com mais de 11 milhões de toneladas dessa matéria-prima sendo transformada em aço anualmente e cerca de 71% do aço produzido pela companhia proveniente do processo de reciclagem. O resultado é possuir uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO₂e), com 0,86 t de CO₂e por tonelada de aço, representando aproximadamente a metade da média global do setor, que é de 1,91 t de CO₂e por tonelada de aço (worldsteel). A empresa tem como visão de longo prazo a meta de diminuir as emissões para 0,82 t de CO₂e até 2031, com a ambição de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

“Neste momento de comemoração por mais um aniversário da Gerdau, gostaria de agradecer e reconhecer especialmente a todos que, dia após dia, nos ajudam a construir essa história: nossos colaboradores e colaboradoras, parceiros, clientes e fornecedores. Continuaremos investindo em soluções e serviços para atender aos desafios dos nossos clientes e gerar valor para todos os nossos stakeholders, visando nos tornar uma das empresas mais admiradas das Américas”, finaliza Werneck.

Apesar dos R$ 450 mil para realizar a festa, Carnaval na Praça Tiradentes em Ouro Preto segue incerto

Prefeitura ainda aguarda liberação.

O tradicional Carnaval na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, ainda é incerto. O Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) está avaliando a proposta enviada pela Prefeitura de Ouro Preto, que neste ano apresentou uma estrutura reduzida em comparação aos anos anteriores, visando obter a aprovação do órgão.

A incerteza quanto aos eventos no Centro Histórico surgiu após a suspensão do show do pagodeiro Dilsinho por determinação da Justiça Federal, devido à falta de aprovação prévia do Iphan.

O cancelamento foi motivado pelo risco de incêndio em um dos principais cartões-postais da cidade. Em julho do mesmo ano, um curto-circuito no Museu da Inconfidência, na Praça Tiradentes, levou a Justiça Federal a suspender eventos no local desde então.

O secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Flávio Malta, relatou ao Jornal Estado de Minas que a reunião entre o Iphan e Prefeitura ocorreu na última terça-feira (9/1). Durante o encontro, o secretário informou que o Município atendeu a solicitações de adequações feitas pelo órgão federal, incluindo um aumento no número de banheiros químicos, a criação de novos postos de pronto atendimento e um ponto de achados e perdidos.

“Além da escolha da Corte Momesca, a praça recebe o desfile das escolas de samba e dos blocos caricatos, como o centenário Zé Pereira, Clube dos Lacaios, Sanatório Geral e Liga pra Rádio. Uma dessas apresentações sempre aconteceu na Praça Tiradentes há mais de 150 anos”, afirmou o secretário.

O Carnaval em Ouro Preto é descentralizado, com palcos em diferentes locais do Centro Histórico, e segundo a Prefeitura já conta com R$ 450 mil liberados para a realização da festa.

FONTE RADAR GERAL

20 profissões que terão emprego garantido nos próximos anos

As tendências de mercado apontam para as profissões que claramente terão vantagens competitivas no mercado de trabalho nos próximos anos

Atualmente, a escolha certa da profissão pode ser um fator crucial para o sucesso a longo prazo. Optar por uma profissão simplesmente por estar na moda não garante estabilidade no emprego, mas ficar atento às tendências e avaliar as oportunidades de mercado pode ser a chave para construir uma trajetória profissional sólida.

Para orientar os passos na busca por uma carreira promissora, o portal Exame realizou uma pesquisa com especialistas em recrutamento, que identificaram as profissões que provavelmente ganharão mais espaço nos próximos dez anos. Além disso, a pesquisa “Carreiras do Futuro”, conduzida pelo Programa de Estudos do Futuro (Profuturo) da Fundação Instituto de Administração (FIA), contribuiu significativamente para esse levantamento.

De acordo com essa análise, as áreas que despontam como as mais promissoras para a próxima década incluem Sustentabilidade, Infraestrutura, Saúde e Qualidade de Vida, Recursos Humanos, Marketing e Vendas, Tecnologia da Informação (TI) e Direito. Vamos explorar as oportunidades e desafios que essas profissões podem oferecer, ajudando você a tomar decisões informadas sobre o futuro de sua carreira.

Explorando as carreiras do futuro

Navegar pelas complexidades do mercado de trabalho contemporâneo exige não apenas habilidades específicas, mas também uma visão estratégica sobre as profissões que moldarão o futuro. Com base em análises do portal Exame.com e na pesquisa “Carreiras do Futuro” do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo), apresentamos um guia detalhado sobre algumas das profissões mais promissoras para os próximos dez anos.

Área de sustentabilidade

1. Gestor de ecorrelações

Com expertise técnica ambiental e jurídica, este profissional concentra-se no controle socioambiental e na qualidade de vida. Formação recomendada: Graduação em Engenharia, Administração, Economia ou Ecologia, com especializações em Marketing ou Biologia.

2. Gestor de resíduos

Direcionando corretamente resíduos, transformando o lixo em fonte de renda e energia são suas principais responsabilidades. Formação recomendada: Graduação em Engenharia Química, Engenharia Ambiental ou Biologia.

3. Engenheiro ambiental

Em alta demanda, esses profissionais lidam com o crescente foco no impacto ambiental em diversos setores. Formação recomendada: Graduação em Engenharia Ambiental.

Área de saúde e qualidade de vida

4. Engenheiro hospitalar

Responsável por equipamentos de alta precisão e treinamentos, esse profissional destaca-se na interseção da engenharia com a área médica. Formação recomendada: Engenharia Hospitalar, um ramo da Engenharia Biomédica.

5. Bioinformacionista

Integrando genética e desenvolvimento de medicamentos, esse profissional emerge como uma figura crucial na área de saúde. Formação recomendada: Graduação em Farmácia, Medicina, Biotecnologia, com combinações sugeridas para especialização.

6. Técnico em Telemedicina

Atuando em áreas remotas, esses técnicos facilitam o acesso a diagnósticos e tratamentos, mesmo em locais distantes das equipes médicas. Formação recomendada: Engenheiros da Computação, Analistas de Sistemas e profissionais da Saúde

7. Conselheiro de Aposentadoria

Auxiliando no planejamento financeiro, ocupacional e de saúde para a aposentadoria, esse profissional requer conhecimentos em Administração, Contabilidade e Economia.

8. Gestor de qualidade de vida

Focado na melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho, esse profissional geralmente tem formação em Saúde e destaca-se pela experiência em Recursos Humanos.

Área de infraestrutura

9. Gestor de operações e logística

Os investimentos crescentes em infraestrutura proporcionam oportunidades para profissionais gerenciarem operações e logística. Formação recomendada: Graduação em Engenharia, Administração, Economia ou Comércio Exterior.

10. Engenheiro civil

Acompanhando o crescimento do país, os profissionais da construção continuam com alta empregabilidade. Formação recomendada: Graduação em Engenharia Civil.

11. Engenheiro de petróleo e gás

Enfrentando o desafio de extrair energia de forma mais eficiente, esses profissionais são fundamentais para o desenvolvimento. Formação recomendada: Graduação em Engenharia de Petróleo.

Área de recursos humanos

12. Coordenador de desenvolvimento da força de trabalho

Integrando psicologia, administração e gestão de pessoas, esse profissional enfoca a educação continuada. Formação recomendada: Graduação em Psicologia, com especialização em Administração e ênfase em Gestão de Pessoas.

13. Gestor de treinamento de varejo

Responsável pela padronização do atendimento ao cliente em redes de varejo, esse profissional destaca-se pela formação em Administração de Empresas e Recursos Humanos.

Área do Direito

14. Advogado societário

Especializado em operações de fusões e aquisições, esse profissional desempenha um papel estratégico em transações complexas. Formação recomendada: Direito, com possibilidade de cursos específicos no exterior.

15. Advogado tributário

Atuando na complexa área tributária, esse advogado assume um papel estratégico nas organizações, especialmente no Brasil. Formação recomendada: Direito, com especialização em Direito Tributário, Economia ou Ciências Contábeis.

Ao compreender essas profissões e as habilidades necessárias, os profissionais podem moldar suas trajetórias educacionais e profissionais, posicionando-se de forma estratégica para um futuro que exige não apenas competência, mas também visão de futuro.

Área de marketing e vendas

16. Gestor de marketing para e-commerce

Em um cenário de vendas online em crescimento exponencial, este profissional desempenha um papel crucial ao garantir segurança nas transações comerciais e posicionar efetivamente as empresas na internet. Formação recomendada: Graduação em Marketing, Publicidade, Engenharia da Computação, Ciência da Computação ou Sistemas de Informação.

17. Gestor de inovação

A inovação transcende o desenvolvimento de produtos, tornando-se essencial na otimização de processos e na redução de custos. Formação recomendada: Graduação em Marketing, com especialização em Pesquisa de Mercado para uma abordagem completa.

Área de tecnologia

18. Gestor de comunidade

Responsável pelo gerenciamento do relacionamento com consumidores em redes sociais, este profissional monitora o posicionamento da marca, identifica oportunidades e molda a presença online. Formação recomendada: Graduação em Marketing, com ênfase em Plataformas Online.

19. Especialista em cloud computing

Na vanguarda da Tecnologia da Informação, este cargo envolve o gerenciamento eficiente do armazenamento de dados em nuvem. Formação recomendada: Tecnologia da Informação.

20. Gestor de big data

Com conhecimentos em estatística, tecnologia e matemática, este profissional analisa e direciona informações cruciais para os diversos setores da empresa. Formação recomendada: Tecnologia da Informação, Matemática e Estatística.

FONTE MEU VALOR DIGITAL

20 profissões que terão emprego garantido nos próximos anos

As tendências de mercado apontam para as profissões que claramente terão vantagens competitivas no mercado de trabalho nos próximos anos

Atualmente, a escolha certa da profissão pode ser um fator crucial para o sucesso a longo prazo. Optar por uma profissão simplesmente por estar na moda não garante estabilidade no emprego, mas ficar atento às tendências e avaliar as oportunidades de mercado pode ser a chave para construir uma trajetória profissional sólida.

Para orientar os passos na busca por uma carreira promissora, o portal Exame realizou uma pesquisa com especialistas em recrutamento, que identificaram as profissões que provavelmente ganharão mais espaço nos próximos dez anos. Além disso, a pesquisa “Carreiras do Futuro”, conduzida pelo Programa de Estudos do Futuro (Profuturo) da Fundação Instituto de Administração (FIA), contribuiu significativamente para esse levantamento.

De acordo com essa análise, as áreas que despontam como as mais promissoras para a próxima década incluem Sustentabilidade, Infraestrutura, Saúde e Qualidade de Vida, Recursos Humanos, Marketing e Vendas, Tecnologia da Informação (TI) e Direito. Vamos explorar as oportunidades e desafios que essas profissões podem oferecer, ajudando você a tomar decisões informadas sobre o futuro de sua carreira.

Explorando as carreiras do futuro

Navegar pelas complexidades do mercado de trabalho contemporâneo exige não apenas habilidades específicas, mas também uma visão estratégica sobre as profissões que moldarão o futuro. Com base em análises do portal Exame.com e na pesquisa “Carreiras do Futuro” do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo), apresentamos um guia detalhado sobre algumas das profissões mais promissoras para os próximos dez anos.

Área de sustentabilidade

1. Gestor de ecorrelações

Com expertise técnica ambiental e jurídica, este profissional concentra-se no controle socioambiental e na qualidade de vida. Formação recomendada: Graduação em Engenharia, Administração, Economia ou Ecologia, com especializações em Marketing ou Biologia.

2. Gestor de resíduos

Direcionando corretamente resíduos, transformando o lixo em fonte de renda e energia são suas principais responsabilidades. Formação recomendada: Graduação em Engenharia Química, Engenharia Ambiental ou Biologia.

3. Engenheiro ambiental

Em alta demanda, esses profissionais lidam com o crescente foco no impacto ambiental em diversos setores. Formação recomendada: Graduação em Engenharia Ambiental.

Área de saúde e qualidade de vida

4. Engenheiro hospitalar

Responsável por equipamentos de alta precisão e treinamentos, esse profissional destaca-se na interseção da engenharia com a área médica. Formação recomendada: Engenharia Hospitalar, um ramo da Engenharia Biomédica.

5. Bioinformacionista

Integrando genética e desenvolvimento de medicamentos, esse profissional emerge como uma figura crucial na área de saúde. Formação recomendada: Graduação em Farmácia, Medicina, Biotecnologia, com combinações sugeridas para especialização.

6. Técnico em Telemedicina

Atuando em áreas remotas, esses técnicos facilitam o acesso a diagnósticos e tratamentos, mesmo em locais distantes das equipes médicas. Formação recomendada: Engenheiros da Computação, Analistas de Sistemas e profissionais da Saúde

7. Conselheiro de Aposentadoria

Auxiliando no planejamento financeiro, ocupacional e de saúde para a aposentadoria, esse profissional requer conhecimentos em Administração, Contabilidade e Economia.

8. Gestor de qualidade de vida

Focado na melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho, esse profissional geralmente tem formação em Saúde e destaca-se pela experiência em Recursos Humanos.

Área de infraestrutura

9. Gestor de operações e logística

Os investimentos crescentes em infraestrutura proporcionam oportunidades para profissionais gerenciarem operações e logística. Formação recomendada: Graduação em Engenharia, Administração, Economia ou Comércio Exterior.

10. Engenheiro civil

Acompanhando o crescimento do país, os profissionais da construção continuam com alta empregabilidade. Formação recomendada: Graduação em Engenharia Civil.

11. Engenheiro de petróleo e gás

Enfrentando o desafio de extrair energia de forma mais eficiente, esses profissionais são fundamentais para o desenvolvimento. Formação recomendada: Graduação em Engenharia de Petróleo.

Área de recursos humanos

12. Coordenador de desenvolvimento da força de trabalho

Integrando psicologia, administração e gestão de pessoas, esse profissional enfoca a educação continuada. Formação recomendada: Graduação em Psicologia, com especialização em Administração e ênfase em Gestão de Pessoas.

13. Gestor de treinamento de varejo

Responsável pela padronização do atendimento ao cliente em redes de varejo, esse profissional destaca-se pela formação em Administração de Empresas e Recursos Humanos.

Área do Direito

14. Advogado societário

Especializado em operações de fusões e aquisições, esse profissional desempenha um papel estratégico em transações complexas. Formação recomendada: Direito, com possibilidade de cursos específicos no exterior.

15. Advogado tributário

Atuando na complexa área tributária, esse advogado assume um papel estratégico nas organizações, especialmente no Brasil. Formação recomendada: Direito, com especialização em Direito Tributário, Economia ou Ciências Contábeis.

Ao compreender essas profissões e as habilidades necessárias, os profissionais podem moldar suas trajetórias educacionais e profissionais, posicionando-se de forma estratégica para um futuro que exige não apenas competência, mas também visão de futuro.

Área de marketing e vendas

16. Gestor de marketing para e-commerce

Em um cenário de vendas online em crescimento exponencial, este profissional desempenha um papel crucial ao garantir segurança nas transações comerciais e posicionar efetivamente as empresas na internet. Formação recomendada: Graduação em Marketing, Publicidade, Engenharia da Computação, Ciência da Computação ou Sistemas de Informação.

17. Gestor de inovação

A inovação transcende o desenvolvimento de produtos, tornando-se essencial na otimização de processos e na redução de custos. Formação recomendada: Graduação em Marketing, com especialização em Pesquisa de Mercado para uma abordagem completa.

Área de tecnologia

18. Gestor de comunidade

Responsável pelo gerenciamento do relacionamento com consumidores em redes sociais, este profissional monitora o posicionamento da marca, identifica oportunidades e molda a presença online. Formação recomendada: Graduação em Marketing, com ênfase em Plataformas Online.

19. Especialista em cloud computing

Na vanguarda da Tecnologia da Informação, este cargo envolve o gerenciamento eficiente do armazenamento de dados em nuvem. Formação recomendada: Tecnologia da Informação.

20. Gestor de big data

Com conhecimentos em estatística, tecnologia e matemática, este profissional analisa e direciona informações cruciais para os diversos setores da empresa. Formação recomendada: Tecnologia da Informação, Matemática e Estatística.

FONTE MEU VALOR DIGITAL

FNEC 2023 reuniu sociedade, iniciativa privada e poder público para discutirem o futuro de Congonhas

Esta iniciativa faz parte de um portfólio de ações contidas na Política Municipal de Desenvolvimento Econômico. Antes, o município já havia criado e implementado leis, decretos e o Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (FMDE) – que tem como um de seus objetivos fomentar a  economia criativa. Futuramente será lançado o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável de Congonhas.

Os objetivos da quinta edição do Fórum de Negócios de Congonhas (FNEC) foram alcançados: apresentar as oportunidades que Congonhas oferece em diversos segmentos; despertar a todos para a necessidade de a cidade e região atuarem em conjunto na busca pelo desenvolvimento econômico; e ofertar conhecimento para atuais e futuros empreendedores e empresários, trabalhadores de pequenas, médias e grandes empresas, estudantes, lideranças e servidores públicos. Este ano o evento apontou a economia criativa como um dos setores produtivos capazes de contribuir para a redução da dependência econômica local em relação ao setor mínero-siderúrgico, por abranger potenciais presentes na cidade como o turístico, criativo, cultural, histórico e de inovação.  O evento foi realizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão e sua Superintendência de Desenvolvimento Econômico, e teve como gestora a Agência de Desenvolvimento Econômico e Social do Alto Paraopeba (Adesiap).

O FNEC 2023 – Congonhas Criativa contou com patrocínio da LGA Mineração e do Sicredi e apoio da Fundação Dom Cabral, Sebrae, UFSJ, Invest Minas, P7 Criativo, Unipac, IFMG, FAOP e Rede Elas.

Para o superintendente de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Congonhas, Geordane Silva, “o principal objetivo a que o FNEC 2023 se propôs, enquanto parte da construção da política pública de desenvolvimento econômico, foi apresentar as várias oportunidades que o município oferece, seja pela gastronomia, cultura, patrimônio cultural, produção artística (música, dança, artes), entre outras. Quando se vai estabelecer essa visão de futuro, através de um plano estratégico, que é o nosso próximo passo, não se começa pela escassez, e sim pela abundância, porque só esta consegue unir visões diferentes. O Fórum foi esse primeiro chamado para pensarmos o que desejarmos para o futuro da cidade.

De acordo com Denis Donato, diretor-executivo da Adesiap, a agência de desenvolvimento está satisfeita em participar de uma iniciativa como esta e por aprender mais, pela forma com que o Fórum foi feito, gerando oportunidades de diversificação econômica, a partir da economia criativa. “Temos ouvido muito falar sobre este setor produtivo em qualquer canto. Mas o tom estratégico utilizado pelo superintendente Geordane Silva para tratar de diversificação econômica, capacitando, qualificando e empoderando os nossos empreendedores me chamou a atenção, enquanto mestre em Desenvolvimento Local”, afirma.

“Outro objetivo que queríamos alcançar durante o FNEC 2023 era fortalecer as conexões entre lideranças e contamos com a presença do Estado, representado pelo subsecretário Lucas Pita, o prefeito Dr. Cláudio, seu vice Paulinho e secretários, vereadores, o prefeito de Ouro Branco e presidente da Amalpa, Hélio Campos, e seu vice Celso Vaz. Tenho assistido durante estes 20 anos de Adesiap a quebra de barreiras que impediam a união de nossos municípios. Estamos em sete territórios atualmente e, com 30 ou 40 minutos, conseguimos nos deslocar de um município para outro, então não tem como trabalhar o desenvolvimento local sem pensar no regional, é o que já entendem essas lideranças políticas como as organizações do terceiro setor. A ação pela duplicação da BR-040 é um bom exemplo de força conjunta para o bem desta região expandida”, salienta Donato.

Atrativos do evento

Da quarta-feira até a sexta (22 a 24.11), uma megaestrutura montada na Romaria, além de espaços do próprio centro cultural receberam palestras, workshops, atrações culturais, gastronômicas e de lazer, tudo relacionado com a temática da economia criativa, para atender ao interesse e necessidade de todos os participantes.

Logo na entrada, o Estande Master “Visite Congonhas” oferecia aos visitantes as boas-vindas, apresentando as primeiras experiências que demonstram ser possível lançar mão da criatividade com o que se tem na cidade, como produtos artesanais e gastronômicos.

O programa “Primórdios da Cozinha Mineira” levou para a Romaria a Cozinha Show. Quem passou por lá pôde degustar quatro receitas novas desenvolvidas pelos instrutores chefs Geraldo Caleffi, Marcelle Cordeiro (Brigadeiros Gourmet) e Terezinha (Sothê Caramelle), entre eles o “Cubu com recheio de brigadeiro de milho verde finalizado com mousse de doce de leite”, acompanhado pelo chá de congonha. 

“O cubu foi eleito um prato da cidade pelo Programa ‘Primórdios da Cozinha Mineira’ e no FNEC fizemos uma releitura desse cubu original, sem mexer na estrutura da receita. Com iniciativas como esta, queremos é que as pessoas tenham vontade de inovar cada vez mais”, propôs o Chef Geraldo Caleffi.

No mesmo espaço, a Superintendência de Desenvolvimento Econômico e o Sebrae apresentaram uma pequena amostra do Programa “Design do Artesanato”, que pretende identificar novas possibilidades de criação através da busca por produtos de origem desenhados para atender o mercado turístico. Artesãs e artesãos da Uniarte (Associação dos Artesãos, Artistas e Produtores Caseiros de Congonhas e Região) são beneficiários desta iniciativa.

Juliana do Nascimento Godin, moradora da Basílica, produz bordado livre, toalhas de tira bordada, de ponto cruz e vagonite. Associada da Uniarte há um ano, teve durante o FNEC sua terceira experiência em eventos do gênero e afirma: “Um fórum como este muda tudo, né?! Primeiro trazemos o nome da Uniarte para o evento. Depois colocamos em prática o que aprendemos no curso oferecido pela Prefeitura e o Sebrae: tratar o produto e precificá-lo, além de atender adequadamente o cliente e fazer uma linha só do produto da gente para comercializar”.

O escultor e pintor especializado em entale, Laerte Custódio de Oliveira, diz que, “além do lado empreendedor, o curso do Sebrae ensina ao artesão que “em Congonhas, precisamos produzir arte que remeta a nossa cidade, porque os turistas querem aprender como fazemos nossa arte e levar um pouquinho de nós com eles”. Laerte já produziu, em alto relevo, a maquete do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e a Ladeira e agora prepara outra exclusiva da Basílica.

O Estande da Superintendência de Desenvolvimento Econômico apresentou aos visitantes do FNEC 2023 programas como o Empreende Congonhas, Check-in Turismo, Tec Pop, Coliga e Avança Congonhas.

No Estande QG da Inovação, o público realizou visitas virtuais às igrejas de Congonhas, graças à graças à tecnologia de realidade virtual (VR). A experiência permitiu que a pessoa se sentisse dentro de cada um dos templos.  

O Estande da Feira Cores e Sabores antecipou para o público a modalidade itinerante de Economia Criativa que deverá ser lançada em janeiro de 2024 pela Superintendência de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Congonhas. O espaço abrigou o Instituto Ubuntu – Bonecas Negras, que fabrica e comercializa bonecas para representatividade de crianças negras e realiza outras ações de fortalecimento da autoestima delas. O artesãos da Uniarte, Marcelino, comercializou sua produção de quitandas, geleia, vinho de jabuticaba. doce de leite com jabuticaba e café de Entre Rios de Minas. Ele aproveitou para apresentar seu trabalho destinado ao ecoturismo naquele espaço do FNEC 2023. Edson e Quésia levaram o iogurte Vaca Feliz aromatizado com maracujá, limão, abacaxi, entre outros sabores de frutas do próprio quintal para o evento. José Barros mostrou ao público seu tempero alho e sal, cheiro verde e completo Uai Sô, que é encontrado em diversos estabelecimentos comerciais de Congonhas. E Daiana expôs acessórios de cabelo, como turbante, cortes angolanos, toca de cetim, toca de banho e principalmente, destaca ela, autoestima para mulheres. No alto de sua banca, o cliente abria uma portinha e lia:“Abra a janela e veja a pessoa que pode te fazer feliz” e se via em um espelho. Participante da economia solidária de C. Lafaiete, vende seus produtos também no Joaquim Murtinho.

O Estande Espaço Literário expôs e comercializou livros de  autores congonhenses. Obras de seis escritores locais participaram do FNEC 2023. “A maioria de nossos escritores é independente. No FNEC abrimos espaço para aqueles que tinham livros e também para a “Coleção Congonhas”, que reúne obras locais pertencentes ao acervo da biblioteca. Neste caso, as pessoas conseguem adquiri-los na internet”, explica o Paulo Henrique de Lima Pereira, escritor, historiador, diretor da Biblioteca Pública Municipal Djalma Andrade.

O UFSJ/Campus Congonhas e a Unipac levaram oficinas de robótica, que é uma das vertentes da economia criativa, para o evento. Os alunos de engenharia da UFSJ/Campus Alto Paraopeba, Victor, Luana e Vitória,  apresentaram uma amostra de sua produção tecnológica. Em uma oficina maker de automação em arduíno, abordaram a inovação e tecnologia para que as pessoas pudessem aprender na prática os processos durante o evento. Estes construíram um sistema de semáforo. Por meio de uma plataforma, foi possível conhecer a teoria e depois simular a prática da ferramenta.

Nos demais estandes, estiveram empreendedores de Congonhas, alguns participando pela primeira vez de um evento deste porte, enquanto outros já haviam se destacado em feiras Brasil afora e, em alguns casos, até comercializado seus produtos para o exterior. 

Criado durante a pandemia da Covid-19, o Bendito Licor já participou de feiras de projeção estadual, como a Expo cachaça 2023, e nacional. Em breve, a bebida produzida pela empresária Gaby Palmieri passará a ser comercializado também no Paraguai.

A premiada Cachaça Liberdade, feita no Esmeril pelo empresário Antônio Odaque da Silva, também esteve presente no FNEC 2023.

O grupo de artesãs Pata da Loba, de Lobo Leite, levou para a Romaria história e arte em lindos bordados que resgatam, por exemplo, a bainha aberta portuguesa e o ponto livre. Com a produção, as mulheres que compõem o grupo elevam a renda de suas famílias. Durante o ano, elas comercializam seus produtos na Estação Ferroviária de Lobo Leite.

Palestras

O ex-prefeito de Maringá-PR, Sílvio Barros, que desenvolveu durante seu mandato uma visão de longo prazo e atuou em vários cargos em governos Estaduais, ministrou a palestra “A economia criativa e o futuro de Congonhas”, abordando a importância de estruturar uma governança pública (que reúne poder público, sociedade civil organizada e a iniciativa privada) para gestão dos projetos para desenvolvimento da economia criativa.

Ele justifica a afirmação acima com outra: “É um raciocínio relativamente simples, quem não sabe para onde vai, não chega. Para onde a gente quer que nossa cidade vá? Como eu gostaria que a cidade fosse? Que atividade econômica a cidade quer desenvolver como alternativa ao setor mínero-siderúrgico? Em nossa experiência em Maringá, iniciada em 1996, a sociedade civil  tem papel central no projeto de futuro de longo prazo e os projetos continuam sendo executados. Por isso agora aquela cidade do Paraná é considerada a melhor cidade do Brasil para se viver”.

O ex-prefeito e secretário de governo conclui lembrando que “a pandemia acelerou o uso da tecnologia e o futuro está diretamente ligado a ela. O que a gente precisa, sabendo que essas mudanças virão, é surfar na onda, e não ser engolido por ela”.

Maior público do palco principal do FNEC 2023, a palestra “Recriar, reinventar ou desaparecer”, do renomado historiador e escritor Leandro Karnal, instigou cada indivíduo a rever conceitos individuais e coletivos, como e a participar da transformação da sociedade.

Indagado sobre como superar os desafios para a implementação da diversificação econômica em uma cidade que possui uma matriz econômica robusta, mas que é finita, Karnal responde:

“É um desafio muito grande, porque nossa tendência é a estabilidade. E se houver um surto de prosperidade, se houver uma situação sustentável do ponto de vista econômico, a chance de acomodação é ainda maior. Essa é uma característica cerebral, não é preguiça, nós nos acomodamos a situações, relações e empregos para sobreviver. Nestas condições, a vontade de reinventar, sair da zona de conforto, quebrar paradigmas é muito pequena, porque a necessidade é a mãe da invenção. (…) Nós precisamos sempre fazer essa transformação daquilo que vai nos levar ao momento seguinte. Se neste momento estão entrando recursos, lance mão de pensamento estratégico: educação, infraestrutura, saneamento, segurança, diminuição das desigualdades econômicas, este é o caminho para passar adiante”, sugeriu.

Sobre a realização do FNEC 2023, Leandro Karnal afirmou: “É muito importante que façamos eventos que tratem de criatividade e gestão estratégica, de desafios de como eu dou passos adiante. Esses eventos colocam empreendedores, lideranças governamentais e comunitárias em contato. Eles conseguem perceber um futuro além desse momento imediato. E no momento que eles conseguem escolher esse futuro, conseguem dar passos, porque a inteligência é social e comunitária. (…). O que há de específico em Congonhas, tanto em relação a sua riquíssima história colonial, sua obras de arte impactantes, sua beleza geográfica em relação ao passo que eu quero dar para o futuro em Congonhas? O que eu quero e como melhorar tudo isso? Este é o desafio que eu encontro, ter o dom de colocar gente com ideias”, analisa o pensador.

Economia criativa

Em sua palestra “Economia Criativa꞉ Descubra o que é, as oportunidades e como você pode empreender nela”, a consultora especialista na criação e crescimento de negócios digitais, Carolina Picoli, apresentou aos participantes este novo conceito. “Além de muito novo, ele é abrangente e muitas vezes lúdico. Neste último caso, a gente nem consegue aplicá-lo no mundo real. A economia criativa diz respeito a atividades que geram algum valor econômico, partindo de ideias, talentos, de alguma coisa que o empreendedor ou uma empresa consegue fazer para além de entregar o seu produto ou serviço por meio de um novo conceito. Este é um diferencial. Por exemplo, uma das grandes fortalezas aqui de Congonhas é o turismo. Uma empresa tradicional deste segmento da economia vai simplesmente entregar um destino para um cliente, direcioná-lo para uma pousada. Mas quando esta empresa consegue criar um novo conceito, oferecendo também um atendimento diferenciado, uma experiência nova para esse cliente, temos um negócio, que por meio da criatividade, conseguiu gerar um valor econômico para o cliente, a região e para ele mesmo”, explica.

O prefeito de Congonhas, Dr. Cláudio, considera a economia criativa um tema muito atual, consequente das transformações que o mundo tem experimentado ao longo das últimas décadas. “Então este é o momento de todos que querem empreender, fazer acontecer, colocando seu nome na história, aproveitar ocasiões como esta feira de negócios e empreendedorismo para se capacitarem. Todos podem contar também, no decorrer do ano, com o suporte da Prefeitura e a consultoria do Sebrae, que são muito importantes”, aconselha.

Lucas Pita, subsecretário de Estado de Liberdade Econômica e Empreendedorismo, afirma que falar de diversificação em uma região farta de recursos financeiros e com diversas potencialidades como o turismo e a cultura é mais simples. “Isto porque aqui já tem toda a base construída. A partir daí é possível desenvolver outras vocações, como o comércio e serviços, com planejamento, estratégia e união. Vimos durante o FNEC o encontro de lideranças políticas da região, da cidade, do Estado, entidades dos diversos setores da economia e a sociedade. Todos abraçando a causa da diversificação econômica. O governo do Estado é sempre um parceiro de primeira ordem. O Invest Minas é um braço de atração de investimento, que já conseguiu atrair mais de R$ 380 bi para o estado. As coisas acontecem no município e é bom saber que prefeitos como os de Congonhas e Ouro Branco estão fazendo o dever de casa, tornando o campo florido para que as borboletas possam vir e ficar”, contextualiza o representante do governo do Estado.

Turismo criativo

Ana da Cruz Alcântara, mestre em Turismo, ex-secretária-executiva da Associação das Cidades Histórias de Minas Gerais e proprietária da Analcantara Consultoria: Turismo, Patrimônio e Economia Criativa, detalhou em sua palestra “O Turismo Criativo como Alternativa para o Desenvolvimento Sustentável” todo o processo necessário para a implementação de um política pública de desenvolvimento da atividade turística em um território como Congonhas.

A belo-valense radicada em Congonhas começou afirmando que, depois da pandemia, predomina o turismo criativo – que permite ao visitante o compartilhamento da experiência de conhecer melhor e até produzir o serviço ou produto que irá consumir.

“Precisamos trabalhar com duas palavras: preservação, que é cuidar de nossas raízes, histórias, memórias e tradições, e da inovação. Congonhas tem um potencial enorme neste novo turismo, mas precisamos de estratégias para desenvolvê-lo. Para trabalhar neste novo momento do turismo, não é preciso inventar a roda. Somente focar na simplicidade, na originalidade, do que é nosso, na vocação. Muitas coisas que dão certo em outros locais podem não dar certo em Congonhas. Quem cria essas estratégias é a governança, que é a união do poder público, comunidade e iniciativa privada. Os nossos produtores criativos têm papel primordial. São eles agricultores, artesão, poetas, contadores de histórias, músicos, atores, entre outros”, analisa.

Para Ana Alcântara “o espaço que o FNEC abre para discutir nossa cidade é extremamente estratégico. Tivemos a oportunidade de contar com profissionais renomados que trouxeram até nós o conhecimento. Precisamos de mais oportunidades como esta, como de dar sequência a esse diálogo em nossos conselhos e conferências municipais”.

Caminho apontado por Ana Alcântara, “Turismo de experiência e suas oportunidades para Congonhas” foi o título do painel conduzido por Sílvio Campos, da empresa de consultoria GKS, e representante do programa estruturante da Vale “Corredores e rotas”, desenvolvido em Congonhas em parceria com a Prefeitura. “Para uma consultoria como a GKS que tem esse objetivo de geração de renda, desenvolvimento territorial e socioeconômico, vemos um ótimo cenário para ser desenvolvido em Congonhas. No “Roteiro e rotas”, a GKS veio a Congonhas “minerar” informações, dados, histórias, saberes e fazeres locais. Congonhas vai muito além dos Profetas”, afirma.

Para que a experiência seja completa, uma cidade turística precisa de bons restaurantes. Então o FNEC 2023 trouxe um dos melhores representantes da gastronomia brasileira para contar sua história de vida. O diversas vezes premiado chef belo-horizontino, Ivo Faria, proprietário do Restaurante Vecchio Sogno e do Restaurante e Pizzaria La Palma, inspirou empreendedores com sua história e aconselhou donos de restaurantes a valorizarem o que há de melhor por aqui: “Foque naquilo que vocês têm na região, trabalhe o produto e a mão de obra regionais, porque assim você dá oportunidade para quem é daqui e quem é de fora quer o que é da terra”.

Instigado a experimentar o que é da terra, o chá da folha congonha, declarou: “Tem personalidade!”.

Ernani Luiz dos Santos, proprietário do Bar e Restaurante Beira Rio e diretor da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Congonhas (ACISC) acompanhou a palestra de Ivo Faria. “Foi uma honra conhecer o chef Ivo Faria, renomado e de uma história de vida muito interessante. Em Congonhas, temos bons bares e restaurantes, como pratos incríveis. Precisamos manter a tradição, mas também inovarmos sempre. O grande problema neste setor é a falta de mão de obra qualificada. Então sugiro a criação de cursos direcionados para este segmento”, sugeriu o comerciante que parabenizou a prefeitura pela realização do evento. 

Vendas

Felipe Neffa, pós-graduado em administração de empresas e gestão de projetos com 14 anos de experiência em marketing e vendas, demonstrou “Como criar e gerir uma máquina de vendas sendo uma pequena empresa e tendo poucos recursos”. “Procurei trazer um conteúdo e processos que são fáceis de se aplicar em pequenos negócios”, explica.

Sobre o quesito atendimento, Felipe Neffa garante que não tem como esperar que os próprios vendedores aprendam a função sozinhos. “Se você tem um negócio com atendentes, é preciso você assumir parte da responsabilidade de desenvolver essas pessoas. Não é preciso oferecer treinamentos, basta lembrá-lo todo dia que ele precisa sorrir, ser educada quando o cliente entrar na loja.  Importante também mostrar como isso é feito. Não haverá quem resolva o problema de todo mundo. Se cada empresário orientar melhor seu próprio time, a cidade inteira conseguirá melhorar o nível de atendimento.  Se eu quero ter mais resultado, eu nem tenho outra opção”, finaliza.

Inovação e tecnologia

Como inovar é preciso em todas as áreas, o FNEC 2023 apresentou o “Painel de Inovação” com a participação do hub de inovação P7 Criativo, de Belo Horizonte, e do INOVAP (Ecossistema de Inovação do Alto Paraopeba). Cilene Slamazo, como mentora para startups, consultora da área de inovação para pequenos e médios negócios e professora universitária na UNIFASAR, conduz o processo desde a ideação de uma startup até a preparação para que ela busque investimento. “Tentamos conectar a academia ao mercado, trazendo a ideia de startup, inovação, tecnologia e economia criativa dentro deste cenário, porque academia e mercado vivem mundos muito distintos atualmente”.

Sobre o cenário da inovação e tecnologia no Alto Paraopeba, Cilene afirma haver mão de obra altamente especializada suficiente para que a região seja autossustentável.

Descarbonização

Investindo em inovação e tecnologia, o Alto Paraopeba pode desenvolver sua rota competitiva para a descarbonização, que poderá se tornar o principal propulsor da diversificação econômica regional. Mas Miler Gazolla Corrêa de Sá, analista de promoção de investimentos da Invest Minas, adverte:

“Esta atividade produtiva é muito bem-vinda na livre iniciativa como meta de compliance de ESG, que vai além da obrigatoriedade, mas para funcionar mesmo, precisa ser uma demanda puxada por um projeto âncora. Caso contrário, ela não acontecerá na sua totalidade. Entendemos que, em caso de haver demanda, podemos ajudar a fomentar a produção de energia renovável em Minas Gerais. Uma possibilidade de produção dessa energia é por meio da utilização da biomaça de eucalipto, já que o estado é responsável por 60% da produção da indústria florestal brasileira. A energia final pode substituir o coque da indústria de cimento, que descarboniza aquele produto da construção civil. Outro exemplo é produção do hidrogênio verde, produzido através da eletrolização em que a molécula de hidrogênio e oxigênio são separadas. Já temos o projeto piloto da Eletrobrás na divisa de Minas com Goiás. Um terceiro exemplo é uma tecnologia desenvolvida pela Vale, pelo qual se chega ao aço verde. Nossa ideia é que haja um huby para produção de hidrogênio verde por aqui. Também é possível produzir energia a partir dos resíduos sólidos.  Já com a retirada do carbono do metano, obtemos o biometano, que pode substituir o gás como combustível limpo para veículos, gás de cozinha ou de processos industriais. Existem outras muitas possibilidades para se aplicar a descarbonização”, afirma Gazolla.

As mulheres se destacaram não só formando a maioria do público dos três dias de evento como ofertando conhecimento para quem esteve na Romaria.

A Rede Elas organizou a roda de conversa “Empreendedorismo Feminino”, que contou com a palestra de Paula Mota sobre o “Ócio criativo”. De família congonhense e moradora da cidade quando criança, a empresária do ramo imobiliário e apresentadora do podcast Ela tá que tá disse, emocionada, que “Congonhas tem um potencial gigante, mulheres incríveis e a união faz com que este movimento cresça e pule etapas”.

Uma das fundadoras da Rede Elas, Gaby Palmiery lembrou que este movimento surgiu em meados de 2022 com o intuito de unir mulheres empreendedoras: “Somos uma rede independente, autônoma, criada para nos fortalecer, somar, capacitar e acolher mulheres e, juntas, criar recursos, capacitações e oportunidades para aquelas que também querem entrar no empreendedorismo. Atualmente contamos com mais de 200 mulheres de Congonhas na rede. Realizamos palestras, eventos e outras atividades. Mantemos parceria com o QG da Inovação e o Sebrae para ofertar curso para quem quer aprender a empreender”. A Rede Elas se prepara para se tornar uma associação.

E a empresária doceira Mazé Lima encerrou as atividades de capacitação com sua palestra “Desistir não é uma opção”. Desde 2011, a moradora de Carmópolis-MG relata seu exemplo de vida pelo Brasil inteiro, inspirando mulheres, mas também homens. “Tudo começou por extrema necessidade, em 1999 eu não tinha R$ 1,00 para comprar leite para os meus filhos. Eu vim do meio rural e sonhava muito desbravar o mundo. Queria ser bailarina por diversos fatores. Mas eu fui bailar no mundo dos negócios, porque estes trazem muitas possibilidades, de expandir, de viajar. Nasci na roça, fui para outra, trabalhei em uma agência bancária em Carmópolis cuidando da limpeza, fui demitida, fiquei um ano procurando emprego, e não encontrei. Até que decidi fazer doce – o primeiro foi doce de leite com amendoim – e vender nas ruas em março de 1999, eu ganhei R$ 20,00 e percebi que isso ia mudar o rumo da minha vida e mudei mesmo, eu nunca mais deixei de fazer doces. Nossa empresa hoje gera diversos empregos e procuramos formar novas Mazés. Hoje eu até vendo em pouca quantidade para o exterior, mas meu foco mesmo é o nosso país e temos um capacidade grande aqui dentro mesmo. Os produtos mais procurados pelo Brasil são os de abacaxi e abóbora inteiros”, diz.

Mazé afirma que as mulheres donas de seus negócios precisam buscar mais conhecimento e se valorizarem mais para crescer. “A gente não deve desistir nunca, por mais difícil que seja a situação, se não, não conseguiremos realizar nossos sonhos e ser feliz”, aconselha.

“Infelizmente, um movimento como este a que Congonhas se propõe não é muito comum Brasil afora. A comunidade local e a região devem valorizar muito a iniciativa de realizar um Fórum como este, que faz com que os negócios e a cidade se desenvolvam”, completa a menina pobre que se tornou empresária vencedora.

A Prefeitura de Congonhas desenvolve ações todas as instituições que participaram do FNEC 2023. Bons exemplos são a criação de uma Escola de Artes com a Faop (Fundação de Artes de Ouro Preto) e outra de lançar um projeto relacionado ao patrimônio cultural em 2024 em parceria com a Fundação Renova, este último idealizado durante o evento.

O superintendente de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura, Geordane Silva, garante que os governos precisam ter planejamento, gestão e compromisso com a sociedade. “Esta também tem seu papel substancial a cumprir para alcançarmos o desenvolvimento sustentável. E é bem difícil ver todas as partes adequadamente comprometidas. O bom é que Congonhas já tem construída a sua história a partir da criatividade. Além de desenvolver outros setores produtivos, como o da economia criativa, queremos uma mineração criativa, por isso trouxemos o Invest Minas para falar de descarbonização. Podemos diversificar nossa economia, mas precisamos de outra indústria pujante, para que não haja uma queda brusca de arrecadação dos cofres públicos e de geração de renda para a população”, conclui.

A última atração do FNEC 2023 ficou por conta da apresentação do grupo Samba de Casa, que resgatou sambas-enredo tradicionais dos desfiles de escolas do Carnaval de Congonhas e ainda interpretou sucessos da MPB. Em seguida, chegou a Escola de Samba Casa Imperial da Rosa, que fez Congonhas reviver os tradicionais desfiles do passado em 2023 e se prepara para a folia do ano que vem. O Carnaval é outra atividade cultural que forma e emprega diversos profissionais da economia criativa.

Um robô gigante apresentou-se no FNEC 2023 como uma experiência de tecnologia e alegrou adultos e crianças, ao dançar ao ritmo de cada música durante os shows musicais, que encerraram cada um dos três dias do evento. 

FNEC 2023 reuniu sociedade, iniciativa privada e poder público para discutirem o futuro de Congonhas

Esta iniciativa faz parte de um portfólio de ações contidas na Política Municipal de Desenvolvimento Econômico. Antes, o município já havia criado e implementado leis, decretos e o Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (FMDE) – que tem como um de seus objetivos fomentar a  economia criativa. Futuramente será lançado o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável de Congonhas.

Os objetivos da quinta edição do Fórum de Negócios de Congonhas (FNEC) foram alcançados: apresentar as oportunidades que Congonhas oferece em diversos segmentos; despertar a todos para a necessidade de a cidade e região atuarem em conjunto na busca pelo desenvolvimento econômico; e ofertar conhecimento para atuais e futuros empreendedores e empresários, trabalhadores de pequenas, médias e grandes empresas, estudantes, lideranças e servidores públicos. Este ano o evento apontou a economia criativa como um dos setores produtivos capazes de contribuir para a redução da dependência econômica local em relação ao setor mínero-siderúrgico, por abranger potenciais presentes na cidade como o turístico, criativo, cultural, histórico e de inovação.  O evento foi realizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão e sua Superintendência de Desenvolvimento Econômico, e teve como gestora a Agência de Desenvolvimento Econômico e Social do Alto Paraopeba (Adesiap).

O FNEC 2023 – Congonhas Criativa contou com patrocínio da LGA Mineração e do Sicredi e apoio da Fundação Dom Cabral, Sebrae, UFSJ, Invest Minas, P7 Criativo, Unipac, IFMG, FAOP e Rede Elas.

Para o superintendente de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Congonhas, Geordane Silva, “o principal objetivo a que o FNEC 2023 se propôs, enquanto parte da construção da política pública de desenvolvimento econômico, foi apresentar as várias oportunidades que o município oferece, seja pela gastronomia, cultura, patrimônio cultural, produção artística (música, dança, artes), entre outras. Quando se vai estabelecer essa visão de futuro, através de um plano estratégico, que é o nosso próximo passo, não se começa pela escassez, e sim pela abundância, porque só esta consegue unir visões diferentes. O Fórum foi esse primeiro chamado para pensarmos o que desejarmos para o futuro da cidade.

De acordo com Denis Donato, diretor-executivo da Adesiap, a agência de desenvolvimento está satisfeita em participar de uma iniciativa como esta e por aprender mais, pela forma com que o Fórum foi feito, gerando oportunidades de diversificação econômica, a partir da economia criativa. “Temos ouvido muito falar sobre este setor produtivo em qualquer canto. Mas o tom estratégico utilizado pelo superintendente Geordane Silva para tratar de diversificação econômica, capacitando, qualificando e empoderando os nossos empreendedores me chamou a atenção, enquanto mestre em Desenvolvimento Local”, afirma.

“Outro objetivo que queríamos alcançar durante o FNEC 2023 era fortalecer as conexões entre lideranças e contamos com a presença do Estado, representado pelo subsecretário Lucas Pita, o prefeito Dr. Cláudio, seu vice Paulinho e secretários, vereadores, o prefeito de Ouro Branco e presidente da Amalpa, Hélio Campos, e seu vice Celso Vaz. Tenho assistido durante estes 20 anos de Adesiap a quebra de barreiras que impediam a união de nossos municípios. Estamos em sete territórios atualmente e, com 30 ou 40 minutos, conseguimos nos deslocar de um município para outro, então não tem como trabalhar o desenvolvimento local sem pensar no regional, é o que já entendem essas lideranças políticas como as organizações do terceiro setor. A ação pela duplicação da BR-040 é um bom exemplo de força conjunta para o bem desta região expandida”, salienta Donato.

Atrativos do evento

Da quarta-feira até a sexta (22 a 24.11), uma megaestrutura montada na Romaria, além de espaços do próprio centro cultural receberam palestras, workshops, atrações culturais, gastronômicas e de lazer, tudo relacionado com a temática da economia criativa, para atender ao interesse e necessidade de todos os participantes.

Logo na entrada, o Estande Master “Visite Congonhas” oferecia aos visitantes as boas-vindas, apresentando as primeiras experiências que demonstram ser possível lançar mão da criatividade com o que se tem na cidade, como produtos artesanais e gastronômicos.

O programa “Primórdios da Cozinha Mineira” levou para a Romaria a Cozinha Show. Quem passou por lá pôde degustar quatro receitas novas desenvolvidas pelos instrutores chefs Geraldo Caleffi, Marcelle Cordeiro (Brigadeiros Gourmet) e Terezinha (Sothê Caramelle), entre eles o “Cubu com recheio de brigadeiro de milho verde finalizado com mousse de doce de leite”, acompanhado pelo chá de congonha. 

“O cubu foi eleito um prato da cidade pelo Programa ‘Primórdios da Cozinha Mineira’ e no FNEC fizemos uma releitura desse cubu original, sem mexer na estrutura da receita. Com iniciativas como esta, queremos é que as pessoas tenham vontade de inovar cada vez mais”, propôs o Chef Geraldo Caleffi.

No mesmo espaço, a Superintendência de Desenvolvimento Econômico e o Sebrae apresentaram uma pequena amostra do Programa “Design do Artesanato”, que pretende identificar novas possibilidades de criação através da busca por produtos de origem desenhados para atender o mercado turístico. Artesãs e artesãos da Uniarte (Associação dos Artesãos, Artistas e Produtores Caseiros de Congonhas e Região) são beneficiários desta iniciativa.

Juliana do Nascimento Godin, moradora da Basílica, produz bordado livre, toalhas de tira bordada, de ponto cruz e vagonite. Associada da Uniarte há um ano, teve durante o FNEC sua terceira experiência em eventos do gênero e afirma: “Um fórum como este muda tudo, né?! Primeiro trazemos o nome da Uniarte para o evento. Depois colocamos em prática o que aprendemos no curso oferecido pela Prefeitura e o Sebrae: tratar o produto e precificá-lo, além de atender adequadamente o cliente e fazer uma linha só do produto da gente para comercializar”.

O escultor e pintor especializado em entale, Laerte Custódio de Oliveira, diz que, “além do lado empreendedor, o curso do Sebrae ensina ao artesão que “em Congonhas, precisamos produzir arte que remeta a nossa cidade, porque os turistas querem aprender como fazemos nossa arte e levar um pouquinho de nós com eles”. Laerte já produziu, em alto relevo, a maquete do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e a Ladeira e agora prepara outra exclusiva da Basílica.

O Estande da Superintendência de Desenvolvimento Econômico apresentou aos visitantes do FNEC 2023 programas como o Empreende Congonhas, Check-in Turismo, Tec Pop, Coliga e Avança Congonhas.

No Estande QG da Inovação, o público realizou visitas virtuais às igrejas de Congonhas, graças à graças à tecnologia de realidade virtual (VR). A experiência permitiu que a pessoa se sentisse dentro de cada um dos templos.  

O Estande da Feira Cores e Sabores antecipou para o público a modalidade itinerante de Economia Criativa que deverá ser lançada em janeiro de 2024 pela Superintendência de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Congonhas. O espaço abrigou o Instituto Ubuntu – Bonecas Negras, que fabrica e comercializa bonecas para representatividade de crianças negras e realiza outras ações de fortalecimento da autoestima delas. O artesãos da Uniarte, Marcelino, comercializou sua produção de quitandas, geleia, vinho de jabuticaba. doce de leite com jabuticaba e café de Entre Rios de Minas. Ele aproveitou para apresentar seu trabalho destinado ao ecoturismo naquele espaço do FNEC 2023. Edson e Quésia levaram o iogurte Vaca Feliz aromatizado com maracujá, limão, abacaxi, entre outros sabores de frutas do próprio quintal para o evento. José Barros mostrou ao público seu tempero alho e sal, cheiro verde e completo Uai Sô, que é encontrado em diversos estabelecimentos comerciais de Congonhas. E Daiana expôs acessórios de cabelo, como turbante, cortes angolanos, toca de cetim, toca de banho e principalmente, destaca ela, autoestima para mulheres. No alto de sua banca, o cliente abria uma portinha e lia:“Abra a janela e veja a pessoa que pode te fazer feliz” e se via em um espelho. Participante da economia solidária de C. Lafaiete, vende seus produtos também no Joaquim Murtinho.

O Estande Espaço Literário expôs e comercializou livros de  autores congonhenses. Obras de seis escritores locais participaram do FNEC 2023. “A maioria de nossos escritores é independente. No FNEC abrimos espaço para aqueles que tinham livros e também para a “Coleção Congonhas”, que reúne obras locais pertencentes ao acervo da biblioteca. Neste caso, as pessoas conseguem adquiri-los na internet”, explica o Paulo Henrique de Lima Pereira, escritor, historiador, diretor da Biblioteca Pública Municipal Djalma Andrade.

O UFSJ/Campus Congonhas e a Unipac levaram oficinas de robótica, que é uma das vertentes da economia criativa, para o evento. Os alunos de engenharia da UFSJ/Campus Alto Paraopeba, Victor, Luana e Vitória,  apresentaram uma amostra de sua produção tecnológica. Em uma oficina maker de automação em arduíno, abordaram a inovação e tecnologia para que as pessoas pudessem aprender na prática os processos durante o evento. Estes construíram um sistema de semáforo. Por meio de uma plataforma, foi possível conhecer a teoria e depois simular a prática da ferramenta.

Nos demais estandes, estiveram empreendedores de Congonhas, alguns participando pela primeira vez de um evento deste porte, enquanto outros já haviam se destacado em feiras Brasil afora e, em alguns casos, até comercializado seus produtos para o exterior. 

Criado durante a pandemia da Covid-19, o Bendito Licor já participou de feiras de projeção estadual, como a Expo cachaça 2023, e nacional. Em breve, a bebida produzida pela empresária Gaby Palmieri passará a ser comercializado também no Paraguai.

A premiada Cachaça Liberdade, feita no Esmeril pelo empresário Antônio Odaque da Silva, também esteve presente no FNEC 2023.

O grupo de artesãs Pata da Loba, de Lobo Leite, levou para a Romaria história e arte em lindos bordados que resgatam, por exemplo, a bainha aberta portuguesa e o ponto livre. Com a produção, as mulheres que compõem o grupo elevam a renda de suas famílias. Durante o ano, elas comercializam seus produtos na Estação Ferroviária de Lobo Leite.

Palestras

O ex-prefeito de Maringá-PR, Sílvio Barros, que desenvolveu durante seu mandato uma visão de longo prazo e atuou em vários cargos em governos Estaduais, ministrou a palestra “A economia criativa e o futuro de Congonhas”, abordando a importância de estruturar uma governança pública (que reúne poder público, sociedade civil organizada e a iniciativa privada) para gestão dos projetos para desenvolvimento da economia criativa.

Ele justifica a afirmação acima com outra: “É um raciocínio relativamente simples, quem não sabe para onde vai, não chega. Para onde a gente quer que nossa cidade vá? Como eu gostaria que a cidade fosse? Que atividade econômica a cidade quer desenvolver como alternativa ao setor mínero-siderúrgico? Em nossa experiência em Maringá, iniciada em 1996, a sociedade civil  tem papel central no projeto de futuro de longo prazo e os projetos continuam sendo executados. Por isso agora aquela cidade do Paraná é considerada a melhor cidade do Brasil para se viver”.

O ex-prefeito e secretário de governo conclui lembrando que “a pandemia acelerou o uso da tecnologia e o futuro está diretamente ligado a ela. O que a gente precisa, sabendo que essas mudanças virão, é surfar na onda, e não ser engolido por ela”.

Maior público do palco principal do FNEC 2023, a palestra “Recriar, reinventar ou desaparecer”, do renomado historiador e escritor Leandro Karnal, instigou cada indivíduo a rever conceitos individuais e coletivos, como e a participar da transformação da sociedade.

Indagado sobre como superar os desafios para a implementação da diversificação econômica em uma cidade que possui uma matriz econômica robusta, mas que é finita, Karnal responde:

“É um desafio muito grande, porque nossa tendência é a estabilidade. E se houver um surto de prosperidade, se houver uma situação sustentável do ponto de vista econômico, a chance de acomodação é ainda maior. Essa é uma característica cerebral, não é preguiça, nós nos acomodamos a situações, relações e empregos para sobreviver. Nestas condições, a vontade de reinventar, sair da zona de conforto, quebrar paradigmas é muito pequena, porque a necessidade é a mãe da invenção. (…) Nós precisamos sempre fazer essa transformação daquilo que vai nos levar ao momento seguinte. Se neste momento estão entrando recursos, lance mão de pensamento estratégico: educação, infraestrutura, saneamento, segurança, diminuição das desigualdades econômicas, este é o caminho para passar adiante”, sugeriu.

Sobre a realização do FNEC 2023, Leandro Karnal afirmou: “É muito importante que façamos eventos que tratem de criatividade e gestão estratégica, de desafios de como eu dou passos adiante. Esses eventos colocam empreendedores, lideranças governamentais e comunitárias em contato. Eles conseguem perceber um futuro além desse momento imediato. E no momento que eles conseguem escolher esse futuro, conseguem dar passos, porque a inteligência é social e comunitária. (…). O que há de específico em Congonhas, tanto em relação a sua riquíssima história colonial, sua obras de arte impactantes, sua beleza geográfica em relação ao passo que eu quero dar para o futuro em Congonhas? O que eu quero e como melhorar tudo isso? Este é o desafio que eu encontro, ter o dom de colocar gente com ideias”, analisa o pensador.

Economia criativa

Em sua palestra “Economia Criativa꞉ Descubra o que é, as oportunidades e como você pode empreender nela”, a consultora especialista na criação e crescimento de negócios digitais, Carolina Picoli, apresentou aos participantes este novo conceito. “Além de muito novo, ele é abrangente e muitas vezes lúdico. Neste último caso, a gente nem consegue aplicá-lo no mundo real. A economia criativa diz respeito a atividades que geram algum valor econômico, partindo de ideias, talentos, de alguma coisa que o empreendedor ou uma empresa consegue fazer para além de entregar o seu produto ou serviço por meio de um novo conceito. Este é um diferencial. Por exemplo, uma das grandes fortalezas aqui de Congonhas é o turismo. Uma empresa tradicional deste segmento da economia vai simplesmente entregar um destino para um cliente, direcioná-lo para uma pousada. Mas quando esta empresa consegue criar um novo conceito, oferecendo também um atendimento diferenciado, uma experiência nova para esse cliente, temos um negócio, que por meio da criatividade, conseguiu gerar um valor econômico para o cliente, a região e para ele mesmo”, explica.

O prefeito de Congonhas, Dr. Cláudio, considera a economia criativa um tema muito atual, consequente das transformações que o mundo tem experimentado ao longo das últimas décadas. “Então este é o momento de todos que querem empreender, fazer acontecer, colocando seu nome na história, aproveitar ocasiões como esta feira de negócios e empreendedorismo para se capacitarem. Todos podem contar também, no decorrer do ano, com o suporte da Prefeitura e a consultoria do Sebrae, que são muito importantes”, aconselha.

Lucas Pita, subsecretário de Estado de Liberdade Econômica e Empreendedorismo, afirma que falar de diversificação em uma região farta de recursos financeiros e com diversas potencialidades como o turismo e a cultura é mais simples. “Isto porque aqui já tem toda a base construída. A partir daí é possível desenvolver outras vocações, como o comércio e serviços, com planejamento, estratégia e união. Vimos durante o FNEC o encontro de lideranças políticas da região, da cidade, do Estado, entidades dos diversos setores da economia e a sociedade. Todos abraçando a causa da diversificação econômica. O governo do Estado é sempre um parceiro de primeira ordem. O Invest Minas é um braço de atração de investimento, que já conseguiu atrair mais de R$ 380 bi para o estado. As coisas acontecem no município e é bom saber que prefeitos como os de Congonhas e Ouro Branco estão fazendo o dever de casa, tornando o campo florido para que as borboletas possam vir e ficar”, contextualiza o representante do governo do Estado.

Turismo criativo

Ana da Cruz Alcântara, mestre em Turismo, ex-secretária-executiva da Associação das Cidades Histórias de Minas Gerais e proprietária da Analcantara Consultoria: Turismo, Patrimônio e Economia Criativa, detalhou em sua palestra “O Turismo Criativo como Alternativa para o Desenvolvimento Sustentável” todo o processo necessário para a implementação de um política pública de desenvolvimento da atividade turística em um território como Congonhas.

A belo-valense radicada em Congonhas começou afirmando que, depois da pandemia, predomina o turismo criativo – que permite ao visitante o compartilhamento da experiência de conhecer melhor e até produzir o serviço ou produto que irá consumir.

“Precisamos trabalhar com duas palavras: preservação, que é cuidar de nossas raízes, histórias, memórias e tradições, e da inovação. Congonhas tem um potencial enorme neste novo turismo, mas precisamos de estratégias para desenvolvê-lo. Para trabalhar neste novo momento do turismo, não é preciso inventar a roda. Somente focar na simplicidade, na originalidade, do que é nosso, na vocação. Muitas coisas que dão certo em outros locais podem não dar certo em Congonhas. Quem cria essas estratégias é a governança, que é a união do poder público, comunidade e iniciativa privada. Os nossos produtores criativos têm papel primordial. São eles agricultores, artesão, poetas, contadores de histórias, músicos, atores, entre outros”, analisa.

Para Ana Alcântara “o espaço que o FNEC abre para discutir nossa cidade é extremamente estratégico. Tivemos a oportunidade de contar com profissionais renomados que trouxeram até nós o conhecimento. Precisamos de mais oportunidades como esta, como de dar sequência a esse diálogo em nossos conselhos e conferências municipais”.

Caminho apontado por Ana Alcântara, “Turismo de experiência e suas oportunidades para Congonhas” foi o título do painel conduzido por Sílvio Campos, da empresa de consultoria GKS, e representante do programa estruturante da Vale “Corredores e rotas”, desenvolvido em Congonhas em parceria com a Prefeitura. “Para uma consultoria como a GKS que tem esse objetivo de geração de renda, desenvolvimento territorial e socioeconômico, vemos um ótimo cenário para ser desenvolvido em Congonhas. No “Roteiro e rotas”, a GKS veio a Congonhas “minerar” informações, dados, histórias, saberes e fazeres locais. Congonhas vai muito além dos Profetas”, afirma.

Para que a experiência seja completa, uma cidade turística precisa de bons restaurantes. Então o FNEC 2023 trouxe um dos melhores representantes da gastronomia brasileira para contar sua história de vida. O diversas vezes premiado chef belo-horizontino, Ivo Faria, proprietário do Restaurante Vecchio Sogno e do Restaurante e Pizzaria La Palma, inspirou empreendedores com sua história e aconselhou donos de restaurantes a valorizarem o que há de melhor por aqui: “Foque naquilo que vocês têm na região, trabalhe o produto e a mão de obra regionais, porque assim você dá oportunidade para quem é daqui e quem é de fora quer o que é da terra”.

Instigado a experimentar o que é da terra, o chá da folha congonha, declarou: “Tem personalidade!”.

Ernani Luiz dos Santos, proprietário do Bar e Restaurante Beira Rio e diretor da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Congonhas (ACISC) acompanhou a palestra de Ivo Faria. “Foi uma honra conhecer o chef Ivo Faria, renomado e de uma história de vida muito interessante. Em Congonhas, temos bons bares e restaurantes, como pratos incríveis. Precisamos manter a tradição, mas também inovarmos sempre. O grande problema neste setor é a falta de mão de obra qualificada. Então sugiro a criação de cursos direcionados para este segmento”, sugeriu o comerciante que parabenizou a prefeitura pela realização do evento. 

Vendas

Felipe Neffa, pós-graduado em administração de empresas e gestão de projetos com 14 anos de experiência em marketing e vendas, demonstrou “Como criar e gerir uma máquina de vendas sendo uma pequena empresa e tendo poucos recursos”. “Procurei trazer um conteúdo e processos que são fáceis de se aplicar em pequenos negócios”, explica.

Sobre o quesito atendimento, Felipe Neffa garante que não tem como esperar que os próprios vendedores aprendam a função sozinhos. “Se você tem um negócio com atendentes, é preciso você assumir parte da responsabilidade de desenvolver essas pessoas. Não é preciso oferecer treinamentos, basta lembrá-lo todo dia que ele precisa sorrir, ser educada quando o cliente entrar na loja.  Importante também mostrar como isso é feito. Não haverá quem resolva o problema de todo mundo. Se cada empresário orientar melhor seu próprio time, a cidade inteira conseguirá melhorar o nível de atendimento.  Se eu quero ter mais resultado, eu nem tenho outra opção”, finaliza.

Inovação e tecnologia

Como inovar é preciso em todas as áreas, o FNEC 2023 apresentou o “Painel de Inovação” com a participação do hub de inovação P7 Criativo, de Belo Horizonte, e do INOVAP (Ecossistema de Inovação do Alto Paraopeba). Cilene Slamazo, como mentora para startups, consultora da área de inovação para pequenos e médios negócios e professora universitária na UNIFASAR, conduz o processo desde a ideação de uma startup até a preparação para que ela busque investimento. “Tentamos conectar a academia ao mercado, trazendo a ideia de startup, inovação, tecnologia e economia criativa dentro deste cenário, porque academia e mercado vivem mundos muito distintos atualmente”.

Sobre o cenário da inovação e tecnologia no Alto Paraopeba, Cilene afirma haver mão de obra altamente especializada suficiente para que a região seja autossustentável.

Descarbonização

Investindo em inovação e tecnologia, o Alto Paraopeba pode desenvolver sua rota competitiva para a descarbonização, que poderá se tornar o principal propulsor da diversificação econômica regional. Mas Miler Gazolla Corrêa de Sá, analista de promoção de investimentos da Invest Minas, adverte:

“Esta atividade produtiva é muito bem-vinda na livre iniciativa como meta de compliance de ESG, que vai além da obrigatoriedade, mas para funcionar mesmo, precisa ser uma demanda puxada por um projeto âncora. Caso contrário, ela não acontecerá na sua totalidade. Entendemos que, em caso de haver demanda, podemos ajudar a fomentar a produção de energia renovável em Minas Gerais. Uma possibilidade de produção dessa energia é por meio da utilização da biomaça de eucalipto, já que o estado é responsável por 60% da produção da indústria florestal brasileira. A energia final pode substituir o coque da indústria de cimento, que descarboniza aquele produto da construção civil. Outro exemplo é produção do hidrogênio verde, produzido através da eletrolização em que a molécula de hidrogênio e oxigênio são separadas. Já temos o projeto piloto da Eletrobrás na divisa de Minas com Goiás. Um terceiro exemplo é uma tecnologia desenvolvida pela Vale, pelo qual se chega ao aço verde. Nossa ideia é que haja um huby para produção de hidrogênio verde por aqui. Também é possível produzir energia a partir dos resíduos sólidos.  Já com a retirada do carbono do metano, obtemos o biometano, que pode substituir o gás como combustível limpo para veículos, gás de cozinha ou de processos industriais. Existem outras muitas possibilidades para se aplicar a descarbonização”, afirma Gazolla.

As mulheres se destacaram não só formando a maioria do público dos três dias de evento como ofertando conhecimento para quem esteve na Romaria.

A Rede Elas organizou a roda de conversa “Empreendedorismo Feminino”, que contou com a palestra de Paula Mota sobre o “Ócio criativo”. De família congonhense e moradora da cidade quando criança, a empresária do ramo imobiliário e apresentadora do podcast Ela tá que tá disse, emocionada, que “Congonhas tem um potencial gigante, mulheres incríveis e a união faz com que este movimento cresça e pule etapas”.

Uma das fundadoras da Rede Elas, Gaby Palmiery lembrou que este movimento surgiu em meados de 2022 com o intuito de unir mulheres empreendedoras: “Somos uma rede independente, autônoma, criada para nos fortalecer, somar, capacitar e acolher mulheres e, juntas, criar recursos, capacitações e oportunidades para aquelas que também querem entrar no empreendedorismo. Atualmente contamos com mais de 200 mulheres de Congonhas na rede. Realizamos palestras, eventos e outras atividades. Mantemos parceria com o QG da Inovação e o Sebrae para ofertar curso para quem quer aprender a empreender”. A Rede Elas se prepara para se tornar uma associação.

E a empresária doceira Mazé Lima encerrou as atividades de capacitação com sua palestra “Desistir não é uma opção”. Desde 2011, a moradora de Carmópolis-MG relata seu exemplo de vida pelo Brasil inteiro, inspirando mulheres, mas também homens. “Tudo começou por extrema necessidade, em 1999 eu não tinha R$ 1,00 para comprar leite para os meus filhos. Eu vim do meio rural e sonhava muito desbravar o mundo. Queria ser bailarina por diversos fatores. Mas eu fui bailar no mundo dos negócios, porque estes trazem muitas possibilidades, de expandir, de viajar. Nasci na roça, fui para outra, trabalhei em uma agência bancária em Carmópolis cuidando da limpeza, fui demitida, fiquei um ano procurando emprego, e não encontrei. Até que decidi fazer doce – o primeiro foi doce de leite com amendoim – e vender nas ruas em março de 1999, eu ganhei R$ 20,00 e percebi que isso ia mudar o rumo da minha vida e mudei mesmo, eu nunca mais deixei de fazer doces. Nossa empresa hoje gera diversos empregos e procuramos formar novas Mazés. Hoje eu até vendo em pouca quantidade para o exterior, mas meu foco mesmo é o nosso país e temos um capacidade grande aqui dentro mesmo. Os produtos mais procurados pelo Brasil são os de abacaxi e abóbora inteiros”, diz.

Mazé afirma que as mulheres donas de seus negócios precisam buscar mais conhecimento e se valorizarem mais para crescer. “A gente não deve desistir nunca, por mais difícil que seja a situação, se não, não conseguiremos realizar nossos sonhos e ser feliz”, aconselha.

“Infelizmente, um movimento como este a que Congonhas se propõe não é muito comum Brasil afora. A comunidade local e a região devem valorizar muito a iniciativa de realizar um Fórum como este, que faz com que os negócios e a cidade se desenvolvam”, completa a menina pobre que se tornou empresária vencedora.

A Prefeitura de Congonhas desenvolve ações todas as instituições que participaram do FNEC 2023. Bons exemplos são a criação de uma Escola de Artes com a Faop (Fundação de Artes de Ouro Preto) e outra de lançar um projeto relacionado ao patrimônio cultural em 2024 em parceria com a Fundação Renova, este último idealizado durante o evento.

O superintendente de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura, Geordane Silva, garante que os governos precisam ter planejamento, gestão e compromisso com a sociedade. “Esta também tem seu papel substancial a cumprir para alcançarmos o desenvolvimento sustentável. E é bem difícil ver todas as partes adequadamente comprometidas. O bom é que Congonhas já tem construída a sua história a partir da criatividade. Além de desenvolver outros setores produtivos, como o da economia criativa, queremos uma mineração criativa, por isso trouxemos o Invest Minas para falar de descarbonização. Podemos diversificar nossa economia, mas precisamos de outra indústria pujante, para que não haja uma queda brusca de arrecadação dos cofres públicos e de geração de renda para a população”, conclui.

A última atração do FNEC 2023 ficou por conta da apresentação do grupo Samba de Casa, que resgatou sambas-enredo tradicionais dos desfiles de escolas do Carnaval de Congonhas e ainda interpretou sucessos da MPB. Em seguida, chegou a Escola de Samba Casa Imperial da Rosa, que fez Congonhas reviver os tradicionais desfiles do passado em 2023 e se prepara para a folia do ano que vem. O Carnaval é outra atividade cultural que forma e emprega diversos profissionais da economia criativa.

Um robô gigante apresentou-se no FNEC 2023 como uma experiência de tecnologia e alegrou adultos e crianças, ao dançar ao ritmo de cada música durante os shows musicais, que encerraram cada um dos três dias do evento. 

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